Com uma amiga dessas quem precisa de inimigos?
Quando os primeiros raios de sol atravessam timidamente as janelas da suíte, Andressa abre os olhos. Ao seu lado, Marina dorme profundamente, visivelmente exausta pelo vinho da noite anterior. Ela está deitada de lado, usando ainda uma das lingeries da noite passada, numa posição que revela mais do que devia.Andressa, aproveitando a oportunidade, agarra o celular e, sorrateira, tira algumas fotos da amiga adormecida. Seu olhar é determinado, enquanto digita rapidamente uma mensagem para seu amante:“Um bônus para o meu amor, só para provar que eu te amo.”Satisfeita, ela caminha para o banheiro em busca de um banho relaxante.[…]Na mansão, Xavier está sentado à mesa do jardim, saboreando seu café matinal enquanto examina com atenção as fotos que Andressa enviara na noite anterior. As imagens de Marina numa lingerie, posando de maneira despreocupada pelo apartamento, eram provocantes e tinham uma qualidade irresistível. Ele reflete brevemente sobre o encanto daquela mulher e entende
Lentamente, Marina abre os olhos, sentindo uma dor latejante na cabeça que dificulta até mesmo o simples ato de enxergar. Pisca algumas vezes, tentando se orientar no quarto, e percebe que Andressa não está ali. Ao tentar se levantar, nota que continua vestida apenas com a lingerie da noite anterior, o que a deixa ligeiramente envergonhada. Ela se apressa para encontrar suas roupas, caminha até a sala à procura delas, e logo retorna ao quarto.No banheiro, escuta o som de água e, ao se virar, vê Andressa saindo com os cabelos ainda molhados.— Bom dia, bela adormecida — saúda Andressa com um sorriso caloroso, enquanto passa a toalha pelos fios.— Bom dia… — responde, levando a mão à testa, ainda incomodada com a dor.— Parece que você acordou de ressaca — comenta Andressa, pegando uma roupa elegante para vestir, sem esconder a satisfação.— Sim, minha cabeça e meu corpo doem como se um trator tivesse passado por cima de mim — brinca, caminhando em direção ao banheiro para se refrescar
Em mais uma manhã de trabalho, Marina espera pelo namorado, que prometeu buscá-la para levá-la à empresa. No entanto, o celular toca e ela vê o nome de Sávio na tela. — Sinto muito, amor, mas não vou conseguir te levar — diz ele pelo telefone, a voz carrega frustração. — O pneu do carro furou e o estepe também está vazio. — Tudo bem, Sávio, sem problema. Possivelmente ainda consigo pegar o ônibus — responde, já se despedindo dos pais e saindo da padaria com pressa. Ela consegue embarcar no ônibus a tempo, mas, no meio do caminho, um engarrafamento inesperado se forma, atrasando a viagem e fazendo-a chegar na empresa mais tarde do que o planejado. Marina sente um clima tenso no andar onde trabalha. Funcionários andam apressados de um lado para o outro, murmurando entre si, como se tentassem evitar algo ou alguém. Ao passar em frente à sala de Victor, vê Dayse, a secretária dele, que a observa com um olhar apreensivo. — Bom dia, Dayse — cumprimenta Marina, mantendo a voz gentil, m
O toque possessivo dos lábios de Victor contra os seus deixa-a completamente sem fôlego; é um beijo intenso, carregado de desejo reprimido e de uma ansiedade quase percebida. Ele parece querer transmitir, através daquele gesto, todas as emoções contidas, enquanto suas mãos exploram cada curva do corpo dela com uma urgência descontrolada, como se tentasse gravar cada detalhe em sua memória.— Victor… — Marina murmura, quase inaudível, quando ele afrouxa um pouco os lábios por um instante, como se tentasse lhe dar a chance de recobrar o controle da situação.Mas ele não permite que a distância entre eles dure. Num impulso, Victor volta a pressionar seus lábios contra os dela, intenso e decidido, sem deixar espaço para qualquer protesto ou arrependimento. Em meio ao beijo, uma certeza toma conta de seus pensamentos: ele sente o quanto ela também o deseja.Seria tão mais fácil resistir à Marina se o corpo dela não respondesse ao seu toque, se não houvesse essa chama compartilhada entre el
