Christopher Brewer O rosto de Margot estava avermelhado, o estalo do som do tapa fez com que a minha mãe desce um pulo e um grito assustada. Segurava Bianca firme em meus braços, impedindo que fosse para cima da Margot. Que bagunça é essa?! Lilia é o alvo? Havia uma troca de olhares entre Bianca e Bruno, não estou gostando disso. Está acontecendo alguma coisa debaixo do meu teto e não estou sabendo. E saber que um dos meus filhos estão envolvidos faz com que as coisas piorem.— Bruno, você tem alguma coisa para dizer? — ele estava ao lado de Margot, a cabeça levemente baixa e o olhar perdido.Queria saber como está envolvido nessa história. No fundo, sentia que ter Bianca e Margot embaixo do mesmo teto não seria nada bom, mas justo no primeiro dia?— Nada! — Margot grita com os olhos marejados. — Fui agredida dentro da sua casa por essa funcionária de merda e agora me tornei a vilã, Christopher?! — Margot… — Repreendi pelo jeito que chamou Bianca.— Não, Christopher! Eu não fiz nada
Christopher BrewerNão me impediram quando entrei no condomínio que Margot mora, fazia um tempo que não vinha aqui. No prédio onde ficava seu apartamento era um dos primeiros, o porteiro me cumprimentou gentilmente, passei direto não querendo perder meu tempo. Gentileza educação é algo que não estou querendo fazer, há coisas que requer minha atenção. Ansiava para o elevador chegar no décimo primeiro andar logo, minha conversa com Margot não será das melhores durante esses anos que convivemos e parece que terá um fim. Não conseguia sentir remorso com essa possibilidade, pouco me imaginava sentir sua falta. A mantinha por perto pela frequência que tinha na minha vida e na vida das crianças quando Amanda estava viva, com sua morte acredita que seria importante para as crianças mantê-la por perto.Não consegui ver Lilia, porque sabia que se visse com os meus próprios olhos, o que iria fazer na casa de Margot poderia ser pior. A reação de Bruno entregou muito, o jeito da Bianca reagir e
Bianca Almeida— Cadê meu pai? — penteei o cabelo de Pedro para trás, ao mesmo tempo que prendia ele entre as minhas pernas porque ele não parava quieto.Gostaria de responder essa pergunta com certeza, mas nem eu saberia ao certo.— Está no hospital com a sua avó. — Pelo menos era o que o Bruno me falou, quando saiu da mansão dizendo que iria se encontrar com Christopher no hospital.Danielle está no quarto conosco, bem quieta e apenas nos ouvindo, Lilia havia dormido e muitos depois que Bruno saiu. Olhei para mais velha que passava o dedo pela coxa aleatoriamente, seus pensamentos estão distantes e gostaria de saber o que a atormentava. Seu rosto tristonho não me agradava, Margot não está mais aqui. Bruno e Margot conversaram, não sei que conversa foi essa, mas um tempo depois Margot estava indo embora com as suas coisas sem fazer questão nenhuma de falar com as crianças. Para mim tudo bem. Só mostra o quão errada ela está.— Vovó ficará bem, não é? — Pedro volta a se mexer e cruzei
Bianca AlmeidaNo hospital, meu nome estava liberado para ter acesso à área particular da família Brewer. Fui acompanhada até a sala, encontrei com Joseph. Seu rosto avermelhado e as lágrimas escorrega pelo seu rosto me quebrou, não poderia nem imaginar sua dor. Assim que me ver ele nada com a cabeça e chorar mais, vou em sua direção e o abraço.— Bianca… — Joseph não consegue mais falar se entregando ao choro.Abracei com mais força com a minha cabeça no seu peito e ele não recusou o abraço.— Sinto muito pela sua perda. — Sussurrei.Não sei como reagir nesse momento como conseguir acalmar uma pessoa. Nunca perdi ninguém tão próximo e é claro que mesmo que o contato com os meus pais não fosse os melhores possíveis, ficaria muito mal com a perda deles. Ficamos alguns minutos assim até que ele pudesse se acalmar, Joseph tirou do seu bolso um pequeno pano enxugando seu rosto. Segurei em uma de suas mãos.— Onde está Christopher e Bruno?Joseph respirou fundo antes de me responder.— Est
