Pietro CavalcanteEstava ansioso pelo jogo de sexta, pois depois dele nós iríamos descobrir quem seria escalado para o time principal, o campeonato estava prestes a começar e eu queria estar no time principal pra ver Bebel nos jogos torcendo por mim. Isabel é mais que uma cuidadora, ela parece que é minha mãe, está sempre me defendo, me animando e nunca me deixa ficar triste, às vezes eu queria que ela fosse a minha mãe de verdade. — Tá animado pra mais tarde? – Carlos perguntou sentando do meu lado. — Claro, hoje depois do jogo vão escolher o time principal e eu quero tá nele. — E desde quando você gosta de jogar futebol, no ano passado você não reclamou de ficar no banco. – Mário se aproximou com seu lanche. — Mas agora tenho a Bebel que torce por mim e não quero decepcionar ela. – Meus amigos dão uma risadinha e fico sem entender. — Tá caidinho pela babá, ela é bonita, mas é velha. — Eu não tô caindinho pela Bebel e ela não é velha, é adulta, ela é quase minha mãe. — Ela tá
Isabel Ferreira Me virei e dei de cara com meu chefe, só espero que ele não queira conversar para me demitir.— Sim senhor. – Olhei para ele.— Já pedi para que não me chame de senhor, temos quase a mesma idade – estava tentando decifrar Thiago, ele é muito difícil de entender.— Podemos ter quase a mesma idade, mas eu sou apenas a sua empregada, então acho que devemos manter essa relação, senhor. – Sorvi um pouco do líquido da minha caneca.— Vocês, mulheres, são pessoas difíceis. Eu gostaria de me desculpar por tudo o que disse na sexta, estava nervoso por conta do trabalho e acabei descontando em quem não tinha culpa.— Olha, Thiago, vou ser bem honesta com você, se depois do que eu disser e você quiser me demitir, tudo bem, mas eu preciso falar. O que fez na sexta foi algo errado e não estou falando em relação a mim, falo do seu filho, Pietro é um garoto incrível que sofre em silêncio a perda da mãe, que não pode praticar as coisas que gosta e ainda tem um pai ausente e autoritár
Depois de ir à escola da minha sobrinha, fui para escola de Pietro e Ana ficou encantada ao ver a fachada,estacionei o carro e ela olhou para mim.— Tia, essa é a escola do menino que você toma conta? – Ela perguntou curiosa.— É sim Aninha, meu amor espera aqui um pouquinho que eu vou buscá-lo para poder irmos – ela diz que tudo bem e eu sorri para ela.Fiquei no portão esperando ele sair e quando chegou me abraçou apertado, o levei para o carro e quando olhou para minha sobrinha ficou surpreso.— Quem é essa garota, Bebel? – Ele perguntou.— Essa é a Ana Cristina minha sobrinha e vai ficar na sua casa essa tarde, Aninha dá oi para o colega. – Os dois se cumprimentam e logo começam uma conversa animada sobre videogames, o que me faz sorrir, cheguei em casa com eles e enquanto pedi a Pietro para tomar banho e trocar de roupa, enquanto levei a minha sobrinha para o meu quarto para que ela trocasse de roupa, olhei para ela e me lembrei que não tenho roupas para ela e agora não sei o que
Depois que levei as crianças para suas respectivas escolas, fui para o hospital em que minha irmã estava, quando cheguei vi que ela estava abatida, nossa de um dia para o outro ela ficou desse jeito.— Oi, maninha, oi Luiz, então me explica o que está acontecendo. – Peço a ela que segura a minha mão firme.— Bebel, eu tenho um problema e preciso muito da sua ajuda, Luiz e eu só confiamos em você para ficar com a nossa pequena enquanto me trato. – Meu queixo trincou na hora. — Maninha eu tenho câncer e preciso me tratar com urgência e por isso não quero que minha filha veja isso, a quimio vai acabar comigo você pode ficar com ela? – Por favor, eu preciso muito de você para passar por esse momento.As lágrimas rolaram dos meus olhos, não acredito que a nossa família está passando por mais uma provação.— Lua, você já sabia que estava doente? – Perguntei e ela afirma. — Por que não contou para nós?— Eu precisava ter certeza antes de contar a vocês. – Ela voltou a chorar e aquilo parti
