Nollan Hoffmann
Nada tira da minha cabeça que meu pai está inventando esse problema cardíaco somente para me trazer de volta para Nova York.
Sei que já faz mais de 10 anos desde que fui embora para Londres, mas aqui estou eu mais uma vez. Sendo obrigado a cuidar de uma empresa que não queria para mim.
Em meus 36 anos de vida, nunca pensei que seria trazido de volta à realidade americana. Dias caóticos, e cheios de gente correndo atrás dos seus próprios propósitos. Eu estava habituado a um outro ritmo de vida. Trabalhava e ia direto para minha cobertura onde ninguém mais tinha acesso a mim até o dia seguinte, e agora, estou aqui, em uma sala que dá acesso a uma das mais importantes empresas do país.
Sei que sou bom o suficiente para fazer essa empresa prosperar ainda mais, porém, não me sinto satisfeito com isso. Ter que largar meus deveres em Londres e ter que me adaptar com uma nova rotina, novas pessoas e novos hábitos só me faz ter uma sensação assombrosa de irritação.
Olhando a poltrona do meu pai, lembro-me da última vez em que ele me ligou por chamada de vídeo. Sua expressão estava intragável. Mais uma vez ele iria me fazer odiar nossa relação desajustada como pai e filho.
— Preciso que você volte para a cidade, Nollan.
Ele falou autoritário, e assinando um último documento, eu neguei em um gesto firme e respondi.
— Você acha que posso me afastar de tudo só por que você quer me ver depois de 10 anos?
Ele se encostou em sua cadeira e respondeu.
— Não me obrigue a tomar medidas drásticas.
Ele nem esperou eu responder, logo desligou a chamada e fechando meus olhos, puxei o ar com força para manter minha paciência intacta. Algo ele estava aprontando mas não vou deixar passar batido. Cada um que decidir infernizar minha vida, terá que lidar com meu pior.
Sei que posso ser bem irritante, indiferente e até mesmo arrogante quando quero, e sem dúvidas, farei cada um arrancar todos os fios de cabelo.
(...)
Com a mão fechadas em punho, atravessei o corredor após dar de cara com a assistente do meu pai. Eu realmente torcia para que fosse uma mulher mais velha e mal amada para que não me distraísse mas além de grosseira, também é a tentação em pessoa e o pior, me irrita para um caralho por que me faz sentir a necessidade de irrita-la como se a doença do meu pai não pesasse em nada na minha vida.
Sem dúvidas ela deve pensar que sou um sem coração, o que também não me interessa muito, já que tenho 75% de certeza de que meu pai está ótimo de saúde, e que tudo isso foi apenas uma forma de me obrigar a voltar para casa.
Soltando um suspiro, atravessei o hall de entrada da empresa e me direcionei até a vaga em que eu havia deixado meu carro e logo que me acomodei no acento, vejo Laysla Albuquerque olhando a sua volta enquanto andava apressada até um carro escuro e arqueando a sobrancelha, acompanhei ela entrando desesperada.
O carro tinha película escura, mas não era escura o suficiente e de onde estou, foi possível ver que ela iria trocar a saia dentro do minúsculo carro e coçando a garganta, desci do meu carro e me direcionei ate onde ela estava e dei algumas batidas no vidro sem olhar. No mesmo instante o carro parou de ranger e isso quer dizer que o carro é tão velho que já está rangendo com qualquer movimento.
Descabelada, a mulher abriu o vidro traseiros e levou um susto quando me viu ali parado.
— Eu sabia que tinha algo estranho com você, mas eu não tenho dinheiro para dar, então pode ir...
