Parece que Victor colocará todos os seus sentimentos para fora nessa semana!
Os olhos de Marina vacilam com a resposta de Victor, e uma pontada inesperada de esperança brota em seu peito, entretanto a dúvida e o desejo também se misturam em seu olhar, e ele percebe. Sem afastá-la da mesa, ele endireita o corpo, mantendo-a próxima e segura, como se não quisesse que ela escapasse.— Me diz, do que você tem medo? — pergunta ele, com a voz grave e mais suave do que de costume, enquanto a observa com um olhar cheio de curiosidade.Marina hesita, mas, com uma coragem recém-descoberta, decide ser honesta.— Não é exatamente medo — explica, tentando organizar os próprios sentimentos em palavras. — É só que… conheço seu estilo de vida. Você sempre deixou claro que não busca nada além de… bem, você sabe… sexo — Marina suspira, desviando o olhar antes de encontrar novamente os olhos dele. — Eu nunca quis te forçar a nada que não pudesse oferecer. Estava disposta a aceitar o seu jeito, mas agora… depois do que você disse aos meus pais, mencionando um namoro… eu realmente n
Percebendo o quanto Victor estava firme em suas palavras, Joana solta um suspiro exasperado, fitando Marina como se a jovem fosse a personificação de tudo o que ela desprezava. Os olhos de Joana não escondem a repulsa, e o ambiente se enche de tensão.— Victor, não tem vergonha de dizer uma coisa dessas? — Joana retruca, com a voz fria e controlada. — Um advogado renomado como você, dizendo que está… namorando uma qualquer?Mesmo sentindo o rubor do constrangimento subir às bochechas, Marina se recusa a abaixar a cabeça ao ouvir aquilo. Ela não permitiria que Joana a insultasse daquela forma, nem que a tratasse como alguém insignificante.— Eu não sou uma qualquer, senhora — responde Marina, com a voz firme e os olhos desafiadores, enfrentando o desprezo estampado no rosto da mãe de Victor. — O fato de eu não ter dinheiro não muda o meu caráter.Joana ergue a cabeça com altivez, esboça um sorriso amargo enquanto se aproxima mais, seu olhar é como um gume de faca.— Ah, claro, quanto ca
Quando sai da sala do filho, Xavier está com os punhos cerrados de raiva. O nervosismo em seu corpo é evidente, e ele sente o sangue pulsar intensamente nas têmporas. A cada passo, procura algo em que possa descarregar sua frustração, um objeto para socar, qualquer coisa que lhe dê algum alívio diante daquele nervosismo insuportável. Ao seu lado, Joana acompanha-o com o rosto pálido e a expressão contorcida de indignação.— Viu como ele nos tratou? — Joana murmura, seus olhos faíscam com uma mistura de ressentimento e raiva. — Desde o início, eu sabia que aquela praga de garota só traria confusão. Não confiei nela no instante em que a vi.Xavier apenas acena com a cabeça, enquanto seus lábios ficam comprimidos. A mente dele fervilha com os acontecimentos do dia, mas Joana continua, inflamada, sem perceber que ele já se desligou de suas reclamações.— Ela é uma interesseira, Xavier. Eu senti isso de longe! — diz, apertando o próprio casaco. — Aquela garota está é de olho no nosso dinhei
Após acalmar Marina, Victor a acompanha até a sua sala, tentando assegurar que ela se sinta mais tranquila. Ao vê-la sentar-se, ele lhe lança um último olhar reconfortante antes de caminhar em direção ao escritório do irmão. Ao entrar, encontra Rodrigo e a mãe, ambos com expressões tensas. Ele se surpreende pela ausência do pai, mas decide ignorar a questão, sentando-se numa das cadeiras vazias, sem rodeios.— Que bom que chegou, Victor. Nossa mãe estava quase tendo um troço de tanta aflição — comenta Rodrigo, lançando um olhar exasperado para Joana.— Não vejo razão para todo esse alarde — responde Victor calmamente, cruzando os braços.Joana o encara, com olhos faiscando de indignação.— Não se faça de ingênuo, Victor. Você sabe muito bem o que nos incomoda. — Ela se inclina levemente para frente, cravando os olhos no filho. — Não faz muito tempo que você estava dizendo que não suportava aquela mulher, até pediu ao seu irmão que a dispensasse, e agora surge com essa história de namor
