No dia seguinte passei por Thiago que me ignorou completamente, preciso de muito autocontrole para não falar alguma merda para ele. Estávamos em Novembro e Pietro estava eufórico com os ensaios, mas pedi a ele para se manter contido, pois ainda não falei com seu pai. — Será que ele vai permitir? — Não sei, mas como prometi vou tentar falar com ele. – Pietro me abraçou e dona Josefa saiu de uma porta, ela me olhou com um sorrisinho e só espero que não tenha ouvido a nossa conversa, pois ela além de fofoqueira era puxa-saco e eu sabia que ela estava só esperando para puxar o meu tapete já que a sua filha estava recém-desempregada. — Tia, eu não acho o meu caderninho de anotações me ajuda a procurar?— Ana Cristina, você tirou da mochila ontem? — Queria fazer um desenho nele, aí peguei e não sei onde tá. – Peço a ela que vá tomar seu café enquanto subo para procurar. Essa menina, por que ela não me pediu uma fila para desenhar? Procurei em todo o lugar e nada, o último lugar que fal
Enquanto me preparava para dormir, Ana, com seus olhinhos brilhantes, mencionou animadamente:— Tia Bebel, o Natal tá chegando! Eu vou ganhar presentes?Sorri ao vê-la tão empolgada e a aconcheguei em meus braços.— Claro, meu amor! Eu, seu pai, Cami, e Ju, todos vamos comprar muitos presentes para você. Vai ser um Natal cheio de alegrias e surpresas.No entanto, sua expressão se tornou mais séria, e ela abaixou os olhos tristonha.— Tia Bebel, eu queria um presente especial.— Qual seria, meu bem? Vamos fazer o possível para realizar seu desejo.Ela suspirou antes de revelar, com voz suave:— O maior presente que eu queria era poder voltar pra casa com a mamãe.Meu coração apertou diante do pedido sincero de Aninha. Abaixei-me para ficar na altura dela, acariciando os seus cabelos.— Eu sei, meu amor. Sua mãe está se cuidando para em breve, vocês se juntarem novamente.— Por que eu não posso visitar minha mãe? – Aninha questionou com inocência.Expliquei com cuidado:— Sabe, minha pr
Isabel Ferreira O dia da apresentação de Pietro chegou, e a ansiedade pairava no ar. Junto com Roberta e Aninha, fomos apoiar o pequeno em sua estreia nos palcos. Cada uma de nós segurava um cartaz colorido e vibrante, demonstrando nosso orgulho pelo talento de Pietro.O nervosismo de Pietro era palpável. Seus olhos refletiam uma mistura de empolgação e ansiedade. Percebendo seu nervosismo, coloquei minhas mãos sobre os ombros dele, tentando transmitir calma.— Pietro, você vai arrasar! Apenas respire fundo e se concentre no que você ama fazer. Nós estamos aqui por você, sempre.Ele me olhou com um sorriso nervoso, mas seus olhos expressavam gratidão. Aninha estava ao nosso lado, segurando um cartaz que dizia "Pietro, o melhor dançarino do mundo!".Liguei para Thiago algumas vezes avisando que a apresentação do seu filho se aproximava, mas ele nada de me atender, também deixei algumas mensagens sem sucesso. Após diversas apresentações, finalmente, chegou a vez de Pietro. O coração a
Thiago CavalcanteAssim que o dia amanheceu desci e fui para cozinha, dei bom dia a Roberta que me cumprimentou de uma forma fria, ela me mandou ir para a sala de estar esperar até que o café estivesse pronto e foi o que fiz. Quando cheguei, Pietro estava sentado e seus olhos estavam inchados. — Bom dia, filho! — Você está feliz agora? Perdi a única pessoa que realmente pensava em mim. — A Isabel era paga para isso Pietro, se acostume, em breve contratarei outra babá. — Eu nunca vou aceitar outra babá… Nunca. Pietro subiu para o quarto e massageei a têmpora, Roberta chegou com meu café e pôs na mesa se retirando em seguida, acho que agora virei o vilão. — Senhor Thiago, sei que não é uma boa hora, mas tenho uma filha muito qualificada para o cargo de babá, posso pedi-la para ir ao seu escritório e os dois conversam direitinho. – Como não tinha muita opção e não podia sobrecarregar Roberta, pedi a dona Josefa que mandasse sua filha ao meu escritório. Dei ordens a Gabriel que lev
