30

No dia seguinte, como combinado, fui à feira com minha mãe. Ela me perguntou sobre meu namoro com Alex e eu lhe contei que havíamos rompido.

Doía demais dizer isso em voz alta, mas não dava para esconder a verdade. Já havia mentido demais, inclusive.

Pedimos dois pasteis e dois copos de caldo de cana.

Quando estávamos à mesa, minha mãe soltou um suspiro e esfregou as têmporas.

— Sobre o prostituto...

— Mãe...

— Uma hora alguém teria que tocar no assunto, querida — sorriu, tristonha.

— Tudo bem. Pode falar.

— Bem, eu o contratei sim, apenas como acompanhante, que fique claro.

— Por que fez isso? — Quis saber.

— Vergonha. Ego inflado. Solidão.

— Você tem a mim. Você sempre teve a mim.

— Eu sei. Mas sua tia é terrível, Zoe. Vivemos numa eterna disputa de quem é melhor em tudo. Quando perdi seu pai...

— Não fale disso. Não agora.

— Eu preciso. Seu pai foi o grande amor da minha vida. Perdê-lo me deixou tão sem rumo, tão vazia. Eu tinha voc
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