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đŸ„€ CapĂ­tulo Quatro

đŸ„€ BĂŽnus – A nova famĂ­lia.

đŸ„€ Anthony Pacheco.

NĂŁo devia deixar Amandla sozinha, mas ela quando tem esses desejos loucos e nojentos, dĂĄ atĂ© vontade de vomitar, que coisa mais nojenta. Bem, deixa eu me apresentar, me chamo Anthony Pacheco, tenho 17 anos e jĂĄ estou na rua hĂĄ tanto tempo, que jĂĄ perdi as contas. NĂŁo estava sozinho, minha mĂŁe e minha irmĂŁ estavam comigo, mas as perdi em um incĂȘndio criminoso quando tinha 12 anos e desde entĂŁo me viro sozinho, agora nĂŁo mais. JĂĄ fui parar em abrigos para menores de idade, mas nĂŁo me adaptava nunca, quando nĂŁo apanhava dos mais velhos, eu batia nos mais novos que queriam me bater, entĂŁo sempre fugia e com isso aprendi a me defender sozinho. Devem estar se perguntando: E seu pai, onde estĂĄ? Nem me perguntei, nĂŁo vejo meu pai desde meus 09 anos. Na Ă©poca ele veio para a capital em busca de trabalho, jĂĄ que onde morĂĄvamos nĂŁo tinha muitas opçÔes e nem uma vaga nos que tinham. Depois de um tempo sem noticias, minha mĂŁe resolveu vir atrĂĄs dele e como Ă©ramos apenas nĂłs dois, ela me trouxe aqui descobriu a gravidez.

Ela passou mal e fomos para o hospital da cidade e lĂĄ descobrimos sua gravidez, ela ficou feliz, pois achou que meu pai tambĂ©m ficaria. Nunca encontramos meu pai, no endereço que tĂ­nhamos era de uma lavanderia e em baixo era um quarto, mais ele nĂŁo estava lĂĄ. EntĂŁo eram apenas eu, minha mĂŁe e minha irmĂŁzinha contra o mundo. Mas perdi elas em um incĂȘndio criminoso, a policia ou autoridades nem se deram ao trabalho de investigar. Tenho certeza que foi um daqueles que sempre passavam nos xingando, dizendo que Ă©ramos um lixo que precisava ser queimado para sumir de vista, e parece que eles conseguiram. As pessoas sabem ser cruĂ©is quando querem e conosco nĂŁo foi diferente. NĂŁo gosto de lembrar daquele dia, nĂŁo lembro de meu pai e sinceramente, nem ligo se ele estĂĄ ou nĂŁo vivo ou morto.

-- AMANDLA. O QUE ESTÃO FAZENDO COM ELA, LARGUEM ELA. _ eles nĂŁo ligam e continuam batendo nela. Peço por socorro e ninguĂ©m me ajudou. Quando eles soltaram ela, eu corri e a peguei no colo. -- SEUS MONSTROS, SE ALGUMA COISA ACONTECER COM ELES, EU JURO QUE MATO VOCÊS. _ berro para eles e batata apenas da de ombros e sai com sua turma.

-- -- Meu... Meu bebĂȘ. Salve o meu bebĂȘ. _ela diz quase sem forças e desaba em meus braços, me desespero. Pego ela em meus braços e sigo com dificuldade para o meio fio em busca de ajuda.

-- Me ajudem, por favor, me ajudem. _ ela nĂŁo acordava e tudo sĂł me fazia lembrar-se de minha mĂŁe e minha irmĂŁ. – Por favor, Amandla, acorde, nĂŁo me deixe tambĂ©m. _ digo entre lagrimas, paro e me sento no chĂŁo com ela em meus braços. – Por favor, meu Deus, a salve, ela sempre teve fĂ© em vocĂȘ, entĂŁo entrego a minha em suas mĂŁos e peço por ela, por favor, salve a minha irmĂŁ. _ digo em uma oração angustiada. Coloquei a mĂŁo em sua barriga e Raphael nĂŁo se mexia e meu choro sĂł aumentava.

-- Anthony, o que aconteceu? _ ouço me chamarem e colocar a mão em meu ombro, olho para cima e vejo Cùndido, fecho os olhos e agradeço a Deus pela ajuda, por ter colocado o Cùndido em nosso caminho. Obrigado.

