Elena Evans
O dia amanheceu nublado, e o céu parecia refletir minha ansiedade. Era meu primeiro dia no trabalho, e o peso das expectativas parecia tão real quanto o frio que eu sentia ao sair de casa. Novamente, Gabriel me ajudou a chegar ao hotel, mas, ao me despedir dele, eu sabia que enfrentaria um dia difícil.
O *The Raven’s Roost Hotel* era imponente, uma construção de elegância que parecia abraçar um ar de mistério. Ao entrar, fui recebida por uma recepcionista que me conduziu até o escritório de Mason Blake, onde começaria meu dia de trabalho.
Fui seguindo o caminho que a mulher me mostrou ontem, e ao pegar o elevador, encarei meu reflexo no espelho.
Tantas coisas se passavam em minha mente... Há um ano, minha vida era outra. Estava entrando na universidade, tinha um namorado que me amava, uma vida estável e maravilhosa, e tinha meus pais. Agora, eu só tinha a mim mesma.
Me recompus, enxugando as lágrimas que insistiram em cair, e abri a porta do escritório. Dei de cara com Mason, que estava lá, aparentemente digitando em seu notebook.
Ele lançou aquele olhar incisivo que parecia saber de cada pensamento que passava pela minha mente.
"Bom dia," disse ele com um tom que não era exatamente amigável. "Você está pronta para começar? Tem muito serviço."
Eu respirei fundo e assenti. "Sim, senhor."
Ele me entregou uma pilha de documentos e me orientou sobre minhas tarefas. Eu estava tentando me concentrar em não cometer erros, enquanto o olhar de Mason parecia acompanhar cada movimento meu. Era um sentimento estranho, como se cada gesto meu estivesse sendo avaliado e julgado, mas eu apenas fiquei quieta fazendo o que foi pedido.
A sensação de insegurança crescia em mim. Eu não conseguia parar de pensar na mensagem anônima que recebi na noite anterior. As palavras ficaram ecoando em minha mente, fazendo meu estômago se revirar. A ideia de alguém estar vigiando meus passos me aterrorizava, e por que alguém me avisaria sobre meu novo chefe? Nada fazia sentido.
Me assustei quando Mason virou-se abruptamente, os pensamentos sobre a mensagem desapareceram por um momento.
“Venha aqui.” A voz de Mason cortou o silêncio, abrupta e dominadora.
Levantei-me da minha cadeira, tentando esconder a ansiedade que me corroía. Caminhei até ele, que estava em pé ao lado de sua mesa, olhando um relatório com uma expressão que variava entre frustração e concentração.
“Sim, senhor?”
“Preciso que verifique esses documentos e faça uma lista das prioridades para hoje. E, por favor, não me faça esperar.” Ele entregou-me um arquivo grosso com um gesto impaciente.
“Claro.” Peguei o arquivo e, ao me virar para voltar à mesa, uma das pernas da cadeira em que estava encostada se soltou. O equilíbrio instável fez com que eu tropeçasse e, para evitar a queda, acabei esbarrando na mesa de Mason e iria dar de cara no chão, quando suas mãos rapidamente ágeis me seguraram e eu caí em seu colo.
Meu rosto corou imediatamente. Mas que vergonha. Merda! Merda!
Os documentos se espalharam pelo chão, e eu senti uma onda de vergonha. Mason, surpreso, se aproximou rapidamente para recolher os papéis, sua expressão agora uma mistura de irritação e algo mais difícil de identificar.
Enquanto tentávamos recolher os documentos, nossas mãos se tocaram várias vezes, e eu não pude deixar de notar a intensidade de seu olhar. Os olhos azuis-turquesa de Mason estavam fixos em mim, uma faísca de algo que eu não conseguia descrever.
O contato físico e a proximidade criaram uma tensão palpável entre nós, e eu pude sentir o calor de seu corpo perto do meu. Ele era quente, muito quente, e seus olhos pareciam brilhar.
Não conseguíamos parar de nos olhar.
“Desculpe, senhor. Eu realmente não quis…” tentei começar, mas fui interrompida pela intensidade com que ele olhava para mim.
