Um bônus para esse domingo.
Quando chegam ao apartamento, Marina percebe que Andressa parece ligeiramente inquieta, lançando olhares rápidos para o celular, como se aguardasse uma mensagem importante. — Está tudo bem? — pergunta, notando o nervosismo da amiga enquanto ela serve o jantar. — Claro, amiga, tudo ótimo! — Andressa responde com um sorriso forçado, colocando um prato diante de Marina. — E então, o que quer fazer primeiro? Piscina ou filme? — Acho que um filme seria ótimo — responde Marina, sentindo um leve desconforto no ar. — Perfeito! — Andressa responde rapidamente, desviando os olhos para o celular mais uma vez. Marina observa aquilo, percebendo a tensão nos gestos da amiga, mas decide não comentar. Ela permanece em silêncio enquanto prova o macarrão com camarão, reparando nas particularidades do apartamento. O lugar parece… vazio. Não há fotos, itens pessoais ou qualquer sinal de que alguém realmente more ali. — Que tal um filme de terror? Ouvi falar de um excelente — sugere Andressa, com uma
O olhar de Victor parece percorrer o rosto dela, cada detalhe tenta decifrar as emoções que passam por seus olhos. Há raiva, dor e uma sombra de dúvida, algo que Marina nunca viu nele antes. — Deveria ser eu a perguntar o que você está fazendo aqui — responde ele, num tom frio, quase sombrio, embora a dor transpareça em cada palavra. Marina sente o estômago revirar, incapaz de compreender o que está acontecendo. Ela percebe que ele não está ali por uma coincidência; há algo mais profundo e sombrio em sua expressão, como se algo tivesse sido quebrado. — Não estou entendendo… — murmura Marina, sua voz sai trêmula. Mas antes que possa continuar, Joana Ferraz aparece no vão da porta, seu olhar fixo e repleto de desprezo interrompe-a. — Vai mesmo se fazer de coitada agora? — A voz de Joana é cortante, carregada de rancor. Seus olhos faíscam com uma frieza ameaçadora. — Você nunca me enganou, sua vadia — declara, avançando em direção à Marina como se quisesse atacá-la. Porém, Victor se c
Joana está no carro, impaciente, sentindo o coração bater forte enquanto espera pelo filho. Cada minuto de silêncio parece interminável, e o medo começa a crescer dentro dela — medo de que Marina, com palavras persuasivas, tente fazer Victor mudar de ideia. Contudo, quando se lembra do olhar frio que o filho lançou para Marina, uma faísca de esperança a faz acreditar que, depois de tudo, ele não perdoaria algo tão grave. Após alguns minutos, Victor aparece no estacionamento do prédio. Ele caminha até o carro com a expressão abatida, como se cada passo pesasse uma tonelada. Quando abre a porta e entra, a mãe o observa atentamente, seus olhos ávidos procuram por qualquer sinal do que ele possa estar sentindo. — O que você fez, Victor? — pergunta, sem conseguir esconder a curiosidade misturada com alívio. — O que acha que eu faria? — ele responde com a voz tensa e estridente. — Queria que eu a agredisse, como você estava disposta a fazer? — pergunta, jogando-se contra o encosto do banc
Lentamente, Marina caminha em direção a Victor, mas o peso dos últimos acontecimentos a faz hesitar. Ela se senta no outro sofá, mantendo uma distância considerável. Victor observa seu gesto, o quanto parece retraída e vulnerável. Ele fecha os olhos por alguns segundos, respirando fundo, tentando organizar os pensamentos e controlar a confusão que o preenche. Sabe que precisa ouvir o que ela tem a dizer, mesmo que as respostas possam parecer confusas. Após um instante, ele se levanta e vai até o sofá dela, sentando-se ao seu lado, mas mantendo uma distância respeitosa.— Olhe para mim — diz ele, com voz firme, mas com uma suavidade que revela sua compreensão. — Quero que você me diga tudo, olhando nos meus olhos.Marina ergue lentamente o olhar. Seus olhos azuis, agora vermelhos e inchados, encontram os intensos e profundos olhos de Victor. A dor, o desapontamento e um pedido silencioso de compreensão pairam no ar entre eles.— Eu nem sei por onde começar — ela murmura, com a voz quase
A voz de Victor soa baixa e profunda, carregada de uma intensidade que faz o coração de Marina acelerar. Ela sente a proximidade de seus lábios, quase encostando nos dela, e cada fibra do seu corpo reage a esse contato que ele ainda guarda, como uma promessa prestes a ser cumprida. Ele a puxa suavemente para seu colo, e seus braços se entrelaçam ao redor dela com firmeza, como se quisesse mantê-la ali para sempre. Seus olhos encontram os dela com um brilho disposto e intenso.— Você não tem ideia do quanto bagunçou a minha cabeça, loirinha. — Sua voz é um sussurro rouco. — Penso em você o tempo todo… tem noção do efeito que está causando em mim?Marina sente o rosto corar e um sorriso suave surge enquanto tenta lidar com a intensidade das palavras dele.— Não fale desse jeito… — ela pede, quase num sussurro.Victor esboça um sorriso enigmático, seu olhar não se desvia um segundo do dela.— Preciso dizer, porque é isso que sinto. Quero você, loirinha, quero você para mim, só para mim.
