Sentindo que está começando a baixar a guarda para Victor, Marina se levanta bruscamente, colocando os olhos fixos nele com firmeza.— O que está acontecendo com você, hein? — pergunta, com a voz tensa, tentando manter o controle. — Está querendo me testar?Victor sorri e se levanta também, aproximando-se sem recuar, mantendo-se diretamente à sua frente.— Acha mesmo que isso é uma provocação? — questiona com uma pitada de ironia, divertindo-se com a situação.— Sim, acho! Ou vai me dizer que é normal o que disse ontem?— O que há de errado com isso? — rebate, fingindo desentendimento. — Sou um homem e você é uma mulher, não seria nada errado se ambos entrassem num consentimento.— Escuta aqui, Victor, eu não sei com que tipo de mulher está acostumado a lidar, mas quero que fique bem claro que não sou uma delas — anuncia, com a voz firme.— Vai mesmo continuar se fazendo de puritana? — questiona, mais alterado.— O que quer dizer com isso? Por acaso, te dei motivos ou me insinuei para
O homem passa rapidamente por Marina e sai do local, deixando-a assustada. Ela procura por Victor e o avista no final do corredor.Caminhando em passos rápidos até ele, Victor logo percebe que algo está errado.— Aconteceu alguma coisa? — pergunta, com uma voz carregada de autoridade.— Um homem acabou de me ameaçar — responde ela, ainda ofegante.Victor levanta uma sobrancelha, surpreso.— Onde ele está?— Ele saiu rápido — explica, tentando recuperar o fôlego. — Mas ele estava na audiência, tenho certeza de que isso tem a ver com o caso.Victor olha ao redor, procurando o homem que Marina mencionou, como não o encontra, se dirige ao segurança do fórum e expõe a situação.— Vamos revisar as câmeras — diz o segurança.Victor deixa seu contato e pede para ser informado de qualquer novidade.Quando chegam ao apartamento, já é noite. Embora cansada, Marina vai direto para a cozinha preparar o jantar.— Não precisa fazer isso, posso pedir algo — sugere Victor, observando sua determinação
Marina sabe que, quando Victor está daquele jeito, é impossível discutir com ele, por isso o ignora e se senta à mesa, servindo o seu jantar com um ar de falsa tranquilidade. Após colocar a comida no prato, dá sua primeira garfada, lançando-lhe um olhar provocador.— Está satisfeito em saber que foi paranoico? — pergunta, com um tom de deboche que faz seus olhos brilharem de malícia.Victor, sem perder o ritmo, responde com um sorriso enviesado, como se estivesse apenas esperando por essa oportunidade.— Agora sim — ele diz, com uma leveza quase desconcertante. — Ainda bem que foi apenas paranoia minha, pois eu estava morrendo de fome — brinca, começando a se servir.Marina estreita os olhos, tentando controlar o que realmente sente por ele, mas ainda não consegue resistir à provocação.— Depois do que fez, confesso que estou tentada a colocar algo na sua comida — ameaça, deixando um leve rastro de ironia na voz.Victor para por um segundo e finge um olhar preocupado, mas o sorriso pe
Sentindo um arrepio percorrer novamente seu corpo, Marina fecha os olhos, permitindo que aquela sensação se prolongue por mais alguns instantes. A mente dela sussurra que é errado e que está brincando com fogo, mas a tentação é grande demais. A sensação é tão intensa e gostosa que, por um momento, decide deixar de lado toda a sua razão, ignorar as provocações de Victor e testar até onde aquilo pode chegar.— Me diz mais o que você sabe fazer — provoca, com a voz baixa, quase num sussurro, mal reconhecendo a própria ousadia.Em resposta, Victor age rapidamente. Ele deposita um beijo suave na nuca dela, em seguida, começa a explorar o pescoço delicado de Marina com os lábios, descendo lentamente até o ombro. Cada toque dos lábios macios de Victor deixa um rastro de calor e adrenalina em sua pele.“Isso é bom, muito bom”, pensa Marina, tomada por uma sensação inédita de algo que nunca havia experimentado antes e que jamais imaginou existir.As mãos de Victor, até então apoiadas na pia, d