“Não se preocupe com isso.” A voz dele estava baixa, quase um murmúrio. “Só cuide melhor da próxima vez.”
Olhei para ele, tentando decifrar o que estava se passando na mente daquele homem que parecia ter tudo sob controle. E por um momento, o tempo pareceu parar enquanto permanecíamos ali, próximos demais.
Finalmente, Mason se afastou, recuperando a compostura. “Vamos Evans, termine o que precisa fazer e entregue a lista assim que possível. Não quero mais incidentes hoje se não você não vai passar do período de experiência.”
“Sim, senhor.” Respondi, com um esforço para manter a voz firme e controlada.
Depois que ele saiu da sala, sentei-me de volta à minha mesa e comecei a revisar os documentos. Para minha surpresa, o salário proposto era bem maior do que o de uma secretária comum. O que estava acontecendo? Por que ele estava oferecendo algo tão generoso? Estava claro que Mason Blake não era alguém que se preocupava com caridade ou generosidade, e eu não conseguia entender suas motivações.
Enquanto tentava processar essa informação, uma nova presença entrou na sala. Uma mulher linda, com cabelos negros como a noite e olhos azuis brilhantes, entrou com um sorriso radiante no rosto. Ela correu para abraçar Mason, e imediatamente, a expressão dele mudou. A rigidez e o desdém que costumavam marcar seu comportamento deram lugar a uma gentileza e calor que eu nunca tinha visto antes nele.
A visão da cena me causou um choque inesperado. Por algum motivo, senti um aperto, algo que eu não conseguia explicar, considerando o quanto eu o odiava. Mason, normalmente tão imperturbável, estava agora visivelmente descontraído perto daquela mulher.
O que era isso? Por que eu estava sentindo isso? Eu o conhecia há pouco tempo e já odiava esse homem com todo o meu coração, mas ao vê-lo com ela, algo dentro de mim se contorceu de uma forma que eu não compreendia.
Enquanto observava, a mulher se afastou, e Mason fez uma apresentação informal. “Madeleine, esta é Elena Evans, minha nova secretária.”
Madeleine me cumprimentou com um sorriso acolhedor. “É um prazer conhecê-la. Estou ansiosa para ver quanto tempo você vai aguentar meu irmão."
Então ela era irmã dele.
“O mesmo vale para mim, senhora.” respondi, tentando manter a compostura, mesmo que meu coração estivesse disparado com a confusão de emoções.
"Me chame somente de Mad."
Após a breve introdução, Madeleine se despediu de Mason e saiu da sala.
Eu terminei meu trabalho com uma sensação de inquietação, ansiosa para sair do escritório e dar um tempo para processar tudo o que havia acontecido. A interação com Mason e a visita de sua irmã tinham criado uma mistura de emoções e dúvidas que eu precisava entender.
Por que eu me sentia atraída por um babaca?
Com a lista pronta, entregue a Mason, e com a promessa de um salário generoso, eu estava na esperança de que o emprego poderia me proporcionar uma nova chance de vida. Mas sabia que minha vida aqui nesta cidade estava apenas começando.
Ao chegar em casa, retirei o salto que com certeza deixaria calos em meu pé mais tarde e me joguei no sofá, quando meu celular apitou, e o nome evidenciado na tela fez meu coração acelerar.
"Tenho um jantar de negócios amanhã, e você, como minha secretária, irá comigo. Sua roupa chegará até você, e iremos conversar sobre algo importante. Seja pontual."
M.BUm jantar? COM ELE? Eu olhei para a tela do celular, sentindo uma onda de desconforto. A mensagem do número desconhecido veio à minha mente imediatamente. O que estava acontecendo? Aquele jantar parecia ser apenas mais um enigma na minha vida já cheia de mistérios.
