đ„ Amadla S. Cardoso. _ Sendo Forte. Minha mente entrou em uma espĂ©cie de repetição, a palavra CĂNCER era repetido vĂĄrias e vĂĄrias vezes, sabia que o mĂ©dico explicou o que Ă© e como se dava, mas assim que a palavra cĂąncer, cĂąncer de pele ou melanoma, como era chamado cientĂficamente, Xavier estĂĄ com essa doença maldita. â Meu filho, com cĂąncer? _ sou tirada de minha mente com os soluços de Ingred, volto a encarar o mĂ©dico e prestar atenção nele. -- Mas estamos confiantes, o tratamento estĂĄ no começo ainda, tenho certeza que vamos vencer essa guerra. _ diz confiante, mas o que ele disse chamou minha atenção. -- Espere, vocĂȘ disse começo de tratamento? Que tratamento? _ pergunto ficando de frente pra ele. â Quando começou esse tratamento? _ pergunto e ele desvia o olhar para Bruno, como se lhe pedisse permissĂŁo. â VocĂȘ sabia? Esse tempo todo vocĂȘ sabia e nem pensou em me falar? _ pergunto encarando ele com raiva. -- Amandla... _ nĂŁo o deixo falar, o cortando. -- A quanto tempo
đ„ Xavier Cardoso. _ O que posso dizer sobre como me sinto nesses Ășltimos dias? Talvez a palavra certa para definir tudo que venho passando, a palavra seria cansado. Sim, muito cansado, cansado das idas ao hospital, cansado dos olhares das pessoas, cansado da tristeza nos olhos de meus filhos. Uma noite dessas estava indo pro meu quarto e antes quis passar no quarto das gĂȘmeas, a porta do quarto estava aberta e antes de entrar ouvir a voz doce delas Ă© parei para ouvir a conversa delas. -- Sabe Seu sonho, meu papai tĂĄ dodĂłi, muito dodĂłi. _ ouço Yasmin falar e suspirar em seguida. -- Tem que falar dileto Sara, papai do cĂ©u nĂŁo vĂŁo tender nada. _ Ingred reclama como sempre. -- Voxe sĂł sabe reclamar. NĂŁo liga nĂŁo Seu sonho, minha imĂŁ Ă© chata memo. _ Yasmin diz. â Vem me ajudar Didi, assim o papai fica bom mais rĂĄpido. _ ela diz, as duas estĂŁo com 4 anos e ainda se enrolam nas palavras. -- Querido papai do cĂ©u, aqui quem fala Ă© Ingued e Iamin. _ elas dizem se identificando como se Deu
đ„ (N.d.A)...Um natal inesquecĂvel e Despedidas dolorosas. HĂĄ o natal, uma Ă©poca esplendida, principalmente para pessoas que gostam de comer bastante e ganhar presente, eu sou uma dessas, kkkkkk. Mas nĂŁo estamos aqui para falar de mim,nĂŁo Ă© mesmo? A casa da familia Cardoso esta enfeitada, uma casa digna de filmes, cheia de luzes, guirlandas na porta, arvore de natal decorada e uma montanha de presentes ao lado e em baixo da mesma, chega que os olhos das gĂȘmeas brilhavam de felicidade ao ver o tanto de presentes que estavam em baixo da arvore. -- Fico feliz que conseguiram vir._ disse Ingred ao cumprimentar o irmĂŁo e sua cunhada. -- Foi sorte, isso sim. Com a neve que estĂĄ caindo lĂĄ fora, foi milagre o carro nĂŁo congelar no caminho. _ diz Adam enquanto tirava o casaco.-- Eu quem diga tio, minha moto parou no meio do caminho, tive que empurrar ela atĂ© aqui. _ Beatriz diz bufando. Ela estava em NY e veio direto para a casa de Xavier e Amandla. -- E seus pais sabem que a senhorit
đ„ Amandla S. CardosoNunca parei para pensar sobre a morte, principalmente na morte de pessoas tĂŁo perto de mim, pessoas que amo. Quando descobri da doença que Xavier tem, confesso que fiquei em pĂąnico, desesperada e com medo, nĂŁo posso dizer que se dependesse de mim, tirariaela e a colocaria em mim, se tem uma pessoa que nĂŁo merece sofrer assim, essa pessoa Ă© Xavier. Como disse, nĂŁo o faria, porque a mesma familia estaria sofrendo e tenho certeza quexavier faria o mesmo, mas se tivesse o poder de arrancar ela dele, a lançara para o abismo sem fim de onde ela jamais deveria ter saido. HĂĄ trĂȘs anos desde que descobrimos tudo, nĂŁo hĂĄ um so dia que nĂŁo estou de joelhos pedindo a Deus pela cura de meu amigo, de meu anjo da guarda. Havia dias que ele estava bem, outros muito bem e tem dias que esta muitocansado, as sessĂ”es de quimioterapia era muitopesada e ele ficava muito abatido. As minhas oraçÔes para sua cura mudaram no final do ano passado. Me doi muito falar assim,mas envĂ©s de