Isabel FerreiraOs dias foram passando e eu estava sentindo muita falta de Pietro, já estava acostumada com ele, ainda mais por ser um menino doce que precisava de um pouco de carinho e amor.— Titia, você está sentindo falta do Pietro, não é? – Ela perguntou e afirmei. — Sim, mas estamos em outra fase. – Digo mais pra mim do que para Aninha. — Vá tomar banho, minha leitoazinha. – Toquei o seu nariz e ela sorriu. Toda a vez que converso com ele, preciso me esforçar para não chorar, ainda tem a minha irmã que agora perdeu todos os cabelos, quando a minha sobrinha viu a mãe, ela chorou e aquilo partiu meu coração. Cami e Ju me ligou para sairmos e eu disse que não estava muito afim, porém a minha irmã e a minha cunhada vieram para casa e trouxeram vinho e pizza. — Já que você não quis ir para a diversão, a diversão veio até você. – Ju balançou duas garrafas de vinho na minha direção. — Só pra te alegrar eu comprei um vinho bem caro. — É maninha, vamos nos divertir. Camila e Ju obs
A véspera de natal chegou e aqui em casa estava uma correria, Cami, Ju e eu estávamos preparando as coisas enquanto Aninha estava sentada pedindo para comer um pouquinho disso e daquilo, era muito engraçado. — Eu amo a Aninha, mas tem horas que ela é chatinha pra cacete. – Camila disse me fazendo gargalhar. — Aproveitando que Aninha está de férias e você está de recesso, que tal ficar com ela uns dias. – Minha irmã fez o sinal da cruz e Ju bateu com a colher de pau em sua cabeça. — É Ju, se acostume, pois os instintos maternais da minha irmã são pra lá do arco íris. – Ela olhou de maneira severa para minha irmã e eu disse “se ferrou” para ela sem som que fez um gesto obsceno para mim. Depois de tudo pronto resolvemos deitar e descansar um pouco, no final da tarde nos levantamos e arrumamos a mesa e fui para o quarto de Aninha lhe entregar o vestido que seu pai havia comprado para ela. — Meu pai me deu esse vestido bonito? – Ela perguntou e eu disse que sim. — Oba! Ele e minha mãe
Thiago CavalcanteEu estava em casa, sozinho, afundado em pensamentos e uísque. O líquido âmbar queimava a garganta, mas era um alívio temporário para a dor que eu sentia dentro de mim. O Natal, que deveria ser um momento de alegria, estava manchado por uma confusão que eu não conseguia compreender.Relembrava os momentos felizes que tive com Jessy, quando éramos uma família completa. Sua risada ecoava em minha mente, e as imagens de nós três juntos, felizes, eram como um punhal no coração. Peguei o uísque novamente, tentando enterrar essas memórias, mas elas persistiam, como fantasmas do passado.Fui abruptamente retirado de meus pensamentos quando Berta entrou na sala, carregando uma caixa de presente. Franzi a testa, não esperava receber nada.— Isso é para você. — Ela estendeu a caixa.— Não preciso de presentes, Berta. — Minha voz soou áspera.— Não é para você, é para o Pietro. — Ela explicou. — Isabel pediu para entregar a você. Disse que era para abrir sozinho.Aceitei a caixa
Isabel FerreiraEstava brincando com as crianças quando ouvi uma briga se formar na sala; ao me aproximar, vi minha irmã e Léo tentando fazer João Lucas ir embora. Olhei para os três e vi Thiago observando a cena intrigado.— Aí está ela, minha ex-esposa. – Respirei fundo, tentando manter a calma.— O que você quer aqui, Lucas? – Pedi a Cami e Léo para soltá-lo.— Trouxe um presente para você. – Lucas esticou o pacote na minha direção.— João Lucas, por favor, vai embora; você está passando vergonha.— A gente tem muito pra viver. – Minha nossa senhora das ex-esposas me segura.— Não há nada para reatar, não nos vemos há mais de dez anos, e agora você acha que tem o direito de vir na minha casa e fazer essa graça. Por favor, vai embora.Estava falando da maneira mais mansa possível, mas ele estava irredutível. Por fim, olhei para minha irmã, que agarrou meu ex pelo pescoço e o levou para fora.Bárbara trouxe uma bebida para mim e perguntou se eu estava bem. Apenas balancei a cabeça po