Mason Blake
Ter Elena por perto era intrigante. Eu tentava entender por quê. Por que meu pai colocou esse acordo estúpido?
Por que eu precisaria me casar com ela? Na minha mente, era só ter um filho, já que isso era importante para ele.
Nada disso entrava na minha cabeça, eu precisava de respostas. Eu não podia ficar perto dessa garota.
Abri a porta da casa do ancião. Ele era um dos lobos mais antigos da região, e um bom conselheiro. Garravermelha, como era chamado, tinha uma sabedoria que os mais jovens nem conseguiam entender.
"Alfa." Ele se curvou com respeito. "É um prazer tê-lo aqui, meu jovem Mason."
"Vim em busca de respostas." Falei de forma direta, sem rodeios. "Por que meu pai me forçou a esse acordo? Por que eu preciso me casar com uma Evans e gerar um filho? O que isso significa?"
Ele me olhou com aqueles olhos amarelos penetrantes, e por um momento parecia que ele estava ponderando o que dizer. Finalmente, ele falou, sua voz grave e cheia de significado: "Eu sei o que você procura, Mason, mas há coisas que não posso dizer. Nem tudo deve ser revelado. Algumas verdades são perigosas demais."
Isso me fez perder a paciência. "Então, por que me fez vir aqui? Se não pode me ajudar, por que está me fazendo perder meu tempo?"
Ele permaneceu em silêncio por um momento, e eu senti uma onda de frustração crescente. O maldito lobo velho não parecia intimidado pela minha ira, mas também não estava disposto a me dar as respostas que eu precisava.
"Nem todas as respostas são para agora, Alfa," ele disse, com um tom calmo, mas firme.
Minha raiva explodiu. "RESPOSTAS, AGORA. Ou irei embora e farei as minhas próprias descobertas!"
Garravermelha levantou-se lentamente, e sua presença tornou-se ainda mais imponente. "Cuidado com o que deseja, jovem Alfa. Algumas coisas são melhores quando não são reveladas."
O puxei pelo colarinho da camisa, senti meu sangue ferver. E a única resposta que recebi me deixou ainda mais irritado.
"Sou fiel a seu pai. Ele foi o meu Alfa, e será até a morte."
O segurei com força, levantando-o do chão. O olhar que ele me lançou era impassível, mas a tensão entre nós dois se tornava cada vez mais palpável. Eu o mantive suspenso por alguns segundos, até que a frustração tomou conta de mim e o soltei abruptamente.
"Só não te mato, em consideração ao mesmo", murmurei, com os dentes cerrados, antes de me afastar em um impulso de raiva.
Sai da casa do ancião enfurecido. Minhas mãos se fechavam com força nos bolsos, procurando as chaves da minha moto. Eu gostava de carros, mas ser um motoqueiro tinha suas vantagens. Rapidez, agilidade, e a liberdade de driblar o trânsito. Era perfeito. A sensação de controle que a moto me dava, a adrenalina que percorria minhas veias, tudo isso me ajudava a afastar a raiva.
Mas, assim que subi na moto, um cheiro familiar invadiu minhas narinas, e, num instante, minha mente ficou alerta. Era o cheiro dela.
Elena.
Minha mandíbula se apertou. Eu havia emprestado a moto a Gabriel essa semana, já que a dele estava quebrada, e ele a havia usado para dar carona àquela humana. Só de pensar naquilo, uma onda de frustração tomou conta de mim.
Coloquei o capacete com uma raiva crescente e acelerei em direção ao meu escritório, que ficava na casa. A propriedade dos Blake era gigantesca, com mais de dez quartos, um jardim majestoso e uma garagem tão grande que parecia um estacionamento. Meu pai sempre gostou de ostentar, e eu não ia renunciar a tudo aquilo devido a uma exigência dele. Eu me casaria com ela, faria o que fosse necessário – engravidaria aquela garota e depois viveria minha vida como sempre quis: livre, sem amarras, cercado de luxo e com lobas à minha disposição.
