Não consegui dizer mais nada. E talvez tenha ficado nítido para os homens quanto as palavras da Danielle me afetou. Muito provavelmente não sou nada além de uma babá para ela, mas me esforcei para ter uma aproximação com Danielle. É capaz do próprio Pedro me aceitar mais do que a sua irmã mais velha, ele é um pouco distante e quer ser independente do ponto de vista dele, mas ainda assim consegue me aceitar como sua babá. Com a Danielle é tudo moeda de troca, se não faço o que ela quer, então não sirvo para ela.— Danielle. — Christopher a chamou.Danielle me olha pela última vez antes de sair batendo seu pé em direção ao escritório do seu pai. Christopher me olha antes de seguir com sua filha. Cheguei a dar três passos na direção deles, mas Bruno entrou na minha frente.— Você não vai querer entrar lá.— Mas… — Senti minhas lágrimas.— Ei! — Bruno me abraçou, deitei minha cabeça em seu peito. — Danielle deve ter chegado ao extremo para que você tenha trazido até aqui e falado com Chri
Christopher Brewer— Se vocês não entrarem naquele avião, deixarei todo mundo para trás. — Gritei chamando atenção das crianças que pareciam nunca ter viajado na vida. Bianca não estava conseguindo conter a animação deles. Danielle era quem estava mais animada já que não tinha contato com mais ninguém além da família e os professores a um bom tempo. Serão quase oito horas de viagem com essa turminha. Tem lugar para cada um e não precisa olhar para a cara de ninguém. Pedro já estava irritado com a Lilia, porque a Lilia queria levar o seu ursinho falante e é realmente estressante aquele urso. Bianca convenceu Lilia de não levar.Danielle foi a primeira a entrar. As crianças estão muito bem familiares com esse avião, porque é nosso. Nossas viagens e principalmente as mais longas são feitas nesse avião, tem dois quartos disponíveis e uma área médica. A parte dos bancos parece uma sala presidencial. Lilia na última vez vômito no quarto todo e dessa vez verifiquei pessoalmente se ela não h
Bianca AlmeidaEstamos em Milão, nossa chegada foi tranquila. O tempo não estava muito bom, ficamos no hotel e só podemos ver um pouco de Milão pela janela. As crianças foram as que mais ficaram tristes, porque pensaram que assim que chegarmos já estaríamos andando pela cidade. No hotel fiquei em choque com o tamanho do quarto, era um próprio apartamento tendo cinco quartos disponíveis e em cada quarto tem o seu próprio banheiro. Uma cozinha muito bem compacta com uma sala de jantar, a sala dava dois do meu apartamento. No dia seguinte Christopher saiu bem cedo, com o tempo melhor conseguir passear com as crianças e mais três cuidadoras.Passeamos pela catedral Gothic Duomo do Milano, precisei segurar Lilia que queria tocar em tudo que via. Todos os olhos estavam nela para não sermos expulsos.— Vocês sabiam que Duomo de Milão é uma das maiores catedrais católicas do mundo? — A nossa guia dizia. — Tem mais de 157 metros de largura, 11.700m² e capacidade para mais de 40 mil pessoas.As
Bianca Almeida— Ah, que fofura! — Margot entrelaçou seus dedos com do Christopher, puxando ele para mais perto de nós. — Olha, o que seus filhos fizeram por você.Não passo para o lado quando ela se aproxima mais, passando por mim. Margot tem aquele ar de soberba que consigo ver de longe, escolhi me afastar e olhar a família um pouco mais distante do que pretendia. Christopher chega a me olhar algumas vezes, mas continuo mantendo a minha distância.— Papai, papai, olha o quadro que fiz para você. — Lilia entregou o desenho que fez para o pai. Christopher está sentado perto da mesa recebendo seus presentes. — O da Dani é bonitinho também, vai ser de um homem com nome estranho. Finge estar feliz quando receber, tá?Se Lilia queria que essa conversa ficasse apenas ela e seu pai, minha menina falhou. Danielle que virou seus olhos e se aproximou do seu pai entregando um quadro do tamanho médio.— É um quadro do Pietro Verri. — Danielle sorri para Christopher e abaixou um pouco a cabeça. E
