Isabel FerreiraA vida é complicada, no início do ano estava toda empolgada com o novo emprego, minhas irmãs estavam felizes e cinco meses depois estou nessa tristeza por conta da minha irmã, Lua tem seus defeitos, mas é uma mãe e esposa excepcional e não merece está passando por isso. Quando fui ao hospital hoje LuCa estava arrasado, pois quando fomos falar com o médico ele não nos deu muita esperança, preciso pôr a cabeça no lugar pela minha sobrinha.— Bel, sei que estou te pedindo muito mais por favor continue cuidando da Aninha para nós, eu preciso dar todo suporte a minha esposa e conseguir trabalhar.— Quem vai cuidar da Jujuba e do Cupcake? – São os dois gatinhos da minha sobrinha.— Pedi a Camila para nos ajudar com essa parte. – Ele diz e eu o abraço. — Vamos manter a fé que a nossa Lua vai sair dessa. – Me perguntei se ele estava falando isso para mim ou para ele mesmo.Me despedi da minha irmã e levei minha sobrinha para sua casa onde pegamos mais alguns de seus pertences
A tensão pairava sobre nós; estávamos em um silêncio sepulcral, o que não é normal para nós, já que todos reclamam que falamos pelos cotovelos.— Será que esse doutor vai realmente poder ajudar Lua? – Camila resolveu romper o silêncio.— Tenho certeza que sim, estou muito esperançosa. – Digo a ela e faço um sinal para que Cami olhasse LuCa, que ainda permanecia em silêncio.Assim que a reunião do doutor encerrou, ele nos chamou para o seu consultório. Ficou um tempo verificando os exames da minha irmã, fez algumas anotações e pediu licença se retirando por algum tempo, vinte minutos depois ele sentou e após mais algumas anotações, finalmente se virou para nós.— Temos um tratamento apropriado para Luana, mas já verifiquei o seu plano de saúde e não cobre nem a estadia dela aqui. – Nos entreolhamos assim que ele diz isso.— Doutor Henrique, quanto seria o custo de todo o tratamento da minha irmã? – Perguntei a ele, que rabiscou algo em uma folha e nos entregou. Quando Cami, Luiz, e eu
— Se eu soubesse que você estava tomando banho não teria vindo, desculpe – ele se virou para se retirar e eu o chamei.— Já acabei, estou apenas secando o cabelo, eu que devo me desculpar por não ter desempenhado a minha função hoje, mas tivemos alguns contratempos no hospital e precisei resolver algumas questões com a Cami e meu cunhado.— O que aconteceu? Sua irmã piorou? – Ele estava visivelmente preocupado.— Não é isso, a minha irmã não poderá ficar no hospital em que internada por conta da falta de recursos, o próprio hospital designou um hospital para nós, porém o tratamento estava muito caro e precisamos fazer algumas coisinhas para conseguir a verba, mas logo ela estará no hospital fazendo o tratamento necessário para se curar.— Vocês estão precisando de algo? – Thiago perguntou e eu neguei.— Graças aos céus conseguimos o valor necessário – digo a ele que me chamou para jantar com a sua família, tentei negar o convite, mas ele foi muito insistente.Quando cheguei a sala mi
Isabel FerreiraVoltei para o quarto e sorri ao me lembrar do meu beijo com Thiago, Seu delicioso perfume amadeirado ainda está em minha narinas, sei que ele é meu chefe e que fui contratada para cuidar do seu filho, mas infelizmente não podemos mandar no coração e eu sou a prova disso, minha vontade foi de ter ficado lá embaixo aos beijos com ele mais não seria uma coisa certa se fazer. Me deitei para dormir novamente.Estava em frente a um espelho admirando o meu reflexo quando de repente apareceu uma mulher muito parecida comigo, que tinha cabelos escuros, achei aquilo estranho, tombei a cabeça para o lado direto e o reflexo fez a mesma coisa, tombei para o lado esquerdo e o mesmo movimento foi repetido, não satisfeita, levantei a mão e a mulher no espelho também, depois disso tive a certeza que nossos movimentos estavam espelhados. Juntamos as palmas de nossas mãos e eu sentia como se ela estivesse comigo, a sensação não era ruim era até reconfortante.Em um determinado momento a
