Perola Campbell
Duvido, esses músculos são apenas de enfeite.
— O que você quer? — questiono, sem me mover, minha voz tensa.
— Se você abrir essa porta, posso contar — ele responde, a impaciência evidente em seu tom.
Reviro os olhos para a arrogância dele e, relutantemente, abro a porta um pouco, o suficiente para encarar aquele rosto que agora parece uma mistura de frustração e determinação.
— Como entrou? — pergunto, tentando manter minha voz firme.
— O portão não estava trancado — aponta para o pior equipamento de segurança do mundo. É mais fácil aquele portão nos dar um tétano do que nos proteger de um ladrão — Sabia que isso é um perigo?
— E por que você se importa? — retruco, cruzando os braços.
Apolo Beaumont— Pode ficar parada por alguns minutos? — pergunto pela terceira vez, tentando manter a calma na voz.É difícil manter uma conversa civilizada quando a pessoa não para de se mexer. Indo de um lado para o outro, varrendo enquanto mantem a comida no fogo e conversa comigo. Obviamente, ela sabe ser mil e uma utilidades. Pois, a cima de tudo, é uma grande distração.Inclusive, por um breve momento, esqueci o motivo de ter ido ali. Ela se inclina para arrumar o forro do sofá, fico obcecado por uma área especifica da sua pele, o inicio da sua bunda.E implora para ser tocada.Poderia fazer muito mais do que admirá-la, queria enchê-la com a minha mãe e acariciar, ou melhor, lhe mostrar que não deve mentir para os outros. Principalmente se esse outro for eu.Controle-se, Apolo!Pense com a cabeça de cima e não com a de baixo!— Tenho que terminar a faxina, o jantar e me livrar de você o quanto antes — ela explica, com um tom exasperado — E como você ficar bem longe de mim é a p
Perola CampbellEssa é uma realidade alternativa, só pode ser. Porque quando eu saio do meu quarto após um banho rápido vejo Apolo e Jade colocando a comida na mesa enquanto riem de alguma piada.— Posso saber o que é tão engraçado? — pergunto, cruzando os braços e encarando os dois.Apolo e Jade se entreolham, e ela é a primeira a responder, ainda rindo.— Apolinho estava contando do dia que você tropeçou e quase caiu no escritório — Jade conta aos risos.Apolinho?Ela acabou de chamar o meu chefe poderoso, mal-humorado e casca grossa de Apolinho?Levanto uma sobrancelha para ele, que pisca um olho para mim antes de se servir de um copo com água. Quem é esse homem carismático e prestativo?— Venha P, se sentar para comer, estávamos esperando por você — Jade fala me tirando dos devaneios.Apolo coloca uma mão na minha cintura e me empurra de leve em direção a mesa.— Venha querida, está meio pálida, acho que precisa comer um pouco — ele diz de forma cordial — Deixe que eu lhe sirvo.O
Apolo BeaumontManter uma namorada falsa se mostrou mais difícil do que eu imaginava. Não assumimos um relacionamento dentro da empresa, seria óbvio demais, entretanto, saiamos juntos diversas vezes e nos abraçávamos brevemente no elevador, só para que o segurança visse e o burburinho começasse.Precisava chegar aos ouvidos do meu pai e quando era esse tipo de fofoca, a noticia se espalhava rápido demais. Às vezes, eu me perguntava se estava em um escritório ou no colégio.—Arg! — Perola joga o celular em cima da mesa, com frustração — Odeio ser mulher!— Está menstruada?É uma pergunta sincera, não compreendo por que recebo um olhar mortal em resposta. Ela usa um vestido junto que para no meio de suas coxas, a maioria das roupas de trabalho são uma variação desse tipo e cada vez mais eu me pego admirando as curvas do seu corpo.Cruzo os braços e me recosto na poltrona, focando a atenção no rosto delicado. Preciso sair e pegar alguém com urgência.Para o plano funcionar, não pode ser
