đ„ Amandla S. CardosoNunca parei para pensar sobre a morte, principalmente na morte de pessoas tĂŁo perto de mim, pessoas que amo. Quando descobri da doença que Xavier tem, confesso que fiquei em pĂąnico, desesperada e com medo, nĂŁo posso dizer que se dependesse de mim, tirariaela e a colocaria em mim, se tem uma pessoa que nĂŁo merece sofrer assim, essa pessoa Ă© Xavier. Como disse, nĂŁo o faria, porque a mesma familia estaria sofrendo e tenho certeza quexavier faria o mesmo, mas se tivesse o poder de arrancar ela dele, a lançara para o abismo sem fim de onde ela jamais deveria ter saido. HĂĄ trĂȘs anos desde que descobrimos tudo, nĂŁo hĂĄ um so dia que nĂŁo estou de joelhos pedindo a Deus pela cura de meu amigo, de meu anjo da guarda. Havia dias que ele estava bem, outros muito bem e tem dias que esta muitocansado, as sessĂ”es de quimioterapia era muitopesada e ele ficava muito abatido. As minhas oraçÔes para sua cura mudaram no final do ano passado. Me doi muito falar assim,mas envĂ©s de
đ„ Amandla S. Cardoso. _ O TestamentoAnestesiada, era assim que me sentia esses ultimos dias, desde o velorio e crematorio do corpo de Xavier. Todos stavam lĂĄ, atĂ© mesmo pessoas quem nemsabia quem eram e quem eu conhecia, passaram dispercebidas por mim. Ver o corpo de Xavier no caixĂŁo, imovel e sem cor, era como ver um fantasma, no decorrer do velorio, sentada ao lado de Ingred , vĂŽ Adel e segurando a mĂŁo de Raphael, enves de ser eu seu ponto seguro, meu filho estava sendo o meu. De oculos escuros, dados de presente pelo pai, vi algumas lagrimas descerem, ele nĂŁo as limpa e nem eu, estamos recebendo as condolĂȘncias, os pesĂąmes pela partida de meu marido, uma coisa estranha aconteceu e nĂŁo foi sĂł comigo, senti paz e um leve sopro em meu rosto, ao toca-lo sorrir me lembrando dele, de quando fazia carinho em meu rosto. Ouvir o riso de Ingred e vĂŽ Adel ao meu lado, as duas olharam para mim sorrindo e retribui, logo todos olharam paraaa Raphael que ria gostoso, um sorriso aberto de jo
đ„ Amandla S. Cardoso. _ Mostrar força, hoje e sempre. Acordarar, levantar, fazer a higiene pessoal, tomar banho, cafĂ© e depois trabalho, mesmo com essa rotina, ainda Ă© difĂcil chegar na empresa e ele nĂŁo esta lĂĄ, sua presença esta em todos os lugares aqui. Hoje faz trĂȘs meses que ele se foi e sempre que entro nesta sala que pertencia ĂĄ ele, Ă© uma nostalgia gigante e a saudade sĂł aumenta. Voltei a empresa um mĂȘs depois de sua morte e como ele disse, algumas pessoas nĂŁo receberam muito bem a noticia, principalmente um dos diretores, ele disse que eu nĂŁo era capaz de gerenciar uma empresa como essa e que e menos de um mĂȘs estarĂamos falindo. E para fechar com chave de ouro ele disse que ele seria uma melhor escolha, jĂĄ que ele estava na empresa desde a Ă©poca que Marcelo, pai de Xavier era CEO. Com o passar dos dias, eu nĂŁo cair nas suas provocaçÔes e mostrei para o que vim e hoje ele serĂĄ demitido, jĂĄ que anda me difamado, colocando em duvida a paternidade de meu filhos. ele pode f
Amandla Salvino, se alguĂ©m olhasse para ela, apenas de relance, pensariam: âQue menina linda e bem cuidada, estĂĄ tĂŁo comportada sentada naquele banco de praça. â Mas o que eles nĂŁo vĂȘem Ă© que por trĂĄs da beleza daquela criança, existe uma tristeza enorme. Amandla sempre achou que se fizesse as vontades de sua mĂŁe ou ficasse quietinha em seu canto, sua mĂŁe a trataria com amor e carinho, pois Ă© isso que as mĂŁes de seus coleguinhas de classe faziam quando iam leva-los ou busca-los na escolinha. Mas isso nunca funcionou, aos seis anos de idade ela parou de frequentar as aulas, sua mĂŁe estava cansada de perguntas sobre as marquinhas roxas no corpinho frĂĄgil de sua menina. Amandla nunca soube quem era seu pai e sua mĂŁe sempre a culpava por ele nĂŁo ir vĂȘ-la. Com o passar dos anos, as coisas para Amandla sĂł pioravam, ela nem saia mais de casa e se sua mĂŁe a visse olhando pela janela, era mais um motivo para apanhar, como se sua mĂŁe precisasse de motivos. E como se nada pudesse piorar, o ma
