And just because it hurts
Doesn't mean it isn't worth it
And even if it stings
It's just a temporary thing
Mariana Mena – Growing Pains
Naquele final de tarde, não demorou muito para que Adam ligasse para o telefone da casa dos meus pais e pedisse que eu voltasse. Embora eu sentisse medo do que estava por vir, coloquei as crianças no carro. Dirigi o mais devagar possível, pois eu não queria chegar em casa; não queria ver Adam; não queria mais meus filhos perto dele... Mas o que eu podia fazer nessa situação?
Não conseguia esquecer as razões pelas quais eu não agia... Adam era policial, era influente, poderia tirar meus filhos de mim; e sabe lá Deus o que ele faria com as crianças para me atingir. Ou poderia simplesmente ter um ataque de fúria e matar todos nós.
Adam amava as crianças, eu sabia disso, via em seus olhos. Ele sempre se deu bem com elas, mimava-as e, sempre que podia, dizia o quanto as amava; porém meu medo era que ele mudasse com eles num ataque de fúria, como acontecia com respeito a mim... E se ele levantasse a mão para qualquer um deles, eu não iria responder por mim.
Assim que cheguei em casa, ele estava sentado junto à mesa de jantar, onde continha três caixas de pizza.
Jonas e Beatriz correram para o pai, abraçaram-no e beijaram-no. Já Pedro fez cara feia e me abraçou pela cintura.
— Pedro, venha cá! — ordenou Adam. Eu o olhei, quase implorando com o olhar; e por mim, mesmo a contragosto, meu garoto foi até o pai e o abraçou. — Sente-se, vamos jantar. Papai trouxe pizza de queijo para os meus filhos. Sente-se, Melanie; mas antes me sirva de vinho. — Ele ordenou, como se eu fosse apenas sua empregada.
Senti-me estremecer. Ele já começaria a beber, e eu sabia muito bem o que acontecia depois que Adam bebia. Claro, sempre sobrava para mim.
Fui até a cozinha, peguei uma garrafa de vinho, abri-a e voltei para a sala de jantar. Despejei o líquido em uma taça para ele e me servi de refrigerante.
— Acho que você não deveria comer nem beber isso, já está gorda demais — Adam disse, tomando um gole de vinho logo em seguida.
Pedro se levantou, e eu olhei para ele com firmeza. O menino se sentou novamente.
— Tem razão, meu amor. — Tentei sorrir. — Acho que não irei jantar. — Olhei para todos — Me deem licença, preciso arrumar umas coisas.
— Não, fique, nos faça companhia — Adam disse, segurando minha mão.
Em seguida ele a levou até os lábios e a beijou. Tentei sorrir, mas por dentro, queria vomitar com seu toque.
O jantar ocorreu bem. Pedro mal tocou na pizza. Ele me olhava a cada cinco segundos. Adam bebeu todo o vinho da garrafa. Assim que ele terminou de comer, me levantei e retirei os pratos.
— Pedro, querido, ajude a mamãe a lavar a louça — pedi ao menino.
— Sim, Senhora.
Adam sorriu ao ver o filho tão prestativo. Em seguida, se levantou e foi até a sala, e tão logo escutei barulhos da televisão.
Juntei os pratos e copos; e Pedro, os talheres.
— Mãe, quero ir embora. — Ele disse assim que entramos na cozinha.
— Escute aqui, Pedro — disse em um tom baixo, colocando os pratos em cima da pia —, não podemos sair, ok? Quero que pegue seus irmãos e vai para o seu quarto, tranque a porta e não saia de lá. Não importa o que aconteça, não saia — continuei, sendo dura, afinal, se algo acontecesse, eu, mais do que nunca, deveria me controlar nos choros e gemidos... Não que eu não controlasse antes, mas às vezes Adam só parava quando ele me sentia desesperada.
— Mas, mãe...
— Você disse que me protegeria, certo? — Ele assentiu com a cabeça. — Preciso saber que estão em segurança. Prometa que não irá abrir a porta.
Ele balançou a cabeça em afirmativa. Seus olhos estavam cheios de lágrimas.
Puxei-o para junto de mim e beijei o topo da sua cabeça. Ele me abraçava pela cintura.
— Ele não deixou a Senhora jantar.
— Tudo bem, eu estava sem fome, meu amor.
— Duvido.
— Agora vá para seu quarto e se tranque lá com seus irmãos.
