Observei aquela mulher sem entender o que estava acontecendo. Como eu podia estar sendo acusada? Isso era loucura.
"Eu não roubei nada!" declarei firme, encarando a mulher loira de meia-idade, que exalava arrogância com sua roupa luxuosa.
"Eu vi você pegando a joia, mocinha!" ela acusou, com o dedo praticamente enfiado no meu rosto.
Desgraçada.
Meu estômago revirou. Era como se o chão estivesse se desfazendo sob os meus pés. Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, Mason apareceu ao meu lado, colocando-se entre mim e a mulher.
"Isso é um engano, senhora. Elena é minha secretária, e não faria algo assim," disse ele, sua voz firme, mas com um tom quase despreocupado, como se tentasse abafar a situação.
"Oh, então você é o advogado dela agora?" a mulher retrucou, cruzando os braços. "Pois bem, se é um engano, então ela não se importaria que verificassem seus pertences."
Olhei para Mason, confusa. Seus olhos encontraram os meus por um segundo, e ele parecia... cauteloso? Havia algo estranho no jeito como ele hesitava.
"Não é necessário…" ele começou, mas a mulher o interrompeu.
"Se você insiste em protegê-la, só está levantando mais suspeitas. Revistem-na. Agora."
Meu coração acelerou por estar passando aquela vergonha. Eu sabia que não deveria aceitar aquela droga de convite.
"Isso é ridículo! Não tenho nada comigo!" protestei, mas ninguém parecia ouvir.
Dois seguranças se aproximaram, e um deles pediu educadamente, mas com firmeza:
"Senhora, podemos verificar seus pertences?"
De mãos trêmulas, abri a bolsa e entreguei. Eles revistaram com cuidado, mas não encontraram nada. Um breve alívio me tomou, mas ele desapareceu assim que um deles apontou para o meu casaco, pendurado na cadeira ao lado.
"Podemos verificar isso também?"
Engoli em seco. "Pode, senhor, não há nada aí" Minha voz falhou, mas assenti com a cabeça, incapaz de dizer mais.
Um dos seguranças enfiou a mão no bolso do casaco, e, ao retirá-la, o brilho azul da safira roubada reluziu sob as luzes do salão.
"Aqui está," anunciou.
A sala ficou em silêncio. Um silêncio ensurdecedor.
Minha visão embaçou. Como aquilo podia estar no meu casaco? Eu não sabia como aquela joia tinha ido parar ali. Olhei para Mason, esperando que ele dissesse alguma coisa, mas, desta vez, ele parecia tão surpreso quanto os outros.
"Eu... Eu não sei como isso foi parar aí!" tentei argumentar, minha voz embargada.
"O que você acha que a polícia vai dizer sobre isso?" a mulher debochou, com um sorriso satisfeito.
Minutos depois, eu estava sendo levada por dois seguranças para fora do salão, em direção à delegacia. Minha mente girava. Aquela joia custava mais do que eu poderia pagar em uma vida inteira. As chances de eu sair daquela situação eram mínimas.
Eu estava perdida.
Sentada em uma sala fria e pequena, esperava por respostas, mas ninguém parecia disposto a me ouvir. O que eu tinha feito para merecer aquilo? Meu coração estava em pedaços.
Não entendia. Por que alguém armaria isso para mim?
"Por quê, Deus? Por que tudo isso está acontecendo comigo?" pensei, com lágrimas escorrendo pelo rosto.
Então, como se o destino quisesse me pregar mais uma peça, a porta se abriu, e Mason entrou.
"Eu posso ajudar," ele disse.
Sua voz era calma, mas carregava algo mais... algo que me fez sentir que aquele pesadelo estava apenas começando.
"Eu não fiz isso, Mason. Precisa acreditar em mim!" implorei, minha voz trêmula, enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto.
Ele se aproximou devagar, parando na minha frente. Seus olhos cinzentos eram difíceis de decifrar. Por um momento, tive esperança de que ele acreditasse em mim.
"Elena, estamos falando de uma joia de valor inestimável. Todas as provas apontam contra você."
"Provas? Isso é uma armação!" gritei, sentindo a indignação crescer dentro de mim. "Você acha que eu faria algo assim? Que tipo de pessoa você pensa que eu sou?"
Ele suspirou, passando a mão pelos cabelos. "Não estou dizendo que você fez isso, mas não tenho como provar o contrário. E a mulher que te acusou é influente. Você está em uma situação muito complicada."
Eu respirei fundo, tentando controlar o pânico. "Então, o que eu faço? Fico aqui esperando ser condenada por algo que não fiz? Minha vida vai acabar por causa disso!"
Mason se sentou na cadeira em frente à minha, os olhos fixos nos meus. Algo em sua expressão mudou. Ele parecia ter chegado a uma decisão.
"Acontece que eu posso resolver isso. Posso fazer com que as acusações desapareçam num piscar de olhos," disse ele, com uma calma que me irritou.