Apolo Beaumont Pegar o primeiro no bar? Eu estou sem transar há semanas e ela quer sair pegando qualquer um na balada? Passo a mão pelo rosto frustrado, Perola pode continuar virgem para o futuro marido, como deve ser seu sonho e ter uma pouco mais de malicia. — Não precisa de tanto — falo calmo — Sei que você conhece xvideos, mas já se tocou alguma vez? — Essa conversa está ficando estranha, Apolo — ela cruza os braços desconfiada. Solto o ar, exasperado. É só uma pergunta, não estou julgando nem nada. — Deixe de ser tão puritana e me responda. Ela começa a andar de um lado para o outro nervosa. — Mais ou menos. Até foi legal, mas não senti aquela coisa toda que as pessoas comentam, aquele êxtase — jogas as mãos para o ar — Os vídeos eram estranhos, muito depreciativos, alguns me deixaram realmente assustada. Não deveria caber tantos, você sabe o que, no mesmo você sabe onde. A ultima parte ela fala sussurrando e eu queria gargalhar com o horror que deve ter sido para ela ve
Apolo BeaumontNão consigo desviar do movimento de sua mão, minhas palavras não são da boca para fora, porra, eu quero tocar nela.— Apolo? — ela me encara.Engulo em seco e tento me concentrar no ensinamento.— Afaste as pernas — instruo e ela separa poucos centímetros — Afaste mais.Perola tenta, porém, o vestido não está ajudando.— A roupa não permite.Eu não deveria fazer isso, mas é melhor parar por aqui, já está indo longe demais.— Puxe um pouco para cima — falo, apesar do que o bom senso me diz.Perola levanta o vestido devagar e cada pedaço de sua pele que é revelada me deixa fascinado. Passo a língua pelos lábios, desejando saboreá-la. Meu olhar desliza pelo seu corpo, a respiração está acelerada, sei
Perola Campbell— Você é demais, garota! — Rafael fala me dando um abraço apertado. Ele está quase saltitante, as bochechas rosadas em um sorriso permanente — Claro, eu sabia que você conseguiria, é perfeita para o papel. Nunca errei antes em uma contratação, quando eu era o CEO das empresas Beaumont, selecionei cada funcionário a dedo. Realmente não perdi o jeito, continuo sendo maravilhoso nisso!E modesto! — Completo em pensamentos.Não há duvidas a quem Apolo puxou a modéstia. Sorrio e levanto o copo de suco em um brinde. Mas uma vez nos encontramos em uma lanchonete para tratarmos do projeto Um bebê a caminho.— Como o senhor soube antes mesmo que eu tivesse tempo de ligar para contar? — pergunto como quem não quer nada.Apolo me incumbiu de descobrir quem seriam os contatos da empresa que ainda são fontes de informações do pai dele.— Tenho olhos e ouvidos em toda parte — fala rindo e dá de ombros — Quero saber os detalhes, conte-me tudo e não me esconda nada.Cruzo as mãos em c
Perola Campbell Rafael optou por um jantar na sexta, não pretendia levar a Jade, mas ele me garantiu que seria um ambiente seguro, ninguém iria nos distratar por não pertencer a mesma classe social. Escolhi um dos conjuntos que o próprio me deu no dia em que compramos o vestido da festa. De fato, Rafael me deu mais sacolas do que escolhi, ele instruía a funcionária a colocar algumas roupas para eventos aleatórios. Assim que vi a quantidade de presentes, fiquei meio envergonhada, no entanto, considerei que era um uniforme para o “trabalho”. Escolhi um cropped vermelho de manga comprida feito de renda e uma saia cintura alta, curta e do mesmo material que deixa apenas uma faixa de barriga à mostra, além das pernas exportas. Sorrio para o meu reflexo no espelho, lembro dos momentos com Apolo, sair com ele para lugares chiques é bom. Apreciar comidas refinadas em um ambiente sofisticado ao invés de um pastel de feira embaixo do sol escaldante é divertido. Se bem que frequentar esse t
Perola Campbell — O que? — a pergunta me pega desprevenida. Acho que perdi um pouco da linha de raciocínio. Alex fica muito bem na camisa que está vestindo, que é um casual chique, com um corte moderno que demarca todos os seus músculos. — Me culparia se eu virasse o seu perseguidor? — repete a pergunta — Dizer que você está deslumbrante não é o suficiente para determinar como se parece hoje. Seja de roupas sociais para o trabalho, em um vestido de gala ou mais casual, você sempre é encantadora, senhorita Perola. — Esse é o papo de poeta que me alertaram? — Talvez — ele dá de ombros — Pode me culpar por tentar? Tive que dar aula de romance e as vezes me contamino com o tema. — Sei. Falando em romantismo, olho para Jade e Fernando por cima do seu ombro, eles tão em um sofá, entretidos em uma conversa. — O que você tanto olha? — ele percebe que eu encaro a