Mason Blake Ter Elena por perto era intrigante. Eu tentava entender por quê. Por que meu pai colocou esse acordo estúpido? Por que eu precisaria me casar com ela? Na minha mente, era só ter um filho, já que isso era importante para ele.Nada disso entrava na minha cabeça, eu precisava de respostas. Eu não podia ficar perto dessa garota.Abri a porta da casa do ancião. Ele era um dos lobos mais antigos da região, e um bom conselheiro. Garravermelha, como era chamado, tinha uma sabedoria que os mais jovens nem conseguiam entender."Alfa." Ele se curvou com respeito. "É um prazer tê-lo aqui, meu jovem Mason.""Vim em busca de respostas." Falei de forma direta, sem rodeios. "Por que meu pai me forçou a esse acordo? Por que eu preciso me casar com uma Evans e gerar um filho? O que isso significa?"Ele me olhou com aqueles olhos amarelos penetrantes, e por um momento parecia que ele estava ponderando o que dizer. Finalmente, ele falou, sua voz grave e cheia de significado: "Eu sei o que v
Elena Evans Eu estava nervosa. Abri a porta com um barulho, mas não havia ninguém, mas pude notar, uma carta no chão. Era um vestido, que tinha chegado na caixa de correios, parecia ter sido feito sob medida para mim, como se soubesse exatamente o que eu queria ou o que eu precisava. Mas como isso era possível? Eu mal tinha começado a trabalhar como secretária de Mason Blake, e agora me via envolvida em algo que não conseguia entender.Fiquei parada diante do espelho, tentando processar o convite. Um jantar com Mason? Aquilo não fazia sentido. Não havia explicação lógica para aquele convite. Ele era meu chefe, e eu mal o conhecia. Cada pensamento que surgia só fazia o aperto no meu peito piorar.O que ele queria comigo? E aquela mensagem… Tudo parecia piorar.Mas eu não podia recusar. Não podia ser indelicada. Não com um convite dele, de Mason Blake. O homem misterioso e, de certa forma,enigmatico. E eu mal sabia por onde começar a entender aquele homem, ou o que ele queria de mim.F
Elena Evans.Observei aquela mulher sem entender o que estava acontecendo. Como eu podia estar sendo acusada? Isso era loucura."Eu não roubei nada!" declarei firme, encarando a mulher loira de meia-idade, que exalava arrogância com sua roupa luxuosa. "Eu vi você pegando a joia, mocinha!" ela acusou, com o dedo praticamente enfiado no meu rosto. Desgraçada.Meu estômago revirou. Era como se o chão estivesse se desfazendo sob os meus pés. Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, Mason apareceu ao meu lado, colocando-se entre mim e a mulher. "Isso é um engano, senhora. Elena é minha secretária, e não faria algo assim," disse ele, sua voz firme, mas com um tom quase despreocupado, como se tentasse abafar a situação. "Oh, então você é o advogado dela agora?" a mulher retrucou, cruzando os braços. "Pois bem, se é um engano, então ela não se importaria que verificassem seus pertences." Olhei para Mason, confusa. Seus olhos encontraram os meus por um segundo, e ele parecia...
Olhei para Mason sem acreditar no que eu estava ouvindo. A reação foi ficar parada, enquanto o encarava por trás daquelas grades. "Você realmente não tem limites, tem?" murmurei, olhando diretamente para Mason, a raiva queimando em cada palavra."Estou te oferecendo uma solução,querida," ele respondeu, calmo, como se não estivesse manipulando toda a situação."Uma solução? Você armou isso tudo, Mason! É isso ou estou louca? Porque, sinceramente, o que mais explicaria aquela joia estar no meu casaco?!"Ele suspirou, cruzando os braços. "Já disse, não importa como chegamos aqui. O que importa é como vamos resolver.""Resolver? Casando comigo? Você quer me transformar em uma peça do seu jogo sujo!" cuspi, minha voz subindo. "Eu preferia apodrecer na cadeia a aceitar algo assim."Os olhos de Mason se estreitaram, mas ele manteve a calma. "Seja racional. Se você for condenada, sua vida acaba. Isso não é um jogo, Elena. Estou te dando uma chance de escapar disso.""Escapar? Você quer que e
