A sala está silenciosa, exceto pelo som suave dos talheres contra os pratos. O aroma da carne assada ainda paira no ar, misturado à música baixa que continua tocando ao fundo. Estamos na mesa, um em frente ao outro, e tudo parece... em paz. Há algo especial na forma como Stella sorri enquanto corta um pedaço de carne e leva à boca.— Ficou mesmo bom — digo, limpando o canto da boca com o guardanapo. — Você estava preocupada à toa.— Não exagera. — Ela ri, um riso suave e leve, e se recosta na cadeira. — Se não fosse pela receita da minha avó, provavelmente você estaria pedindo uma pizza agora.— Então, parece que eu devo agradecer à sua avó. Ela devia cozinhar muito bem.O sorriso dela se torna mais nostálgico, os olhos brilhando de lembrança.— Cozinhava. Ela fazia de tudo, sabe? O tipo de comida que abraça a alma. — Stella apoia o cotovelo na mesa e o queixo na mão, olhando para algum ponto distante, como se estivesse vendo o rosto da avó naquele instante. — Minha mãe e ela eram tud
Meus dedos deslizam pelo tecido do vestido dela, tão macio quanto sua pele. Com cuidado, começo a puxá-lo para cima, revelando lentamente cada pedaço de pele que antes estava escondido. Quero saborear cada instante, gravar na memória cada expressão que toma conta do rosto dela enquanto me aproximo.Stella mantém os olhos fixos nos meus, um brilho de desejo e entrega brilhando em suas íris. Sua respiração é curta, entrecortada, e vejo seus lábios se entreabrirem como se ela estivesse prestes a dizer algo. Mas, em vez disso, ela solta um suspiro profundo quando finalmente deslizo o vestido por seus ombros, deixando-o cair em torno de sua cintura.Minha boca encontra o ponto suave logo abaixo de sua mandíbula, e quando beijo ali, sinto seu corpo arquear levemente contra mim. Os suspiros dela me deixam louco, cada som abafado me faz querer mais. Continuo explorando, meus lábios traçando um caminho lento e torturante por seu pescoço, absorvendo o calor de sua pele, o perfume que é único de
Deitada sobre o peito de Matteo, consigo ouvir o ritmo constante do seu coração, cada batida soando como um lembrete de que estou aqui, viva, segura. Suas mãos percorrem preguiçosamente minhas costas nuas, o toque é tão leve, tão carinhoso, que me sinto como se pudesse me dissolver a qualquer momento, me tornando parte dele.As janelas deixam entrever a escuridão da noite lá fora, as luzes suaves da cidade desenhando sombras tênues pelo quarto. Tudo parece distante, irrelevante, como se o mundo tivesse parado para nós dois. Pela primeira vez em anos, sinto que não preciso me preocupar com o amanhã. Não há medo, não há incertezas. Apenas nós, neste momento.Ele beija o topo da minha cabeça, seus lábios pressionando suavemente contra meu cabelo, e sinto meu peito se aquecer ainda mais.— Está tudo bem? — Sua
As árvores passavam rápido pela janela enquanto eu apertava o tecido do meu vestido entre os dedos. A estrada sinuosa que levava ao condomínio parecia interminável, e o silêncio dentro do carro era pesado, mesmo com Matteo ao meu lado. Ele dirigia com uma expressão tranquila, como se esse momento não fosse importante, mas eu sabia que ele estava atento a cada movimento meu.— Não acho que essa seja uma boa ideia — murmurei, sem desviar os olhos da paisagem. Meu reflexo no vidro parecia tão ansioso quanto eu me sentia.— Stella... — Matteo começou, com aquele tom calmo que às vezes me deixava mais irritada do que confortada. — Isso precisa acontecer. Fiorella já sabe sobre nós.— Isso não significa que ela precise me conhecer agora, Matteo. — Meu tom saiu mais afiado do que eu pretendia, mas ele não pareceu se importar.
Entramos em casa, e o silêncio acolhedor nos envolveu assim que fechei a porta. Stella estava ao meu lado, tirando os sapatos enquanto eu pendurava as chaves no gancho. A noite tinha sido longa, mas, para mim, havia algo reconfortante em ver como ela e Fiorella se deram bem.Seguimos para o quarto, e Stella foi direto para o closet, mexendo na barra do vestido enquanto eu tirava o blazer. O ambiente era iluminado por uma luz suave, refletida no grande espelho da parede.Deixei o blazer sobre a poltrona em frente ao espelho e comecei a desabotoar a camisa.— Tudo correu bem, não acha?Ela assentiu, tirando os brincos e os colocando no pequeno porta-joias.— Fiorella me fez sentir... parte da família.Havia algo na forma como ela disse aquilo, um toque de emoção que me fez parar o que estava fazendo. Caminhei até ela, envolvendo sua cintura com meus braços e puxando-a para mais perto.
As portas do elevador se fecham com um leve sibilo, isolando-nos temporariamente do mundo exterior. Olho para Stella, parada ao meu lado, as mãos inquietas acariciando a barriga em um gesto que mistura nervosismo e proteção. Ela tenta parecer calma, mas eu conheço cada detalhe de sua expressão, e o leve tremor em seus dedos denuncia o turbilhão de pensamentos que deve estar atravessando sua mente.— Ei... — murmuro, deslizando minha mão sobre a dela, envolvendo-a com firmeza. — Tudo vai dar certo. Eu prometo. — Minha voz sai baixa, mas segura, como se eu pudesse, de alguma forma, fazer aquelas palavras se tornarem uma verdade absoluta.Ela finalmente me olha, e por um breve momento, vejo uma fagulha de esperança se misturar ao medo em seus olhos.— E se ele não puder nos ajudar? — ela pergunta, quase num sussurro.— Ele vai. — respondo com convicção, mesmo que no fundo eu não tenha todas as respostas. — Bernardo é advogado da minha família há anos. Não vamos deixar nada nem ninguém at
A despedida no escritório do advogado foi breve, mas carregada de significados. Matteo manteve sua mão em minha cintura enquanto caminhávamos pelo estacionamento em direção ao carro. Quando finalmente paramos ao lado da porta, ele se virou para mim, me surpreendendo. Suas mãos firmes deslizaram até minhas costas, pressionando-me gentilmente contra o metal frio do veículo.— Tudo vai correr bem, Stella. — ele disse, sua voz carregada de uma convicção que aquecia meu coração. Seus dedos acariciaram minha barriga com cuidado, como se ele pudesse se comunicar diretamente com o bebê através daquele gesto.Coloquei minhas mãos sobre as dele, absorvendo a força e o carinho que ele transmitia. Por um momento, parecia que o mundo havia parado ao n