Judith— Nesse meio tempo teremos duas aparições em público. Um jantar em minha casa para que as minhas irmãs a conheçam e em seguida, um pedido formal de casamento…— Espere! — peço abruptamente o fazendo se calar. — Por que toda essa pressa?— E por que não? Teremos uma lua de mel de apenas uma quinzena…— Uma… lua de mel? — Thomas revira os olhos com impaciência.— Não preocupe, tudo não passará de fachada. Mas, ao regressar para casa você terá uma lista de tarefas que uma Duquesa deverá representar.Respiro fundo diante dessa avalanche maluca que ele acaba de despejar em cima de mim.— Eu tenho uma pergunta.— É claro.— Por que duas aparições em público?— Porque quero que as pessoas comentem que estamos juntos, Judith. Assim não haverá especulações sobre o nosso casamento.— Eu preciso de no mínimo noventa dias para…— Não!— Thomas, existe uma série de coisas para se organizar. Os convites, a decoração, o vestido de noiva…— Deixe tudo isso comigo — balbucio.— Não seria estran
ThomasJá tem algumas horas que estou trancado dentro do meu escritório me perguntando que merda estou fazendo com a vida daquela garota. Como assim, um casamento em quinze dias? Bufo. Definitivamente eu perdi o meu juízo. A verdade, é que perto de Judith Evans eu mal consigo raciocinar direito e pelo visto farei muitas besteiras quando ela estiver ao meu alcance. Sem falar naquela boca atrevida que tem sempre uma resposta pronta na ponta da língua para me desafiar.Arg! Ela precisa saber qual é o seu lugar no meio do nosso acordo, ou isso tem tudo para dar errado.Uma batida leve na porta do meu escritório me tira dos meus devaneios e imediatamente olho na sua direção, encontrando Doris, a minha assistente bem na entrada. Faço um gesto de mão para ela se aproximar e percebo um pequeno envelope em sua mão.— O que é isso? — pergunto com certa curiosidade.— É um convite para o baile de inverno que acontecerá nesse final de semana no castelo de Brennand, sua graça. — A garota me estend
Judith— Nossa, você parece bem nervosa! — Ellen fala assim que adentro a sua casa.— Eu preciso de uma bebida — resmungo, adentrando a sua sala e com uma respiração alta largo a minha bolsa em cima de um amplo sofá branco, sentando-me nele em seguida.— O que aconteceu? Você não é de beber assim. — Ela inquire à medida que me serve uma pequena dose de conhaque. Contudo, levanto-me, vou até o bar de canto, pego o copo de sua mão e aumento a dose pelo menos três vezes, bebendo tudo de uma só vez. — Oh! — Ellen sibila estarrecida.— Eu vou me casar. — Solto a novidade de uma vez, verificando os seus olhos que se abrem absurdamente em espanto.— Como assim, você vai se casar? Com quem você vai se casar? — Ela parece perplexa. Respiro fundo, absorvendo o calor do álcool que começa a me queimar por.— Com o Senhor Thomas Elliot de Birmigham Terceiro. — Não pensei que fosse possível, mas os seus olhos se arregalam ainda mais.— Com… o Duque de Birmigham? — Meneio a cabeça fazendo um sim.—
Judith— Tem certeza de que quer fazer isso, Judy? — Forço um sorriso para ela.— Bom, eu já disse sim para ele e não pretendo voltar atrás. — Ela bufa.— Devo dizer que nutri algumas esperanças sobre vocês ficarem juntos, mas isso é…— Isso não pode sair daqui Ellen — falo, pedindo segredo sobre essa nossa conversa.— Oh! Ok, tudo bem!— É sério, Ellen. Nem mesmo o Barão deve saber sobre esse nosso acordo.— Eu prometo que não vou falar nada, ok? Ah, Judy! — Ellen volta a me abraçar. Contudo, estou aliviada de pôr tudo para fora e de saber que ainda posso contar com ela.— Tem uma festa… — afirmo outra vez quando me afasto um pouco dela.— Sim, o baile no castelo de Brennand. Collin não para de falar o quanto esse baile é importante. — Ela para de falar, lançando-me um olhar perplexo. — Não!— Será a nossa primeira aparição em público.— O Duque não perde a oportunidade, hein?— Será que você pode me ajudar…— Deixe tudo comigo. Irei promover um dia de salão e de SPA para nós duas e
