Mais um fim de semana havia chegado, trazendo consigo a empolgação de Marina para os planos que havia feito com a amiga. No quarto, separava alguns pertences e arrumava uma pequena bolsa com tudo o que precisaria para usar no apartamento do namorado de Andressa. Daniela passa pelo quarto da filha e a observa tão animada logo pela manhã. A curiosidade a leva a interromper a arrumação.— Para onde vai, Mari? — pergunta, intrigada.— Passarei o fim de semana com a Andressa — responde, sem tirar os olhos da pequena bolsa.— Com a Andressa? E onde vocês ficarão? — questiona Daniela, interessada.— No apartamento do namorado dela — responde de maneira casual.Ao ouvir isso, o interesse de Daniela se aguça. Ela estreita os olhos, tentando entender melhor a situação.— Então, você conhece o namorado dela? — indaga.— Não, não conheço — responde. — Na verdade, nunca o vi e, provavelmente, não o verei hoje também, porque ele estará viajando.Daniela franze o cenho, agora ligeiramente preocupada
Mesmo incomodada com o teor da conversa, Daniela sente que precisa ser realista com Marina. Ela observa a filha por um momento, medindo cada palavra antes de prosseguir. Com um toque suave e carinhoso, pousa a mão sobre o ombro dela.— Olha, Mari, sei que você já é uma mulher adulta, mas ainda é inocente em relação a algumas coisas — começa, com um tom gentil, mas firme. — E quero ser sincera com você. Embora eu, pessoalmente, ache muito errado um casal ter relações antes do casamento, se isso acontecer… bem, ficarei feliz em saber que será com um homem que você ama e que também te ama.Daniela dá um leve suspiro, os olhos se suavizam com um toque de compreensão e aceitação. Para ela, a presença de Sávio na vida de Marina era um conforto, e a confiança que ele demonstrava parecia verdadeira.— No fundo, tenho certeza de que vocês ficarão juntos para sempre, então não precisa se preocupar tanto caso algo aconteça nessa viagem — continua, com um sorriso caloroso, quase como se estivesse
Marina afasta as mãos da amiga, sentindo-se um tanto desconfortável com o rumo daquela conversa. Ela passa a mão pelo cabelo, empurrando algumas mechas para trás da orelha, um gesto que revela o quanto estava se sentindo pressionada pelas palavras de Andressa.— Não me peça desse jeito — diz Marina, com as bochechas levemente coradas. — Faz parecer que está me pressionando.Sem que Marina perceba, Andressa revira os olhos e solta um longo suspiro, demonstrando um leve traço de impaciência.— Mari, você pediu um conselho e eu estou te dando — responde, tentando manter a calma. — Se não quer seguir, não siga, mas acredite em mim… você pode se arrepender amargamente se não ficar com o Sávio nessa viagem.Marina a encara, confusa.— Por que você diz isso? — pergunta, intrigada com a afirmação da amiga.Andressa inclina-se um pouco mais, com o olhar sério.— Porque, se não fizer isso logo com o Sávio, acabará fazendo com o Victor — explica. — Seja sincera consigo mesma. Você quer que sua p
Quando ambas as amigas retornam à cobertura, a noite já havia caído, cobrindo a cidade com um manto de luzes cintilantes que entravam pelas janelas do luxuoso apartamento.— Vou pedir uma pizza, o que acha? — pergunta Andressa, entrando no ambiente sofisticado com um sorriso casual.— Acho ótimo! — responde Marina, largando as sacolas das compras no sofá e observando o espaço ao redor com um olhar de fascínio. Cada canto daquele apartamento parecia saído de uma revista de decoração, e ela ainda não conseguia acreditar que estava ali.Caminhando até a mesa de centro, coloca a carteira com seus documentos sobre a superfície de vidro. Distraída, Marina não percebe o olhar atento de Andressa, que observa cada movimento, estreitando os olhos enquanto a amiga está de costas. Assim que Marina se vira para ela novamente, Andressa rapidamente disfarça.— E agora, o que faremos? — Marina pergunta, com um sorriso leve, tentando disfarçar a sensação de estranhamento que sentia naquele lugar tão im
