Quando ambas as amigas retornam à cobertura, a noite já havia caído, cobrindo a cidade com um manto de luzes cintilantes que entravam pelas janelas do luxuoso apartamento.— Vou pedir uma pizza, o que acha? — pergunta Andressa, entrando no ambiente sofisticado com um sorriso casual.— Acho ótimo! — responde Marina, largando as sacolas das compras no sofá e observando o espaço ao redor com um olhar de fascínio. Cada canto daquele apartamento parecia saído de uma revista de decoração, e ela ainda não conseguia acreditar que estava ali.Caminhando até a mesa de centro, coloca a carteira com seus documentos sobre a superfície de vidro. Distraída, Marina não percebe o olhar atento de Andressa, que observa cada movimento, estreitando os olhos enquanto a amiga está de costas. Assim que Marina se vira para ela novamente, Andressa rapidamente disfarça.— E agora, o que faremos? — Marina pergunta, com um sorriso leve, tentando disfarçar a sensação de estranhamento que sentia naquele lugar tão im
Andressa pega o celular e começa a deslizar a tela, fingindo procurar uma foto do namorado, mas, na verdade, está apenas ganhando tempo para pensar em uma desculpa convincente. Ela mantém os dedos se movendo, enquanto o rosto está aparentemente sereno, mas a mente trabalha rápido em busca de uma saída.— Posso ser sincera com você, Mari? — pergunta finalmente, erguendo o olhar e sustentando o contato visual com um toque de hesitação.— Claro — responde Marina, notando que ela parece desconfortável e até um pouco tensa.— Bom… você sabe que o meu namorado é bem mais velho que eu, não sabe? — Andressa continua, com um leve tremor na voz que soa calculado.— Sim, eu sei — confirma, intrigada com a súbita mudança de comportamento da amiga.Andressa abaixa a cabeça, soltando um suspiro e deixando uma expressão de vergonha se instalar em seu rosto, como se estivesse prestes a confessar algo embaraçoso.— A verdade é que tenho vergonha de mostrar uma foto dele… — diz em voz baixa, seu tom car
Quando os primeiros raios de sol atravessam timidamente as janelas da suíte, Andressa abre os olhos. Ao seu lado, Marina dorme profundamente, visivelmente exausta pelo vinho da noite anterior. Ela está deitada de lado, usando ainda uma das lingeries da noite passada, numa posição que revela mais do que devia.Andressa, aproveitando a oportunidade, agarra o celular e, sorrateira, tira algumas fotos da amiga adormecida. Seu olhar é determinado, enquanto digita rapidamente uma mensagem para seu amante:“Um bônus para o meu amor, só para provar que eu te amo.”Satisfeita, ela caminha para o banheiro em busca de um banho relaxante.[…]Na mansão, Xavier está sentado à mesa do jardim, saboreando seu café matinal enquanto examina com atenção as fotos que Andressa enviara na noite anterior. As imagens de Marina numa lingerie, posando de maneira despreocupada pelo apartamento, eram provocantes e tinham uma qualidade irresistível. Ele reflete brevemente sobre o encanto daquela mulher e entende
Lentamente, Marina abre os olhos, sentindo uma dor latejante na cabeça que dificulta até mesmo o simples ato de enxergar. Pisca algumas vezes, tentando se orientar no quarto, e percebe que Andressa não está ali. Ao tentar se levantar, nota que continua vestida apenas com a lingerie da noite anterior, o que a deixa ligeiramente envergonhada. Ela se apressa para encontrar suas roupas, caminha até a sala à procura delas, e logo retorna ao quarto.No banheiro, escuta o som de água e, ao se virar, vê Andressa saindo com os cabelos ainda molhados.— Bom dia, bela adormecida — saúda Andressa com um sorriso caloroso, enquanto passa a toalha pelos fios.— Bom dia… — responde, levando a mão à testa, ainda incomodada com a dor.— Parece que você acordou de ressaca — comenta Andressa, pegando uma roupa elegante para vestir, sem esconder a satisfação.— Sim, minha cabeça e meu corpo doem como se um trator tivesse passado por cima de mim — brinca, caminhando em direção ao banheiro para se refrescar