Ele correu até a sala, e o escutei chamar os pequenos. Escutei eles correndo pela casa e subindo para os quartos. Suspirei e comecei a lavar a louça.
Quando terminei tudo, Adam não estava mais na sala, vendo televisão. Estava tudo estranhamente em silêncio.
Tirei meu avental e andei pela casa, com cuidado, sem fazer barulho. Subi as escadas de ponta de pé, passei na frente no quarto de Pedro e mexi na fechadura, só para verificar se estava realmente trancada. Olhei nos outros dois quartos, e as crianças não estavam. Pedro me obedeceu, graças a Deus!
Parei de frente para o meu quarto. Meu coração batia acelerado. Levei a mão à maçaneta e abri devagar. Adam estava deitado de lado, em silêncio, parecia dormir. Entrei no banheiro, me troquei e voltei ao quarto. Com cuidado, me deitei na beirada da cama.
Na manhã seguinte, as crianças foram para a escola, Adam foi trabalhar, e eu, como sempre, fui fazer faxina na casa; preparar as coisas para que tudo estivesse perfeito para o jantar.
A casa já estava arrumada e limpa; o jantar, cheiroso. Fiz lasanha de queijo e, de sobremesa, um pudim.
— Pedro, chama seus irmãos. Vão lavar as mãos, o jantar está pronto! — Eu avisei, enquanto lavava alguns talheres.
— Sim, mãe. Jonas; Beatriz, vamos comer, mãe fez lasanha! — Eu o escutei gritar com seus irmãos, que estavam em seus quartos.
— Oba! — os pequenos gritaram e correram.
Pedro gritou e me olhou. Em seguida, deu de ombros e saiu correndo pela casa, atrás dos irmãos. Provavelmente a noite passada eu o assustei; mas fiquei morrendo de medo de Adam fazer algo comigo e o Pedro interferir. Ele ainda estava muito chateado com toda essa situação.
— Adam, jantar. — Eu disse, indo até a sala e secando as mãos no meu avental.
Ele se levantou, passou por mim, me dando um selinho e se sentou à mesa. Esperou as crianças, e assim que elas chegaram, ele me deixou servir a comida. Primeiro para ele; depois, para Pedro; em seguida, para Jonas e Beatriz. Eu sempre ficava por último, mas não me importava. O cheirinho da minha comida estava divino.
Damos graça ao alimento e, assim que eu ia levar uma garfada à boca, Adam pigarreou e me olhou.
— Querida.
— Sim! — falei, dirigindo o olhar a ele.
— Não deveria comer isso, está gorda.
Senti um nó na minha garganta, e meus olhos se encheram de lágrimas.
— Desculpe, eu esqueci que estou de dieta.
— Acho bom mesmo. Precisa perder pelo menos uns sessenta quilos, assim você está indesejável.
Apenas balancei a cabeça e tentei sorrir. Ele pegou na minha mão e a afagou. Eu empurrei meu prato para longe. Pedro fez o mesmo, e os outros comiam sem se dar conta ao que acontecia ao redor.
Outra noite pedi a Pedro para ficar com os irmãos. Ele estava nervoso e queria brigar com o pai. Repreendi-o, e isso o chateou ainda mais.
Acho que o fato de eu estar acima do peso fazia com que Adam não sentisse atração por mim, mas eu achava estranho, pois em alguns momentos, ele me forçava a fazer sexo consigo; porém em outras situações como essa, ele me envergonhava, alegando que eu estava indesejável. Adam realmente era contraditório.
Um mês passou voando, e eu não comia mais na presença de Adam, pois ele sempre me lembrava quão gorda eu estava. Na verdade, eu não ligava. Isso era bom, pois pelo menos nesse último mês ele quase não me obrigara a transar.
— Melanie — Adam me chamou, enquanto eu estava na cozinha, lavando a louça do café.
— Sim — murmurei.
— Hoje à noite eu e os rapazes iremos sair.
— Tudo bem, querido. — Senti meu coração disparar com isso. Ele iria sair e se embebedar; e eu ficaria à mercê dele.
— Está com um rabo gostoso, quem sabe eu não meta nele quando voltar! — Ele falou. Deve ter falado isso porque eu certamente tinha emagrecido mais alguns quilos nesse último mês.
Ele se aproximou de mim e bateu em minha bunda. Pulei assustada. As crianças estavam em casa ainda. Elas não tinham ido para a escola, pois acordamos atrasados.
