Capítulo Treze

Pietro Cavalcante

Já perdi as contas de quantas babás eu tive desde que minha mãe morreu. Geralmente elas não ligam para mim; apenas cumprem todas as regras chatas que meu pai manda e depois ficam atrás dele. Os pais dos meus amigos são legais. Eles me contam que soltam pipa, jogam bola, vão a parques com os pais, mas meu pai só trabalha e dá ordens. A minha última cuidadora fingia que eu nem existia até que meu pai chegasse, aí ela mudava completamente. Uma vez tentei conversar com ele sobre ela, e ele me disse que eu estava agindo muito mal por ficar inventando histórias e que já sabia que eu não queria mais ter uma babá, por isso iria dizer coisas ruins a respeito dela. Meu pai nunca me escuta, e como todo o mundo tem medo dele, não fazem nada. A pessoa mais legal aqui é a tia Roberta. Ela sempre me dá doces escondidos, conversa comigo explicando que meu pai está passando por um longo processo e que em breve ele vai melhorar.

Um dia depois dele demitir a cuidadora antiga, me chamou
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