Isabel Ferreira Os meses foram se passando e o natal estava se aproximando, Lua iniciou a quimioterapia e está reclamando que o procedimento é horrível, ela me pediu que não levasse Aninha para o hospital durante esse processo, pois ela estava quase sempre vomitando e não queria que a filha a visse naquele estado. Toda a vez que eu ia visitá-la, fazia um esforço para não chorar em sua frente, Cami fazia o mesmo, nós duas estávamos sendo fortes para a nossa irmã e Luiz Carlos que mesmo devastado estava ao lado da esposa, nesse meio tempo Cami e eu discutimos com a sogra da nossa irmã, primeiro ela queria tomar a minha sobrinha de mim dizendo que Aninha seria mais bem cuidada com ela, depois sugeriu ao filho que entrasse com pedido de divórcio, já que ela acreditava que a minha irmã não sobreviveria, isso é uma coisa ridícula para se dizer, a velha não se importava e a sua áurea negativa atingisse a minha irmã nós proibimos a sua entrada, agora está explicado, por que o marido não a a
Já devidamente arrumada, pedi à minha sobrinha que não aprontasse enquanto estava fora.— Você está linda. – Berta me disse com um sorriso, e eu agradeci.— Obrigada! Se a Aninha aprontar qualquer coisa, por favor me avise.— Vá se divertir, tenho certeza de que Pietro e Aninha ficarão quietos.Me despedi das crianças e pedi um carro de aplicativo. Quando cheguei ao restaurante, Leonardo já estava à minha espera. Primeiro ele me elogiou, e depois reclamou por eu não ter deixado que ele me buscasse.— Moro no meu trabalho, acho que não seria de bom tom. — Você pensa muito nas outras pessoas. Posso te fazer uma pergunta indiscreta? – Ele perguntou.— Claro. – Afirmo.— Quem era aquele cara que estava te cercando no shopping?— Aquele é meu ex-marido. – A confissão surpreendeu Leonardo, e quando ele percebeu que eu estava desconfortável, ele ficou em silêncio.Fizemos os nossos pedidos e continuamos conversando por um bom tempo. Leonardo era simpático e divertido, e a noite foi passando
Isabel Ferreira Quando fui acordar Pietro ele estava tristonho, mas não quis me contar o motivo de sua tristeza e eu sabia que havia alguma relação com o seu pai, preparei a lancheira de Pietro e como Aninha me pediu um cupcake, digo a ela que compraria no caminho. Thiago e eu não nos vimos naquela manhã também, mas não me importei muito com isso. Já no meio do trajeto perguntei a Pietro o que estava acontecendo e ele me confidenciou que teria que sair da apresentação de final de ano da escola, por que o pai dele não o permitiu participar. — Não meu amor, continue ensaiando, pois vou conversar com seu pai. – Ele logo se animou e sorri para ele. Deixei Pietro na escola e fui para a escola de Aninha, quando cheguei descobri que a diretora gostaria de falar comigo, olhei para Aninha e ela me sorriu sem graça, então percebi que ela havia aprontado alguma coisa. — Tia Bebel, eu juro que não fiz nada. – Ela diz e olhei severamente. — Com essa carinha de arteira, vou conversar com a su
No dia seguinte passei por Thiago que me ignorou completamente, preciso de muito autocontrole para não falar alguma merda para ele. Estávamos em Novembro e Pietro estava eufórico com os ensaios, mas pedi a ele para se manter contido, pois ainda não falei com seu pai. — Será que ele vai permitir? — Não sei, mas como prometi vou tentar falar com ele. – Pietro me abraçou e dona Josefa saiu de uma porta, ela me olhou com um sorrisinho e só espero que não tenha ouvido a nossa conversa, pois ela além de fofoqueira era puxa-saco e eu sabia que ela estava só esperando para puxar o meu tapete já que a sua filha estava recém-desempregada. — Tia, eu não acho o meu caderninho de anotações me ajuda a procurar?— Ana Cristina, você tirou da mochila ontem? — Queria fazer um desenho nele, aí peguei e não sei onde tá. – Peço a ela que vá tomar seu café enquanto subo para procurar. Essa menina, por que ela não me pediu uma fila para desenhar? Procurei em todo o lugar e nada, o último lugar que fal