Já é quase manhã, e os primeiros raios da aurora começam a despontar no horizonte. Victor está de pé ao lado da varanda de seu quarto, observando a rua silenciosa e vazia do condomínio. A cidade ainda dorme, envolta no silêncio tranquilo da madrugada. Todos repousam, inclusive Marina, que dorme profundamente na cama com a expressão serena e exausta, resultado de uma noite intensa. Victor, embora desejasse prolongar aqueles momentos a noite inteira, conteve-se, ciente de que ela precisava descansar. Ele a olha com ternura, sentindo uma sensação de paz e realização que poucas vezes experimentou na vida.No chão, ao lado dos pés da cama, repousa um lençol branco com uma discreta mancha de sangue, um sinal silencioso e irrefutável da inocência de Marina diante das acusações cruéis e infundadas que a atormentaram na noite anterior. Victor fixa o olhar na marca, sentindo uma mistura de alívio e revolta. Lembra-se das palavras cortantes e da expressão fria do pai enquanto lançava as mentiras
O suave murmúrio do ar-condicionado preenche o quarto, criando uma atmosfera fresca e relaxante. Qualquer um que adentrasse ali naquele instante sentiria o ambiente como um verdadeiro gelo, sem imaginar que, sob o edredom branco que cobria a cama, um casal ardia em chamas intensas de paixão. O som suave dos gemidos de Marina fundia-se com o ritmo intenso e urgente dos movimentos de Victor, criando uma sinfonia de desejo que tomava conta do ambiente, impregnando o ar de uma paixão incontida. O relógio já marcava mais de meio-dia, e por mais que nenhum dos dois quisesse interromper o momento para pensar em uma refeição, Victor sabia que deveria dar uma pequena pausa. Enquanto Marina se aninhava em seu peito, cansada e sonolenta após perder a conta de quantas vezes fizeram aquilo desde a noite passada, ele pega o celular, decidido a pedir algo para comer. — O que quer comer? — pergunta, enquanto uma das mãos acaricia os cabelos longos e loiros dela. — Qualquer coisa — responde ela, d
A expressão no rosto de Victor se endurece e seus ombros ficam tensos, como se carregassem um peso invisível.— Você disse que ele está vindo para cá? — questiona, com uma nota de nervosismo na voz.— Sim, ele acabou de sair daqui; deve chegar aí a qualquer momento — responde Rodrigo.— Obrigado por avisar, Rodrigo. Preciso desligar agora.— Espera! — Rodrigo chama sua atenção, com a voz carregada de preocupação. — Vocês não vão brigar novamente, certo?Victor exala um suspiro tenso e responde:— Não, claro que não. Só quero ficar sozinho, será que é tão difícil para ele entender isso? — diz ele, desligando o telefone com firmeza.Ao notar o nervosismo estampado no rosto de Victor, Marina se aproxima com cautela e passos hesitantes.— Aconteceu alguma coisa? — pergunta ela, com um toque de apreensão na voz.Victor a encara, e sua expressão suaviza um pouco antes de perguntar:— Você contou à sua amiga sobre esta casa?Marina pensa por um instante e logo se lembra da conversa com Andre