— Sim, quem sabe.
Ele tomou o último gole de café e saiu para a delegacia.
As crianças logo desceram, e eu as levei para a escola.
Assim que chegamos, Jonas desceu do carro com Beatriz e Pedro. Ele me olhou de modo confuso.
— O que foi, mãe?
— Vovó irá pegar vocês, e vocês dormirão com ela... — falei, dura, segurando o volante com tanta força, que os nós dos meus dedos ficaram brancos. Havia tomado essa decisão depois do que Adam me falara de manhã. Eu sabia que nesta noite iria sobrar para mim.
— Não, eu não vou, não quero te deixar sozinha com ele — Pedro me encara com o semblante sério.
— Pedro, você precisa proteger seus irmãos, por favor!
— Mas ele pode te machucar.
— Me machucaria mais se ele machucar um de vocês. Isso não é discutível. Vocês irão para a casa da sua avó, e não irá falar nada para ela, entendeu? — falei rudemente, pois ele tinha que me entender.
Pedro me olhou com os olhos cheios de lágrimas. Após, desceu do carro e bateu a porta com força. Saiu pisando duro... Mas de repente parou, se virou e, com uma fúria terrível nos olhos, soltou:
— Quer saber?! Eu não me importo mesmo, que se dane!
Disse isso e correu para dentro do colégio. Matava-me ter que agir assim, mas o que eu poderia fazer? Deixá-los em casa para correrem o risco de Adam bater neles? Pedro um dia entenderia que ele era muito pequeno para fazer algo; e eu, medrosa demais para acabar com tudo.
O resto do dia foi tranquilo: paguei contas, fiz compras, organizei a casa e lavei roupas.
Quando olhei para o relógio, marcava exatas cinco da tarde, então revolvi começar a preparar o jantar. Fiz arroz, feijão, um bife temperado e deixei uma salada de alface com tomate lavada. Eu não comi, estava sem apetite algum.
Depois de ter organizado tudo, tomei um banho com direito a lavar os cabelos e me deitei na cama logo em seguida. Acabei adormecendo.
Escutei um barulho na porta da sala. Olhei no relógio. Já passava de uma da manhã. Em seguida, ouvi passos pela escada e, após, pelos corredores. Meu coração acelerou.
Ele abriu a porta. Escutei-o retirar seus tênis; em seguida, as calças. Eu continuava na mesma posição: de lado. Fingia dormir, assim quem sabe ele não insistiria em nada.
Senti o colchão afundar e o cheiro de bebida tomar conta do ar. Senti nojo. Queria levantar e o expulsar dali; mandá-lo embora, mas meus medos eram maiores que minha vontade. “Por favor, Senhor, por favor” repetia numa prece silenciosa.
— Mel? — Senti sua mão em meu quadril. — Acorde, querida, quero trepar.
Continuei fingindo que dormia.
— Vamos, meu bem, acorde!
Ele se encostou em mim. Senti sua ereção em minhas costas. Suas mãos passavam por debaixo do meu pijama.
— Eu sei que está acordada!
Ele beijava meu ombro, e sua mão descia mais para baixo. Senti tocar minha região íntima.
— Não estou a fim — disse por fim, retirando bruscamente sua mão de cima de mim.
— Vire-se e faça seu papel de esposa, ou até isso essa pelanca toda atrapalha?
Virei-me com lágrimas nos olhos. Ele me tocava com vontade, enquanto eu nem me mexia. Adam subiu em mim, tirou com força minha camiseta e, em seguida, minha calça.
— Quero sua boceta. Está pronta para mim, querida? — Não respondi. — Abra as pernas.
Obedeci. Eu só queria que tudo isso acabasse o mais rápido possível.
Ele se posicionou e meteu de uma vez, com força. Isso doeu, pois eu não estava nenhum pouco úmida para recebê-lo. Sendo assim, acabei soltando um grito.
— Isso, safada! Geme, sua puta, geme!
Ele entrava em mim com violência. Suas estocadas iam até o fundo. Eu via prazer nos olhos dele. Ah, se ele soubesse o nojo que eu tinha quando me possuía e de como me lavava depois do ato!
Quem diria que há mais de um ano eu sentia imenso prazer em transar com ele? Eu sempre o procurava na cama. Era gostoso sentir a conexão que tínhamos, era gostoso fazer amor com ele; ele me preenchia, e eu me sentia inteira. Mas, hoje; hoje tudo o que eu queria era que Adam caísse morto ao meu lado, para que eu nunca mais me sujeitasse a isso.