đ· Amandla Salvino â Meus Carrascos đ· Aos 05 anos de idade. -- Sua garota idiota. Por sua culpa o imbecil do seu pai nĂŁo me quer mais. _ minha mĂŁe grita comigo outra vez. Sempre que ela liga para o homem que ela diz ser meu pai, eu nunca o vi, nem sei seu nome. Mas sempre que ela liga para ele Ă© sempre a mesma coisa e sempre espero o pior. -- Mas eu nĂŁo fiz nada mamĂŁe. _ nem vi quando veio, mas a dor era terrĂvel. -- Eu devia ter feito o que ele mandou. _ ela diz andando de um lado para o outro na sala, e eu no chĂŁo chorando por causa da bofetada. â Mas nĂŁo, fui dar uma de esperta, fui tentar a sorte e olha no que deu? Agora estou sem meu homem e sem dinheiro, e ainda tenho que suportar uma garota chata e chorona Ă tira colo. _ ela diz e me olha, em seus olhos jĂĄ diz tudo.Uma criança de cinco anos nĂŁo devia passar por isso, sempre e lembro dessa Ă©poca, por mais que tentei esquecer, as vezes ficava olhando as outras crianças lĂĄ da rua onde eu morava brincando e desejava aquilo pa
đ„ Amandla Salvino â Meu Futuro.đ„ Aos 14 anos de idade. -- Sua vagabunda Ă© assim que me agradece tudo que fiz por vocĂȘ? _minha mĂŁe diz e desfere mais uma bofetada em meu rosto. â NĂŁo bastou ter comida e roupa, tinha que querer roubar meu homem? _ ela me empurra e caio no chĂŁo chorando muito. Minha mĂŁe entendeu tudo errado quando pegou Rodrigo a traindo comigo e fui expulsa de casa, nunca fiquei tĂŁo feliz, tĂŁo aliviada, sĂł tive tempo de pegar um casaco que estava perto da porta e meu tĂȘnis, sair sem olhar para trĂĄs, nĂŁo sentiria falta de nada que deixei para trĂĄs alguns minutinhos que tinha saĂdo sentir meu braço sendo puxado, fiquei com medo de que Denise tinha mudado de ideia e que veio me buscar para voltar, olhei para trĂĄs e me assusto ao ver Rodrigo segurando meu braço, ele parece apressado. Disse que queria para mim ir atĂ© sua casa e esperar por ele, disse que as coisas aconteceram rapido de mais e que tinha tudo preparado para ficarmos juntos. AtĂ© parece que vou ficar com e
đ„ Amandla Salvino. â Surpresas da vida.Hoje estou completando 15 anos e posso dizer que estou muito feliz. Alguns meses se passaram desde que fui expulsa de casa e mesmo morando na rua, estou feliz. Vou resumir o que aconteceu nesses cinco meses que se passaram. Morar na rua nĂŁo Ă© fĂĄcil, passar frio, fome, medo de morrer, de ser presa por roubar ou tentar roubar comida ou qualquer coisa que possa dar uma grana para me alimentar, sim, eu passei por isso tudo. Bom, depois que me despedi do casal de idosos que me ajudaram o seu Miguel e dona Adelaide. Peguei o ĂŽnibus atĂ© a prĂłxima cidade e de lĂĄ comprei outra passagem para a cidade mais longe possĂvel, queria ficar o mais longe possĂvel das lembranças ruins. Assim que cheguei Ă cidade grande fiquei perdida, pior que cego em tiroteio. Os primeiros dias foram moleza, conseguir me arranjar em alguns cantos para poder dormir, o ruim era o dia seguinte, acordar com o corpo todo dolorido. No decorrer dos dias eles foram piorando considerave
đ„ BĂŽnus â A nova famĂlia.đ„ Anthony Pacheco.NĂŁo devia deixar Amandla sozinha, mas ela quando tem esses desejos loucos e nojentos, dĂĄ atĂ© vontade de vomitar, que coisa mais nojenta. Bem, deixa eu me apresentar, me chamo Anthony Pacheco, tenho 17 anos e jĂĄ estou na rua hĂĄ tanto tempo, que jĂĄ perdi as contas. NĂŁo estava sozinho, minha mĂŁe e minha irmĂŁ estavam comigo, mas as perdi em um incĂȘndio criminoso quando tinha 12 anos e desde entĂŁo me viro sozinho, agora nĂŁo mais. JĂĄ fui parar em abrigos para menores de idade, mas nĂŁo me adaptava nunca, quando nĂŁo apanhava dos mais velhos, eu batia nos mais novos que queriam me bater, entĂŁo sempre fugia e com isso aprendi a me defender sozinho. Devem estar se perguntando: E seu pai, onde estĂĄ? Nem me perguntei, nĂŁo vejo meu pai desde meus 09 anos. Na Ă©poca ele veio para a capital em busca de trabalho, jĂĄ que onde morĂĄvamos nĂŁo tinha muitas opçÔes e nem uma vaga nos que tinham. Depois de um tempo sem noticias, minha mĂŁe resolveu vir atrĂĄs dele e