Após conversar com a mãe por um tempo, Marina toma um banho relaxante e se deita na cama. Embora o estômago reclame de fome, o cansaço a domina e ela prefere não sair do quarto para evitar encontrar Victor, especialmente após a estranha conversa que tiveram mais cedo. O relógio marca quase nove da noite, e o sono começa a tomar conta de seu corpo. No entanto, quando está prestes a adormecer, um som alto e repentino na porta a faz pular da cama. Assustada, Marina corre para abrir a porta e se depara com Victor.Ele está com o cabelo molhado e a barba recém-feita. Usa uma toalha em volta do pescoço, evidenciando que acabou de sair do banho. A aparência relaxada e confiante dele lhe deixa fascinada.“Tão sexy”, pensa, embora rapidamente tente afastar essa ideia.Ele observa que os olhos de Marina estão vermelhos, e então resolve questionar:— Estava chorando?Ela sorri, lembrando-se da conversa intensa que teve com a mãe.— Não — diz, querendo evitar entrar em detalhes.— Você não vai ja
A respiração de Marina se torna ofegante, e seu corpo se arrepia com o convite provocador de Victor.É a primeira vez que um homem é tão direto com ela, revelando suas intenções de maneira tão clara. O toque de seus lábios em sua pele a faz arrepiar e a proximidade a deixa nervosa e excitada, o que não pode negar. Seu peito sobe e desce de forma frenética, e mesmo que saiba qual deve ser a resposta ideal para dar, sente as palavras escaparem de sua boca.Sem pensar, Marina empurra Victor com força, afastando-o. O gesto é tão rápido que surpreende tanto a ela quanto a ele. Com o coração disparado, ela gira nos calcanhares e sai apressada do quarto, seus passos ecoam no corredor enquanto tenta processar o que acabou de acontecer.Victor, por sua vez, sorri ao vê-la se afastar sem dizer uma palavra. Ele sabe que sua proximidade teve o efeito desejado. “Isso será mais fácil do que imaginei”, murmura para si mesmo, caminhando de volta à cama e se deitando com um ar satisfeito. Embora faça
Sentindo que está começando a baixar a guarda para Victor, Marina se levanta bruscamente, colocando os olhos fixos nele com firmeza.— O que está acontecendo com você, hein? — pergunta, com a voz tensa, tentando manter o controle. — Está querendo me testar?Victor sorri e se levanta também, aproximando-se sem recuar, mantendo-se diretamente à sua frente.— Acha mesmo que isso é uma provocação? — questiona com uma pitada de ironia, divertindo-se com a situação.— Sim, acho! Ou vai me dizer que é normal o que disse ontem?— O que há de errado com isso? — rebate, fingindo desentendimento. — Sou um homem e você é uma mulher, não seria nada errado se ambos entrassem num consentimento.— Escuta aqui, Victor, eu não sei com que tipo de mulher está acostumado a lidar, mas quero que fique bem claro que não sou uma delas — anuncia, com a voz firme.— Vai mesmo continuar se fazendo de puritana? — questiona, mais alterado.— O que quer dizer com isso? Por acaso, te dei motivos ou me insinuei para
O homem passa rapidamente por Marina e sai do local, deixando-a assustada. Ela procura por Victor e o avista no final do corredor.Caminhando em passos rápidos até ele, Victor logo percebe que algo está errado.— Aconteceu alguma coisa? — pergunta, com uma voz carregada de autoridade.— Um homem acabou de me ameaçar — responde ela, ainda ofegante.Victor levanta uma sobrancelha, surpreso.— Onde ele está?— Ele saiu rápido — explica, tentando recuperar o fôlego. — Mas ele estava na audiência, tenho certeza de que isso tem a ver com o caso.Victor olha ao redor, procurando o homem que Marina mencionou, como não o encontra, se dirige ao segurança do fórum e expõe a situação.— Vamos revisar as câmeras — diz o segurança.Victor deixa seu contato e pede para ser informado de qualquer novidade.Quando chegam ao apartamento, já é noite. Embora cansada, Marina vai direto para a cozinha preparar o jantar.— Não precisa fazer isso, posso pedir algo — sugere Victor, observando sua determinação