"Como? Como você pode resolver isso?" perguntei, desconfiada.
Ele hesitou por um momento, antes de continuar: "Eu tenho contatos. Dinheiro. Posso fazer essa mulher retirar a acusação e apagar qualquer registro disso."
"Por quê?" perguntei, sentindo um nó na garganta. "Por que você me ajudaria?"
Ele me encarou por um longo momento, antes de finalmente responder: "Eu quero que você aceite a minha proposta. Um contrato de casamento. É a única saída que posso oferecer."
Meu coração quase parou. Ele não podia estar falando sério.
"Você está me chantageando?" perguntei, incrédula.
"Não é chantagem," ele respondeu, com a voz firme. "É um acordo. Eu te salvo dessa situação, e você me ajuda com o que eu preciso. Ambos saímos ganhando."
Minha mente estava um turbilhão. Era como se o ar tivesse sido arrancado dos meus pulmões.
"Eu preciso de uma resposta, Elena. Não temos muito tempo," ele insistiu, inclinando-se para frente.
Eu olhei para ele, tentando entender se ele realmente estava sendo sincero ou se isso fazia parte de algum plano maior. Meu Deus, que loucura.
"O que vai ser?" ele perguntou, com os olhos fixos nos meus.
Olhei para Mason sem acreditar no que eu estava ouvindo. A reação foi ficar parada, enquanto o encarava por trás daquelas grades. "Você realmente não tem limites, tem?" murmurei, olhando diretamente para Mason, a raiva queimando em cada palavra."Estou te oferecendo uma solução,querida," ele respondeu, calmo, como se não estivesse manipulando toda a situação."Uma solução? Você armou isso tudo, Mason! É isso ou estou louca? Porque, sinceramente, o que mais explicaria aquela joia estar no meu casaco?!"Ele suspirou, cruzando os braços. "Já disse, não importa como chegamos aqui. O que importa é como vamos resolver.""Resolver? Casando comigo? Você quer me transformar em uma peça do seu jogo sujo!" cuspi, minha voz subindo. "Eu preferia apodrecer na cadeia a aceitar algo assim."Os olhos de Mason se estreitaram, mas ele manteve a calma. "Seja racional. Se você for condenada, sua vida acaba. Isso não é um jogo, Elena. Estou te dando uma chance de escapar disso.""Escapar? Você quer que e
Elena Evans Fui levada até uma pequena sala com um telefone. Minhas mãos tremiam tanto que levei alguns segundos para conseguir segurar o aparelho e discar. Meu coração batia acelerado. Eu não sabia se aquilo era o certo a se fazer. Eu só sabia que ele era a única pessoa para quem eu podia ligar. Quando Mason atendeu, sua voz era calma, quase como se estivesse esperando por isso. "Evans, sabia que iria ligar." Fechei os olhos, sentindo o peso da humilhação me esmagar. Eu o odiava, completamente. "Eu... aceito. Aceito o seu acordo," sussurrei, minha voz carregada de dor. Houve um momento de silêncio do outro lado, e eu imaginei o sorriso triunfante que ele provavelmente tinha no rosto. "Boa escolha," ele respondeu, frio e controlado. Lágrimas silenciosas escorreram pelo meu rosto enquanto eu desligava. Eu havia vendido minha alma para o diabo e tinha plena consciência disto. De volta à cela, a porta se fechou com um estrondo, e eu senti como se o peso do mundo estives
Mason Blake"O que você quer em troca?" perguntei, minha voz firme enquanto observava a matriarca dos Rousseau, sentada à minha frente com aquele sorriso insuportável de satisfação."Eu fiz como você pediu, Mason. Acusei a garota de roubar o colar. Agora quero que você dê à minha família livre acesso para trabalharmos em suas terras," disse ela, sem rodeios."Somente as terras do Sul da cidade. E nada mais," respondi, mantendo o olhar fixo nela."Aceito." Ela sorriu, triunfante. "Mas me diga, por que fez isso com a garota, hein? Sabia da sua fama de pessoa má, mas não sabia que era tanto.""Isso não é da sua conta, senhora Rousseau," rebati, seco. "Tínhamos um acordo. Ele foi cumprido. Isso é o suficiente."Ela ergueu uma sobrancelha, como se quisesse me provocar, mas, felizmente, não insistiu. Apenas me lançou um último olhar inquisitivo antes de se levantar e sair do meu escritório.Acendi um charuto assim que a porta se fechou. Recostei-me na cadeira, colocando os pés sobre a mesa,