Estacionei na garagem de casa, ainda com a mente cheia de pensamentos pesados. O cheiro de Elena ainda estava no ar. Ele parecia ter se impregnado na moto, se infiltrando nos meus sentidos. A parada abrupta da moto me fez lembrar do momento em que nossos olhares se encontraram no hotel, quando aqueles papéis caíram no chão. E aquilo foi o suficiente para me deixar... completamente duro.
Que merda era isso?
Respirei fundo, tentando afastar a sensação desconcertante. Meus pensamentos estavam uma bagunça, mas uma coisa estava clara: eu precisava me livrar do cheiro dela, pelo menos enquanto estivesse por aqui, sozinho.
Chamei um dos empregados, tentando manter a compostura.
"Peça para que a moto seja completamente lavada", ordenei, com um tom que não admitia discussões. "Agora."
Eu precisava remover qualquer vestígio dela. Essa merda não podia continuar. Eu tinha controle sobre tudo, e não ia deixar que um cheiro de mulher fosse capaz de bagunçar minha mente dessa forma.
Meu beta entrou na minha sala com uma cara de poucos amigos."O que aconteceu?"perguntei."
"Uma loba da matilha, está afirmando que vou ser pai." ele passou a mão entre os cabelos."
"Isso que dá sair fodendo qualquer uma sem se proteger, babaca." ri."
"Eu nunca transei com ela, Alfa. Ela é louca."
"Vou mandar alguém resolver isso."
Ele me observou com dúvida." Por que não me chamou? Normalmente vamos aos jantares de negócios juntos."
"Você saberá. Se tudo correr bem."
O relógio marcava a hora e eu estava prestes a sair. Olhei para o espelho do meu quarto, ajustando a gravata com precisão.
Era mais do que um simples encontro, era o primeiro passo para consolidar o que meu pai exigiu – o casamento com uma Evans. Não que eu gostasse da ideia, mas estava determinado a fazer o que fosse necessário para que isso acontecesse da maneira que eu desejava.
A verdade é que aquele jantar era uma fachada. Um leilão de peças caras. Mas eu sabia que Elena não entenderia isso, não de imediato. Convencê-la de que tudo aquilo era parte de um jantar de negócios, um simples evento onde ela poderia observar a elite em ação, era fácil. Ela era uma menina ingênua, ainda não entendia o jogo. E eu estava disposto a usar isso a meu favor.
O terno preto que vesti era de um corte impecável, feito sob medida para mim. Quando se é Alfa, tudo deve refletir sua posição. Não poderia ser visto como fraco ou, pior, desleixado. O espelho me refletia de forma fria, calculista.
Respirei fundo. Era agora ou nunca. Esse jantar significaria o início de tudo. Eu tinha que forçar ela a aceitar aquele casamento, ou, pelo menos, aceitar a ideia. Eu não tinha tempo a perder com incertezas.
Sai do quarto, indo em direção ao carro. Uma parte de mim estava irritada por precisar seguir esse jogo, mas outra sabia que o que estava em jogo era muito maior do que minha raiva ou resistência. Eu precisava daquilo. Precisava dela. O futuro do meu dinheiro dependia disso.
