Emma titubeia demais, não me dá a resposta que quero ouvir. Não sei por que é tão difícil para ela. Para piorar, seu celular começa a tocar. Ela atende, começa a responder com monossílabos e a se afastar de mim. Seu corpo se afasta de mim. Termina desligando e se levantando.— Não vamos fazê-las esperar mais... ok?Emma pode tentar ir embora, mas agora sou eu quem segura sua mão, impedindo que vá.— Não sou sua inimiga. Pode confiar em mim — digo a ela.— O-obrigada... Entramos?Suspiro de frustração. Mas foi um avanço. Algo muito estranho havia entre esses dois. Se eu tinha suspeitas de que Emma estivesse apaixonada por Lorenzo, elas estão se enfraquecendo. Voltamos para onde as meninas estão.— Fico feliz que tenham voltado, porque o retorno de vocês confirma minha suspeita — fala coquete Ana Maria — Você tem um novo admirador que não para de olhar para você, nem de segui-la. Ali.O queixo de Ana Maria aponta para... surpresa, surpresa. É Jesus. Volto a olhar para minhas amigas, amba
Não costumo ser uma mulher ciumenta, porque se algo a experiência me deu foi a compreensão de que uma traição depende de quem a comete. Agora, neste contexto atual, meu ciúme surge das profundezas das minhas entranhas porque três coisas podem estar acontecendo:1. Lorenzo e Emma estão noivos por interesse. O namoro deles é falso, não têm relação física alguma.2. Lorenzo e Emma estão noivos por interesse. O namoro deles é falso, mas têm sexo por despeito e diversão.3. Lorenzo e Emma estão noivos por amor. O namoro deles é real, muito sexo que não a deixa dormir, e eu me tornei aquilo que tanto odiei: uma rouba-namorados.Em duas dessas opções eu fico como uma estúpida, e pelo clima deste brunch, nem preciso dizer. Emma está esperando uma resposta depois do último comentário que me fez, enquanto Ana Maria e Amber também estão me esperando, embora ligeiramente preocupadas.Pego um guardanapo, desdobro-o com paciência e controle. O controle é o que mantém unidas minhas feições. Limpo min
— De onde você conhece a Emma? — pergunto.Notei que Jesus responde diretamente o que pergunto, para ele não existem floreios ou pelo menos, não em sua personalidade como motorista. Mesmo assim, desta vez ele hesita, e percebo como suas mãos inquietas tateiam o volante.— De um dos meus trabalhos anteriores.— De algum dos trabalhos anexados no seu currículo? — investigo.Sua boca se contrai.— Antes deles.— Poderia ser mais específico? Não quero continuar te torturando com perguntas tão simples como estas...A ironia atinge Jesus, que se esforça para me responder.— Ela... tem relação com meus antigos empregadores. Nos conhecemos lá.Eles se conheceram no trabalho que lhe custou a sabotagem por aqueles anos. Interessante.— O que ela disse no restaurante? Parecia alterada — pergunto novamente.— Queria saber desde quando estou trabalhando para a senhora, e como consegui o emprego.— Você disse a verdade? — questiono, me recostando na janela.— Pedi que me deixasse sozinho. Não quero
Narrado por Lorenzo LewisAo me comprometer com Emma e manter a distância que sempre deveria ter mantido com Sara, não esperava por isso. De todas as probabilidades que calculei, nunca o que aconteceu foi uma delas. Tentei justificar o que aconteceu naquele armário pela escuridão, pelo desejo proibido, pelo álcool. Também tentei agir com ela como se nada tivesse acontecido, mas isso também não funcionou.Acabamos brigando debaixo de chuva depois de eu dizer mais algumas mentiras para afastá-la de mim, e mesmo assim nos beijamos. Ou melhor, eu não consegui me conter e a beijei. Depois de tanta abstinência que pratiquei da minha droga favorita, lá estava eu voltando a reincidir, mas pior, muito pior.Esse foi o primeiro beijo que dei em Sara. A realidade superou a fantasia. Seus lábios eram mais macios do que eu tinha sonhado, senti eletricidade percorrendo cada parte do meu corpo, foi indescritível e aterrorizante.Extremamente aterrorizante.Tão aterrorizante que fiquei sem palavras, e
