Como acham que Marina irá reagir? Irá armar um barraco ou se vai ser sangue frio?
Marina não suporta olhar mais um segundo para aquela cena. Com o coração em pedaços e as mãos trêmulas, caminha rapidamente de volta para o quarto. Lágrimas escorrem pelo seu rosto, e ela sente como se uma parte sua tivesse sido arrancada. A imagem de Sávio com outra mulher ainda martela em sua mente, e a sensação de traição é sufocante.— Como ele teve coragem de mentir olhando nos meus olhos? — sussurra para si mesma, enquanto se esforça para conter o choro.Com movimentos rápidos, começa a jogar suas roupas na mala, separando apenas o que precisará vestir para sair daquele lugar.Assim que termina de arrumar tudo, pega o telefone e liga para a recepção, pedindo um carro. A resposta que recebe é um balde de água fria: não há veículos disponíveis para levá-la, dado o isolamento do resort.Sentindo-se impotente, Marina olha para o celular, o nome de Andressa surge em sua mente, mas logo descarta a ideia de ligar para a amiga, sabendo que ela não poderia ajudar naquele momento. Seus ded
Enquanto caminha atrás de Marina, Sávio percebe que ela está se dirigindo à recepção, onde alguns de seus colegas de trabalho também estão reunidos. Ele hesita por um momento, preferindo ficar de longe e observar. Marina aproxima-se do balcão, conversa brevemente com a atendente e então se afasta, sentando-se próximo à entrada, como se estivesse esperando por alguém.Sávio sente a raiva fervendo em seu peito e quer ir até ela para tirar satisfações, mas o medo de ser visto pelos colegas e de sua imagem ser prejudicada o segura. Então, decide ficar ali à espreita, com os olhos cravados em Marina e tentar imaginar o que ela estava planejando fazer.O tempo passa e, assim como Marina não sai do lugar, seus colegas também continuam por ali. Irritado e sem intenção de deixar que essa situação se prolongue, ele decide dar a volta pelos fundos da recepção, notando que por ali nenhum dos seus colegas o veria se aproximar. Com o olhar fixo em Marina, segue em sua direção. No entanto, antes que
No carro, Marina mantém a cabeça baixa, enquanto seus pensamentos rodopiam como uma tempestade em sua mente. Suas mãos repousam sobre o colo, mas os dedos inquietos revelam o nervosismo que pulsa em seu peito. Seu rosto está rosado de vergonha e ela sente o calor subir pelo pescoço, até as bochechas, numa mistura de humilhação e confusão. Não consegue esquecer as palavras de Sávio, cada uma como um golpe afiado que ecoa dentro dela, deixando cicatrizes invisíveis.“Então era isso que ele pensava sobre mim o tempo todo?”, questiona em pensamento, tentando entender a imagem que passava quando dizia a alguém que queria ser alguém na vida.Victor lança um olhar discreto em sua direção, percebendo o desconforto evidente em sua postura. Ele suspira, desviando o olhar para a estrada à frente, tentando encontrar as palavras certas para quebrar o silêncio espesso que se instalou entre eles.— Você não tem nada do que se envergonhar, loirinha — declara com a voz calma, mas firme, mantendo o olha
Victor para por um instante e a olha nos olhos, percebendo o quanto ela está sendo sincera. Ele se aproxima devagar, com os olhos cheios de desejo. Quando seus lábios finalmente se encontram, é como se uma eletricidade instantânea tomasse conta do ar ao redor. O toque inicial é firme, quase urgente, e logo os lábios se pressionam com mais intensidade, reivindicando-se mutuamente.A mão dele desliza até a nuca dela, segurando-a com uma determinação que a faz sentir-se completamente dominada. Ela sente o peso da possessividade naquele toque, como se quisesse apagar qualquer vestígio de dúvida que pudesse existir. A outra mão encontra sua cintura, puxando-a para mais perto, eliminando qualquer espaço entre eles. Suas respirações se misturam, ofegantes e descompassadas, enquanto o beijo se aprofunda, e as línguas se encontram num jogo intenso de desejo.Victor a beija como se cada segundo fosse precioso, explorando-a sem pressa, mas com um desejo que é impossível de conter. Sentindo cada m