Elena Evans Eu estava nervosa. Abri a porta com um barulho, mas não havia ninguém, mas pude notar, uma carta no chão. Era um vestido, que tinha chegado na caixa de correios, parecia ter sido feito sob medida para mim, como se soubesse exatamente o que eu queria ou o que eu precisava. Mas como isso era possível? Eu mal tinha começado a trabalhar como secretária de Mason Blake, e agora me via envolvida em algo que não conseguia entender.Fiquei parada diante do espelho, tentando processar o convite. Um jantar com Mason? Aquilo não fazia sentido. Não havia explicação lógica para aquele convite. Ele era meu chefe, e eu mal o conhecia. Cada pensamento que surgia só fazia o aperto no meu peito piorar.O que ele queria comigo? E aquela mensagem… Tudo parecia piorar.Mas eu não podia recusar. Não podia ser indelicada. Não com um convite dele, de Mason Blake. O homem misterioso e, de certa forma,enigmatico. E eu mal sabia por onde começar a entender aquele homem, ou o que ele queria de mim.F
Elena Evans.Observei aquela mulher sem entender o que estava acontecendo. Como eu podia estar sendo acusada? Isso era loucura."Eu não roubei nada!" declarei firme, encarando a mulher loira de meia-idade, que exalava arrogância com sua roupa luxuosa. "Eu vi você pegando a joia, mocinha!" ela acusou, com o dedo praticamente enfiado no meu rosto. Desgraçada.Meu estômago revirou. Era como se o chão estivesse se desfazendo sob os meus pés. Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, Mason apareceu ao meu lado, colocando-se entre mim e a mulher. "Isso é um engano, senhora. Elena é minha secretária, e não faria algo assim," disse ele, sua voz firme, mas com um tom quase despreocupado, como se tentasse abafar a situação. "Oh, então você é o advogado dela agora?" a mulher retrucou, cruzando os braços. "Pois bem, se é um engano, então ela não se importaria que verificassem seus pertences." Olhei para Mason, confusa. Seus olhos encontraram os meus por um segundo, e ele parecia...
Olhei para Mason sem acreditar no que eu estava ouvindo. A reação foi ficar parada, enquanto o encarava por trás daquelas grades. "Você realmente não tem limites, tem?" murmurei, olhando diretamente para Mason, a raiva queimando em cada palavra."Estou te oferecendo uma solução,querida," ele respondeu, calmo, como se não estivesse manipulando toda a situação."Uma solução? Você armou isso tudo, Mason! É isso ou estou louca? Porque, sinceramente, o que mais explicaria aquela joia estar no meu casaco?!"Ele suspirou, cruzando os braços. "Já disse, não importa como chegamos aqui. O que importa é como vamos resolver.""Resolver? Casando comigo? Você quer me transformar em uma peça do seu jogo sujo!" cuspi, minha voz subindo. "Eu preferia apodrecer na cadeia a aceitar algo assim."Os olhos de Mason se estreitaram, mas ele manteve a calma. "Seja racional. Se você for condenada, sua vida acaba. Isso não é um jogo, Elena. Estou te dando uma chance de escapar disso.""Escapar? Você quer que e
Elena Evans Fui levada até uma pequena sala com um telefone. Minhas mãos tremiam tanto que levei alguns segundos para conseguir segurar o aparelho e discar. Meu coração batia acelerado. Eu não sabia se aquilo era o certo a se fazer. Eu só sabia que ele era a única pessoa para quem eu podia ligar. Quando Mason atendeu, sua voz era calma, quase como se estivesse esperando por isso. "Evans, sabia que iria ligar." Fechei os olhos, sentindo o peso da humilhação me esmagar. Eu o odiava, completamente. "Eu... aceito. Aceito o seu acordo," sussurrei, minha voz carregada de dor. Houve um momento de silêncio do outro lado, e eu imaginei o sorriso triunfante que ele provavelmente tinha no rosto. "Boa escolha," ele respondeu, frio e controlado. Lágrimas silenciosas escorreram pelo meu rosto enquanto eu desligava. Eu havia vendido minha alma para o diabo e tinha plena consciência disto. De volta à cela, a porta se fechou com um estrondo, e eu senti como se o peso do mundo estives
