Capítulo Sete

cinquenta minutos depois um carro parou atrás de mim e como já estava escurecendo eu fiquei apreensiva, mas logo relaxei quando vi que era o meu patrão, logo vinha outro homem que não reconheci.

— Oi Isabel, esse aqui é o meu motorista Gabriel e ele irá trocar o seu pneu. – Não sei porque fantasiei que o senhor Thiago me ajudaria com a troca pneu, Gabriel pediu para que eu abrisse o porta malas e eu fiquei próximo ao meu chefe, mas logo a minha atenção se voltou para aquele homem maravilhoso sem camisa, Gabriel tinha o corpo definido e eu estava literalmente babando nele quando meu chefe estalou os dedos na minha frente.

— Está me ouvindo? – Fiquem sem graça na hora.

— Desculpa senhor, falou comigo? – Perguntei e ele afirmou.

— Estava dizendo que está na hora de trocar essa lata velha que você chama de carro.

— Essa lata a qual o senhor se refere é a única coisa que tenho dos meus pais. - Nesse momento ele não sabia onde enfiar a cara.

— Desculpe, eu não sabia. – Ele realmente estava sem graça.

—  Está tudo bem senhor, não precisa ficar assim, eu sei que Moniquete precisa de uns reparos, mas eu não tinha como consertá-la, com o meu salário de professora.

— Não precisa me chamar de senhor, afinal temos quase a mesma idade, pode me chamar de você mesmo. – Ele pede e eu assinto.

Gabriel terminou com o meu pneu e eu o agradeci, fui para o meu carro e o segui até a mansão, estacionei, Moniquete e sai.

— Desculpa te pedir isso em cima da hora, sei que deve ter planos. – Quando ele diz isso lembrei da minha irmã, preciso ligar e desmarcar com ela.

Pedi licença a ele e liguei para ela que me atendeu rapidamente, expliquei o que estava acontecendo e Mila super me entendeu, se fosse a Lua faria um drama digno de novela Mexicana, agradeci a ela pela compreensão e desliguei.

Estava sentada no sofá conversando com Pietro quando seu pai desce as escadas com roupas casuais, ele estava lindo e completamente diferente do cara impaciente que se mostra, antes que ele percebe que estava babando me recompus.

— Isabel, não deixe Pietro ficar acordado até tarde, ele tem aula amanhã e precisa estar disposto. 

— Sim, sen...Thiago. – Ele me deu uma olhada e se foi. 

— Bebel, o que vamos fazer? – Pietro perguntou e o olhei animada.

— Vamos nos divertir. 

Peguei o levei para a sala de jogos e ficamos brincando, ele até me ensinou a jogar videogame, mas constatei que sou uma negação. Uma hora depois estávamos exaustos e chamei Pietro para se deitar. 

— Eu posso brincar um pouco mais? – Ele pede fazendo a carinha do gato do Shrek.

— Está na hora de dormir mocinho, mas se você prometer terminar as tarefas de amanhã posso pedir seu pai que me autorize a te levar para o shopping, o que me diz? 

— Você é a melhor cuidadora que eu já tive. – Ele me surpreendeu com um abraço e o levei para a cama. 

Não tenho o hábito de ficar na casa dos outros, então isso atrapalha o meu sono, como havia perdido o sono resolvi olhar para o pequeno lago que tem no jardim, as janelas da casa são tão grandes que eu consigo sentar nelas sem grandes problemas. Nem sei por quanto tempo fiquei admirando as estrelas.

Ouvi um barulho na porta em seguida senhor Thiago entrou completamente bêbado, ele olhou para mim e ficou de olhos arregalados.

— Vo...vo...você voltou me.. meu a...a...a...mor. – Ele dizia me encarando.

— Thiago, não sou quem está pensando. – Digo a ele.

— Claro que é você Jessy, meu amor, estava com muita saudades. – Dei um passo para trás e ele se aproximou de mim, me puxou pela cintura e me beijou.

Thiago tentava aprofundar o beijo, mas eu usei toda força que possuía e o empurrei, ele olhou para mim e acho que se tocou do engano que estava cometendo.

— Me... me... des...desculpa. – Ele pediu sem jeito.

— Não tem problema, vem aqui eu te ajudo a subir.

Ele se recusou, pois estava com muita vergonha, mesmo assim o ajudei a subir as escadas, ele não conseguia tirar as suas roupas, então ajudei com seus botões também e o levei para o chuveiro, meu chefe cambaleava muito, após o banho desci e preparei um café para ele que me agradeceu.

— Isabel. – Ele me chamou e o cortei antes que começasse a falar.

— Por favor, vá descansar. – Ele fechou os olhos balbuciando alguma coisa desconexa e eu apenas sorri e fechei a porta, fui para cozinha e lavei a louça que sujei, senti um pouco de fome e preparei um sanduíche para mim e antes de comer eu pus a mão em meus lábios e senti o formigamento, o beijo de Thiago tinha gosto de uísque de qualidade. "Para com isso, Bebel, não fantasia com o seu chefe." Respirei fundo e me alimentei, em seguida subi para o quarto e acabei dormindo.

No dia seguinte me levantei bem cedo e chamei Pietro para poder levantar, o que fez rapidamente, desci e já encontrei Roberta preparando o café e como sempre me entregou uma xícara bem quentinha com seu famoso sorriso.

— Noite difícil querida? – Ela perguntou.

— Não se preocupe, só estranhei o fato da casa ser diferente. – Dei um sorriso tranquilizador para ela que sorriu mais uma vez.

— Deve ser difícil mesmo, agora posso te fazer uma pergunta, talvez indelicada. – Ela pede e eu digo que sim. — Por que você resolveu abandonar a sala de aula e virar babá? – Essa é uma pergunta que todos se fazem.

— Quando a pandemia estava no auge eu fui demitida da escola e fiquei sem dinheiro para tudo, precisei abandonar a minha casa e voltar para a casa dos meus pais, comecei a dar aulas a distância para poder suprir as minhas necessidades, mas não demorou muito a minha mãe contraiu a m*****a doença, minha irmã do meio tem uma filha e não podia ficar com ela, a minha irmã mais velha estava presa em outro estado e só sobrou a mim para cuidá-la, eu sofri muito com a situação e não tinha ninguém alí para me ajudar, quando não teve mais jeito ela foi obrigada a ficar no hospital e eu fazia testes regulares, mas não contraí nada, quando a minha mãe veio a óbito, fiquei responsável por todos os trâmites e quando nós a sepultamos, descobri que estava em depressão e precisei trata-la, no ano seguinte as coisas começaram a melhorar a escola me chamou para trabalhar novamente e percebi que não era isso que eu queria fazer mais, porém como precisava pagar as contas resolvi permanecer no emprego e assim fui ficando mesmo me arrastando eu permaneci até que ano passado eu dei um basta e comecei a tentar outras coisas, até que minha cunhada me avisou sobre esse trabalho e disse que eu preenchia os requisitos e cá estou.

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