Bianca Almeida No dia seguinte foi uma dorzinha de cabeça porque tinha que arrumar as três crianças e deixá-las preparadas e devidamente arrumadas a tempo. Lilia bebeu tanta coisa pela manhã que agora a tarde não parava de querer ir ao banheiro. Tenho evitado Christopher, não respondi suas mensagens e muito menos uma de suas ligações. Ele queria falar comigo, mas sei que não era sobre as crianças. Então decidi me dedicar ao meu trabalho e apenas isso. Quando voltei do banheiro com Lilia, Danielle e Pedro não estavam mais no quarto. — Ah, não. — Sussurrei agoniada. Aqueles dois estavam cochichando um com o outro desde que acordaram. — Lilia, onde foram seus irmãos? — Lilia começa a fazer a sua cara de inocente. — Lilia! Precisava descer com todos eles daqui a uma hora e justo hoje escolheram dar trabalho? Estávamos nos saindo tão bem nessa viagem. Lilia balançou a cabeça, ela não iria dizer. De mãos dadas seguimos pelo apartamento à procura do Danielle e Pedro, seja qual fosse o pl
Bianca Almeida Comecei a arrumar as minhas coisas depois de ter certeza que todos já tinham ido. Não demorei ou fiquei enrolando para arrumar, aproveitei esse meio tempo para conseguir uma passagem de volta para Nova York e graças a Deus estava tudo ao meu favor. Precisei adiantar o máximo possível para não perder o voo, procurei esvaziar minha mente e manter a calma. Tudo precisa acontecer por um motivo, sei das faltas que iria sentir, mas se quiserem me ver e Christopher permitir será bom demais ver as crianças novamente. Antes de entrar no avião tomei um remédio para poder dormir, ficar pensando e repassando tudo que passou não iria me fazer bem. Sorrir ao entrar na área econômica, os lugares não estavam cheios, poderia até imaginar que está na primeira classe. Ri com meu pensamento. O remédio não demorou para fazer efeito e dormi tranquilamente.Quando cheguei em Nova York já era a noite, fiz todo o processo para pegar minha mala e seguir para a cobertura que estava ficando do C
Christopher BrewerJoguei o celular da Danielle contra a parede, vendo o aparelho se despedaçar e cair no chão. Bianca não me respondia por nada, muito menos visualizava as mensagens e quando finalmente consigo falar com ela é essa a resposta que tenho?! Já tive que aguentar horas naquele evento com mau-humor tão grande que precisei me afastar das pessoas uma vez e outra, e ao chegar aqui não vejo nem sombra da Bianca. Suas coisas não estavam mais no quarto, ela não estava em nenhuma parte do hotel e quando tive certeza que pegou o avião para Nova York quase surtei de vez.Respirei fundo, deitando a cabeça para trás. Podia ouvir um choro baixo e tinha certeza que era a Lilia, ela não parava de perguntar pela Bianca. Passei a língua pregui&
Bianca AlmeidaTomei um remédio para febre e fui me deitar novamente, não sei porque essa mudança repentina. Estava tão bem ontem, peguei chuva ou teve uma mudança drástica no clima. Será que estou tendo alguma reação da comida de Milão? Ah, Milão. Estou quase colocando como meta morar lá. Dormir novamente em uma facilidade muito grande, acordei com barulho do meu celular tocando. Não queria levantar para pegar meu celular, o lugar que aluguei é de três cômodos no mínimo e ainda conseguimos ser bem menor do que o meu antigo apartamento. Meu celular estava no balcão que dividia a pequena sala com a minúscula cozinha, não tenho um problema com o lugar, mas estou sentindo falta do meu apartamento.Me levantei relutante e atendi sem saber quem era, meu corpo doía e a febre não havia passado.— Alô?— Bianca? — Conheço essa voz. — Sou eu, Joseph. Podemos conversar?Faço uma careta, não que esteja incomodada pela ligação. Era apenas um incômodo dessa febre repentina, balancei minha cabeça c