JudithNão sei o que é pior, estar no meio de uma aglomeração de pessoas, ou ser o centro da atenção delas. Penso enquanto subimos os degraus que nos leva para dentro do exuberante prédio.— Você está bem? — Thomas procura saber, mas apenas suspiro baixo tentando me conter.— Eles não param de me olhar — digo o óbvio.— Isso era esperado, a final, você está ao lado do Duque de Birmingham. Um dos homens mais cobiçados da Inglaterra e do reino britânico. — Thomas parece não se incomodar com isso. — Só tente relaxar, Judith.Falar é fácil. Retruco mentalmente.— Porque em alguns segundos a curiosidade dessas pessoas vai aguçar ainda mais.— Aguçar? Como assim…Não consigo terminar a minha frase, pois inesperadamente a boca do Duque toma a minha em um beijo muito inesperado e envolvente capaz de roubar o meu ar, e sem saber o que fazer fico completamente estática, enquanto a sua língua invade a minha boca e o seu sabor se mistura ao meu.— Me toque, Judith! — Thomas ordena sutilmente em me
Judith— Foi uma noite inesquecível, Senhorita Evans. — Thomas sibila educadamente.— Sim, foi.Em algumas partes. Penso.— Não se esqueça que temos um compromisso amanhã à noite. — Ele faz questão de me lembrar.— Tenho certeza de que você não me deixará esquecer — rebato impaciente.— Pode apostar que não. Boa noite, Senhorita Evans!— Boa noite, sua graça!Nos encaramos por alguns segundos. Entretanto, tiro o cartão-chave da minha bolsa para abrir a porta e quando faço, penso em entrar e me afastar de vez dessa tensão. No entanto, inesperadamente ele segura nos meus braços e me faz olhá-lo nos olhos. Logo as suas retinas encaram a minha boca e me pego ansiosa por outro beijo seu. Então os seus lábios tocam nos meus de uma forma lenta e preg
Judith— Eu vim aqui para devolver os seus presentes. — Vou direto ao ponto. No entanto, Thomas me lança um olhar confuso que me deixa um tanto aturdida. Contudo, giro nos meus calcanhares no mesmo instante para ir pegar as sacolas e as caixas dentro do táxi.— De que presentes você está falando? — Ele indaga.— Você sabe, o vestido, os sapatos e todos esses acessórios …— Ah, eles não são presentes, Senhorita Evans. — O homem rebate com um tom seco que me incomoda. — Os enviei porque quero que esteja apresentável para o jantar dessa noite.Largo tudo no chão e logo me aproximo mais dele para olhar dentro dos seus olhos.— Eu não preciso deles, sua graça. — O confronto. — Eu sou perfeitamente capaz de estar apresentável para qualquer situação, a qualquer hora e em qual
Judith…— Sinta o aroma, filha.Uma voz tenra preenche os meus ouvidos e logo a minha imagem surge, fechando os meus olhos quando uma delicada borda de vidro transparente se encosta próximo das minhas narinas e aspiro o cheiro adocicado da bebida. Logo o meu cérebro define os seus ingredientes, separando-os em suas devidas quantidades.…— Senhorita Evans? — Desperto do meu sonho acordado e me dou conta de que parei no tempo.— Ah, o que?— O vinho? — Thomas aponta para a carta nas minhas mãos.— Ah, é… eu escolho um… White Foot Spur.— Certo, Senhori… — Magdalena para de falar quando o Duque faz um gesto de mão e o seu olhar perspicaz me acara duramente.— Por quê?— Ah, ele é… fresco e frutado, apropriado para acomp