Bianca AlmeidaEstamos em Milão, nossa chegada foi tranquila. O tempo não estava muito bom, ficamos no hotel e só podemos ver um pouco de Milão pela janela. As crianças foram as que mais ficaram tristes, porque pensaram que assim que chegarmos já estaríamos andando pela cidade. No hotel fiquei em choque com o tamanho do quarto, era um próprio apartamento tendo cinco quartos disponíveis e em cada quarto tem o seu próprio banheiro. Uma cozinha muito bem compacta com uma sala de jantar, a sala dava dois do meu apartamento. No dia seguinte Christopher saiu bem cedo, com o tempo melhor conseguir passear com as crianças e mais três cuidadoras.Passeamos pela catedral Gothic Duomo do Milano, precisei segurar Lilia que queria tocar em tudo que via. Todos os olhos estavam nela para não sermos expulsos.— Vocês sabiam que Duomo de Milão é uma das maiores catedrais católicas do mundo? — A nossa guia dizia. — Tem mais de 157 metros de largura, 11.700m² e capacidade para mais de 40 mil pessoas.As
Bianca Almeida— Ah, que fofura! — Margot entrelaçou seus dedos com do Christopher, puxando ele para mais perto de nós. — Olha, o que seus filhos fizeram por você.Não passo para o lado quando ela se aproxima mais, passando por mim. Margot tem aquele ar de soberba que consigo ver de longe, escolhi me afastar e olhar a família um pouco mais distante do que pretendia. Christopher chega a me olhar algumas vezes, mas continuo mantendo a minha distância.— Papai, papai, olha o quadro que fiz para você. — Lilia entregou o desenho que fez para o pai. Christopher está sentado perto da mesa recebendo seus presentes. — O da Dani é bonitinho também, vai ser de um homem com nome estranho. Finge estar feliz quando receber, tá?Se Lilia queria que essa conversa ficasse apenas ela e seu pai, minha menina falhou. Danielle que virou seus olhos e se aproximou do seu pai entregando um quadro do tamanho médio.— É um quadro do Pietro Verri. — Danielle sorri para Christopher e abaixou um pouco a cabeça. E
Bianca Almeida No dia seguinte foi uma dorzinha de cabeça porque tinha que arrumar as três crianças e deixá-las preparadas e devidamente arrumadas a tempo. Lilia bebeu tanta coisa pela manhã que agora a tarde não parava de querer ir ao banheiro. Tenho evitado Christopher, não respondi suas mensagens e muito menos uma de suas ligações. Ele queria falar comigo, mas sei que não era sobre as crianças. Então decidi me dedicar ao meu trabalho e apenas isso. Quando voltei do banheiro com Lilia, Danielle e Pedro não estavam mais no quarto. — Ah, não. — Sussurrei agoniada. Aqueles dois estavam cochichando um com o outro desde que acordaram. — Lilia, onde foram seus irmãos? — Lilia começa a fazer a sua cara de inocente. — Lilia! Precisava descer com todos eles daqui a uma hora e justo hoje escolheram dar trabalho? Estávamos nos saindo tão bem nessa viagem. Lilia balançou a cabeça, ela não iria dizer. De mãos dadas seguimos pelo apartamento à procura do Danielle e Pedro, seja qual fosse o pl
Bianca Almeida Comecei a arrumar as minhas coisas depois de ter certeza que todos já tinham ido. Não demorei ou fiquei enrolando para arrumar, aproveitei esse meio tempo para conseguir uma passagem de volta para Nova York e graças a Deus estava tudo ao meu favor. Precisei adiantar o máximo possível para não perder o voo, procurei esvaziar minha mente e manter a calma. Tudo precisa acontecer por um motivo, sei das faltas que iria sentir, mas se quiserem me ver e Christopher permitir será bom demais ver as crianças novamente. Antes de entrar no avião tomei um remédio para poder dormir, ficar pensando e repassando tudo que passou não iria me fazer bem. Sorrir ao entrar na área econômica, os lugares não estavam cheios, poderia até imaginar que está na primeira classe. Ri com meu pensamento. O remédio não demorou para fazer efeito e dormi tranquilamente.Quando cheguei em Nova York já era a noite, fiz todo o processo para pegar minha mala e seguir para a cobertura que estava ficando do C