Em mais uma manhã de trabalho, Marina espera pelo namorado, que prometeu buscá-la para levá-la à empresa. No entanto, o celular toca e ela vê o nome de Sávio na tela. — Sinto muito, amor, mas não vou conseguir te levar — diz ele pelo telefone, a voz carrega frustração. — O pneu do carro furou e o estepe também está vazio. — Tudo bem, Sávio, sem problema. Possivelmente ainda consigo pegar o ônibus — responde, já se despedindo dos pais e saindo da padaria com pressa. Ela consegue embarcar no ônibus a tempo, mas, no meio do caminho, um engarrafamento inesperado se forma, atrasando a viagem e fazendo-a chegar na empresa mais tarde do que o planejado. Marina sente um clima tenso no andar onde trabalha. Funcionários andam apressados de um lado para o outro, murmurando entre si, como se tentassem evitar algo ou alguém. Ao passar em frente à sala de Victor, vê Dayse, a secretária dele, que a observa com um olhar apreensivo. — Bom dia, Dayse — cumprimenta Marina, mantendo a voz gentil, m
O toque possessivo dos lábios de Victor contra os seus deixa-a completamente sem fôlego; é um beijo intenso, carregado de desejo reprimido e de uma ansiedade quase percebida. Ele parece querer transmitir, através daquele gesto, todas as emoções contidas, enquanto suas mãos exploram cada curva do corpo dela com uma urgência descontrolada, como se tentasse gravar cada detalhe em sua memória.— Victor… — Marina murmura, quase inaudível, quando ele afrouxa um pouco os lábios por um instante, como se tentasse lhe dar a chance de recobrar o controle da situação.Mas ele não permite que a distância entre eles dure. Num impulso, Victor volta a pressionar seus lábios contra os dela, intenso e decidido, sem deixar espaço para qualquer protesto ou arrependimento. Em meio ao beijo, uma certeza toma conta de seus pensamentos: ele sente o quanto ela também o deseja.Seria tão mais fácil resistir à Marina se o corpo dela não respondesse ao seu toque, se não houvesse essa chama compartilhada entre el
A tão esperada sexta-feira havia finalmente chegado, trazendo com ela não só a antecipação do fim de semana, mas também uma carga extra de estresse no trabalho. Chegando à empresa quinze minutos antes do horário, Marina depara-se com uma pilha de documentos em sua mesa, todos aguardando revisão ainda naquele dia. Ela suspira, estreitando os olhos ao reconhecer a assinatura inconfundível de Victor nessa sobrecarga. Sem uma palavra de queixa, coloca a bolsa ao lado da mesa, liga o computador e se prepara para enfrentar a maratona de trabalho que a aguarda. À medida que as horas passam, se vê imersa nos documentos, com o tempo parecendo escapar por entre os dedos. Sabe que qualquer atraso poderia ser usado como pretexto por Victor para criticá-la, então decide encurtar o horário de almoço para apenas vinte minutos, voltando apressada à sua mesa. Ela mantém o ritmo, revisando cada linha, cada detalhe, até que, quando o relógio marca cinco horas da tarde, termina finalmente o último docum
Os olhos de Marina fixam-se nos de Victor, buscando uma resposta. O olhar curioso deixa claro que quer entender até onde vai a verdade nas palavras dele. Queria saber se ele está sendo sincero ou apenas jogando mais um dos seus jogos. Mas a expressão séria e firme que ele mantém; não parece dar espaço para brincadeiras. Percebendo que ele a observa em silêncio, Marina sente um calor subir pelo rosto, se dando conta de que talvez suas perguntas tenham sido mais invasivas do que pretendia. Um rubor discreto surge em suas bochechas e desvia o olhar, sentindo o constrangimento se instalar. Victor, no entanto, nota o silêncio dela e, contrariando o que imaginara, percebe que Marina não o bombardeia de perguntas como esperava. — O que foi? — ele pergunta, com a voz baixa e um toque de incerteza evidente. — Não é nada… — Marina murmura, desviando o olhar novamente, mas o desconforto é evidente. — Talvez eu tenha perguntado sobre algo que não era da minha conta, não é? — acrescenta, sentin