Inicio / Romance / Um Lugar Seguro / đŸ„€ CapĂ­tulo Um
đŸ„€ CapĂ­tulo Um

đŸŒ· Amandla Salvino – Meus Carrascos

đŸŒ· Aos 05 anos de idade.

-- Sua garota idiota. Por sua culpa o imbecil do seu pai nĂŁo me quer mais. _ minha mĂŁe grita comigo outra vez. Sempre que ela liga para o homem que ela diz ser meu pai, eu nunca o vi, nem sei seu nome. Mas sempre que ela liga para ele Ă© sempre a mesma coisa e sempre espero o pior.

-- Mas eu nĂŁo fiz nada mamĂŁe. _ nem vi quando veio, mas a dor era terrĂ­vel.

-- Eu devia ter feito o que ele mandou. _ ela diz andando de um lado para o outro na sala, e eu no chão chorando por causa da bofetada. – Mas não, fui dar uma de esperta, fui tentar a sorte e olha no que deu? Agora estou sem meu homem e sem dinheiro, e ainda tenho que suportar uma garota chata e chorona à tira colo. _ ela diz e me olha, em seus olhos já diz tudo.

Uma criança de cinco anos nĂŁo devia passar por isso, sempre e lembro dessa Ă©poca, por mais que tentei esquecer, as vezes ficava olhando as outras crianças lĂĄ da rua onde eu morava brincando e desejava aquilo para mim, mas sempre que ela me via com olhos sonhadores, ela dizia: "— Crianças idiotas e inĂșteis como vocĂȘ, nĂŁo podem e nem devem sonhar com coisas do tipo”. _ e sempre vinha Ă s surras em seguida.

**********

đŸŒ· Amandla Salvino – aos 10 anos de idade.

-- Quero essa casa um brinco garota. _ ela diz descendo as escadas toda arrumada como sempre. – Hoje o Vitor vem pra casa comigo. _ ela diz feliz por sua mais nova conquista da vez. Vitor Andrade, ele Ă© casado e tĂȘm dois filhos, minha mĂŁe acha que ele vai largar sua famĂ­lia para ficar com ela. Iludida.

-- JĂĄ sabe o que fazer quando acabar, nĂŁo quero ver sua cara em nenhum lugar quando chegarmos. _ diz e chuta o balde, pra minha sorte, ele estava quase vazio, jĂĄ que tinha jogado a outra fora. Ela saia e assim poderia respirar tranquila, er melhor ficar sozinha em casa, mesmo com fome. NĂŁo nego que achava minha mĂŁe uma mulher bonita, pena que usava essa beleza para destruir lares.

**********

đŸŒ· Amandla Salvino – aos 13 anos de idade.

Hoje me lembrei de meu aniversario e como sempre que essa data chegava, sofria que nem uma condenada e naquele dia nĂŁo foi diferente. Denise sempre dizia que meu aniversario sĂł a lembrava do que ela perdeu, uma vida regada a muito dinheiro, jĂłias e luxo e por isso ela me batia, para aplacar a raiva dela. Estava em meu quarto esperando o meu ‘presente de aniversĂĄrio quando ouço a porta da sala ser aberta, a ouço ser fechada, logo depois ouvir a risada de Denise e de seu mais novo namorado de olhar sinistro. NĂŁo gosto dele e sempre que ele vem aqui, eu me tranco em meu quarto, nĂŁo gosto como ele me olha e Denise tambĂ©m percebeu e isso tem sido mais uma de seus motivos para me bater, como se ela precisasse de algum.

Devem estar se perguntando, sobre os meus outros parentes. Pois bem, farei um resumo sobre eles. Meus avĂłs maternos nĂŁo querem saber da filha de uma vagabunda, vulgo minha mĂŁe, a Denise. Meu Ășnico tio foi preso e um ano depois de sua prisĂŁo, ele foi assassinado por desavenças de dentro da cadeia. Uma vez cansada de apanhar, fugir e fui pedir abrigo a meus avĂłs, com a esperança que eles me ajudariam a me livrar de minha mĂŁe, mero engano. Eles fingiram simpatia e amor e falaram que ligariam para a policia, jĂĄ que eu estava toda roxa da ultima surra que levei. Uma hora havia se passado quando Rodrigo e minha mĂŁe chegaram para me levar de volta. Tentei fugir, em vĂŁo. Fui puxada pelos cabelos atĂ© o carro e fui apanhando e sendo xingado atĂ© chegar em casa e continuei por horas apanhando em meu quarto, ela sĂł parou pois Rodrigo a impediu, fiquei grata a ele, e ele disse que depois cobraria. Nesse dia sentir um arrepio e nĂŁo foi de dor ou frio, e sim de medo de suas palavras. Estava quase pegando no sono quando a porta de meu quarto, que mais parecia um deposito ou um porĂŁo, foi aberta. Rodrigo entra sorrindo, vejo que estĂĄ sem camisa, usando apenas uma bermuda folgada pendendo em seu quadril. Ele fecha a porta e me mostra um embrulho pequeno, tĂŁo bonito. Meu coração dispara meu primeiro presente, foi inevitĂĄvel nĂŁo sorrir.

Fiquei feliz, pela primeira vez recebi um presente, fiquei na expectativa do que poderia ser, imaginando que ao abrir veria brincos, pulseiras ou um colar, mas o que tinha lĂĄ eram varias camisinhas, larguei a caixa e me afastei assustada. Olhei para Rodrigo que me encarava, na hora eu soube o que aconteceria se eu nĂŁo saĂ­sse daqui agora. Corri para tentar me salva, gritei por Denise, mas nada adiantou e meu destino naquela casa foi marcado em minha alma, destruindo-me por dentro, nada tinha me preparado para o que aconteceu, Denise nunca soube do que aconteceu comigo e tenho certeza que ela nĂŁo acreditaria em mim e foi justamente isso que aconteceu.

đŸ„€ Boa Leitura

CapĂ­tulos gratis disponibles en la App >

CapĂ­tulos relacionados

Último capítulo