- Onde estão os gêmeos? - Lucius pergunta, assim que Rose vem da parte dos fundos da casa.
Ela o olha com o cenho franzido, sem entender.
- Os deixei no berço, assim que dormiram.
Lucius leva as mãos para a cabeça novamente.
- Eles não estão no berço.
Não conseguia me mexer, sentia como se minhas pernas tivessem virado chumbo. Em minha cabeça, só conseguia lembrar dos rostos sorridentes e dos momentos felizes que tivemos no jardim e na sala de estar.
Eles só tinham um ano de idade, não conseguia a maldade do mundo, muito menos que crescia como erva daninha na família Cesarini e agora estavam desprotegidos, longe de mim e do meu alcance. Como poderia os protege
É quando ouço o telefone fixo da casa tocar e me desloco até o aparelho rapidamente, pegando o gancho.- Alô?- Já voltaram de viagem - Engulo em seco, reconhecendo a voz de Silas - Isto é bom.- Você está com eles, não é? - pergunto calmamente, tendo os olhos de Rose e Lucius sobre mim.- Acho que você sabe a resposta.- São só bebês.- Eu sei disso. Lindos e adoráveis bebês - Ele murmura, com um tom de maldade na voz - Não era para eles estarem vivos, muito menos você.- Não os machuque - peço.- Como você sobreviveu? - pergunta sem rodeios - Eu tinha certeza de que estava morta. Não tinha como você sobreviver, mas sobreviveu e tentei três vezes acabar com a sua vida de v
Uma semana mais tarde, cheguei ao convento St. Joseph. Como estava frio, não havia cadeiras no pátio interno, mas o resto continuava igual. Havia ligado para a madre superiora e todas as irmãs estavam a minha espera. Na ligação, havia lhe explicado o quê havia acontecido por cima, não entrando em detalhes, alegando de que precisa de um lugar para ficar. Ela acabou dizendo que seria bem vinda, se quisesse ficar no convento. Com a aprovação da madre, só precisei pegar tudo o quê tínhamos de mais valor sentimental e fechar por tempo indeterminado, as portas da mansão Cesarini, trancando lá dentro, todas as lembranças dos últimos anos.Fui levada ao mesmo quarto que ocupara antes. Tirei minhas roupas e as do gêmeos
Dali por diante, dividi meu tempo entre o jardim e a hora de Vito. Aprendi o nome de todas as hortaliças em italiano e comecei a compreender o que o velho dizia.Em todos os fins de tarde, me dedicava a limpar os canteiros, me encantando com as novas formas geométricas que encontrava. Quando a dor nas costas se tornava muito forte ou as palmas das mãos criavam bolhas, deixava de trabalhar por um ou dois dias. Aproveitando para ler o livro sobre os jardins criados juntamente com o convento, que Nicolo havia me emprestado.Com tristeza, descobrir que precisaria de um escrito em inglês parar realmente entender. Não me bastava só olhar as magnificas ilustrações.&nbs
Lily e Zack estavam com aproximadamente quatro anos.No inicio quando chegamos ali, ambos viviam pegando um resfriado atrás do outro e com alergia ao pó. Demorou algum tempo, para que seus pequenos corpos frágeis se acostumassem com o novo ambiente.Todos os dias, via uma nova mudança acontecer. Desde caminhar com mais firmeza, dizer palavras difíceis, fazer alguma graça ou serem gentis com as pessoas ao redor.Ambos os cabelos, havia tomado a tonalidade do cabelo do pai, o que para mim não era uma surpresa. Zack lembrava vagamente as feições da mulher que um dia já fui. Num rosto delicado, com as maças do rosto saltada.Lily por outro lado, lembrava Zack.
Inspirando profundamente em meio aos soluços, sento aos seus pés, inspirando profundamente, colocando minha cabeça em seu colo, fechando por fim os olhos. As lágrimas continuam a vir, cada vez mais forte, enquanto meu corpo era balançado com soluços.Era de se esperar que um dia precisaria chorar por nós dois. Eu esperava isso. Toda aquela carga que carregava, não era nada leve, era muita responsabilidade, sabendo que não o teria para me ajudar quando fraquejasse, que todos os dias teria que o sepultar, esperando que um dia simplesmente decidisse ir mais uma vez, me deixando ali completamente sem saber o quê fazer.Não havia pensado num depois para mim.
Barulhos externos são os primeiros sons que chegam aos meus ouvidos, quando começo a acordar. Meus olhos por alguma razão, não se abrem completamente, o que me deixa assustada, pois só consigo ver borrões por de baixo dos cílios. Onde estou?, a pergunta surge na minha mente, enquanto mexo minha cabeça dolorida de um lado para o outro. Sem fazer ideia de onde estava. Minhas mãos tateiam o que pareceu ser um colchão e lençóis. Havia uma agulha no meu braço direto e alguns fios no meu tórax. Apesar de forçar minhas pálpebras a se abrirem. Não conseguia. &nb
Já acordou com a sensação de ter alguém te olhando? Ainda meio que sonolenta, tive essa “sensação”, demorando para perceber um vulto parado perto da janela. Meus olhos não estavam tão inchados como no dia anterior, mas minha visão continuava limitada.- Quem é você? – pergunto na dúvida de ser algo da minha mente. O vulto solta o ar dos pulmões.- Lucius Cesarini – A voz máscula grossa, chegou aos meus ouvidos firme. Aquele nome estava longe de me parecer familiar.- É médico? Ele ri pelo nariz.- N&ati
Dois dias se passaram. Consegui perceber isto por causa da luminosidade no quarto e pela troca de plantões. Toda vez que entrava um enfermeiro diferente e lia meu prontuário, perguntava se já havia decido fazer a cirurgia plástica e a resposta era o silêncio. Não fazia ideia de quem eu era e sentia que ficaria sem saber se fizesse aquela cirurgia. Impressão ou não, sentia que meu rosto estava desinchando, isto por quê não sentia mais meus olhos tão inchados e o restante ao redor dolorido. Isto para mim, foi um grande avanço e que poderia signi