**********

đŸŒ· CĂąndido Carvalho

-- Cùndido, meus pais jå sabem quando vão sair de viagem? _ o filho de meus patrÔes, o senhor Xavier pergunta do banco de trås.

-- Eles viajam amanhĂŁ senhor._ digo e ele suspira e jĂĄ sei o que vai dizer.

-- VocĂȘ e esse negocio de senhor, jĂĄ falei varias vezes para parar com esse negocio de formalidade. Vou falar pela ultima vez, me chame de Xavier ou vocĂȘ, na prĂłxima lhe demito. _ ele diz e acabo rindo.

-- Me desculpe. _ digo e ele concorda. – Mas o senhor não pode me demitir, sou motorista de seus pais. _ digo e ele bufa.

-- Vamos ver quando eles forem. Esqueceu de que vai ficar aqui e serei eu quem pagará o seu salario? _ diz rindo e concordo. – Então pense nisso na próxima vez que me chamar de senhor. _ diz e concordo rindo.

Seria muito bom trabalhar para ele, não que esteja reclamando de quem me paga, mas o senhor Marcelo é muito seco, frio com as pessoas e trata seus empregados como se não fosse por ele, nós não teríamos nem emprego e também é preconceituoso, uma vez uma moça veio aqui em busca de emprego, ela viu o anuncio para ser governanta, ele nem deixou entrar, esculachou a coitada que saiu daqui aos prantos. Pessoas como ele não merecem a família que tem.

-- Sabe da real Cñndido, não via a hora de eles voltarem pra casa deles e me deixarem em paz. Desde que contei minha opção sexual para eles, meu pai a todo o momento fica jogando indiretas pra cima de mim. _ diz e abaixa a cabeça triste, concordo com ele. É difícil os dois ficarem no mesmo ambiente sem brigarem.

Xavier se assumiu gay, pelo menos para os familiares e seu pai fez e faz de tudo para que essa sua opção sexual não se espalhe e atrapalhe seus negócios. Mas a pior coisa foi quando o senhor Cardoso comunicou que seu filho iria se casar com a filha de um amigo dele, apenas para juntar os negócios e o dinheiro aumentar. E a relação de pai e filho ficou ainda pior. Desde então Xavier só estå voltando pra casa hoje, pois seus pais estão voltando pra casa deles, jå que a casa é de Xavier, dada de herança em vida por seus avós. Mas não pensem que o casamento foi cancelado, pois não foi, estå acertado que o casamento aconteceria quando Xavier terminar a faculdade de administração de empresas.

-- Agora vou poder respirar em paz sem ninguĂ©m me atentando o juĂ­zo. _ ele diz levantando as mĂŁos por alto acabo rindo. Voltei minha atenção no transito, estĂĄvamos perto da praça onde Amandla e Anthony fica, quero velos antes de seguir viagem, mesmo de longe. Mas na frente vejo algo que me chama a atenção, sigo mais a frente e acabo freando com tudo parando o carro no encostamento e Xavier acaba se assustando. – O que foi CĂąndido? Porque parou assim, atropelou um gato, um cachorro? _ ele pergunta rindo e se ajeitando no banco.

-- Amandla? _ digo olhando para fora, tiro o cinto de segurança. – Desculpe senhor, mas preciso ajudar uma amiga. _ digo e saio do carro e corro atĂ© Anthony que estĂĄ no chĂŁo chorando enquanto segura Amandla, quando chego perto me assusto, ela estĂĄ desacordada e sangrando muito.

-- Por favor, me ajudem. _ ele balbuciava baixinho enquanto abraçava e ninava o corpo dela, ele estava chorando muito.

-- Anthony, o que aconteceu? _ chamo e seguro em seu ombro ele me encara e fecha os olhos respirando aliviado. – Quem fez isso com ela? _ pergunto segurando o pulso dela e sinto sua pulsação e esta muito fraca.

-- Por favor, salve ela. Eu não posso perder eles também, não posso. _ ele diz entre soluço, ele esta desesperado.