Marina sabe que, quando Victor está daquele jeito, é impossível discutir com ele, por isso o ignora e se senta à mesa, servindo o seu jantar com um ar de falsa tranquilidade. Após colocar a comida no prato, dá sua primeira garfada, lançando-lhe um olhar provocador.— Está satisfeito em saber que foi paranoico? — pergunta, com um tom de deboche que faz seus olhos brilharem de malícia.Victor, sem perder o ritmo, responde com um sorriso enviesado, como se estivesse apenas esperando por essa oportunidade.— Agora sim — ele diz, com uma leveza quase desconcertante. — Ainda bem que foi apenas paranoia minha, pois eu estava morrendo de fome — brinca, começando a se servir.Marina estreita os olhos, tentando controlar o que realmente sente por ele, mas ainda não consegue resistir à provocação.— Depois do que fez, confesso que estou tentada a colocar algo na sua comida — ameaça, deixando um leve rastro de ironia na voz.Victor para por um segundo e finge um olhar preocupado, mas o sorriso pe
Sentindo um arrepio percorrer novamente seu corpo, Marina fecha os olhos, permitindo que aquela sensação se prolongue por mais alguns instantes. A mente dela sussurra que é errado e que está brincando com fogo, mas a tentação é grande demais. A sensação é tão intensa e gostosa que, por um momento, decide deixar de lado toda a sua razão, ignorar as provocações de Victor e testar até onde aquilo pode chegar.— Me diz mais o que você sabe fazer — provoca, com a voz baixa, quase num sussurro, mal reconhecendo a própria ousadia.Em resposta, Victor age rapidamente. Ele deposita um beijo suave na nuca dela, em seguida, começa a explorar o pescoço delicado de Marina com os lábios, descendo lentamente até o ombro. Cada toque dos lábios macios de Victor deixa um rastro de calor e adrenalina em sua pele.“Isso é bom, muito bom”, pensa Marina, tomada por uma sensação inédita de algo que nunca havia experimentado antes e que jamais imaginou existir.As mãos de Victor, até então apoiadas na pia, d
Victor caminha pela sala enquanto ouve Raul do outro lado da linha. A tensão aumenta a cada palavra, e ele tenta processar as informações rapidamente, mas a gravidade da situação é inegável e real.— Como assim, o que aconteceu? — pergunta, com a preocupação evidente em sua voz.— Victor, foi horrível. Eu estava saindo de casa, indo para o carro para jantar na casa de um amigo, quando ouvi o disparo — a voz de Raul treme, ainda assustada.— Isso aconteceu dentro da sua casa? — questiona Victor, intrigado.— Isso mesmo, dentro da minha residência, cercado por seguranças armados e câmeras. Entende como não posso confiar em mais ninguém nesse momento?Victor aperta o telefone contra o ouvido, seus olhos ficam sombrios enquanto caminha de um lado para o outro. Seu maxilar trava de frustração e preocupação.— Eles te atingiram? — pergunta com a voz baixa e firme.— Não, mas a bala… ela passou raspando no meu braço. Se eu não tivesse me abaixado, provavelmente teria me acertado em cheio. Um
Ao perceber o que estava prestes a fazer com Victor naquele apartamento, Marina se levanta bruscamente do sofá e caminha até a varanda, tentando encontrar na brisa da noite carioca algum alívio para a confusão de pensamentos que invadem sua mente.— Meu Deus, eu não acredito que fiz isso — murmura, levando as mãos aos lábios ainda quentes do beijo de Victor Ferraz. — Meu primeiro beijo… e foi com o homem que tenta diariamente me tirar do sério — sussurra para si, sentindo o peso da culpa se instalar.Desde cedo, Marina se recusou a seguir o mesmo caminho da maioria dos jovens de sua idade. Enquanto suas amigas flertavam com garotos nos intervalos da escola, ela mergulhava em livros, determinada a alcançar seus sonhos. Quando algum rapaz a convidava para sair, sua desculpa sempre era a mesma: precisava estudar. Foi assim que viveu, priorizando os estudos e a carreira, e deixando os sentimentos amorosos em segundo plano. Ainda assim, houve um momento em que começou a nutrir algo por Sá