Capítulo Três

Cheguei em casa super cansada e fui direto tomar um banho quando meu celular tocou.

— Oi maninha, como foi o seu primeiro dia de trabalho? – Luana me perguntou e eu sorri.

— Até que foi bom Lua, o Pietro é um amor, já o pai dele é meio louco. – Minha irmã ficou mega curiosa com essa última parte que disse e já tratou logo de querer saber o que havia acontecido para eu taxar o cara de louco, quando expliquei a ela, minha irmã começou a rir.

— Você não existe Bebel, e como o tal Thiago é? Ele é bonito? – Estava demorando para ela perguntar isso.

— Sim Lua, o cara é lindo, mas como eu disse ele é maluco, louco, insano, doido de pedra. – Minha irmã começa a gargalhar.

— Será que talvez pintou um clima entre vocês? – Minhas irmãs sempre acham um jeito de me empurrar alguém, elas me enfiam em cada marmota.

— Para a sua infelicidade não pintou clima nenhum e eu estou lá a trabalho não para arrumar namorado.

— Bebel, você não se relaciona com alguém desde muito tempo, meu amor seu casamento não deu certo beleza, bola pra frente meu anjo.

— Vou precisar desligar mana, estou bem cansada e amanhã meu dia será longo e cansativo.

— Se cuida irmã e se alimenta direitinho. – Nos despedimos e desliguei o celular.

Para ela é fácil falar, Lua e Mila encontraram o amor de primeira e olha que elas diziam que nunca se casariam, já comigo foi completamente oposto, sempre sonhei com o final feliz, sou romântica até o último fiapo de cabelo, mas ao contrário do que eu pensava não foi isso que aconteceu. Conheci João Lucca aos vinte anos e logo nos apaixonamos, nosso amor parecia ser infinito e para sempre, como eu tinha certeza que ele era a pessoa certa para mim nos casamos e tudo estava indo muito bem até que descobri sua traição, foi muito difícil para mim aquele momento, pois me abdiquei dos meus sonhos por alguém que pouco se importava para mim, sabe. Sofri muito com isso chorei por dias e me perguntei o que havia feito de errado para que ele fizesse isso comigo, namoramos por dois anos e meio e nosso casamento durou apenas oito meses. O pior é que minhas irmãs tentaram me alertar sobre ele, mas eu dizia que não, que ele não faria nada disso comigo, caí do cavalo e feio. Depois disso fechei meu coração para balanço e nunca mais pensei em relacionamentos, não vou mentir, de vez em quando saio com um ou outro, mas nada muito sério, balancei a cabeça para esquecer esses pensamentos, na verdade nem sei por que estou pensando nessas coisas agora. Esquentei a sobra do macarrão e me alimentei antes de deitar.

No dia seguinte, fiz toda a minha rotina matinal e fui para meu trabalho, assim que cheguei Pietro ainda estava dormindo, então fui para cozinha e aproveitei para tomar café.

— Ai Roberta, esse café é divino. – Digo enquanto sorvo o líquido que desce quentinho pela minha garganta.

— Eu sei, Thiago só toma esse café não sei se é Austríaco. – Quando ela diz isso eu automaticamente cuspo o café na xícara.

— Se é do patrão, acho que não posso tomar, no meu segundo dia e eu já fazendo besteira.

— Calma Bebel, o Thiago não faz distinção entre ele e Pietro e os funcionários, somos tratados por igual, não se preocupe e tome seu café. – Já que ela disse estava prestes a voltar a tomar o café quando ela toma a xícara da minha mão e me entrega uma nova olhei para ela sem entender.

— Eu podia beber aquele mesmo café.

— Você cuspiu nele. – Ela disse me entregando uns pães de mel com cobertura de chocolate que amo.

— Mais o cuspe era meu mesmo. – Roberta olhou para mim como se fosse louca e mudei de assunto — Amo esse pão de mel desde pequena, quando meus pais eram vivos, eles compravam esses pães e eu os comia molhando no leite, era uma delícia.

— A Jessy, também amava esse pão de mel, por isso nunca pode faltar. – Então esse era o nome da mãe de Pietro.

— Eu vi uma foto dela na sala, ela era muito bonita.

— Sabia que vocês duas têm semelhanças, reparando melhor consigo perceber isso.

— Não mesmo, ela tinha cabelos loiros.

— Os cabelos dela eram iguais aos seus, ela apenas mudou a aparência. Raquel sempre era tão humilde e bondosa com as pessoas, ela amava demais o filho e o marido.

Com certeza ela era perfeita, Pietro desceu e encerramos o assunto, ele pediu uma tigela de cereal e Roberta imediatamente deu a ele, quando olhei para a caixa vi o grupo da minha amiga e sorri.

— Você tá rindo pra caixa? – Pietro perguntou me achando louca.

— Na verdade, estou olhando para o time da minha amiga. – Quando ele virou a caixa seus olhos brilharam.

— Você conhece as Raven Squad Girls? – Pietro estava incrédulo.

— Sim. A Aly líder do time é minha amiga, fizemos faculdade juntas.

— Sou fã dela e também do jogo dela, por favor, me apresenta a ela. – Pietro insistiu.

— Vou perguntar a ela quando tem evento e pedirei autorização ao seu pai para te levar. – Seu sorriso murchou imediatamente.

— Meu pai nunca vai deixar eu ir, o negócio dele é só querer que eu participe de saraus e música clássica, ele não me deixa nem frequentar as aulas de hip - hop que gosto.

Vendo a tristeza dele agradeço aos céus pelos pais que tenho, pois eles nunca impediram que eu fizesse nada que gostasse.

— Quando eu souber sobre o evento, converso com ele e peço para que deixe você ir comigo.

— Ir aonde? – A voz de Thiago me assustou. — Onde vocês pretendem ir? – Ele perguntou mais uma vez olhando para mim.

— Pietro é fã da minha amiga – mostrei a caixa de cereal a ele. — Eu disse a ele que quando tivesse um evento eu pediria permissão ao senhor para poder levá-lo – senhor Thiago olhou para mim e depois para o filho.

— Pietro sabe muito bem que não tem tempo para essas coisas. – Os dois se encaram por algum momento e Pietro pede licença para pegar o seu material. — Gostaria que você não ficasse incentivando meu filho, pois ele tem uma agenda a cumprir e não tem tempo para essas coisas.

Nem me dignei a responder apenas balancei a cabeça confirmando, quando Pietro desceu percebi a sua carinha de choro, mas ele não disse nada apenas se despediu e me chamou para irmos, durante o trajeto para a escola comecei a puxar assunto com ele que me respondia de maneira monossilábica.

— Até lá a gente dá um jeitinho de convencer ele. – Digo enquanto faço uma curva.

— Duvido muito tia, mas obrigado por ser legal comigo. – Assim que estacionei ele desceu e sorriu para mim.

Wow! Acho que estou fazendo as coisas certas, já que Pietro gostou de mim. Peguei a planilha para poder verificar minha próxima tarefa, nesse momento meu celular apitou com uma mensagem.

“Por favor, vá à loja terno e CIA e busque o terno de Pietro.” – Senhor Thiago me passou o endereço e aproveitei que estava em um horário vago para poder pegar logo a peça.

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