Mesmo trancado no banheiro, Victor ouvia cada palavra da conversa entre Marina e sua mãe. O espaço pequeno do quarto fazia a voz de Daniela ecoar, revelando toda a sua decepção e desconfiança. Cada acusação, cada palavra dura que ela disparava, era como uma punhalada para Marina e também para ele. Ele podia escutar o tremor na voz de Marina, segurando o choro, enquanto tentava, em vão, se defender das acusações infundadas.— A senhora percebe que está ficando do lado do Sávio, e não de mim, que sou sua filha? — questiona Marina, com a voz embargada pela dor e incredulidade.— E como quer que eu te defenda, Marina, se nem sei onde está? — replica Daniela, cuja voz impregna frustração. — Você era tão estudiosa, tão responsável. Depois que começou a trabalhar com esse homem, parece que sua vida desandou. Pense bem no que está fazendo da sua vida!Marina sente as palavras como facas e respira fundo, tentando conter a frustração.— Não acredito que esteja colocando a culpa em mim e no meu
Quando chega em casa, Victor exibe uma expressão de tensão mal disfarçada. Mesmo satisfeito com o progresso que ele e Marina haviam tido juntos, a ideia de que ela enfrentaria os pais sozinha naquele momento o deixava desconcertado, sentindo-se parcialmente responsável por toda aquela situação. Relutante em entrar na mansão, decide sentar-se no jardim, onde as flores exalavam um perfume suave que ele, no entanto, mal consegue perceber. Ele desabotoa a camisa e fecha os olhos, tentando relaxar, mas a ansiedade o corrói. Pensar que Marina estava sendo julgada duramente pelos próprios pais fazia com que apertasse os punhos, questionando-se se deixá-la em casa naquela manhã foi, de fato, a escolha correta.— Algum problema? — A voz profunda de Xavier ecoa atrás dele.Victor abre os olhos e se vira levemente, vendo o pai em uma bermuda azul e camisa branca, com uma expressão casual que parecia alheia a qualquer tensão.— E desde quando você se importa com isso? — rebate, voltando o olhar pa
Percebendo as acusações impiedosas de sua mãe, Marina solta um suspiro pesado, ciente de que o confronto não pode mais ser evitado.— Então, além de não confiar em mim, agora está me vigiando também? — pergunta, exausta, com a dor visível em sua expressão.— Eu só estava indo até o portão — responde Daniela, mantendo o olhar firme. — E vi você lá, bem juntinha dele. Deu para ver muito bem como os “pombinhos” se comportavam — ironiza.— Mãe, para com isso! — Marina pede, com a voz vacilante, segurando as lágrimas. — A senhora não tem noção do impacto que isso está causando em mim.Sem esperar mais, Marina entra em casa, seu coração está comprimido pela pressão das acusações. Ela larga a mala no quarto, mas não consegue se livrar da presença da mãe, que a segue insensível, com cada palavra se transformando em um julgamento.— Eu não te reconheço mais, Marina. Tudo o que vejo agora é uma garota irresponsável, deslumbrada pelo dinheiro, como se o Sávio não tivesse significado nada para vo
— Claro, acho uma boa ideia — responde Marina, decidida a descobrir a verdade sobre o misterioso namorado da amiga. Depois de toda a ajuda e apoio de Victor, sentia a necessidade de retribuir de algum modo e talvez, desvendando o que Andressa parecia esconder, conseguisse ao menos aliviar sua própria inquietação. — Então, combinado para sexta? Assim que sair do trabalho, você pode ir direto para o apartamento. O que acha? — insiste Andressa, com um sorriso esperançoso. — Não sei… — Marina hesita, tentando decifrar as intenções da amiga. — Vai, amiga! Vou preparar um jantar só para nós duas, vai ser ótimo — persiste, demonstrando toda a sua boa intenção.— Está bem — concorda Marina, ainda receosa. Por mais que gostasse de Andressa, sentia que a amiga escondia algo. Havia uma voltagem inexplicável no ar, uma expressão no olhar dela que revelava segredos não ditos. Marina recorda das palavras de Victor: “A gente nunca conhece realmente as pessoas.” Confiança, afinal, podia ser um er