Capítulo 5

Laysla Albuquerque

Soltando um suspiro cansado, me direcionei pelo corredor da minha pequena casa desejando muito um banho e a minha cama.

O dia de hoje teve inúmeros incidentes nos quais eu não estava preparada psicologicamente para resolver.

Teve um cano quebrado na cozinha da empresa, duas mulheres saíram nos t***s no setor de cobrança e teve um gerente que foi demitido por ter sido pego em flagrante enquanto estava aos amassos com sua secretária e isso tudo sem contar meu encontro desastroso que resultou em uma saia rasgada, uma mão esmagada pelo vidro do carro e uma cena nada sensual em que paguei calcinha no estacionamento.

Fechando meus olhos, me joguei no sofá não acreditando que o dia finalmente chegou ao fim.

Sentando no meu sofá, joguei a cabeça para trás e comecei a lembrar das guloseimas que tenho na geladeira e rapidamente me animei.

Me direcionando até a cozinha, abri a geladeira e encontrei a sobremesa que eu havia feito ontem a noite. Se chama bombom na travessa e é uma bomba calórica, eu sei, mas não vou resistir.

Na verdade nem quero.

Pegando uma concha que normalmente usamos para feijão, peguei uma boa quantidade e coloquei dentro de um recipiente grande para matar tudo o que está me matando e satisfeita, voltei até o sofá e liguei a TV em um canal aleatório.

 Abrindo o zíper da minha calça social, desci a peça e a joguei em cima da poltrona quando lembrei daquele homem de olhos azuis com as mãos enormes e hábeis.

Minha calcinha bege foi a escolhida de hoje e droga, justamente ele presenciou toda a cena.

Me joguei no sofá desejando esquecer aquela situação toda e depositei meu doce na mesa de centro enquanto abria o fecho do meu sutiã, e tirando-o do meu corpo, sentindo arrepio me envolver a medida que a sensação de relaxamento me tomava.  

Pegando meu doce, enfiei a colher na boca e soltei um gemido alto devido a sensação que senti de relaxamento, dever cumprido e merecimento. Sim, eu mereço comer essa sobremesa enquanto fico de calcinha e sem sutiã dentro do conforto da minha própria casa depois de um dia dos infernos.

Sem dúvida, essa é uma das dádivas de ser adulta.

(...)

Pi….pi…pi…pi…

Pi….pi…pi…pi…

Droga…

Pi….pi…pi…pi…

Pi….pi…pi…pi…

— Mas que inferno.

Dei um tapa no despertador de cabeceira antes de alcançar meu celular e conferir a hora.

E com pesar vejo que já são 5:30 da manhã de uma quarta-feira.

Praguejando, fechei meus olhos por alguns segundos enquanto respirava fundo, sentindo meu corpo reclamar por conta do cansaço.  Minha mente está me mandando levantar mas meu corpo não está obedecendo.

Minha mente sinaliza ruídos por perto e me forçando a despertar, estiquei o braço e acabei encontrando uma posição muito gostosa na cama e acabei permanecendo nela por alguns segundos. Nada demais, apenas uns minutinhos.

Em desespero, acordei de um sono que pareceu ter me revigorado mas me transportado para um mundo de desespero absoluto.

Estou atrasada justamente na chegada do filho do meu chefe.

Levantei o mais depressa possível e corri para o chuveiro já prendendo meu cabelo no topo da cabeça e me despi. Ensaboado meu corpo, praguejei por ter caído no sono justo hoje.

Eu nem sei o que irá acontecer depois desse atraso, e enfiando a cara embaixo da água, despertei completamente, e já desliguei o chuveiro enquanto estendia o braço pra pegar a toalha e enrolar em meu corpo. Indo em direção a pia, escovei meus dentes e usei enxaguante bucal e me apressei até o quarto.

Eu tinha duas opções de vestimenta, uma cheia de fru-fru onde precisaria de um salto maior para ficar elegante ou uma calça social preta com uma camisa preta de mangas curtas e um terno para combinar. Algo simples e elegante. 

Sem dúvidas será esse.

Céus, o dia mal começou e já está pedindo por algo assim.

Assim que me vesti, me olhei no espelho e arregalei os olhos ao lembrar que eu não havia nem escovado meu cabelo e tirando meu terninho, desmontei o coque da cabeça e passei a escova secadora que sempre salva a minha vida nos minutos finais.

Apesar de atrasada, fiquei 5 minutos dedicada a arrumar meu cabelo e depois de tudo pronto, peguei minha bolsa e saí em direção ao carro.

Assim que pus meus pés no estacionamento de casa, lembrei que meu celular ficou no quarto e olhando meu relógio de pulso, praguejei infinitamente por não ter tempo para buscar e segui rumo ao carro, que assim que cheguei, estava com o pneu furado.

Fechando os olhos em descrença, um sorriso surgiu em meu rosto de modo depreciativo pois eu ainda não conseguia acreditar no que estava acontecendo comigo as 8:30 da manhã de uma quarta-feira.

Tirando meus sapatos de salto, corri para casa mais uma vez, pois vou precisar de um celular para chamar um carro por aplicativo e respirei fundo enquanto engolia a dor de pisar em algumas pedras pontiagudas.

O que mais falta acontecer hoje?

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