đ„ Amandla S. Cardoso. _ O TestamentoAnestesiada, era assim que me sentia esses ultimos dias, desde o velorio e crematorio do corpo de Xavier. Todos stavam lĂĄ, atĂ© mesmo pessoas quem nemsabia quem eram e quem eu conhecia, passaram dispercebidas por mim. Ver o corpo de Xavier no caixĂŁo, imovel e sem cor, era como ver um fantasma, no decorrer do velorio, sentada ao lado de Ingred , vĂŽ Adel e segurando a mĂŁo de Raphael, enves de ser eu seu ponto seguro, meu filho estava sendo o meu. De oculos escuros, dados de presente pelo pai, vi algumas lagrimas descerem, ele nĂŁo as limpa e nem eu, estamos recebendo as condolĂȘncias, os pesĂąmes pela partida de meu marido, uma coisa estranha aconteceu e nĂŁo foi sĂł comigo, senti paz e um leve sopro em meu rosto, ao toca-lo sorrir me lembrando dele, de quando fazia carinho em meu rosto. Ouvir o riso de Ingred e vĂŽ Adel ao meu lado, as duas olharam para mim sorrindo e retribui, logo todos olharam paraaa Raphael que ria gostoso, um sorriso aberto de jo
đ„ Amandla S. Cardoso. _ Mostrar força, hoje e sempre. Acordarar, levantar, fazer a higiene pessoal, tomar banho, cafĂ© e depois trabalho, mesmo com essa rotina, ainda Ă© difĂcil chegar na empresa e ele nĂŁo esta lĂĄ, sua presença esta em todos os lugares aqui. Hoje faz trĂȘs meses que ele se foi e sempre que entro nesta sala que pertencia ĂĄ ele, Ă© uma nostalgia gigante e a saudade sĂł aumenta. Voltei a empresa um mĂȘs depois de sua morte e como ele disse, algumas pessoas nĂŁo receberam muito bem a noticia, principalmente um dos diretores, ele disse que eu nĂŁo era capaz de gerenciar uma empresa como essa e que e menos de um mĂȘs estarĂamos falindo. E para fechar com chave de ouro ele disse que ele seria uma melhor escolha, jĂĄ que ele estava na empresa desde a Ă©poca que Marcelo, pai de Xavier era CEO. Com o passar dos dias, eu nĂŁo cair nas suas provocaçÔes e mostrei para o que vim e hoje ele serĂĄ demitido, jĂĄ que anda me difamado, colocando em duvida a paternidade de meu filhos. ele pode f
Amandla Salvino, se alguĂ©m olhasse para ela, apenas de relance, pensariam: âQue menina linda e bem cuidada, estĂĄ tĂŁo comportada sentada naquele banco de praça. â Mas o que eles nĂŁo vĂȘem Ă© que por trĂĄs da beleza daquela criança, existe uma tristeza enorme. Amandla sempre achou que se fizesse as vontades de sua mĂŁe ou ficasse quietinha em seu canto, sua mĂŁe a trataria com amor e carinho, pois Ă© isso que as mĂŁes de seus coleguinhas de classe faziam quando iam leva-los ou busca-los na escolinha. Mas isso nunca funcionou, aos seis anos de idade ela parou de frequentar as aulas, sua mĂŁe estava cansada de perguntas sobre as marquinhas roxas no corpinho frĂĄgil de sua menina. Amandla nunca soube quem era seu pai e sua mĂŁe sempre a culpava por ele nĂŁo ir vĂȘ-la. Com o passar dos anos, as coisas para Amandla sĂł pioravam, ela nem saia mais de casa e se sua mĂŁe a visse olhando pela janela, era mais um motivo para apanhar, como se sua mĂŁe precisasse de motivos. E como se nada pudesse piorar, o ma
đ· Amandla Salvino â Meus Carrascos đ· Aos 05 anos de idade. -- Sua garota idiota. Por sua culpa o imbecil do seu pai nĂŁo me quer mais. _ minha mĂŁe grita comigo outra vez. Sempre que ela liga para o homem que ela diz ser meu pai, eu nunca o vi, nem sei seu nome. Mas sempre que ela liga para ele Ă© sempre a mesma coisa e sempre espero o pior. -- Mas eu nĂŁo fiz nada mamĂŁe. _ nem vi quando veio, mas a dor era terrĂvel. -- Eu devia ter feito o que ele mandou. _ ela diz andando de um lado para o outro na sala, e eu no chĂŁo chorando por causa da bofetada. â Mas nĂŁo, fui dar uma de esperta, fui tentar a sorte e olha no que deu? Agora estou sem meu homem e sem dinheiro, e ainda tenho que suportar uma garota chata e chorona Ă tira colo. _ ela diz e me olha, em seus olhos jĂĄ diz tudo.Uma criança de cinco anos nĂŁo devia passar por isso, sempre e lembro dessa Ă©poca, por mais que tentei esquecer, as vezes ficava olhando as outras crianças lĂĄ da rua onde eu morava brincando e desejava aquilo pa