Será que eu iria para o inferno ao desejar a morte de uma pessoa? Perdão, Deus, mas é que eu não o aguento mais!
Senti ele estremecer. Senti seu gozo me invadir, e finalmente ele caiu ao meu lado, satisfeito. Não demorou muito para que eu escutasse seu ronco.
Levantei-me, sentindo-me suja. Fui até o banheiro, enchi a banheira e entrei. Eu esfregava cada parte do meu corpo, com raiva.
Troquei de água, e me ensaboava novamente. Eu passava a bucha em meu corpo com tanta força, que já começava a sangrar. Nunca me tinha me sentido com tanto nojo de mim mesma!
Passei a mão pela minha região íntima. Queria poder arrancar tudo de dentro de mim!
— Nojo, nojo, nojo! — Eu repetia sem parar, pois era o que eu sentia.
A porta se abriu num supetão, e lá estava ele, com os olhos vidrados em mim.
— Vou tomar banho junto com você! — Olhei-o com expressão um tanto surpresa. Maldição! Como ele pôde acordar tão rápido?!
— Já estou saindo — disse, me levantando
— Eu disse que quero tomar banho junto, comer seu cuzinho aí dentro da nossa banheira! — Ele falou. Arrepiei-me toda, e meus olhos marejaram só de eu pensar nisso.
— Adam, eu não gosto de fazer sexo anal, dói!
— Não estou nem aí se dói. Para mim é uma delícia. Ele é tão apertadinho. Só de pensar de ele engolir meu pau, me dá um puta de um tesão! — Ele se masturbava com gosto.
Entrou na banheira e me fez ajoelhar diante dele.
— Me chupa.
Adam se acomodou na banheira. Caiu água no chão. Eu queria me levantar e correr, mas ele pegou meus cabelos e me forçou a chupá-lo. Foi horrível! Eu engolia água junto com seu pênis. Sentia que me afogaria a qualquer momento, mas quanto mais eu fazia sua vontade, mais duro ele ficava.
Era tão sádico ver que ele sentia prazer em me infligir dor.
Adam soltou minha cabeça. Levantei-me mais que depressa, puxando o ar. Tirei um dos pés de dentro da banheira, mas quando fui tirar o outro, ele me agarrou. Acabei escorregando e caindo de cara no chão. Fiquei tonta. Senti-o em cima de mim. Tentei me livrar dele, mas ele segurava meu cabelo com força. Fiquei de joelhos, e vi quando ele ia bater minha cabeça contra a borda da banheira.
Coloquei o braço na frente. Senti uma dor alucinante quando caí por cima de meu braço. Ele não perdeu tempo, foi logo separando minhas pernas e metendo dentro de mim. Eu não sabia o que mais doía: o ato de ele no momento ou meu braço. Quanto mais ele metia, mais eu gritava. Ele segurava meu cabelo para trás e gemia alto.
Quando por fim senti novamente seu gozo me invadir, chorei. Ele se sentou ao meu lado, satisfeito; e eu caí ali.
— Cu delicioso, querida. — Deu um tapa na minha bunda e se levantou. Olhei-o a andar pelado de volta para o nosso quarto antes de eu desmaiar.
Quanto tempo fiquei ali? Sinceramente não sei. Só sei que era cedo, e eu ainda estava deitada no chão do banheiro. Quando tentei me levantar, meu braço doeu. Eu gritei, me sentei no chão e o olhei. Estava inchado e roxo.
— Meu Deus! — As lágrimas agora rolavam pelo meu rosto. Tentei limpá-las, mas doía.
Segurei-me no lavatório e, com o braço bom, puxei meu corpo para cima. Com isso, gritei de dor. Meu corpo todo doía. Olhei meu rosto no espelho e chorei ainda mais. Metade estava inchado e roxo, por conta da batida contra o chão. Fui em direção ao meu guarda-roupas, vesti uma calcinha, uma calça e uma camiseta. Peguei as chaves do carro e fui para o hospital.
Assim que cheguei lá, fui encaminhada para a emergência.
Meu braço estava fraturado. Tomei um remédio para dor e, ainda meio grogue, tentava explicar para o médico que eu havia caído no banheiro e desmaiado...
