Laysla Albuquerque
Soltando um suspiro cansado, me direcionei pelo corredor da minha pequena casa desejando muito um banho e a minha cama.
O dia de hoje teve inúmeros incidentes nos quais eu não estava preparada psicologicamente para resolver.
Teve um cano quebrado na cozinha da empresa, duas mulheres saíram nos t***s no setor de cobrança e teve um gerente que foi demitido por ter sido pego em flagrante enquanto estava aos amassos com sua secretária e isso tudo sem contar meu encontro desastroso que resultou em uma saia rasgada, uma mão esmagada pelo vidro do carro e uma cena nada sensual em que paguei calcinha no estacionamento.
Fechando meus olhos, me joguei no sofá não acreditando que o dia finalmente chegou ao fim.
Sentando no meu sofá, joguei a cabeça para trás e comecei a lembrar das guloseimas que tenho na geladeira e rapidamente me animei.
Me direcionando até a cozinha, abri a geladeira e encontrei a sobremesa que eu havia feito ontem a noite. Se chama bombom na travessa e é uma bomba calórica, eu sei, mas não vou resistir.
Na verdade nem quero.
Pegando uma concha que normalmente usamos para feijão, peguei uma boa quantidade e coloquei dentro de um recipiente grande para matar tudo o que está me matando e satisfeita, voltei até o sofá e liguei a TV em um canal aleatório.
Abrindo o zíper da minha calça social, desci a peça e a joguei em cima da poltrona quando lembrei daquele homem de olhos azuis com as mãos enormes e hábeis.
Minha calcinha bege foi a escolhida de hoje e droga, justamente ele presenciou toda a cena.
Me joguei no sofá desejando esquecer aquela situação toda e depositei meu doce na mesa de centro enquanto abria o fecho do meu sutiã, e tirando-o do meu corpo, sentindo arrepio me envolver a medida que a sensação de relaxamento me tomava.
Pegando meu doce, enfiei a colher na boca e soltei um gemido alto devido a sensação que senti de relaxamento, dever cumprido e merecimento. Sim, eu mereço comer essa sobremesa enquanto fico de calcinha e sem sutiã dentro do conforto da minha própria casa depois de um dia dos infernos.
Sem dúvida, essa é uma das dádivas de ser adulta.
(...)
Pi….pi…pi…pi…
Pi….pi…pi…pi…
Droga…
Pi….pi…pi…pi…
Pi….pi…pi…pi…
— Mas que inferno.
Dei um tapa no despertador de cabeceira antes de alcançar meu celular e conferir a hora.
E com pesar vejo que já são 5:30 da manhã de uma quarta-feira.
Praguejando, fechei meus olhos por alguns segundos enquanto respirava fundo, sentindo meu corpo reclamar por conta do cansaço. Minha mente está me mandando levantar mas meu corpo não está obedecendo.
Minha mente sinaliza ruídos por perto e me forçando a despertar, estiquei o braço e acabei encontrando uma posição muito gostosa na cama e acabei permanecendo nela por alguns segundos. Nada demais, apenas uns minutinhos.
Em desespero, acordei de um sono que pareceu ter me revigorado mas me transportado para um mundo de desespero absoluto.
Estou atrasada justamente na chegada do filho do meu chefe.
Levantei o mais depressa possível e corri para o chuveiro já prendendo meu cabelo no topo da cabeça e me despi. Ensaboado meu corpo, praguejei por ter caído no sono justo hoje.
Eu nem sei o que irá acontecer depois desse atraso, e enfiando a cara embaixo da água, despertei completamente, e já desliguei o chuveiro enquanto estendia o braço pra pegar a toalha e enrolar em meu corpo. Indo em direção a pia, escovei meus dentes e usei enxaguante bucal e me apressei até o quarto.
Eu tinha duas opções de vestimenta, uma cheia de fru-fru onde precisaria de um salto maior para ficar elegante ou uma calça social preta com uma camisa preta de mangas curtas e um terno para combinar. Algo simples e elegante.
Sem dúvidas será esse.
Céus, o dia mal começou e já está pedindo por algo assim.
Assim que me vesti, me olhei no espelho e arregalei os olhos ao lembrar que eu não havia nem escovado meu cabelo e tirando meu terninho, desmontei o coque da cabeça e passei a escova secadora que sempre salva a minha vida nos minutos finais.
Apesar de atrasada, fiquei 5 minutos dedicada a arrumar meu cabelo e depois de tudo pronto, peguei minha bolsa e saí em direção ao carro.