Christopher BrewerDeixei com que Bianca guiasse o carro depois de quase ter batido. Minha cabeça está um turbilhão de pensamentos e sem nenhuma ação é mais do que ódio a minha raiva pela Margot, é como se sempre tivesse sido mais completamente estranha para mim e ao pensar nela havia apenas sentimentos de ódio. Há uma pessoa que não irei ver mais, uma pessoa que sempre esteve ao meu lado e não consegui protegê-la. Joseph sempre esteve com Kira, meu pai era uma pessoa difícil de lidar e eu era o único que conseguia conviver o bastante. Não diminui a dor do meu irmão pela perda que teve, mas seria impossível ignorar as merdas que anda fazendo.Confiei e demais de verdade na empresa da nossa família, nunca é um inimigo que nos decepciona e sim a pessoa mais íntima.Me sinto perdido.Kira era a âncora dessa família, o que me permitia ter uma convivência com Joseph.— Não estamos indo para mansão, por quê? — Sabia estarmos indo para a cobertura, só não sabia o porquê.Continuei com a cabe
Christopher BrewerAbrir a porta para que Bianca entrasse. Dá para contar nos dedos às vezes que entrei nesse lugar e está aqui Bianca acaba sendo o único motivo, como contarei para ela que essa cobertura é dela? Com toda certeza não será hoje. A reforma no prédio em que ela morava está saindo melhor do que imaginava, é claro que com dinheiro investindo naquele lugar não será por falta de orçamento que a obra irá parar. Outro imóvel que Bianca terá. Essa mulher tem mais do que imagina. E não estou nada empolgado em ver a sua reação quando saber de tudo. Talvez devesse contar agora e devido a minha situação ela tenha pena de mim e não brigue.— O que você vai querer comer? — fechei a porta atrás de mim e peguei meu celular no bolso. — Tem um restaurante aqui perto que serve uma sopa de legumes muito boa.— Acredito que esteja calor demais para tomar sopa.— É só ligar o ar condicionado no máximo. — Bianca me olhou. — O que foi?— Não quero que me legumes. — Bianca colocou a mão contra
Bianca AlmeidaEncontrar Lilia deitada com a cabeça no colo da Danielle e Pedro deitado com a cabeça apoiado no ombro da irmã mais velha não foi uma imagem tão agradável. Lilia chorava baixinho e quando viu Christopher seu choro aumentou. Christopher foi até seus filhos que deram passo a ele para sentar no meio deles, a conversa era baixa e em meio ao choro concordava com o que Christopher dizia.Fui para cozinha deixando eles a sós.— Bianca! Por que Margot não foi presa ainda? — Sra. Molloy anda de um lado para ao outro. — Essa mulher tem que levar prisão perpétua!— Por favor, fale baixo. — Pedi.Puxei uma cadeira para me sentar e apoiei meus cotovelos no balcão.— Não sei como esta sendo todo esse processo com a Margot, Bruno saberia explicar melhor. Christopher está focando no enterre da Kira. — Suspirei. — Joseph apareceu por aqui?Sei das desavenças do Christopher com seu irmão, mas tenho medo que ele venha fazer o que Christopher deseja fazer com as próprias mãos.— Não e não
Bianca Almeida— Devido à impossibilidade de ter contato com você facilmente no tempo que você estava no hospital, ele se aproveitou dessa situação. Tendo certeza que você voltou para casa do Sr. Brewer e não está no seu apartamento do qual o prédio está em reforma. — O advogado começou a me explicar. — Com toda essa história na justiça do Sr. Brewer, e os movimentos futuros quanto a senhorita Margot, o Sr. Almeida vem usando ao seu favor. Alegando que você não consegue responder por si e Sr. Brewer vem se aproveitando da sua atual situação para fazer o que bem querer.Eu não acredito que o meu pai está fazendo isso. Conversei com ele por chamada algumas vezes, pouquíssimas vezes. Nossa relação não é das melhores e é sempre bom cada um está no seu canto. Esse é seu controle obsessivo de domar minha vida fez com que nos afastássemos.— A justiça pode considerar mandá-la de volta para o Brasil. Por não ter muitos vínculos trabalhistas aqui e a última empresa também está passando por um