-- O que estĂĄ acontecendo aqui CĂąndido? Quem sĂŁo eles? _ Xavier chega e pergunta, espantado por ver como os dois estĂŁo sujos de sangue.

-- Não posso explicar agora senhor, tenho que leva-la ao hospital, ela estå gravida. _ digo e me abaixo pegando Amandla em meus braços.

-- Vamos logo entĂŁo. _ ele diz e fomos em direção ao carro, ele abre a porta de trĂĄs e Anthony entra, a coloco deitada em seu colo e entro no carro, mais estou muito nervoso para dirigir. – É melhor me deixar dirigir, nĂŁo estĂĄ em condiçÔes de dirigir. _ ele diz e concordo, vou para o banco do passageiro e ele logo toma conta do volante, seguimos em velocidade para o hospital mais prĂłximo. – Ela vai ficar bem CĂąndido. _ Xavier diz tocando o meu ombro, eu apenas concordo com a cabeça.

Quando chegamos ao hospital, levaram ela para a emergĂȘncia e ficamos para trĂĄs quando levaram ela pelo corredor. Um pouco mais calmo Xavier veio conversar comigo, perguntou como conheci Amandla e Anthony e quem eram eles. Contei somente o que cabia a mim, a historia deles cabe a eles contarem quando se sentirem seguros, foi assim comigo e serĂĄ assim para Xavier. Passaram-se algumas horas e nada de noticias dela, Anthony estava muito quieto de olhos fechados, parecia estar fazendo uma oração silenciosa. Ele nos contou quem foi ou foram responsĂĄveis de Amandla estĂĄ aqui, me lembro desse tal batata e seu grupinho de trombadinhas, sim sĂŁo trombadinhas sim, pois eles se juntam e em grupo fazem arrastĂ”es no centro. JĂĄ os livrei dois desse grupinho uma vez, mas parece que nĂŁo adiantou muito.

-- Parente da paciente Amandla Salvino. – um mĂ©dico diz e nos levantamos indo atĂ© ele, falamos quem Ă©ramos e ele concordou. – A garota chegou aqui com um braço quebrado em duas partes e com o rosto bastante machucado e uma costela quebrada. _ ele diz e apenas ouvimos, nĂŁo temos o que dizer. – pelo que pude perceber, ela ĂŁo tem tido acompanhamento de um obstetra e isso tem que mudar, por milagre o bebĂȘ nĂŁo sofreu nenhum abalo e Ă© muito saudĂĄvel. _ diz e concordamos. – Ela vai ficar por aqui essa semana em observação, para se caso der uma alteração nela ou na criança. _ termina e concordamos, respiramos aliviados por ela estĂĄ fora de perigo.

-- Podemos ver ela doutor? _Anthony pergunta ansioso para ver a irmĂŁ.

-- Hoje nĂŁo meu rapaz, estĂĄ tarde e posso ver o quanto todos estĂŁo cansados e vocĂȘs dois precisam de um banho. _ ele diz apontando pra mim e para o Anthony, nos encaramos e concordamos. – E ela estĂĄ dormindo, pelo efeito dos remĂ©dios. AmanhĂŁ estarĂĄ liberado a visita para ela. VĂŁo para casa descansar e amanhĂŁ vocĂȘs podem ver a paciente. Ele diz e Anthony concorda triste, mas concorda.

-- Posso ficar aqui com ela, posso ficar do lado de fora sem problema nenhum. _ Anthony diz com esperança de ficar perto da irmã, acho que hoje serå a primeira vez que ele vai dormir longe dela.

-- NĂŁo pode, sinto muito, ela estĂĄ segura aqui, nĂŁo se preocupe. _ o medico diz e vai embora e nos deixando para trĂĄs.

-- Tem onde ficar garoto? _ Xavier pergunta pro Anthony e ele diz que nĂŁo, jĂĄ que mora na rua. – EntĂŁo vocĂȘ vem conosco. Tem algum problema ele ficar na sua casa com vocĂȘ CĂąndido? _ pergunta pra mim e digo que nĂŁo. – Ótimo, vocĂȘ vem conosco e fica com a gente atĂ© sua namorada melhorar. _ ele diz e olho para Anthony que me encara e depois faz uma careta de nojo com o que Xavier diz.

đŸ„€ Boa Leitura

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