Elena Evans
Eu estava nervosa. Abri a porta com um barulho, mas não havia ninguém, mas pude notar, uma carta no chão. Era um vestido, que tinha chegado na caixa de correios, parecia ter sido feito sob medida para mim, como se soubesse exatamente o que eu queria ou o que eu precisava. Mas como isso era possível? Eu mal tinha começado a trabalhar como secretária de Mason Blake, e agora me via envolvida em algo que não conseguia entender.
Fiquei parada diante do espelho, tentando processar o convite. Um jantar com Mason? Aquilo não fazia sentido. Não havia explicação lógica para aquele convite. Ele era meu chefe, e eu mal o conhecia. Cada pensamento que surgia só fazia o aperto no meu peito piorar.
O que ele queria comigo? E aquela mensagem… Tudo parecia piorar.
Mas eu não podia recusar. Não podia ser indelicada. Não com um convite dele, de Mason Blake. O homem misterioso e, de certa forma,enigmatico. E eu mal sabia por onde começar a entender aquele homem, ou o que ele queria de mim.
Fechei os olhos por um momento, tentando me acalmar.
"Eu sou só a secretária dele", pensei, tentando me convencer. "Esse é meu papel."
Com um suspiro pesado, comecei a me arrumar. Coloquei o vestido. Ele me fazia sentir estranha, como se estivesse vestindo outra pessoa. O ajuste perfeito e o vermelho que realçava minha pele.
Eu realmente não queria ir. Mas, por outro lado, sabia que não poderia simplesmente ignorar aquilo.
Terminei de me arrumar, e o aperto no meu peito parecia só aumentar. Ele viria me buscar, como dizia no seu convite idiota.
Terminei de calçar os saltos, e a campainha tocou, e meu coração pulou na garganta. Eu sabia que era ele. Não podia ser mais ninguém. Mason Blake, o homem que até agora só havia sido meu chefe distante, mas que agora, de alguma forma, parecia estar invadindo minha vida de maneira inesperada e desconcertante.
Meus pés estavam pesados enquanto eu me dirigia até a porta. Cada passo parecia arrastado, como se meu corpo soubesse o que a minha mente se recusava a aceitar. Abri a porta e lá estava ele, mais bonito do que o normal, e seu olhar era tão intenso que quase me fez prender a respiração.
"Senhor," minha voz saiu mais fraca do que eu gostaria, e ele me observou por um momento com aquele olhar penetrante, que parecia conseguir ver através de mim.
"Me chame somente de Mason. Pronta?" Ele perguntou, com um tom que não oferecia espaço para recusa. Seu olhar rapidamente percorreu meu corpo, e pude sentir uma espécie de aprovação silenciosa, algo que me deixou desconfortável, mas, ao mesmo tempo, me fez querer agradá-lo, de algum modo que eu não compreendia.
"Sim," respondi, mais para mim mesma do que para ele. Dei um passo para o lado, permitindo que ele entrasse. E, como se fosse natural, ele seguiu sem hesitar, com a confiança de alguém acostumado a ser obedecido. Eu deveria estar em pânico, mas algo naquela calma dele fazia minha mente se embaralhar, como se eu não fosse capaz de raciocinar direito.
"Você está linda, Elena," ele disse, e como a palavra "linda" saiu da boca dele fez com que minha pele formigasse. "O vestido que escolhi coube perfeitamente."
Eu respirei fundo, tentando afastar a tensão de saber que ele havia escolhido o vestido, pessoalmente "Obrigado," murmurei, sentindo uma leve onda de embaraço, algo que nunca experimentei antes com ele.
"Vamos," Mason disse, me levando pela mão de forma abrupta.
A viagem até o local do jantar foi silenciosa, e o desconforto crescia a cada metro percorrido. Eu olhava pela janela do carro, tentando processar o que estava acontecendo, mas meus pensamentos estavam turvos.
Quando chegamos, o lugar era impressionante. Um salão elegante, com luzes suaves e uma decoração que exalava sofisticação. Mas o que mais me chamou a atenção foi a sensação de que ali não era apenas um jantar de negócios. Eu só não sabia o quê.
