Clarice fez seu desejo: que ela e Sterling se divorciassem o mais rápido possível e que os bebês em seu ventre viessem ao mundo com saúde, para que ela pudesse finalmente conhecê-los. Após fazer o pedido, ela soprou as velas de uma vez. Jaqueline tirou as velas do cupcake e as jogou no lixo. Em seguida, entregou uma colher para Clarice. — Já estava tarde e só consegui comprar esse cupcake. Vai ter que se contentar com ele. Clarice pegou a colher e, com um sorriso, tirou um pedaço do bolinho. Em vez de comer, ela estendeu a colher na direção de Jaqueline. — A primeira mordida é sua. Jaqueline tentou recusar, mas, ao olhar para os olhos esperançosos de Clarice, não conseguiu dizer não. Sem escolha, abriu a boca e comeu o pedaço de bolo. — Espere aí, vou preparar uma lasanha para você. Quando terminar o bolo, a lasanha já estará pronta! — Disse Jaqueline, saindo apressada em direção à cozinha. Clarice desviou o olhar de Jaqueline e voltou a encarar o pequeno cupcake à sua
— O que o médico disse? Ele falou algo específico sobre cuidados com os gêmeos? — Jaqueline colocou a taça de vinho sobre a mesa e se aproximou, pousando a mão gentilmente na barriga de Clarice. Sua voz saiu baixa, quase um sussurro. Ela ainda não conseguia acreditar que Clarice estava grávida de dois bebês. Só de imaginar como seria quando eles nascessem, Jaqueline já achava a ideia divertida. — O médico enfatizou bastante que eu não posso ter relações. — Clarice suspirou enquanto pensava que, vivendo na mesma casa que Sterling, ele provavelmente tentaria algo. Ela sabia que não conseguiria recusar. Sterling era muito mais forte que ela e, nesse aspecto, sempre foi extremamente insistente. A frequência com que ele a procurava só reforçava isso. — E se você voltar para casa, acha que Sterling vai conseguir se controlar? Se você recusar, que desculpa vai usar? — Jaqueline franziu a testa, preocupada. — Quer saber? Por que você não se muda para cá? Essa casa é grande, tem espaço de
Os olhos de Clarice se arregalaram de repente. — Tudo bem, estou indo agora mesmo! Ela sequer teve coragem de perguntar o que havia acontecido exatamente. Jaqueline percebeu a expressão dela e se aproximou, alarmada: — Clarinha, o que aconteceu? Clarice segurava o celular com força, suas mãos tremiam ligeiramente. Havia uma sensação ruim crescendo dentro dela, um pressentimento de que a situação de sua avó não tinha mais salvação. — Clarinha, fala comigo! Não me assusta assim! — Jaqueline segurou o rosto dela com delicadeza, mas sua voz saiu mais alta, carregada de preocupação. Clarice finalmente voltou a si. Seus olhos encontraram os de Jaqueline, e ela respondeu com dificuldade: — Minha avó foi para a sala de emergência. Eu preciso ir até o hospital! — Eu vou com você! — Jaqueline largou tudo, ignorando até o incômodo físico que sentia, e ajudou Clarice a sair de casa. Elas pegaram um táxi, e Clarice se apoiou em Jaqueline, sentindo como se todas as suas forças
— Volte para casa e espere notícias. Amanhã eu te ligo. — Disse Teresa, tentando conter a fúria que ardia em seu peito, falando em um tom pausado. — Sra. Teresa, pelo amor de Deus, me dê pelo menos alguma coisa! Se eu voltar sem dinheiro, vão me matar! — Implorou Dayane, que sabia muito bem que aquelas palavras de Teresa eram apenas uma desculpa para se livrar dela. Se tivesse que esperar até o dia seguinte, provavelmente não veria um centavo. Pior ainda, poderia acabar sendo assassinada por aqueles que estavam cobrando a dívida. Ela precisava levar qualquer quantia que fosse, naquele momento. — Eu não tenho dinheiro agora! — Teresa respondeu, decidida a não lhe dar nada. — Você não tem medo de que eu volte para casa e espalhe tudo? Imagine se as nossas transações caírem na internet. Como você vai lidar com isso? — Dayane ameaçou com a única arma que tinha. Não iria embora sem conseguir algum dinheiro. Por mais cruel e perigosa que Teresa fosse, ela sabia que os agiotas que c