Victor caminha pela sala enquanto ouve Raul do outro lado da linha. A tensão aumenta a cada palavra, e ele tenta processar as informações rapidamente, mas a gravidade da situação é inegável e real.— Como assim, o que aconteceu? — pergunta, com a preocupação evidente em sua voz.— Victor, foi horrível. Eu estava saindo de casa, indo para o carro para jantar na casa de um amigo, quando ouvi o disparo — a voz de Raul treme, ainda assustada.— Isso aconteceu dentro da sua casa? — questiona Victor, intrigado.— Isso mesmo, dentro da minha residência, cercado por seguranças armados e câmeras. Entende como não posso confiar em mais ninguém nesse momento?Victor aperta o telefone contra o ouvido, seus olhos ficam sombrios enquanto caminha de um lado para o outro. Seu maxilar trava de frustração e preocupação.— Eles te atingiram? — pergunta com a voz baixa e firme.— Não, mas a bala… ela passou raspando no meu braço. Se eu não tivesse me abaixado, provavelmente teria me acertado em cheio. Um
Ao perceber o que estava prestes a fazer com Victor naquele apartamento, Marina se levanta bruscamente do sofá e caminha até a varanda, tentando encontrar na brisa da noite carioca algum alívio para a confusão de pensamentos que invadem sua mente.— Meu Deus, eu não acredito que fiz isso — murmura, levando as mãos aos lábios ainda quentes do beijo de Victor Ferraz. — Meu primeiro beijo… e foi com o homem que tenta diariamente me tirar do sério — sussurra para si, sentindo o peso da culpa se instalar.Desde cedo, Marina se recusou a seguir o mesmo caminho da maioria dos jovens de sua idade. Enquanto suas amigas flertavam com garotos nos intervalos da escola, ela mergulhava em livros, determinada a alcançar seus sonhos. Quando algum rapaz a convidava para sair, sua desculpa sempre era a mesma: precisava estudar. Foi assim que viveu, priorizando os estudos e a carreira, e deixando os sentimentos amorosos em segundo plano. Ainda assim, houve um momento em que começou a nutrir algo por Sá
Toda aquela conversa arranca um turbilhão de sentimentos em Marina, que mal consegue dormir. Se sua mente já estava confusa com a avalanche de emoções que a dominavam, agora sente o peso das consequências diante de si.— Por que ele foi me ligar logo agora? — murmura, enquanto fecha a porta da varanda e entra no apartamento.Rapidamente, ela verifica a porta de entrada e em seguida confere se as câmeras estão funcionando.Cansada mentalmente, decide se deitar, deixando o telefone ao lado, na esperança de ouvir caso Victor ligue ou precise de algo. Mesmo com o corpo exausto, a mente de Marina continua a vagar, dominada por pensamentos confusos e sentimentos que não consegue afastar.“Você precisa reagir, Marina”, pensa, fechando os olhos e tentando relaxar, embora o coração continue acelerado.[…]Enquanto dirige até o hospital onde Raul está, Victor pensa na jovem loira que deixou em seu apartamento. Seu corpo ainda responde ao calor dos momentos que compartilhou com ela. Não pode neg
Decidido a não desistir de suas intenções, Victor bate na porta do quarto de Marina, com firmeza, na tentativa de acordá-la.— Marina, já cheguei, abra a porta! — ordena, com uma voz autoritária, mas tudo o que ouve é o silêncio do outro lado.A falta de resposta o irrita profundamente, e seus pensamentos começam a questioná-lo.“Pelos céus, Victor, está mesmo correndo atrás de uma mulher?”Percebendo o quanto está vulnerável, de pé, na porta de um quarto trancado, por uma mulher, ele tenta se recompor. Tomado pelo orgulho ferido, se afasta da porta, volta para o seu quarto e se joga na cama. Com os pensamentos fervilhando, pensa se deve ou não terminar aquela madrugada na mão.[…]Na manhã seguinte, Marina acorda com a lembrança de ter ouvido a voz de Victor batendo em sua porta na noite anterior. O medo do que poderia acontecer caso ela tivesse aberto a porta a dominou, e foi por isso que escolheu ignorá-lo, pensando na própria proteção.Ela se levanta devagar e começa sua rotina ma