Mason me guiou até a mesa reservada, e todos os olhares foram para nós assim que entramos. Havia algo diferente no ar. As conversas cessaram por um instante, como se todos estivessem aguardando algo que ainda não havia acontecido.
Ele se sentou, e eu segui o movimento, me sentando ao seu lado. O garçom trouxe uma taça de vinho para cada um de nós, e eu peguei a minha com a mão trêmula. A sensação de ser observada me fez sentir ainda mais deslocada. Mas Mason, ao meu lado, estava à vontade. Como se fosse o seu mundo, sua arena.
Aquilo era um leilão.
"Você está tensa," ele comentou, sem desviar o olhar. "Relaxe, Evans. Não é nada além de uma formalidade, e você, como minha secretária, deve me acompanhar às vezes."
O que realmente me intrigava era que um solteiro cobiçado poderia ter qualquer mulher que quisesse aqui com ele, e escolheu justamente a secretária. Eu merecia!
As peças eram lindas, com lances exorbitantes que ultrapassavam qualquer coisa que eu já tinha visto. Chegava a ser descomunal;Quando o leilão finalmente terminou, me senti aliviada, pronta para sair dali e tentar esquecer tudo aquilo. Mas Mason parecia ter outros planos.
"Venha," ele disse, levantando-se e estendendo a mão para mim.
Eu o encarei, confusa. "Para onde?"
Ele arqueou uma sobrancelha, como se a pergunta fosse desnecessária. "Para dançar."
"Dançar?" Minha voz saiu mais aguda do que eu pretendia, mas antes que pudesse recusar, ele segurou minha mão e me guiou até a pista de dança, ignorando qualquer protesto.
Mason me puxou para perto, sua mão se posicionando firme na minha cintura, a outra segurando minha mão com uma segurança que fez meu coração acelerar ainda mais. Eu estava nervosa, mas ele parecia estar completamente no controle, como sempre. A proximidade era desconcertante.
"Relaxe," ele murmurou, os lábios perto do meu ouvido. "É só uma dança."
Mas não parecia só uma dança. Seus olhos estavam fixos nos meus, como se estivessem me lendo, decifrando cada pedaço de mim. Eu me sentia vulnerável e, ao mesmo tempo, inexplicavelmente atraída.
Nossos corpos estavam colados, movendo-se no ritmo da música. O calor que emanava dele parecia me envolver, e eu não sabia como reagir. Meus pensamentos estavam confusos, mas meu corpo parecia responder de forma automática. Era um jogo de poder, de controle, mas também... algo mais. Algo que eu não queria admitir.
"Você é boa nisso," ele comentou, um sorriso de canto surgindo em seus lábios.
"Boa no quê?" perguntei, tentando manter minha voz firme.
"Em fingir que não está gostando dos nossos corpos assim."
Aquele comentário me fez corar, e tentei desviar o olhar, mas ele segurou meu queixo com delicadeza, forçando-me a encará-lo. Seu olhar era intenso, quase hipnotizante. Eu me sentia presa ali, incapaz de me mover ou falar.
E então, como um balde de água fria, uma voz alta interrompeu o momento.
"É ela! A ladra!"
Virei-me para o som, confusa, enquanto uma mulher apontava diretamente para mim. Sua expressão era de raiva, e sua voz cortava o ar como uma lâmina.
Eu congelei, incapaz de entender o que estava acontecendo. Ladra? Eu? O que estava acontecendo ali? Olhei para Mason, em busca de respostas, mas seu rosto estava sério, os olhos fixos na mulher que havia feito a acusação.
O salão ficou em silêncio, todas as atenções voltadas para nós. Eu sentia os olhares perfurando minha pele, minha respiração ficando mais pesada. E pela primeira vez naquela noite, eu senti algo mais profundo do que desconforto. Era medo.