No dia seguinte levei as crianças para a escola e fui para hospital, hoje Pietro não parava de falar, pois está muito empolgado já que vai começar a dançar, enquanto isso minha sobrinha não parava de perguntar pela mãe e só se acalmou quando eu disse que conversaria com ela quando voltássemos. Vou fazer o que Thiago me disse e conversar com ela de uma vez. Voltei ao hospital e fiquei com a minha irmã que estava chorosa.— Maninha, se quiser chorar, não se reprima por minha causa. – Digo a ela que tentou sorrir.— Será que eu vou sair dessa? – Ela me pergunta.— Claro que vai Lua, e nós vamos dançar a tradicional macarena. – Abracei minha irmã e fiquei com ela até o horário de buscar as crianças.Cheguei na escola da minha sobrinha ela estava à minha espera e como ainda tinha muito tempo para buscar Pietro a levei à sorveteria.— Amor, eu preciso te contar uma coisa, mas você tem que me prometer que vai ser forte e me ouvir com muita atenção.— Tudo bem tia. – Respirei fundo e comece
Thiago CavalcanteA manhã estava uma loucura, o pessoal da arrumação estava a todo o vapor e eu não estava conseguindo me concentrar em meu trabalho, Isabel entrou aqui e perguntou se eu queria ver o que estava sendo preparado, mas eu disse que confiava em seu bom gosto, o que não deixava de ser verdade. No horário do almoço meus pais e minha irmã chegaram e se encantaram com tudo que viram.— Valha-me Zeus! Aquela menina é idêntica a Jessy. – Minha mãe disse olhando espantada. — Verdade mãe, ela é a cuidadora de Pietro. – Minha irmã também estava falando da semelhança entre as duas e eu comecei a me sentir desconfortável.— Onde está o seu marido? – Perguntei a Manuella.— Está em Chicago, uma conferência de sua empresa. – Ela me diz e sei que ela odeia quando ele está longe— Sei como é. Bom, vou deixar vocês à vontade, preciso voltar ao trabalho. Chamei Isabel e os apresentei, como Berta estava muito ocupada pedi a ela que ajudasse a minha família com o que fosse preciso e ela co
Isabel FerreiraA vida é complicada, no início do ano estava toda empolgada com o novo emprego, minhas irmãs estavam felizes e cinco meses depois estou nessa tristeza por conta da minha irmã, Lua tem seus defeitos, mas é uma mãe e esposa excepcional e não merece está passando por isso. Quando fui ao hospital hoje LuCa estava arrasado, pois quando fomos falar com o médico ele não nos deu muita esperança, preciso pôr a cabeça no lugar pela minha sobrinha.— Bel, sei que estou te pedindo muito mais por favor continue cuidando da Aninha para nós, eu preciso dar todo suporte a minha esposa e conseguir trabalhar.— Quem vai cuidar da Jujuba e do Cupcake? – São os dois gatinhos da minha sobrinha.— Pedi a Camila para nos ajudar com essa parte. – Ele diz e eu o abraço. — Vamos manter a fé que a nossa Lua vai sair dessa. – Me perguntei se ele estava falando isso para mim ou para ele mesmo.Me despedi da minha irmã e levei minha sobrinha para sua casa onde pegamos mais alguns de seus pertences
A tensão pairava sobre nós; estávamos em um silêncio sepulcral, o que não é normal para nós, já que todos reclamam que falamos pelos cotovelos.— Será que esse doutor vai realmente poder ajudar Lua? – Camila resolveu romper o silêncio.— Tenho certeza que sim, estou muito esperançosa. – Digo a ela e faço um sinal para que Cami olhasse LuCa, que ainda permanecia em silêncio.Assim que a reunião do doutor encerrou, ele nos chamou para o seu consultório. Ficou um tempo verificando os exames da minha irmã, fez algumas anotações e pediu licença se retirando por algum tempo, vinte minutos depois ele sentou e após mais algumas anotações, finalmente se virou para nós.— Temos um tratamento apropriado para Luana, mas já verifiquei o seu plano de saúde e não cobre nem a estadia dela aqui. – Nos entreolhamos assim que ele diz isso.— Doutor Henrique, quanto seria o custo de todo o tratamento da minha irmã? – Perguntei a ele, que rabiscou algo em uma folha e nos entregou. Quando Cami, Luiz, e eu