Nollan HoffmannNada tira da minha cabeça que meu pai está inventando esse problema cardíaco somente para me trazer de volta para Nova York.Sei que já faz mais de 10 anos desde que fui embora para Londres, mas aqui estou eu mais uma vez. Sendo obrigado a cuidar de uma empresa que não queria para mim.Em meus 36 anos de vida, nunca pensei que seria trazido de volta à realidade americana. Dias caóticos, e cheios de gente correndo atrás dos seus próprios propósitos. Eu estava habituado a um outro ritmo de vida. Trabalhava e ia direto para minha cobertura onde ninguém mais tinha acesso a mim até o dia seguinte, e agora, estou aqui, em uma sala que dá acesso a uma das mais importantes empresas do país.Sei que sou bom o suficiente para fazer essa empresa prosperar ainda mais, porém, não me sinto satisfeito com isso. Ter que largar meus deveres em Londres e ter que me adaptar com uma nova rotina, novas pessoas e novos hábitos só me faz ter uma sensação assombrosa de irritação.Olhando a pol
Laysla AlbuquerqueSoltando um suspiro cansado, me direcionei pelo corredor da minha pequena casa desejando muito um banho e a minha cama.O dia de hoje teve inúmeros incidentes nos quais eu não estava preparada psicologicamente para resolver.Teve um cano quebrado na cozinha da empresa, duas mulheres saíram nos t***s no setor de cobrança e teve um gerente que foi demitido por ter sido pego em flagrante enquanto estava aos amassos com sua secretária e isso tudo sem contar meu encontro desastroso que resultou em uma saia rasgada, uma mão esmagada pelo vidro do carro e uma cena nada sensual em que paguei calcinha no estacionamento.Fechando meus olhos, me joguei no sofá não acreditando que o dia finalmente chegou ao fim.Sentando no meu sofá, joguei a cabeça para trás e comecei a lembrar das guloseimas que tenho na geladeira e rapidamente me animei.Me direcionando até a cozinha, abri a geladeira e encontrei a sobremesa que eu havia feito ontem a noite. Se chama bombom na travessa e é um
Puxando o ar com força, atravessei o hall de entrada da empresa e vi que o ritmo estava frenético, o que não indicava coisa boa. Andando diretamente para o elevador, segurei minha bolsa pela alça enquanto apertava no botão do 20° andar.Assim que as portas metálicas se abriram, me surpreendi com a quantidade de homens vestidos de preto espalhados em pontos estratégicos pelo corredor.A gerente de recursos humanos que parecia se sentir pressionada, ergueu a cabeça e logo pude ver o alívio em sua expressão assim que me encontrou. — Laysla, que bom que você chegou.Sua voz parecia carregada de nervosismo e ajustando a postura, eu franzi a testa ao responder. — O que houve, Marcela?Olhei a nossa volta enquanto encarava os brutamontes e ela se aproximou com algumas pastas em mãos e disse. — O assistente do novo Ceo está aqui, e está a pedindo para falar com você.Sua expressão estava séria, e me entregando as pastas, ela continuou. — Ele disse que precisa resolver essas pend
Nollan HoffmannMeus olhos estavam fixos na expressão desapontada de Laysla. Estava com uma aparência tão cansada que por um momento me senti culpado por estar causando essa bagunça toda. — Eu ainda não sabia qual seria minha função até hoje de manhã.Respondi sendo verdadeiro, e segurando a troca de olhares, Laysla soltou o ar ao se levantar e disse. — Desculpe pela minha explosão, eu só… Assentindo, me afastei dela e me acomodei em minha própria mesa e respondi. — Está tudo bem. Estou aqui para ajudar.Ela assentiu com a cabeça e murmurou. — Vou buscar café para nós e depois disso, começaremos a trabalhar, okay?Confirmando com um gesto, sorri e enviei uma piscadela em sua direção e sorrindo, ela se levantou e saiu andando rumo ao elevador.A verdade é que fui até a casa do meu pai ontem e pude ver com meus próprios olhos que ele não está doente. Ele estava com uma ótima aparência, e na verdade parecia bastante entediado. Em um momento de descuido, ele se levantou e me d