Andressa pega o celular e começa a deslizar a tela, fingindo procurar uma foto do namorado, mas, na verdade, está apenas ganhando tempo para pensar em uma desculpa convincente. Ela mantém os dedos se movendo, enquanto o rosto está aparentemente sereno, mas a mente trabalha rápido em busca de uma saída.— Posso ser sincera com você, Mari? — pergunta finalmente, erguendo o olhar e sustentando o contato visual com um toque de hesitação.— Claro — responde Marina, notando que ela parece desconfortável e até um pouco tensa.— Bom… você sabe que o meu namorado é bem mais velho que eu, não sabe? — Andressa continua, com um leve tremor na voz que soa calculado.— Sim, eu sei — confirma, intrigada com a súbita mudança de comportamento da amiga.Andressa abaixa a cabeça, soltando um suspiro e deixando uma expressão de vergonha se instalar em seu rosto, como se estivesse prestes a confessar algo embaraçoso.— A verdade é que tenho vergonha de mostrar uma foto dele… — diz em voz baixa, seu tom car
Quando os primeiros raios de sol atravessam timidamente as janelas da suíte, Andressa abre os olhos. Ao seu lado, Marina dorme profundamente, visivelmente exausta pelo vinho da noite anterior. Ela está deitada de lado, usando ainda uma das lingeries da noite passada, numa posição que revela mais do que devia.Andressa, aproveitando a oportunidade, agarra o celular e, sorrateira, tira algumas fotos da amiga adormecida. Seu olhar é determinado, enquanto digita rapidamente uma mensagem para seu amante:“Um bônus para o meu amor, só para provar que eu te amo.”Satisfeita, ela caminha para o banheiro em busca de um banho relaxante.[…]Na mansão, Xavier está sentado à mesa do jardim, saboreando seu café matinal enquanto examina com atenção as fotos que Andressa enviara na noite anterior. As imagens de Marina numa lingerie, posando de maneira despreocupada pelo apartamento, eram provocantes e tinham uma qualidade irresistível. Ele reflete brevemente sobre o encanto daquela mulher e entende
Lentamente, Marina abre os olhos, sentindo uma dor latejante na cabeça que dificulta até mesmo o simples ato de enxergar. Pisca algumas vezes, tentando se orientar no quarto, e percebe que Andressa não está ali. Ao tentar se levantar, nota que continua vestida apenas com a lingerie da noite anterior, o que a deixa ligeiramente envergonhada. Ela se apressa para encontrar suas roupas, caminha até a sala à procura delas, e logo retorna ao quarto.No banheiro, escuta o som de água e, ao se virar, vê Andressa saindo com os cabelos ainda molhados.— Bom dia, bela adormecida — saúda Andressa com um sorriso caloroso, enquanto passa a toalha pelos fios.— Bom dia… — responde, levando a mão à testa, ainda incomodada com a dor.— Parece que você acordou de ressaca — comenta Andressa, pegando uma roupa elegante para vestir, sem esconder a satisfação.— Sim, minha cabeça e meu corpo doem como se um trator tivesse passado por cima de mim — brinca, caminhando em direção ao banheiro para se refrescar
Em mais uma manhã de trabalho, Marina espera pelo namorado, que prometeu buscá-la para levá-la à empresa. No entanto, o celular toca e ela vê o nome de Sávio na tela. — Sinto muito, amor, mas não vou conseguir te levar — diz ele pelo telefone, a voz carrega frustração. — O pneu do carro furou e o estepe também está vazio. — Tudo bem, Sávio, sem problema. Possivelmente ainda consigo pegar o ônibus — responde, já se despedindo dos pais e saindo da padaria com pressa. Ela consegue embarcar no ônibus a tempo, mas, no meio do caminho, um engarrafamento inesperado se forma, atrasando a viagem e fazendo-a chegar na empresa mais tarde do que o planejado. Marina sente um clima tenso no andar onde trabalha. Funcionários andam apressados de um lado para o outro, murmurando entre si, como se tentassem evitar algo ou alguém. Ao passar em frente à sala de Victor, vê Dayse, a secretária dele, que a observa com um olhar apreensivo. — Bom dia, Dayse — cumprimenta Marina, mantendo a voz gentil, m