Será que se ela disser que quer ter a primeira vez com ele, os pais entenderão? Hahaha
Sem saber como responder ao pai, Marina fica em silêncio, e é nesse momento que Daniela interfere.— Está vendo, José? Ela não responde porque sabe que aquele homem não quer nada sério com ela — diz, com tom acusador.— Daniela, pare com isso e deixe nossa filha nos explicar! — exige José, lançando um olhar firme para a esposa, mostrando que não tolerará interferências.Marina, sempre uma filha obediente, nunca havia se sentido tão pressionada como agora. Sentia que não deveria precisar dar explicações sobre algo tão pessoal, mas sabia que, naquele momento, era isso que esperavam dela.— Eu não quero falar sobre mim e o Victor — declara, com seriedade. — Eu ainda moro com vocês, mas preciso lembrar que tenho vinte e dois anos e sou dona da minha própria vida. Entendo que queiram o meu bem, mas preciso que compreendam que eu não preciso me casar com o primeiro homem que conheci — continua, firme, decidida a tomar as rédeas de sua vida.Daniela, abalada pela resposta da filha, responde
Após um banho, Victor se deita em sua cama, sua mente está agitada com pensamentos sobre Marina. Ele havia planejado tudo para a noite, reservando um quarto em um hotel cinco estrelas e organizado uma noite romântica com todos os detalhes. No entanto, algo ainda parecia incompleto. Tentando relaxar, ele se vira de um lado para o outro, mas a lembrança das palavras duras que a mãe de Marina lançara à filha pelo telefone se torna uma espinha dorsal de incômodo.“Se ela pôde dizer aquilo por telefone, imagina o que mais a loirinha deve ter ouvido quando chegou em casa.”Victor queria ligar para ela, dizer que estava ali para qualquer coisa, mas a verdade é que não sabia exatamente como a ajudar. Sem conseguir descansar, ele se levanta e começa a caminhar pela casa, em busca de algo que o afaste daquela inquietação. Quando chega à sala, encontra Rodrigo, que nota sua expressão agitada.— Está tudo bem? — pergunta, lançando-lhe um olhar curioso.— Não, as coisas não estão nada bem, e isso e
Ainda sem entender a situação, Marina permanece em choque, incapaz de reagir. Seu pai, percebendo a hesitação dela, decide tomar a frente da conversa.— Mari, eu já conversei com o Victor e dei minhas recomendações a ele. Espero que vocês dois respeitem isso — afirma José, com um tom firme, mas ponderado.— Recomendações? — pergunta, confusa, lançando um olhar para Victor, que apenas a observa com um sorriso discreto.— Sim, mas vou deixar vocês dois conversarem a sós. Depois discutimos isso com calma — José conclui, dando um leve aceno para a esposa, chamando-a para saírem da sala.Daniela, com uma expressão de visível desaprovação, hesita por um momento. No entanto, respeita a decisão do marido e sai, deixando Marina e Victor sozinhos. Assim que os pais deixam a sala, Marina se aproxima de Victor, com a expressão de incredulidade ainda marcada em seu rosto. Sentando-se ao lado dele, lança-lhe um olhar direto.— O que significa tudo isso? — sussurra, receosa de que os pais escutem.Vi
Na cozinha, Daniela mantém uma expressão severa enquanto lança olhares reprovadores para o marido.— Não fique assim, mulher, eu fiz o que era certo — diz José, se levantando para lavar a louça.— Certo? — Daniela quase sussurra, incrédula. — Você deu permissão para aquele homem fazer o que bem entender com nossa filha!— Ele é o namorado dela agora — rebate José com firmeza. — E não fale como se a Marina fosse uma criança. Acha mesmo que ela, com aquela personalidade forte, vai deixar alguém fazer o que quiser com ela?— Acho, sim! Sabe por quê? Porque a nossa filha é ambiciosa, José. Até ontem ela dizia gostar do Sávio, e agora está com esse homem.— Talvez porque o Victor demonstrou mais caráter e coragem que o Sávio jamais teve — responde ele, irritado. — Escuta aqui, não quero mais ouvir o nome do Sávio nesta casa. O que ele fez com a nossa filha é imperdoável. Prefiro mil vezes vê-la ao lado de alguém que a respeita, do que triste pelos cantos.Daniela franze o cenho, ainda desco