Christopher BrewerJoguei o celular da Danielle contra a parede, vendo o aparelho se despedaçar e cair no chão. Bianca não me respondia por nada, muito menos visualizava as mensagens e quando finalmente consigo falar com ela é essa a resposta que tenho?! Já tive que aguentar horas naquele evento com mau-humor tão grande que precisei me afastar das pessoas uma vez e outra, e ao chegar aqui não vejo nem sombra da Bianca. Suas coisas não estavam mais no quarto, ela não estava em nenhuma parte do hotel e quando tive certeza que pegou o avião para Nova York quase surtei de vez.Respirei fundo, deitando a cabeça para trás. Podia ouvir um choro baixo e tinha certeza que era a Lilia, ela não parava de perguntar pela Bianca. Passei a língua pregui&
Bianca AlmeidaTomei um remédio para febre e fui me deitar novamente, não sei porque essa mudança repentina. Estava tão bem ontem, peguei chuva ou teve uma mudança drástica no clima. Será que estou tendo alguma reação da comida de Milão? Ah, Milão. Estou quase colocando como meta morar lá. Dormir novamente em uma facilidade muito grande, acordei com barulho do meu celular tocando. Não queria levantar para pegar meu celular, o lugar que aluguei é de três cômodos no mínimo e ainda conseguimos ser bem menor do que o meu antigo apartamento. Meu celular estava no balcão que dividia a pequena sala com a minúscula cozinha, não tenho um problema com o lugar, mas estou sentindo falta do meu apartamento.Me levantei relutante e atendi sem saber quem era, meu corpo doía e a febre não havia passado.— Alô?— Bianca? — Conheço essa voz. — Sou eu, Joseph. Podemos conversar?Faço uma careta, não que esteja incomodada pela ligação. Era apenas um incômodo dessa febre repentina, balancei minha cabeça c
Christopher Brewer— A gente podia fazer isso? — Pedro perguntou, cismado.— Vocês querem Bianca de volta, não querem? — Fechei a porta do minúsculo apartamento.— Mas não é invasão domiciliar quando a gente entra em um lugar sem a permissão do dono? — Danielle perguntou, confusa.— A gente será preso?! — Lilian arregalou seus olhos castanhos e abraçou o pescoço da irmã com força. — Não quero ser presa, Dani. Eles dão torta de maçã? — Ela está no colo da Danielle.Chegamos de madrugada em Nova York, eles não estavam se aguentando de sono. Não conseguiram dormir durante o voo como de costume e tive que convencer eles a dormir primeiro. Assim ganhava tempo para saber onde Bianca estava morando agora. Precisei prometer para cada um que assim que encontrasse Bianca iria acordá-los e todos iriam juntos, não poderia sair de casa sem eles. A promessa é dívida e eles sabem quem eu cumpro. Dito e feito, acordei meus filhos e seguimos até esse pedacinho de mundo. A segurança estava reforçada, m
Bianca AlmeidaOs três seguiram à risca o pedido do pai. A Sra. Molloy olhava para as crianças, desacreditada. Danielle e Pedro pegavam tudo que foi pedido para a Sra. Molloy e colocava em cima da mesa para mim. Lilia para não ficar de fora, pegar as coisas pequenas e que não fosse de vidro. Um ajudando o outro colocando tanta coisa em cima da mesa que com certeza eu não comeria.— Gente, eu agradeço, mas…— Xiu! — Lilia me olha aborrecida. Sempre é bom fazer uma boa alimentação depois que vem do médico. — Papai sempre me falou isso.Resolver obedecê-la.— Posso pelo menos lavar minhas mãos? As crianças se entreolharam e por fim concordaram. Me levantei caminhando lentamente até aqui fora lavar minha mão, confesso que estou melhor do que eu esperava. Talvez tenha realmente sido emocional os meus sintomas. Estava feliz de ver as crianças novamente e a gente ficou afastada apenas 24 horas, mas a possibilidade de não ter mais a convivência de antes me machucava. Voltando para a mesa, ol