Ele era um descarado. No entanto, eu devia aceitar que tinha me casado com um descarado e trabalhar com isso. Tudo nos casamentos era sobre mediações, não é?—Não vejo por que não podemos fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Durante os dias, aproveitar as belezas do Sri Lanka e durante as noites... fazer o que você quer — ofereço.Com isso, Luciano se interessa.—Você não vai usar como desculpa que está muito cansada à noite? Este não é um lugar para vir e relaxar. E desculpe, mas não quero montar em elefantes, quero estar com minha esposa.Fecho os olhos pelo fato de Luciano soltar semelhantes pérolas sem filtro algum. É como se me dissesse qualquer coisa que lhe viesse à cabeça. Não sei se isso é bom ou ruim a esta altura.—Tenho energia de sobra. Posso com ambas as coisas — presumo.—Você pode mesmo? — aproxima-se perigosamente do meu rosto.—Obviamente que posso — afirmo sem recuar.—Prove agora — exige Luciano, colocando-me em seu colo de um puxão.Solto um grito de surpresa diant
Escolhi que sim, porque queria aproveitar aquelas vistas fantásticas que valeram a pena. Esses três dias passaram voando. E hoje, em algumas horas, era tempo de nos despedirmos e pegar um avião para as Maldivas.Ou isso é o que estava planejado, digo, se Luciano parar de se dedicar tanto a mim nesta cama.—Se perdermos o... voo — gemo acalorada e suando muito — será por sua culpa.Meu marido, que tem minhas pernas por cima de seus ombros, inclina-se mais em direção à minha boca, fazendo com que esteja muito mais profundo em mim. Ambos estamos banhados em suor nesta cama de hotel. Os raios da manhã entram pelas janelas.—Não vejo você muito preocupada com voos perdidos. Parece que está aproveitando. Quer que eu pare? — fala em pleno movimento.—Não pare! Continue! — imploro com meus seios balançando para cima e para baixo.—Você é tão sexy... me deixa louco — grunhe acelerando sua velocidade e me tocando em meu ponto sensível com seus dedos.O resultado é evidente, tenho um orgasmo muit
Nossa aguardada chegada ao paraíso na terra sentiu-se mais como a chegada à nossa primeira briga como casados. Surpreendente? Para ninguém, nem eu mesma devia me surpreender que nossa disputa alcançasse este nível. Nosso casamento era facilmente uma receita perfeita para o desastre, e assim provou ser.Durante todo o voo para Malé, o processo de descarregar as malas, tramitar o visto, ir ao porto e pegar o barco para o resort sobre o mar, nem uma palavra Luciano e eu trocamos. Cada vez que ele olhava para mim, eu virava o rosto de mau humor.Não queria vê-lo nem em pintura, nem mesmo as águas turquesas que pareciam ter saído de uma imagem editada estavam ao seu favor. Finalmente, ao pisar na vila que seria nossa, posso me distrair muito mais com a sensação de fantasia que nos proporciona.O terraço privado com uma vista capaz de deixar qualquer um sem fôlego, depois o chuveiro com efeito chuva ao ar livre, a piscina privada, seguido das comodidades próprias de uma hospedagem de luxo co
—Boas notícias, minha menstruação desceu. Meu plano de te prender com um bebê indesejado nem por você, nem por mim, não deu resultados. Que trágico, não é? — queimo em sarcasmo.Ouço um som de frustração da parte do meu marido.—Não coloque essa roupa de dormir. Reservei um jantar para nós dois em um restaurante do resort — afirma levantando-se.—Você pode ir jantar sem mim. Não tenho vontade de sair, quero dormir.—Você pode dormir depois do jantar. Não custa nada.—Sim, custa. Custa muito — insisto.—Mais que a reserva que fiz para jantar naquele restaurante embaixo d'água? Só nós dois sozinhos? Não acredito. Isso não é possível.Minhas mãos param no momento. Esse restaurante de que ele fala era uma das coisas que eu mais queria fazer ao chegar a este hotel. Além disso, ele disse que estaríamos só nós dois. Portanto, decido aceitar tal convite. Unicamente para comprovar se era tão bom quanto diziam as resenhas.—Irei... para não perder a reserva. Nada mais.......As resenhas não men