Assim que pus meus pés no estacionamento de casa, lembrei que meu celular ficou no quarto e olhando meu relógio de pulso, praguejei infinitamente por não ter tempo para buscar e segui rumo ao carro, que assim que cheguei, estava com o pneu furado.
Fechando os olhos em descrença, um sorriso surgiu em meu rosto de modo depreciativo pois eu ainda não conseguia acreditar no que estava acontecendo comigo as 8:30 da manhã de uma quarta-feira.
Tirando meus sapatos de salto, corri para casa mais uma vez, pois vou precisar de um celular para chamar um carro por aplicativo e respirei fundo enquanto engolia a dor de pisar em algumas pedras pontiagudas.
O que mais falta acontecer hoje?
Puxando o ar com força, atravessei o hall de entrada da empresa e vi que o ritmo estava frenético, o que não indicava coisa boa. Andando diretamente para o elevador, segurei minha bolsa pela alça enquanto apertava no botão do 20° andar.Assim que as portas metálicas se abriram, me surpreendi com a quantidade de homens vestidos de preto espalhados em pontos estratégicos pelo corredor.A gerente de recursos humanos que parecia se sentir pressionada, ergueu a cabeça e logo pude ver o alívio em sua expressão assim que me encontrou. — Laysla, que bom que você chegou.Sua voz parecia carregada de nervosismo e ajustando a postura, eu franzi a testa ao responder. — O que houve, Marcela?Olhei a nossa volta enquanto encarava os brutamontes e ela se aproximou com algumas pastas em mãos e disse. — O assistente do novo Ceo está aqui, e está a pedindo para falar com você.Sua expressão estava séria, e me entregando as pastas, ela continuou. — Ele disse que precisa resolver essas pend
Nollan HoffmannMeus olhos estavam fixos na expressão desapontada de Laysla. Estava com uma aparência tão cansada que por um momento me senti culpado por estar causando essa bagunça toda. — Eu ainda não sabia qual seria minha função até hoje de manhã.Respondi sendo verdadeiro, e segurando a troca de olhares, Laysla soltou o ar ao se levantar e disse. — Desculpe pela minha explosão, eu só… Assentindo, me afastei dela e me acomodei em minha própria mesa e respondi. — Está tudo bem. Estou aqui para ajudar.Ela assentiu com a cabeça e murmurou. — Vou buscar café para nós e depois disso, começaremos a trabalhar, okay?Confirmando com um gesto, sorri e enviei uma piscadela em sua direção e sorrindo, ela se levantou e saiu andando rumo ao elevador.A verdade é que fui até a casa do meu pai ontem e pude ver com meus próprios olhos que ele não está doente. Ele estava com uma ótima aparência, e na verdade parecia bastante entediado. Em um momento de descuido, ele se levantou e me d
Laysla AlbuquerqueNão sei o que está acontecendo comigo mas já faz 5 minutos que estou parada na cozinha e meu café já esfriou nesse meio tempo, ainda sinto meu corpo estremecer por inteiro depois daquela sensação tão estranha logo que Lann apertou minha mão.A verdade é que tudo está soando estranho demais e só piora quando eu paro para analisar a seguinte situação. Como um homem igual ao Lann se tornou um assistente?Não estou menosprezando a função, é que o homem tem um porte atlético, boa postura e uma dicção perfeita na qual só me faz pensar no que o levou a escolher essa profissão. É muito nítido que ele poderia exercer qualquer profissão com o visual e porte que tem.Absolutamente nada está encaixando nessa história.Agora, aqui sentada de frente para meu computador, tento manter minha atenção focada apenas na tela do meu notebook, mas algo me fez olhar o homem que está a alguns metros de distância de mim.De relance, vejo um sorriso surgir em seu rosto e o silêncio logo se que
Laysla AlbuquerqueEu passei a língua devagar pelos lábios sensíveis e assenti com um gesto, e sorrindo, ele se levantou e me guiou para a mesa mais uma vez, e pegando seu copo de café, ele se direcionou para sua mesa enquanto eu fiquei o analisando em silêncio, tentando entender o motivo de eu ter ficado desse jeito com a aproximação dele.— Então, quais são os planos para o fim de semana?Ouço Lann perguntar enquanto eu ainda estou na mesma posição em que ele me deixou e tentando voltar a raciocinar, eu respondi.— Sexta-feira à noite estarei indo para a Flórida. Vou passar o fim de semana com meus pais.Arqueando a sobrancelha, ele assentiu e sorriu ao dizer.— Bom, dessa forma você vai recarregar as energias após uma semana agitada.Ao pensar na possibilidade de descansar com minha família, soltei o ar com força e sorri ao responder.— Agitada é apelido, mas sim, preciso vê-los. Estou com saudade de casa.Nesse momento ele pareceu fixar sua atenção em mim, e por alguns segundos, vi
