Capítulo 26

Felipa

O desgraçado teve a ousadia de ameaçar fechar a empresa e deixar todos desempregados se eu não fizesse o que mandava. Pude ver em seus olhos que não era blefe.

Por isso estou aqui, encarando a mensagem que me mandou.

Só volto a realidade quando uma ligação cai. Só assim percebo que ainda estou andando por uma rua qualquer.

É quase nove da manhã.

— Tia? — atendo. — Acon... — antes de completar, ouço seu choro. — Tia?

— O que vou fazer, Lipa? O que vai ser de mim? — ela chora muito.

— O que aconteceu?

O barulho de uma ambulância me assusta.

Ela não fala nada, apenas chora.

— Onde você está?

— Estamos indo ao hospital.

Hospital? Meu coração está batendo rápido e desesperado.

Mal noto o momento em que pergunto o número do hospital e aceno para um táxi.

Chego ao hospital e nem preciso perguntar por ela. Vejo minha tia na sala de espera conversando com um médico. Ando o mais rápido possível, meu coração doendo ao ver ela desabar de joelhos diante do homem.

— Tia? — chamo.

Ela me olha
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