Capítulo Dois

Após o tour que fizemos em sua mansão, o senhor Thiago me apresentou aos outros funcionários e depois me levou para o escritório para tratar a respeito dos valores que receberia, quando ele me disse quanto eu receberia fiquei surpresa.

— Sério mesmo que receberei tudo isso? – Perguntei incrédula.

— Sim, como eu disse você receberá quinze mil. Sua carga horária semanal será das 05:00h às 20:00h, com folga no domingo, só irei te pedir para os dias que eu precisar viajar você dormir aqui, mas não se preocupe eu te pagarei a mais para isso.

Nossa! Eu ganhava um salário mínimo como professora e tinha que torcer para não atrasarem, ganhar quinze mil mais bonificações é uma maravilha.

— Você precisará auxiliá-lo nas tarefas de casa e levá-lo para todos os seus compromissos nos horários corretos. Irei deixar as documentações dele com você e caso aconteça qualquer coisa grave com ele me avise.

— Pode deixar senhor. – Ele me entrega as documentações do menino e a chave de um carro. — Isso aqui é para que? – Pergunto apontando para a chave.

— A chave de um carro. – Senhor Thiago me olhou como se eu fosse louca.

— Não precisa, eu tenho um carro.

— Aquela lata velha vermelha, não mesmo, quando você estiver com meu filho vai dirigir o carro que comprei para ele. – Olhei para ele muito ofendida.

— Como assim lata velha? Você feriu os sentimentos da Moniquete.

— O seu carro tem nome e se chama Moniquete? – Balancei a cabeça confirmando.

— Você é... – Olhei para ele esperando que me dissesse. — Estranha.

— Já me chamaram de coisa pior. E então quando conhecerei o Pietro?

— Ele deve descer daqui a pouco para tomar café. Outra coisa importante é seguir a dieta dele à risca, não quero meu filho em contato com essas porcarias que vocês chamam de comida.

Por Zeus! O cara é um porre, mano do céu! O menino não deve fazer nada que goste e eu quando mais nova chamava meus pais de chatos e tudo por que eles não me deixavam comer salgadinhos no café da manhã.

— Você ouviu o que eu disse? – Ele perguntou e fiquei corada.

— Desculpe. – Digo sem graça.

— Você tomou notas de tudo que eu disse? – Antes que eu pudesse responder ele continuou — não tem problemas eu mesmo te darei tudo por escrito – ele me entregou uma planilha com tudo que eu deveria ou não fazer e quando digo tudo é tudo mesmo nos mínimos detalhes, olhei para ele e antes que pudesse falar o que pensei me calei.

— Siga essa planilha com exatidão e nos daremos bem.

— Sim senhor. – Ele olhou para mim e acho que não gostou muito do senhor.

— Bom! Já que estamos acertados, vou levá-la para conhecer Pietro.

Quando chegamos na cozinha havia um menino comendo e Thiago olhou para ele de cenho franzido.

— Por que está comendo aqui meu filho? – Ele perguntou para o menino que deu de ombros.

— Porque aqui tem pessoas para conversar comigo, pai. Quem é essa moça bonita? – Ele pergunta olhando para mim.

— Sua nova babá. – O menino olhou para o pai e balançou a cabeça.

— Babá não cuidadora. Muito prazer moça. – Ele estendeu a mão e eu apertei.

— Muito prazer, eu sou Isabel, mas pode me chamar de Bebel.

Ele é muito parecido com o pai, mas de um jeito mais fofo.

— Vou deixar, vocês a sós. – Thiago se retirou e eu sentei de frente para o menino.

— Já tomei café, tia Bebel. – Ele me olhou sem graça. — Desculpa por te chamar de  tia, as outras cuidadoras não gostavam disso.

— Não me importo, meu amor, pode me chamar de tia Bebel.

Ele agradeceu e terminou o seu café, enquanto Pietro subiu para terminar de se aprontar eu peguei os utensílios que ele usou e pus na pia.

— Pode deixar que eu pego. – Uma senhora de meia idade disse.

— Não se preocupe, estou aqui para ajudar também. – Sorri para ela. — Me chamo Isabel.

— Oi, Isabel, sou Roberta a cozinheira.

Conversamos brevemente até que Pietro desceu pronto e me chamou para irmos, peguei a chave do carro para irmos e fomos para o estacionamento, olhei aquele tanto de carro e me perguntei qual deles era, apertei o botão e encontrei o carro certo, levei Pietro para a escola que era imensa, assim que o vi entrar peguei a planilha e vi o que eu precisava fazer naquele meio tempo que era basicamente nada. Aproveitei e passei na antiga escola que lecionava e peguei meus materiais. Conversei com alguns antigos funcionários e me despedi deles mais uma vez, minha antiga diretora me pediu para voltar, mas avisei a ela que já tinha emprego.

— Você vai fazer falta aqui Bebel. – Ela diz e eu agradeço.

Já estava no carro para voltar ao meu destino quando meu celular tocou e era um número desconhecido.

— Alô! – Pergunto desconfiada.

— Onde você está? – A voz que não reconheço pergunta.

— Quem fala? – Nem sei quem é a pessoa e já quer saber assim da minha vida.

— É o seu chefe? O carro tem GPS e está me mostrando que você está em um local desconhecido. – Nossa! Esse cara não tem nada melhor para fazer. — Onde  está meu filho?

— Pietro está na escola, enquanto isso vim buscar alguns materiais na escola em que lecionava.

— Dá próxima vez me avise com antecedência.

— Não vai se repetir.

— Espero que não. – Ele diz e desliga.

O homem é meio louco ligou do nada, nem se apresentou, depois desligou da mesma forma, custava ele conversar comigo direito, também meio que estou errada já que estou no carro dele. Olhei o horário no relógio e estava na hora de voltar para pegar Pietro, assim que cheguei em seu colégio ele já estava à minha espera.

— Oi, Pietro, como foi a sua aula?

— Normal – ele deu de ombro, o menino é de poucas palavras. — Tia Bebel, você está cuidando de mim pra dar em cima do meu pai? – Não estava esperando por essa pergunta e acabei me engasgando.

— De onde tirou isso? – Será que foi algo que fiz para lhe dar essa  impressão.

— Todas as minhas cuidadoras eram assim, elas nem cuidavam de mim direito, pois queriam ficar chamando atenção do meu pai.

— Gatinho, olha pra tia. – Ele fez o que eu peço. — Só estou aqui por você meu amor. Não se esqueça.

— Obrigado. – Ele sorriu fracamente para mim.

— Que tal tomarmos um açaí? – Pergunto a ele que pegou a planilha e me mostrou, lá estava escrito sorvetes e afins só finais de semana. — Eu não conto se você não contar.

— Mas vai estragar o meu almoço.

— Então já que não quer vamos embora para sua casa onde tem um prato de salada te esperando.

— Acho que um potinho pequeno não vai me atrapalhar. – Ele estava com as bochechas levemente coradas.

— É assim que se fala Pietro. – Dei partida no carro e fomos para a sorveteria mais próxima onde tomamos um pote pequeno de açaí, depois o levei para casa para poder almoçar e continua a sua extensa rotina, no final do dia senhor Thiago chegou e me pediu para fazer todo relatório de seu filho, após eu dizer tudo o que fizemos ele me despachou com a mão. Fui para a cozinha tomar um pouco de água, logo em seguida me despedi de Pietro e fui para minha casa.

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