Capítulo 73

Deitada na cama do hospital, eu encarava o teto, tentando processar a ironia cruel da situação. Eu amava aquele lugar como médica, o hospital era meu refúgio, meu campo de batalha, onde eu sentia que realmente fazia a diferença. Mas estar ali como paciente... era um pesadelo. Tudo o que eu queria era arrancar aqueles fios que me prendiam à cama, vestir meu jaleco e voltar ao trabalho. Precisava desesperadamente ocupar minha mente com algo útil, algo que me fizesse esquecer o medo crescente que apertava meu peito.

Sem pensar muito, comecei a puxar os fios que monitoravam meus sinais vitais. Um de cada vez, sentindo a leve dorzinha dos adesivos se soltando da pele. Eu queria estar no controle de algo, qualquer coisa, mesmo que fosse apenas o ato de me desconectar daqueles aparelhos que me faziam sentir tão vulnerável.

— Alice, pare com isso! — A voz de Bernardo ecoou pelo quarto, arrancando-me do meu devaneio.

Eu virei a cabeça e o vi sentado em um sofá, a expressão alarmada. Ele pareci
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