Os olhos de Marina vacilam com a resposta de Victor, e uma pontada inesperada de esperança brota em seu peito, entretanto a dúvida e o desejo também se misturam em seu olhar, e ele percebe. Sem afastá-la da mesa, ele endireita o corpo, mantendo-a próxima e segura, como se não quisesse que ela escapasse.— Me diz, do que você tem medo? — pergunta ele, com a voz grave e mais suave do que de costume, enquanto a observa com um olhar cheio de curiosidade.Marina hesita, mas, com uma coragem recém-descoberta, decide ser honesta.— Não é exatamente medo — explica, tentando organizar os próprios sentimentos em palavras. — É só que… conheço seu estilo de vida. Você sempre deixou claro que não busca nada além de… bem, você sabe… sexo — Marina suspira, desviando o olhar antes de encontrar novamente os olhos dele. — Eu nunca quis te forçar a nada que não pudesse oferecer. Estava disposta a aceitar o seu jeito, mas agora… depois do que você disse aos meus pais, mencionando um namoro… eu realmente n
Percebendo o quanto Victor estava firme em suas palavras, Joana solta um suspiro exasperado, fitando Marina como se a jovem fosse a personificação de tudo o que ela desprezava. Os olhos de Joana não escondem a repulsa, e o ambiente se enche de tensão.— Victor, não tem vergonha de dizer uma coisa dessas? — Joana retruca, com a voz fria e controlada. — Um advogado renomado como você, dizendo que está… namorando uma qualquer?Mesmo sentindo o rubor do constrangimento subir às bochechas, Marina se recusa a abaixar a cabeça ao ouvir aquilo. Ela não permitiria que Joana a insultasse daquela forma, nem que a tratasse como alguém insignificante.— Eu não sou uma qualquer, senhora — responde Marina, com a voz firme e os olhos desafiadores, enfrentando o desprezo estampado no rosto da mãe de Victor. — O fato de eu não ter dinheiro não muda o meu caráter.Joana ergue a cabeça com altivez, esboça um sorriso amargo enquanto se aproxima mais, seu olhar é como um gume de faca.— Ah, claro, quanto ca
Quando sai da sala do filho, Xavier está com os punhos cerrados de raiva. O nervosismo em seu corpo é evidente, e ele sente o sangue pulsar intensamente nas têmporas. A cada passo, procura algo em que possa descarregar sua frustração, um objeto para socar, qualquer coisa que lhe dê algum alívio diante daquele nervosismo insuportável. Ao seu lado, Joana acompanha-o com o rosto pálido e a expressão contorcida de indignação.— Viu como ele nos tratou? — Joana murmura, seus olhos faíscam com uma mistura de ressentimento e raiva. — Desde o início, eu sabia que aquela praga de garota só traria confusão. Não confiei nela no instante em que a vi.Xavier apenas acena com a cabeça, enquanto seus lábios ficam comprimidos. A mente dele fervilha com os acontecimentos do dia, mas Joana continua, inflamada, sem perceber que ele já se desligou de suas reclamações.— Ela é uma interesseira, Xavier. Eu senti isso de longe! — diz, apertando o próprio casaco. — Aquela garota está é de olho no nosso dinhei
Após acalmar Marina, Victor a acompanha até a sua sala, tentando assegurar que ela se sinta mais tranquila. Ao vê-la sentar-se, ele lhe lança um último olhar reconfortante antes de caminhar em direção ao escritório do irmão. Ao entrar, encontra Rodrigo e a mãe, ambos com expressões tensas. Ele se surpreende pela ausência do pai, mas decide ignorar a questão, sentando-se numa das cadeiras vazias, sem rodeios.— Que bom que chegou, Victor. Nossa mãe estava quase tendo um troço de tanta aflição — comenta Rodrigo, lançando um olhar exasperado para Joana.— Não vejo razão para todo esse alarde — responde Victor calmamente, cruzando os braços.Joana o encara, com olhos faiscando de indignação.— Não se faça de ingênuo, Victor. Você sabe muito bem o que nos incomoda. — Ela se inclina levemente para frente, cravando os olhos no filho. — Não faz muito tempo que você estava dizendo que não suportava aquela mulher, até pediu ao seu irmão que a dispensasse, e agora surge com essa história de namor