Teresa olhou para Clarice com um sorriso sarcástico no rosto. — Sua avó está deitada naquele hospital há anos. Já passou da hora de morrer. Eu só dei uma ajudinha. Não precisa me agradecer! Ela nunca fez questão de esconder suas ações na frente de Clarice. Sabia que, mesmo que Clarice contasse tudo para Sterling, ele jamais acreditaria nela. Isso dava a Teresa toda a confiança para agir sem medo. Clarice ficou parada ao lado da cama, encarando Teresa de cima, com os olhos vermelhos de raiva e uma aura pesada, quase mortal. — Teresa, você é mesmo um ser humano? Como consegue dizer algo assim? Sua avó ainda estava na sala de emergência. O aviso de estado crítico já tinha sido assinado, e o médico havia pedido que ela se preparasse para o pior. Clarice tinha certeza de que a avó estava vivendo seus últimos momentos. Ela passou muito tempo do lado de fora da sala de emergência tentando entender como sua avó, que parecia um pouco melhor recentemente, de repente teve uma recaída
Se Clarice matasse Teresa, ela mesma não sairia viva dessa situação!Sua avó acabara de falecer, e Clarice precisava manter a calma e preservar sua vida para organizar um funeral digno. Quanto às contas com Teresa, ela resolveria mais tarde.Teresa, por sua vez, olhava fixamente para a barriga de Clarice. O ventre parecia plano, sem nenhum sinal aparente de gravidez. Mas Teresa havia investigado e descoberto que Clarice tinha feito um registro de pré-natal em um hospital do Grupo Baptista.O tempo de gestação de Clarice coincidia perfeitamente com o dela, com apenas um mês de diferença. Na época em que Clarice engravidou, Teresa estava no início da sua gravidez, sofrendo com fortes enjoos. Sterling passava quase todas as noites ao lado dela, cuidando de suas necessidades. E, ainda assim, ele encontrava tempo para voltar para casa e dormir com Clarice?Sterling já tinha deixado claro que não gostava de Clarice. Para Teresa, era impossível imaginar que ele tivesse procurado a esposa por
Jaqueline ouviu o choro desesperado de Clarice, e seu coração se apertou como se estivesse sendo esmagado. Ela rapidamente a envolveu em um abraço apertado. — Clarinha... — Jaqueline tentou dizer algo para confortá-la, mas as palavras ficaram presas na garganta. Ela não conseguiu dizer nada. Se ela já estava sentindo tanta dor só de ver Clarice assim, imaginava o que a amiga estava passando. A dor de Clarice devia ser mil vezes maior. Qualquer palavra de conforto naquele momento pareceria vazia e inútil. Um dos funcionários que estavam ali olhou para as duas com um semblante um pouco constrangido e disse: — Senhoritas, nós precisamos levar o corpo da falecida para o necrotério. Não podemos demorar muito aqui. Eles já tinham visto muitos familiares chorando por seus entes queridos. Alguns se desesperavam, outros aceitavam em silêncio. Mas, vendo aquela jovem, algo na maneira como ela chorava tocava profundamente. Era como se o sofrimento dela fosse capaz de quebrar até os cora
Jaqueline, assustada, segurou Clarice com firmeza, chamando-a suavemente: — Clarinha… Ela não sabia quem havia ligado ou o que tinha sido dito, mas era evidente que algo no telefonema havia abalado profundamente Clarice. — Foi Teresa quem te disse que eu fiz ela perder o bebê? — Clarice perguntou, com a voz controlada e cada palavra carregada de tensão. Após respirar fundo, ela continuou. — E você sabe por que eu fui até ela? — Não importa o motivo pelo qual você foi atrás dela. O que importa é que o bebê dela está morto! Agora Teresa está na mesa de cirurgia. Clarice, se algo acontecer com ela, você vai pagar caro! — Sterling respondeu com um tom pesado, carregado de ameaça. Na mente de Sterling, Teresa estava no hospital, quieta e em repouso, até Clarice aparecer, empurrá-la ao chão e chutar sua barriga, causando o aborto. O mais importante é que Teresa estava grávida do filho de Durval. Para Sterling, aquele bebê era a última ligação com Durval, o único laço de sangue qu