Elena Evans.Observei aquela mulher sem entender o que estava acontecendo. Como eu podia estar sendo acusada? Isso era loucura."Eu não roubei nada!" declarei firme, encarando a mulher loira de meia-idade, que exalava arrogância com sua roupa luxuosa. "Eu vi você pegando a joia, mocinha!" ela acusou, com o dedo praticamente enfiado no meu rosto. Desgraçada.Meu estômago revirou. Era como se o chão estivesse se desfazendo sob os meus pés. Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, Mason apareceu ao meu lado, colocando-se entre mim e a mulher. "Isso é um engano, senhora. Elena é minha secretária, e não faria algo assim," disse ele, sua voz firme, mas com um tom quase despreocupado, como se tentasse abafar a situação. "Oh, então você é o advogado dela agora?" a mulher retrucou, cruzando os braços. "Pois bem, se é um engano, então ela não se importaria que verificassem seus pertences." Olhei para Mason, confusa. Seus olhos encontraram os meus por um segundo, e ele parecia...
Olhei para Mason sem acreditar no que eu estava ouvindo. A reação foi ficar parada, enquanto o encarava por trás daquelas grades. "Você realmente não tem limites, tem?" murmurei, olhando diretamente para Mason, a raiva queimando em cada palavra."Estou te oferecendo uma solução,querida," ele respondeu, calmo, como se não estivesse manipulando toda a situação."Uma solução? Você armou isso tudo, Mason! É isso ou estou louca? Porque, sinceramente, o que mais explicaria aquela joia estar no meu casaco?!"Ele suspirou, cruzando os braços. "Já disse, não importa como chegamos aqui. O que importa é como vamos resolver.""Resolver? Casando comigo? Você quer me transformar em uma peça do seu jogo sujo!" cuspi, minha voz subindo. "Eu preferia apodrecer na cadeia a aceitar algo assim."Os olhos de Mason se estreitaram, mas ele manteve a calma. "Seja racional. Se você for condenada, sua vida acaba. Isso não é um jogo, Elena. Estou te dando uma chance de escapar disso.""Escapar? Você quer que e
Elena Evans Fui levada até uma pequena sala com um telefone. Minhas mãos tremiam tanto que levei alguns segundos para conseguir segurar o aparelho e discar. Meu coração batia acelerado. Eu não sabia se aquilo era o certo a se fazer. Eu só sabia que ele era a única pessoa para quem eu podia ligar. Quando Mason atendeu, sua voz era calma, quase como se estivesse esperando por isso. "Evans, sabia que iria ligar." Fechei os olhos, sentindo o peso da humilhação me esmagar. Eu o odiava, completamente. "Eu... aceito. Aceito o seu acordo," sussurrei, minha voz carregada de dor. Houve um momento de silêncio do outro lado, e eu imaginei o sorriso triunfante que ele provavelmente tinha no rosto. "Boa escolha," ele respondeu, frio e controlado. Lágrimas silenciosas escorreram pelo meu rosto enquanto eu desligava. Eu havia vendido minha alma para o diabo e tinha plena consciência disto. De volta à cela, a porta se fechou com um estrondo, e eu senti como se o peso do mundo estives
Mason Blake"O que você quer em troca?" perguntei, minha voz firme enquanto observava a matriarca dos Rousseau, sentada à minha frente com aquele sorriso insuportável de satisfação."Eu fiz como você pediu, Mason. Acusei a garota de roubar o colar. Agora quero que você dê à minha família livre acesso para trabalharmos em suas terras," disse ela, sem rodeios."Somente as terras do Sul da cidade. E nada mais," respondi, mantendo o olhar fixo nela."Aceito." Ela sorriu, triunfante. "Mas me diga, por que fez isso com a garota, hein? Sabia da sua fama de pessoa má, mas não sabia que era tanto.""Isso não é da sua conta, senhora Rousseau," rebati, seco. "Tínhamos um acordo. Ele foi cumprido. Isso é o suficiente."Ela ergueu uma sobrancelha, como se quisesse me provocar, mas, felizmente, não insistiu. Apenas me lançou um último olhar inquisitivo antes de se levantar e sair do meu escritório.Acendi um charuto assim que a porta se fechou. Recostei-me na cadeira, colocando os pés sobre a mesa,