Nollan HoffmannEssa brincadeira está sendo diferente do que eu imaginava. Provocar a Laysla Albuquerque não está sendo exatamente o que eu imaginei.A mulher tem o dom de amolecer meu coração a medida que parece se desesperar quando o pé no saco, que no caso sou eu, manda um e-mail pedindo coisas sem noção, e apesar de saber que só pedi coisas sem noção até momento, aqui estou eu, ajudando-a a organizar um evento no qual eu mesmo havia exigido para me apresentar como o novo Ceo.Depois que ela falou sobre seus planos para o fim de semana, senti vontade de estragar até o último segundo de felicidade dela mas quando a vi chorando, parece que algo mudou em mim, como se eu me sentisse culpado por ter causado isso e tudo se tornou pior quando ela pulou nos meus braços e senti meu corpo tensionar pelo nosso contato mais uma vez.A porra daquele calor estava de volta e pude perceber que só acontece com ela. Um lembrete claro que não devo fazer nada além do meu plano.Droga, eu tenho um plano
Nollan HoffmannPorra.Não é possível.Ela é solteira.Fechei meus olhos enquanto pensava na minha vida antes de entrar na empresa do meu pai. Nas coisas que deixei para trás por causa do seu ultimato.De repente, aquela sensação estranha que senti por causa da Laysla Albuquerque sumiu, dando lugar a revolta por ter sido obrigado a voltar para um lugar que eu não queria.— Lann…Ouço Laysla murmurar e abrindo meus olhos, vejo que ela está escorada na parede do elevador e olhando para mim.Toda asua atençãovestava em mim.— Você gosta de trabalhar com o senhor Hoffmann?Pensei por alguns segundos nessa pergunta e negando com um gesto, respondi no exato momento em que as portas metálicas se abriram.— Eu trabalho com o senhor Marques.Estendendo a mão, pedi para que Laysla fosse na frente e em seguida me aproximei dela, que por instinto pousei a mão em sua lombar e a guiei até meu carro, e parecendo incrédula, ela disse.— Você… Esse carro é o seu?Sua voz denunciava descrença e assentin
Laysla AlbuquerqueVi através da varanda quando a ferrari desapareceu por completo na estrada. Confesso que passar um tempo com um homem tão prestativo e cuidadoso igual ao Lann tem me feito repensar meu conceito de não namorar colegas de trabalho.Tirando minha roupa, abri o fecho do meu sutiã e o joguei em direção ao cesto de roupas sujas quando entrei no meu quarto e tirando o restante das minhas roupas, me direcionei para o banheiro, desejando um banho e minha cama.Voltando até a sala, corri para pegar minha bolsa em busca do meu celular e liguei a minha playlist, ao som de The color violet entrei embaixo do chuveiro, apagando a luz principal, senti meu corpo relaxar a medida que a água quente descia pela minha pele.Puxando o ar, lembrei do momento em que eu e Lann ficamos a centímetros de distância e sorri ao encostar em meus lábios e fiz careta quando lembrei do estrago que aquele café quente fez, sem falar da vergonha que senti.Sem dúvidas, minha cota de vergonha será gasta c
Laysla AlbuquerqueAssentindo, cocei a garganta na tentativa de diminuir o bolo que se formou e disse.— É o trabalho, mamãe, mas prometo que logo estarei aí com vocês.Depois de conversar por longos minutos, minha mãe me fez prometer que eu iria dar um soco na cara do meu chefe se ele me tratasse mal e assim pudemos finalizar a chamada e me sentindo um pouco menos chateada, guardei meu celular e andei em direção a saída do meu apartamento.Assim que pus meus pés no hall de entrada do meu prédio, comprimento com um gesto o porteiro que me recebe sempre com um sorriso simpático e atravessei a porta quando de relance vejo uma pessoa que de repente me arrancou um sorriso involuntário.Assim como o suspiro que escapou pelos meus lábios.Encostado no capô do seu carro, encontrei Lann com o telefone em seu ouvido, usando um terno sofisticado e todo preto, era possível ver seu relógio brilhar, igualmente os óculos de sol. Sua expressão estava séria, entretanto, continuava falando com uma post