A cama parecia confortável. Tentei me mexer, mas não consegui. Senti algo pesado em meu braço, que latejava. Senti no outro braço algo que me incomodava. Tentei firmar a visão, e me deparei com um par de olhos verdes me fitando.
Colocaram uma luzinha incômoda em meus olhos. Dei um tapa na mão de uma pessoa. Onde eu estava?
— Onde estou? — perguntei, meio grogue.
— No Hospital. Não se lembra que chegou aqui com dor e...
— Sim — cortei-o.
— Melanie, está bem?
— Eu conheço você?
— Não se lembra de mim? — Ele parecia desapontado.
Olhei-o bem. Minha visão estava meio turva, as coisas pareciam girar; mas quando eu foquei naquele rosto bonito, sorri.
— O moço gentil que trocou meu pneu um dia desses.
— Isso mesmo...
— Will — falamos os dois juntos.
— Desculpe, a luz incomoda... Pode, por favor, não colocar mais ela em meus olhos?
— Claro. — Ele disse, ajeitando um dos travesseiros. — Assim está melhor?
— Perfeito.
Ele vestiu um par de luvas, pegou uma seringa e injetou algo no caninho do soro que estava no meu braço. Em seguida, acariciou minha mão e sorriu. Retirou as luvas, puxou um banco e sentou ao meu lado.
— O que aconteceu com você?
— Estava tomando banho, escorreguei e caí em cima do braço.
— Tem que tomar cuidado.
— Sim, eu sei.
— Você chegou aqui sem nenhum documento, preciso que me dê algum telefone para que eu possa entrar em contato com algum parente.
— Claro.
Enquanto ele pegava uma caneta para anotar o número, olhei para o meu braço. Um enorme gesso estava ali. Bufei de raiva.
— Ok. E de quem é o número?
— Adam, meu marido.
Wish that i could cryFall upon my kneesFind a way to lie'bout a home i'll never seeSuperman - Five For Fighting— Hum, você é casada?— Sim, há treze anos. — Ele parecia surpreso.— Tem filhos?— Sim, três. Dois meninos e uma menina — disse, me sentindo orgulhosa dos meus pequenos.— Quantos anos eles têm? — Will perguntou, com um sorriso que parecia forçado.— Pedro tem treze, Jonas tem oito e minha caçula, Beatriz, tem quatro aninhos.— Ok, vou pedir para uma das enfermeiras ligar para ele.Will se levantou e saiu. Poderia dizer que ele ficou decepcionado com a notícia. Seu semblante ficou duro, suas sobrancelhas arquearam e aquele vinco no meio da testa se formou.Ajeitei-me na cama e esperei por sua volta, mas ele demorou para voltar.Estar perto dele er
Shots rang out, but there's no gunStill you hurt on everyoneIn the dips of you, the sparks are goodBut you're not even trying (trying)Kodaline - Ready To ChangeUm mês depois...Era manhã de sábado; o que significava duas coisas: uma era que Adam estaria em casa o dia todo. Segundo: as crianças também estariam em casa o dia todo, então, deveria tomar mais cuidado; prestar mais atenção em como eu me comportava para que o dia ocorresse pelo menos normal.Acordei às seis, como de costume. Fui até a padaria, comprei pães, queijo e presunto.Assim que cheguei em casa, preparei um café forte, como Adam gostava. Organizei a sala, subi para os quartos, peguei o cesto com roupas sujas e fui para a lavanderia. Hoje seria dia de lavar roupas, e pelo tanto de roupa, eu sabia que ficaria nisso a manhã toda.Era difícil arruma
Coração de pedraAlma cheia de orgulhoCaminho sem direçãoCasa abandonada, mundo tão vazioO que falta em nós é o amor.Mauro Henrique - Aonde Está Deus?Duas semanas se passou desde que Monica chegou. E o que eu poderia dizer? Ela era louca, piradinha; mas as melhores pessoas são assim, não é mesmo?Essa foi de longe a melhor semana que passei no último ano. Não só porque Adam não me tocou mais, mas porque eu ria vinte e quatro horas por dia. Monica tinha esse astral maravilhoso que contagiava quem estivesse por perto. Ela é um espírito livre, era assim que eu gostava de imaginá-la.Hoje, sexta-feira, iria retirar o gesso do meu braço. Tiraria uma chapa e veria se seria preciso pôr novamente um gesso; mas com a “Dona Mandona” em casa, eu quase não me esforcei. E eu sinto