Elena Evans Mason Blake estava parado à minha frente, com uma pasta em mãos que parecia pesar uma tonelada, cheia de intenções sombrias. O sorriso de satisfação que ele ostentava me enojava, mas eu sabia que não podia fraquejar. Não agora.Eu respirei fundo, tentando silenciar o turbilhão de pensamentos que corria pela minha mente, e abri a maldita pasta. O papel dentro dela parecia gritar, cada linha carregada de implicações que condenariam minha liberdade."Dois anos," murmurei, lendo a primeira cláusula. "Precisamos ficar casados por dois anos no máximo, e eu não posso contar a ninguém sobre esse acordo."Mason cruzou os braços, o olhar fixo em mim como um predador observando sua presa."Isso é só o básico, Elena. Continue lendo," ele disse, a voz fria e controlada.Com mãos trêmulas, virei a página e me deparei com detalhes ainda mais específicos. "Manter as aparências como um casal feliz… " li em voz alta, sentindo a bile subir na garganta."Eu não sou uma atriz, Mason. Isso é r
Elena Evans O som do motor do carro de Mason rugia suavemente enquanto eu olhava pela janela, tentando ignorar a presença opressiva dele ao meu lado. Desde que ele me resgatou, ou sequestrou, ainda não tinha certeza de qual termo era mais apropriado, meu coração não havia parado de martelar contra o peito. Era uma sensação confusa, como se eu estivesse à beira de um precipício: o medo de cair se misturava a uma absurda confiança de que ele me seguraria se eu tropeçasse. Como alguém tão assustador podia me fazer sentir segura? Essa dualidade me irritava mais do que qualquer outra coisa. Tento não olhar para seu rosto, mas evitar contato visual era quase impossível."Você vai me levar para casa agora, certo?" perguntei, quebrando o silêncio tenso que preenchia o espaço entre nós.Mason não respondeu imediatamente. Seus olhos estavam fixos na estrada à frente, mas percebi um pequeno sorriso no canto de seus lábios. Era um sorriso sutil, enigmático, que parecia carregar algo além de si
Elena EvansEu tentava a todo custo fechar meus olhos. Dormir parecia impossível estando ali naquela casa. Pensava em meus pais e em como a presença deles me fazia falta, era completamente inevitável não me debulhar em lágrimas.Nunca fui uma pessoa difícil de lidar, mas a todo momento, meus pais agiam como se eu fosse. Cochichavam pelos cantos, mantinham aparentes segredos, como se não pudessem confiar em sua própria filha. E agora, em um maldito acidente, eles me deixaram… Sozinha.Pelo que eu sabia, não tinham parentes. Minha mãe sempre dizia que sua família inteira faleceu em um incêndio, e meu pai… nunca foi muito de falar. Eu não sabia que segredos o sobrenome Evans herdado pela minha mãe carregava.Após me virar diversas e diversas vezes naquela cama que era confortável, confesso, eu levantei. Olhei no relógio pendurado na parede do quarto,eram duas da madrugada. Eu precisava beber água, mas estava com medo. Medo de Mason, medo desse contrato,e de tudo que essa situação repre
Mason Blake Quando ouço a porta abrir me viro para olhar quem era. Gabriel, meu beta, e seu olhar de poucos amigos. "Não quero que faça mais perguntas." digo enquanto ele se aproxima.""Eu não ia falar nada." ele levanta os braços em rendição."Estava no escritório do hotel. Tenho evitado estar em casa desde ontem, desde que aquela humana chegou, e seu cheiro completamente adocicado e provocativo não saia das minhas narinas. Eu podia senti-la, em cada canto daquela casa.E isso me deixava irritado.Uma das secretárias dá duas batidas na porta,entrando em seguida com duas xícaras de café. "Com licença, senhor Blake."ela diz colocando a bandeja na mesa e se retirando.""Toda." observo a bunda perfeitamente desenhada balançar enquanto a mulher sai."O beta me encara e em seguida dá um sorriso."Se vai mesmo seguir com esse casamento, deveria pelo menos disfarçar.""São só negócios."sussurro.""Isso é uma loucura Alfa. A nossa matilha nunca vai aceitar uma humana como nossa Luna.""El