Laysla AlbuquerqueNão sei o que está acontecendo comigo mas já faz 5 minutos que estou parada na cozinha e meu café já esfriou nesse meio tempo, ainda sinto meu corpo estremecer por inteiro depois daquela sensação tão estranha logo que Lann apertou minha mão.A verdade é que tudo está soando estranho demais e só piora quando eu paro para analisar a seguinte situação. Como um homem igual ao Lann se tornou um assistente?Não estou menosprezando a função, é que o homem tem um porte atlético, boa postura e uma dicção perfeita na qual só me faz pensar no que o levou a escolher essa profissão. É muito nítido que ele poderia exercer qualquer profissão com o visual e porte que tem.Absolutamente nada está encaixando nessa história.Agora, aqui sentada de frente para meu computador, tento manter minha atenção focada apenas na tela do meu notebook, mas algo me fez olhar o homem que está a alguns metros de distância de mim.De relance, vejo um sorriso surgir em seu rosto e o silêncio logo se que
Laysla AlbuquerqueEu passei a língua devagar pelos lábios sensíveis e assenti com um gesto, e sorrindo, ele se levantou e me guiou para a mesa mais uma vez, e pegando seu copo de café, ele se direcionou para sua mesa enquanto eu fiquei o analisando em silêncio, tentando entender o motivo de eu ter ficado desse jeito com a aproximação dele.— Então, quais são os planos para o fim de semana?Ouço Lann perguntar enquanto eu ainda estou na mesma posição em que ele me deixou e tentando voltar a raciocinar, eu respondi.— Sexta-feira à noite estarei indo para a Flórida. Vou passar o fim de semana com meus pais.Arqueando a sobrancelha, ele assentiu e sorriu ao dizer.— Bom, dessa forma você vai recarregar as energias após uma semana agitada.Ao pensar na possibilidade de descansar com minha família, soltei o ar com força e sorri ao responder.— Agitada é apelido, mas sim, preciso vê-los. Estou com saudade de casa.Nesse momento ele pareceu fixar sua atenção em mim, e por alguns segundos, vi
Nollan HoffmannEssa brincadeira está sendo diferente do que eu imaginava. Provocar a Laysla Albuquerque não está sendo exatamente o que eu imaginei.A mulher tem o dom de amolecer meu coração a medida que parece se desesperar quando o pé no saco, que no caso sou eu, manda um e-mail pedindo coisas sem noção, e apesar de saber que só pedi coisas sem noção até momento, aqui estou eu, ajudando-a a organizar um evento no qual eu mesmo havia exigido para me apresentar como o novo Ceo.Depois que ela falou sobre seus planos para o fim de semana, senti vontade de estragar até o último segundo de felicidade dela mas quando a vi chorando, parece que algo mudou em mim, como se eu me sentisse culpado por ter causado isso e tudo se tornou pior quando ela pulou nos meus braços e senti meu corpo tensionar pelo nosso contato mais uma vez.A porra daquele calor estava de volta e pude perceber que só acontece com ela. Um lembrete claro que não devo fazer nada além do meu plano.Droga, eu tenho um plano
Nollan HoffmannPorra.Não é possível.Ela é solteira.Fechei meus olhos enquanto pensava na minha vida antes de entrar na empresa do meu pai. Nas coisas que deixei para trás por causa do seu ultimato.De repente, aquela sensação estranha que senti por causa da Laysla Albuquerque sumiu, dando lugar a revolta por ter sido obrigado a voltar para um lugar que eu não queria.— Lann…Ouço Laysla murmurar e abrindo meus olhos, vejo que ela está escorada na parede do elevador e olhando para mim.Toda asua atençãovestava em mim.— Você gosta de trabalhar com o senhor Hoffmann?Pensei por alguns segundos nessa pergunta e negando com um gesto, respondi no exato momento em que as portas metálicas se abriram.— Eu trabalho com o senhor Marques.Estendendo a mão, pedi para que Laysla fosse na frente e em seguida me aproximei dela, que por instinto pousei a mão em sua lombar e a guiei até meu carro, e parecendo incrédula, ela disse.— Você… Esse carro é o seu?Sua voz denunciava descrença e assentin