Quando o expediente termina, Marina sai da empresa com a mente ainda flutuando, perdida nos pensamentos sobre tudo o que está acontecendo entre ela e Victor. Ao entrar no elevador, encara seu reflexo no espelho e se pergunta, meio em dúvida, se tudo aquilo é mesmo real ou apenas obra de sua imaginação fervilhante. Quando se lembra de Victor defendendo-a com tanta determinação diante de toda a família, uma sensação inédita cresce em seu peito, misturando admiração com um certo receio. Os encontros que teve com Joana e Xavier foram longe de agradáveis, e ela sabe que conquistar o apoio deles seria praticamente impossível. — Será que o Victor desafiará realmente os pais por mim? — murmura para si mesma. Ao chegar ao hall da empresa, percebe que alguns colegas a olham com expressões de curiosidade e cochichos discretos, como se estivessem presenciando algum tipo de escândalo. Desconfortável, tenta desviar o olhar, mas logo escuta uma voz familiar e venenosa. — Ora, ora… — A voz de Katri
Ao se despedir de Victor com um beijo longo e quente, Marina entra em casa. Quando está prestes a entrar na sala, a voz de Andressa a chama pelo portão. Surpresa, Marina desce as escadas e abre o portão, encontrando a amiga com um olhar curioso e um sorriso leve no rosto. — Oi, Andressa, tudo bem? — cumprimenta Marina, tentando disfarçar o cansaço na voz. — Estou ótima, mas parece que você está ainda melhor que eu — Andressa brinca, com um sorriso malicioso. — Me desculpa, amiga, mas vi você e o Victor se beijando e... não pude deixar de vir aqui saber o que está acontecendo. Marina solta um suspiro exausto, mas oferece um sorriso e decide ser sincera. — Entra, vou te contar tudo — convida, e as duas sobem até o quarto, onde se sentam na cama uma ao lado da outra. Marina respira fundo antes de falar. — O Victor veio até aqui e pediu permissão aos meus pais para me namorar — revela, observando a expressão de surpresa na amiga. Andressa leva a mão à boca, com os olhos brilhando nu
É sexta-feira à noite e, após um longo banho, Victor caminha pelo corredor em direção à sala de jantar, sentindo uma incomum sensação de calma. Em sua mente, só dá Marina e os planos para um final de semana perfeito. Mal pode esperar para estarem juntos, e esse pensamento aquece seu coração. No entanto, ao passar em frente ao escritório do pai, percebe a porta entreaberta e nota algo errado, mas decide ignorar. Porém, a voz grave e autoritária de Xavier o faz parar. — Victor, por favor, venha até aqui — chama Xavier, em um tom que não admite negativa. Victor respira fundo, contrariado. Relutante, dá meia-volta e entra no escritório, onde os pais o aguardam, ambos com uma expressão rígida. A tensão no ambiente é quase notória, e ele já sabe qual será o assunto. Cansado de toda essa resistência à sua relação, encara ambos com um semblante gelado. — Se for mais uma conversa cheia de baboseiras sobre a minha namorada, saibam que não vou ouvir — declara, tentando cortar o assunto pela ra
Ainda incrédulo, Victor pega novamente as fotos de Marina e as observa, uma por uma, como se estivesse tentando encontrar algum defeito, algum sinal de manipulação digital. Mas, por mais que procure, cada detalhe parece real demais para ser uma montagem.— Não pode ser verdade — murmura para si, enquanto sente a voz embargada.A confusão em seus olhos é evidente, e ele não encontra palavras para expressar o turbilhão de sentimentos que o invade: raiva, dúvida, descrença. Novamente em suas mãos, a escritura com o nome de Marina parece um soco no estômago. Ele se pergunta como o pai teria conseguido informações pessoais tão detalhadas, já que a empresa era notoriamente rígida com a privacidade dos dados dos funcionários.Percebendo o quanto o irmão está perturbado, Rodrigo aproxima-se e pousa uma mão solidária sobre o ombro dele.— Victor, calma. Acho melhor você respirar fundo e pensar com mais clareza. Evite agir por impulso — aconselha em voz baixa, tentando impedir uma reação explosi