A tão esperada sexta-feira havia finalmente chegado, trazendo com ela não só a antecipação do fim de semana, mas também uma carga extra de estresse no trabalho. Chegando à empresa quinze minutos antes do horário, Marina depara-se com uma pilha de documentos em sua mesa, todos aguardando revisão ainda naquele dia. Ela suspira, estreitando os olhos ao reconhecer a assinatura inconfundível de Victor nessa sobrecarga. Sem uma palavra de queixa, coloca a bolsa ao lado da mesa, liga o computador e se prepara para enfrentar a maratona de trabalho que a aguarda. À medida que as horas passam, se vê imersa nos documentos, com o tempo parecendo escapar por entre os dedos. Sabe que qualquer atraso poderia ser usado como pretexto por Victor para criticá-la, então decide encurtar o horário de almoço para apenas vinte minutos, voltando apressada à sua mesa. Ela mantém o ritmo, revisando cada linha, cada detalhe, até que, quando o relógio marca cinco horas da tarde, termina finalmente o último docum
Os olhos de Marina fixam-se nos de Victor, buscando uma resposta. O olhar curioso deixa claro que quer entender até onde vai a verdade nas palavras dele. Queria saber se ele está sendo sincero ou apenas jogando mais um dos seus jogos. Mas a expressão séria e firme que ele mantém; não parece dar espaço para brincadeiras. Percebendo que ele a observa em silêncio, Marina sente um calor subir pelo rosto, se dando conta de que talvez suas perguntas tenham sido mais invasivas do que pretendia. Um rubor discreto surge em suas bochechas e desvia o olhar, sentindo o constrangimento se instalar. Victor, no entanto, nota o silêncio dela e, contrariando o que imaginara, percebe que Marina não o bombardeia de perguntas como esperava. — O que foi? — ele pergunta, com a voz baixa e um toque de incerteza evidente. — Não é nada… — Marina murmura, desviando o olhar novamente, mas o desconforto é evidente. — Talvez eu tenha perguntado sobre algo que não era da minha conta, não é? — acrescenta, sentin
Marina entra na padaria, cruzando o ambiente calmo, quase vazio naquela hora, seu olhar logo se volta para a cozinha. Ao entrar, encontra seu pai, sentado à mesa, segurando um copo de água, com os ombros levemente curvados e o semblante abatido. — Pai, cheguei! — anuncia em voz suave, enquanto se aproxima. Seu pai levanta os olhos, visivelmente surpreso com a presença dela tão cedo. Ele tenta disfarçar o cansaço com um sorriso breve, mas Marina nota o olhar fatigado que ele não consegue esconder. — Oi, Mari, não sabia que chegaria tão cedo — ele diz, esforçando-se para levantar-se da cadeira com firmeza. — Por que está com essa cara? Parece que algo aconteceu — ela insiste, preocupada. José suspira e, com um sorriso cansado, passa a mão pelo rosto. — Não é nada, querida. Só estava descansando um pouco. Hoje foi bem movimentado… sexta-feira, sabe como é — explica, tentando aliviar a tensão no rosto. Marina observa o pai, mas vê que ele está se esforçando para parecer forte. Desde
É madrugada quando o ônibus finalmente estaciona em frente ao resort nas montanhas. A escuridão envolve o local, mas Marina consegue perceber a beleza do lugar.Sávio se afasta por um momento e, quando retorna, diz sorridente:— Já peguei a chave do nosso quarto.Sem demora, ele pega a mala das mãos dela, assumindo a liderança enquanto começa a caminhar em direção a uma pequena trilha, indicando que ela o siga.Enquanto caminhava em direção aos aposentos, Marina notou que o hotel reservava algo especial. Pequenos chalés independentes, charmosos e rústicos, alinhavam-se ao longo de uma trilha de pedras cercada por jardins bem cuidados.Sávio caminha em direção a um dos chalés e aproxima o cartão da porta, que faz um curto barulho e depois se abre. Os dois entram, explorando o ambiente com a expressão de fascínio. Havia apenas uma palavra para descrever aquele ambiente — esplêndido!— Nossa, como esse lugar é elegante — comenta Marina, encantada com o tamanho da cama e dos móveis luxuos