Meus pés batem no chão com constância e meu coração bate com uma força sobrenatural. Eu finalmente consegui, uma promoção no meu trabalho, e o primeiro que tinha que saber disso era Andrew, meu noivo. Caminho pelo corredor tão emocionada e agarrada à minha pasta que agradeço por ninguém estar neste corredor. Vão pensar que estou louca ou que não sei me controlar pelo sorriso enorme que tenho no rosto. Mas quem poderia me culpar.Minha vida estava se transformando no que sempre deveria ter sido. Uma vida feliz e abençoada. Eu me casaria em alguns meses com o amor da minha vida, e finalmente deixaria de servir café na empresa. As lágrimas, humilhações e solidão acabariam. Eu, Marianne Belmonte, deixaria de ser o saco de pancadas da minha família, seria a esposa de um promissor empresário. Finalmente, todos me respeitariam e aceitariam.—Querido? Tenho boas notícias... — digo abrindo a porta do apartamento do meu futuro marido.As luzes da sala estão apagadas e há uma melodia suave de Jaz
Na manhã de ontem, acordei com o homem que amava conversando sobre como estávamos animados com o casamento dos nossos sonhos. Na manhã de hoje, acordei em um quarto de hotel barato com os olhos inchados de tanto chorar. Não haveria casamento, não haveria um final feliz para mim, não teria a família com a qual sonhei. Fiquei praticamente sem nada. Sem um teto, e quem sabe se Andrew teria a decência de me devolver minhas roupas. A única coisa que me restava era meu trabalho. Um ao qual voltei a me trancar em meu cubículo para mergulhar no meu mundo, os números. Trabalho para a Belmonte Raízes, uma imobiliária de bom tamanho dedicada ao que todas as imobiliárias fazem: comprar e vender imóveis. E eu, que tinha quase três anos de formada em administração de empresas, trabalhava nela desde então. O fato de compartilhar o mesmo sobrenome no nome da empresa não é coincidência. Seu dono é meu pai, Belmonte Raízes é uma empresa familiar. Uma na qual conquistei meu posto por mais que meus col
Tenho uma lista interminável de humilhações provocadas pela minha família em minha memória. A vez em que vim a esta casa me ajoelhar diante do meu pai para que me desse dinheiro para o tratamento da minha mãe. A vez em que Amanda e sua mãe me deram uma caixa com roupas usadas e rasgadas, porque eu "precisava me vestir melhor".Mas me pedir para ajudar a organizar o casamento do meu ex-parceiro com sua amante grávida, que é minha meia-irmã, essa devia ser uma das mais sádicas da lista.—Não ajudarei Amanda a organizar seu casamento com Andrew. Por que eu faria tal coisa? — digo lentamente como se estivesse dando tempo ao meu pai para confessar que isso é uma piada de mau gosto.Sergio me olha com desaprovação, Amanda o faz com um sorriso que tenta esconder enquanto come sua salada de frutas.—É decepcionante que você não decida ser uma pessoa melhor neste assunto. Se não for, me verei obrigado a reconsiderar seu contrato em nossa empresa. Ouvi dizer que você conseguiu assinar para ser u
Estou em uma nuvem de prazer da qual não quero descer. Os beijos vão e vêm, assim como as carícias em minhas pernas nuas. Me contorço entre os lençóis brancos e desfruto do calor do homem sobre mim. Não quero que isso nunca acabe.—Você é linda, Marianne — sussurra ele em meu ouvido.—Você também é lindo — sussurro eu, soando tão ousada como nunca havia sido.Mordo seu lábio com delícia e isso o anima a ir mais rápido. A forma como está entrando e saindo do meu corpo me faz soltar muitos gemidos lastimosos que nem sabia que podia fazer.—Se for demais para você, me diga... — soa contido.Demais para mim? Que coisas ele dizia? O pequeno incômodo ou a pontada de dor que senti no início? Isso não é nada comparado ao prazer que me domina. O sexo era a melhor coisa do mundo, nem sei do que eu tinha tanto medo.—Se for pouco para mim também devo te dizer? — digo acariciando seu rosto — Vá mais rápido.E mais, e mais rápido ele foi......Acordo rindo. Sim, rindo e com uma terrível dor de cab