Cause I can't make you love me if you don'tYou can't make your heart feel something it won'tHere in the dark, in these final hoursI will lay down my heart and I'll feel the powerBut you won't, no you won'tCause I can't make you love me, if you don'tDave Thomas Junior - I Can't Make You Love Me— Vem, querida, vamos deitar. — Monica passava as mãos em minhas costas, com cuidado.— Não, eu preciso terminar o jantar. O Adam, ele...— Meu Deus, Melanie! Ele te bateu! A merda ia estar feita se eu não interferisse! Larga de pensar naquele puto e pensa em você; nos seus filhos, que porra! — Ela gritou comigo. Abaixei a cabeça.— Monica, ele é seu irmão — falei, chorando.Depois que Pedro subiu, por insistência dela, me levantei do chão e limpei tudo. Estava começando a refazer o jantar
Oh, and I found love where it wasn't supposed to beRight in front of me, talk some sense to meAnd I found love where it wasn't supposed to beRight in front of me, talk some sense to meAmber Run – I Found— O que as crianças comem?— De tudo. Ensinei a elas o valor dos alimentos, então até jiló eles comem.— Legal. Às vezes é difícil manter eles em uma dieta equilibrada, crianças detestam alguns tipos de legumes e verduras.— Por isso, desde novos, eu tento ensinar isso a eles... — falei, e ele sorriu. — Sua esposa ou namorada não vai achar ruim da gente ter vindo aqui? — perguntei, me sentando em um banco na cozinha.— Não. — Quer dizer então que eu estava certa. Ele tinha alguém. Esbocei um sorriso amarelo. Ele terminou de tomar um copo de água — Quer dizer: n&a
If it's me, and if it's youAnd if our love is wrongThen I don't ever wanna be rightI don't ever wanna be rightIf it's real, and if it's trueAnd if our love is wrongThen I don't ever wanna be rightI don't ever wanna be rightCalum Scott - If Our Love Is WrongDepois de uma semana sem sequer aparecer em casa, Adam me ligou. Disse que chegaria cedo, e que queria tudo em ordem, que a farra acabou porque ele estava de volta.Ele realmente chegou cedo em casa. Estava bêbado. Então liguei para minha mãe e pedi que ficasse com as crianças.Em menos de duas horas ela estava lá, pegando os netos e paparicando-os.Eu tinha medo do que Adam poderia fazer com eles, então sempre que ele bebia, eu pedia para mamãe ficar com as crianças.Ele poderia fazer qualquer coisa comigo, mas se encostasse um dedo nos meus filhos, eu o mataria!<
I've drank all the remediesToo young for these memoriesSwing low, bitter melodiesFalse hope from the teeth of the enemyTom Walker – AngelsAbri os olhos. Eu não estava em minha casa.Olhei ao redor. O quarto estava semiescuro, a única coisa a iluminar era a luzinha de um abajur, do lado esquerdo da cama.Tentei levantar, mas senti dor; então lembrei de tudo o que acontecera. Lágrimas invadiram os meus olhos, e uma dor profunda se apossou de mim. Era para eu estar acostumada a isso, mas toda vez que acontecia, me sentia a pior pessoa da face da terra, e sempre me perguntava por quê; mas desta vez, as perguntas foram deixadas de lado, e eu apenas pedi a Deus para que me deixasse boa o mais rápido possível.— Oi — escutei uma dócil voz falar enquanto abria a porta do quarto com cuidado.—Oi. — Eu respondi de volta.
And every time you hurt me, the less that I cryAnd every time you leave meThe quicker these tears dryAnd every time you walk out, the less I love youBaby, we don't stand a chance, it's sad but it's trueSam Smith - Too Good At GoodbyesAcordei com o som de chuva e com Will agarrado a mim. Não tinha como não sorrir.Olhei para o relógio, na cabeceira da cama. Seis e cinquenta da manhã. Respirei fundo. Tentei tirar o braço dele de cima de mim, com cuidado, para que ele não acordasse. Quando consegui, me levantei e o observei a dormir. Peguei uma manta que estava aos pés da cama e a coloquei sobre meus ombros. Após, fui ao banheiro e fiz minha higiene matinal. Logo depois, desci os degraus, em silêncio. Peguei meu telefone, em cima da mesa de jantar, e pus-me a digitar uma mensagem rápida para a Monica. Enquanto meus dedos passavam rapidamente pelas te