Mason Blake"O que você quer em troca?" perguntei, minha voz firme enquanto observava a matriarca dos Rousseau, sentada à minha frente com aquele sorriso insuportável de satisfação."Eu fiz como você pediu, Mason. Acusei a garota de roubar o colar. Agora quero que você dê à minha família livre acesso para trabalharmos em suas terras," disse ela, sem rodeios."Somente as terras do Sul da cidade. E nada mais," respondi, mantendo o olhar fixo nela."Aceito." Ela sorriu, triunfante. "Mas me diga, por que fez isso com a garota, hein? Sabia da sua fama de pessoa má, mas não sabia que era tanto.""Isso não é da sua conta, senhora Rousseau," rebati, seco. "Tínhamos um acordo. Ele foi cumprido. Isso é o suficiente."Ela ergueu uma sobrancelha, como se quisesse me provocar, mas, felizmente, não insistiu. Apenas me lançou um último olhar inquisitivo antes de se levantar e sair do meu escritório.Acendi um charuto assim que a porta se fechou. Recostei-me na cadeira, colocando os pés sobre a mesa,
Elena Evans Mason Blake estava parado à minha frente, com uma pasta em mãos que parecia pesar uma tonelada, cheia de intenções sombrias. O sorriso de satisfação que ele ostentava me enojava, mas eu sabia que não podia fraquejar. Não agora.Eu respirei fundo, tentando silenciar o turbilhão de pensamentos que corria pela minha mente, e abri a maldita pasta. O papel dentro dela parecia gritar, cada linha carregada de implicações que condenariam minha liberdade."Dois anos," murmurei, lendo a primeira cláusula. "Precisamos ficar casados por dois anos no máximo, e eu não posso contar a ninguém sobre esse acordo."Mason cruzou os braços, o olhar fixo em mim como um predador observando sua presa."Isso é só o básico, Elena. Continue lendo," ele disse, a voz fria e controlada.Com mãos trêmulas, virei a página e me deparei com detalhes ainda mais específicos. "Manter as aparências como um casal feliz… " li em voz alta, sentindo a bile subir na garganta."Eu não sou uma atriz, Mason. Isso é r
Elena Evans O som do motor do carro de Mason rugia suavemente enquanto eu olhava pela janela, tentando ignorar a presença opressiva dele ao meu lado. Desde que ele me resgatou, ou sequestrou, ainda não tinha certeza de qual termo era mais apropriado, meu coração não havia parado de martelar contra o peito. Era uma sensação confusa, como se eu estivesse à beira de um precipício: o medo de cair se misturava a uma absurda confiança de que ele me seguraria se eu tropeçasse. Como alguém tão assustador podia me fazer sentir segura? Essa dualidade me irritava mais do que qualquer outra coisa. Tento não olhar para seu rosto, mas evitar contato visual era quase impossível."Você vai me levar para casa agora, certo?" perguntei, quebrando o silêncio tenso que preenchia o espaço entre nós.Mason não respondeu imediatamente. Seus olhos estavam fixos na estrada à frente, mas percebi um pequeno sorriso no canto de seus lábios. Era um sorriso sutil, enigmático, que parecia carregar algo além de si
Elena EvansEu tentava a todo custo fechar meus olhos. Dormir parecia impossível estando ali naquela casa. Pensava em meus pais e em como a presença deles me fazia falta, era completamente inevitável não me debulhar em lágrimas.Nunca fui uma pessoa difícil de lidar, mas a todo momento, meus pais agiam como se eu fosse. Cochichavam pelos cantos, mantinham aparentes segredos, como se não pudessem confiar em sua própria filha. E agora, em um maldito acidente, eles me deixaram… Sozinha.Pelo que eu sabia, não tinham parentes. Minha mãe sempre dizia que sua família inteira faleceu em um incêndio, e meu pai… nunca foi muito de falar. Eu não sabia que segredos o sobrenome Evans herdado pela minha mãe carregava.Após me virar diversas e diversas vezes naquela cama que era confortável, confesso, eu levantei. Olhei no relógio pendurado na parede do quarto,eram duas da madrugada. Eu precisava beber água, mas estava com medo. Medo de Mason, medo desse contrato,e de tudo que essa situação repre