104: O coração dos outros é terra onde ninguém anda

Lentamente, Marina abre os olhos, sentindo uma dor latejante na cabeça que dificulta até mesmo o simples ato de enxergar. Pisca algumas vezes, tentando se orientar no quarto, e percebe que Andressa não está ali. Ao tentar se levantar, nota que continua vestida apenas com a lingerie da noite anterior, o que a deixa ligeiramente envergonhada. Ela se apressa para encontrar suas roupas, caminha até a sala à procura delas, e logo retorna ao quarto.

No banheiro, escuta o som de água e, ao se virar, vê Andressa saindo com os cabelos ainda molhados.

— Bom dia, bela adormecida — saúda Andressa com um sorriso caloroso, enquanto passa a toalha pelos fios.

— Bom dia… — responde, levando a mão à testa, ainda incomodada com a dor.

— Parece que você acordou de ressaca — comenta Andressa, pegando uma roupa elegante para vestir, sem esconder a satisfação.

— Sim, minha cabeça e meu corpo doem como se um trator tivesse passado por cima de mim — brinca, caminhando em direção ao banheiro para se refrescar
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