Elena Evans Mason Blake estava parado à minha frente, com uma pasta em mãos que parecia pesar uma tonelada, cheia de intenções sombrias. O sorriso de satisfação que ele ostentava me enojava, mas eu sabia que não podia fraquejar. Não agora.Eu respirei fundo, tentando silenciar o turbilhão de pensamentos que corria pela minha mente, e abri a maldita pasta. O papel dentro dela parecia gritar, cada linha carregada de implicações que condenariam minha liberdade."Dois anos," murmurei, lendo a primeira cláusula. "Precisamos ficar casados por dois anos no máximo, e eu não posso contar a ninguém sobre esse acordo."Mason cruzou os braços, o olhar fixo em mim como um predador observando sua presa."Isso é só o básico, Elena. Continue lendo," ele disse, a voz fria e controlada.Com mãos trêmulas, virei a página e me deparei com detalhes ainda mais específicos. "Manter as aparências como um casal feliz… " li em voz alta, sentindo a bile subir na garganta."Eu não sou uma atriz, Mason. Isso é r
Elena Evans O som do motor do carro de Mason rugia suavemente enquanto eu olhava pela janela, tentando ignorar a presença opressiva dele ao meu lado. Desde que ele me resgatou, ou sequestrou, ainda não tinha certeza de qual termo era mais apropriado, meu coração não havia parado de martelar contra o peito. Era uma sensação confusa, como se eu estivesse à beira de um precipício: o medo de cair se misturava a uma absurda confiança de que ele me seguraria se eu tropeçasse. Como alguém tão assustador podia me fazer sentir segura? Essa dualidade me irritava mais do que qualquer outra coisa. Tento não olhar para seu rosto, mas evitar contato visual era quase impossível."Você vai me levar para casa agora, certo?" perguntei, quebrando o silêncio tenso que preenchia o espaço entre nós.Mason não respondeu imediatamente. Seus olhos estavam fixos na estrada à frente, mas percebi um pequeno sorriso no canto de seus lábios. Era um sorriso sutil, enigmático, que parecia carregar algo além de si
Elena EvansEu tentava a todo custo fechar meus olhos. Dormir parecia impossível estando ali naquela casa. Pensava em meus pais e em como a presença deles me fazia falta, era completamente inevitável não me debulhar em lágrimas.Nunca fui uma pessoa difícil de lidar, mas a todo momento, meus pais agiam como se eu fosse. Cochichavam pelos cantos, mantinham aparentes segredos, como se não pudessem confiar em sua própria filha. E agora, em um maldito acidente, eles me deixaram… Sozinha.Pelo que eu sabia, não tinham parentes. Minha mãe sempre dizia que sua família inteira faleceu em um incêndio, e meu pai… nunca foi muito de falar. Eu não sabia que segredos o sobrenome Evans herdado pela minha mãe carregava.Após me virar diversas e diversas vezes naquela cama que era confortável, confesso, eu levantei. Olhei no relógio pendurado na parede do quarto,eram duas da madrugada. Eu precisava beber água, mas estava com medo. Medo de Mason, medo desse contrato,e de tudo que essa situação repre
Mason Blake Quando ouço a porta abrir me viro para olhar quem era. Gabriel, meu beta, e seu olhar de poucos amigos. "Não quero que faça mais perguntas." digo enquanto ele se aproxima.""Eu não ia falar nada." ele levanta os braços em rendição."Estava no escritório do hotel. Tenho evitado estar em casa desde ontem, desde que aquela humana chegou, e seu cheiro completamente adocicado e provocativo não saia das minhas narinas. Eu podia senti-la, em cada canto daquela casa.E isso me deixava irritado.Uma das secretárias dá duas batidas na porta,entrando em seguida com duas xícaras de café. "Com licença, senhor Blake."ela diz colocando a bandeja na mesa e se retirando.""Toda." observo a bunda perfeitamente desenhada balançar enquanto a mulher sai."O beta me encara e em seguida dá um sorriso."Se vai mesmo seguir com esse casamento, deveria pelo menos disfarçar.""São só negócios."sussurro.""Isso é uma loucura Alfa. A nossa matilha nunca vai aceitar uma humana como nossa Luna.""El
Elena evans Só havia pensado em casamento uma única vez. Com meu primeiro namorado.Me casar com um homem que eu nem conhecia, que era extremamente cínico e maldoso não fazia parte dos meus sonhos… mas parecia que isso seria meu destino.Cruel destino. Olhando aquela janela várias possibilidades surgiam em minha mente. Eu poderia fugir? Será que eu conseguiria? Não… Mason é o dono da cidade, eu jamais conseguiria escapar daqui. E mesmo se escapasse e renunciasse a esse acordo maldito, eu seria jogada na penitenciária, transferida para um lugar com mulheres perigosas, assassinas, por quinze anos. E pior, por um crime que eu não cometi. Estava destruída. Eu me perguntava o por que eu tive de vir para essa cidade?Algumas pessoas acreditam no destino,outras em coincidências. Eu acreditava apenas na má sorte de ter perdido meus pais, e cruzado com o caminho de Mason Blake. "Use esse vestido essa noite." Haverá um jantar onde lhe apresentarei a algumas pessoas importantes como minh