Elena Evans Fui levada até uma pequena sala com um telefone. Minhas mãos tremiam tanto que levei alguns segundos para conseguir segurar o aparelho e discar. Meu coração batia acelerado. Eu não sabia se aquilo era o certo a se fazer. Eu só sabia que ele era a única pessoa para quem eu podia ligar. Quando Mason atendeu, sua voz era calma, quase como se estivesse esperando por isso. "Evans, sabia que iria ligar." Fechei os olhos, sentindo o peso da humilhação me esmagar. Eu o odiava, completamente. "Eu... aceito. Aceito o seu acordo," sussurrei, minha voz carregada de dor. Houve um momento de silêncio do outro lado, e eu imaginei o sorriso triunfante que ele provavelmente tinha no rosto. "Boa escolha," ele respondeu, frio e controlado. Lágrimas silenciosas escorreram pelo meu rosto enquanto eu desligava. Eu havia vendido minha alma para o diabo e tinha plena consciência disto. De volta à cela, a porta se fechou com um estrondo, e eu senti como se o peso do mundo estives
Mason Blake"O que você quer em troca?" perguntei, minha voz firme enquanto observava a matriarca dos Rousseau, sentada à minha frente com aquele sorriso insuportável de satisfação."Eu fiz como você pediu, Mason. Acusei a garota de roubar o colar. Agora quero que você dê à minha família livre acesso para trabalharmos em suas terras," disse ela, sem rodeios."Somente as terras do Sul da cidade. E nada mais," respondi, mantendo o olhar fixo nela."Aceito." Ela sorriu, triunfante. "Mas me diga, por que fez isso com a garota, hein? Sabia da sua fama de pessoa má, mas não sabia que era tanto.""Isso não é da sua conta, senhora Rousseau," rebati, seco. "Tínhamos um acordo. Ele foi cumprido. Isso é o suficiente."Ela ergueu uma sobrancelha, como se quisesse me provocar, mas, felizmente, não insistiu. Apenas me lançou um último olhar inquisitivo antes de se levantar e sair do meu escritório.Acendi um charuto assim que a porta se fechou. Recostei-me na cadeira, colocando os pés sobre a mesa,
Elena Evans Mason Blake estava parado à minha frente, com uma pasta em mãos que parecia pesar uma tonelada, cheia de intenções sombrias. O sorriso de satisfação que ele ostentava me enojava, mas eu sabia que não podia fraquejar. Não agora.Eu respirei fundo, tentando silenciar o turbilhão de pensamentos que corria pela minha mente, e abri a maldita pasta. O papel dentro dela parecia gritar, cada linha carregada de implicações que condenariam minha liberdade."Dois anos," murmurei, lendo a primeira cláusula. "Precisamos ficar casados por dois anos no máximo, e eu não posso contar a ninguém sobre esse acordo."Mason cruzou os braços, o olhar fixo em mim como um predador observando sua presa."Isso é só o básico, Elena. Continue lendo," ele disse, a voz fria e controlada.Com mãos trêmulas, virei a página e me deparei com detalhes ainda mais específicos. "Manter as aparências como um casal feliz… " li em voz alta, sentindo a bile subir na garganta."Eu não sou uma atriz, Mason. Isso é r
Elena Evans O som do motor do carro de Mason rugia suavemente enquanto eu olhava pela janela, tentando ignorar a presença opressiva dele ao meu lado. Desde que ele me resgatou, ou sequestrou, ainda não tinha certeza de qual termo era mais apropriado, meu coração não havia parado de martelar contra o peito. Era uma sensação confusa, como se eu estivesse à beira de um precipício: o medo de cair se misturava a uma absurda confiança de que ele me seguraria se eu tropeçasse. Como alguém tão assustador podia me fazer sentir segura? Essa dualidade me irritava mais do que qualquer outra coisa. Tento não olhar para seu rosto, mas evitar contato visual era quase impossível."Você vai me levar para casa agora, certo?" perguntei, quebrando o silêncio tenso que preenchia o espaço entre nós.Mason não respondeu imediatamente. Seus olhos estavam fixos na estrada à frente, mas percebi um pequeno sorriso no canto de seus lábios. Era um sorriso sutil, enigmático, que parecia carregar algo além de si