Meu estado atual é: com o coração partido, não o estômago vazio. Terminei sozinha o jantar de muitos pratos no restaurante embaixo do mar e estou prolongando meu caminho até meu quarto de hotel. Como eu poderia esperar, Luciano não voltou; depois de me tirar do conforto da minha cama para comer, me deixou jantando sozinha naquele lugar.Ele era tudo o que nunca quis em um homem, no entanto, veja-me aqui. Abrindo a porta da suíte para verificar em que situação ele está desta vez. Ao abrir, estranho que as luzes estejam apagadas e haja música ambiente suave.—Luciano? Você voltou? — pergunto ao vazio.Então escuto, risadas masculinas à distância. Ao mesmo tempo, olho para o chão e me deparo com uma camisa branca masculina, mais adiante vejo uma calça e mais além, em uma das mesas, uma garrafa de vinho caída, vazia.As risadas masculinas soam novamente de fora, da área da piscina privativa. Minha mente vai para um lugar doloroso, para aquela cena que vivi com Andrew e Amanda. Encontrar me
—Que par formamos, não? Dois alcoólatras não diagnosticados?Para minha pergunta não escuto uma resposta concreta, apenas mais roncos. Não podia ficar a noite toda com o peso de Luciano sobre mim, então, tomo as forças necessárias para retirá-lo de cima de mim. Não é uma ação simples, é difícil, mas depois de muito esforço consigo fazê-lo.Tento me levantar da cama, no entanto, não consigo isso. Luciano me puxa pela mão e me prende entre seus braços. Estou de costas para ele e com meus próprios braços presos dentro de seu abraço.—Não me deixe sozinho — diz ele esfregando seu nariz na parte de trás da minha cabeça.Suspiro. Não me resta mais que suspirar, porque desta vez Luciano está me segurando forte. Não vou conseguir sair daqui sem travar uma grande batalha. E a verdade é que estou cansada dessas batalhas esta noite.—Eu não te deixei sozinho naquele jantar, você foi quem saiu... — lembro a ele.—Você cheira tão bem... Sempre cheira tão bem... — balbucia Luciano. Reviro os olhos.
A confiança é a base de qualquer casamento, mas ninguém poderia me culpar por pensar que Luciano estava escondendo mais coisas. O que era uma loucura porque o fato de ele ser filho da minha madrasta, e de termos nos casado, já é um disparate do qual estou ciente.Do que não estou ciente é do que ele continua escondendo. Por isso, veja-me aqui com seu celular desbloqueado à minha disposição pela primeira vez desde que nos conhecemos. Meus polegares se movem no ar enquanto seguro o telefone sem saber onde procurar.—As mensagens, vamos pelas mensagens primeiro — digo a mim mesma buscando em seu celular.Entro na seção de mensagens de texto, passo por várias conversas sem que nenhum nome em particular chame minha atenção. Entro em quatro conversas com nomes de mulheres e três com nomes de homens, mas as conversas tratam sobre trabalho ou serviços triviais.Tento em outro aplicativo de mensagens com o mesmo resultado. Depois vou para a lista de chamadas recentes, nenhum nome me parece estr
"Quem deveria ter vergonha é ele. Arrisquei tudo para fugirmos juntos. Dei a ele o que me pediu. E acabou me abandonando. Mas ele voltará para mim, quando se cansar de você."Isso começa a me parecer estranho, muito estranho. A que ela se referia com esse negócio de ter dado algo a Luciano? Além do quão iludida era essa mulher, dava para escrever um livro de psicologia sobre apegos doentios."Enquanto espera. Poderia parar de escrever para um HOMEM CASADO?"Recebo desta vez uma mensagem longa e super rápida. Consegui irritá-la."Você é uma fachada. Uma farsa. Uma boneca bonita e jovem. Vocês não são esposos de verdade, sei que não são. A única mulher que ele realmente amou sou eu."Meu olho treme diante do triplo descaramento dessa mulher. Estou a um passo de insultá-la. Embora decida ser mais esquiva, ir por um caminho alternativo à ofensa direta."Se você é, por que tem que escrever a ele de uma conta anônima às escondidas enquanto estou em lua de mel com ele?"Boom. Envio o que envi