JudithNão sei o que é pior, estar no meio de uma aglomeração de pessoas, ou ser o centro da atenção delas. Penso enquanto subimos os degraus que nos leva para dentro do exuberante prédio.— Você está bem? — Thomas procura saber, mas apenas suspiro baixo tentando me conter.— Eles não param de me olhar — digo o óbvio.— Isso era esperado, a final, você está ao lado do Duque de Birmingham. Um dos homens mais cobiçados da Inglaterra e do reino britânico. — Thomas parece não se incomodar com isso. — Só tente relaxar, Judith.Falar é fácil. Retruco mentalmente.— Porque em alguns segundos a curiosidade dessas pessoas vai aguçar ainda mais.— Aguçar? Como assim…Não consigo terminar a minha frase, pois inesperadamente a boca do Duque toma a minha em um beijo muito inesperado e envolvente capaz de roubar o meu ar, e sem saber o que fazer fico completamente estática, enquanto a sua língua invade a minha boca e o seu sabor se mistura ao meu.— Me toque, Judith! — Thomas ordena sutilmente em me
Judith— Foi uma noite inesquecível, Senhorita Evans. — Thomas sibila educadamente.— Sim, foi.Em algumas partes. Penso.— Não se esqueça que temos um compromisso amanhã à noite. — Ele faz questão de me lembrar.— Tenho certeza de que você não me deixará esquecer — rebato impaciente.— Pode apostar que não. Boa noite, Senhorita Evans!— Boa noite, sua graça!Nos encaramos por alguns segundos. Entretanto, tiro o cartão-chave da minha bolsa para abrir a porta e quando faço, penso em entrar e me afastar de vez dessa tensão. No entanto, inesperadamente ele segura nos meus braços e me faz olhá-lo nos olhos. Logo as suas retinas encaram a minha boca e me pego ansiosa por outro beijo seu. Então os seus lábios tocam nos meus de uma forma lenta e preg
Judith— Eu vim aqui para devolver os seus presentes. — Vou direto ao ponto. No entanto, Thomas me lança um olhar confuso que me deixa um tanto aturdida. Contudo, giro nos meus calcanhares no mesmo instante para ir pegar as sacolas e as caixas dentro do táxi.— De que presentes você está falando? — Ele indaga.— Você sabe, o vestido, os sapatos e todos esses acessórios …— Ah, eles não são presentes, Senhorita Evans. — O homem rebate com um tom seco que me incomoda. — Os enviei porque quero que esteja apresentável para o jantar dessa noite.Largo tudo no chão e logo me aproximo mais dele para olhar dentro dos seus olhos.— Eu não preciso deles, sua graça. — O confronto. — Eu sou perfeitamente capaz de estar apresentável para qualquer situação, a qualquer hora e em qual
Judith…— Sinta o aroma, filha.Uma voz tenra preenche os meus ouvidos e logo a minha imagem surge, fechando os meus olhos quando uma delicada borda de vidro transparente se encosta próximo das minhas narinas e aspiro o cheiro adocicado da bebida. Logo o meu cérebro define os seus ingredientes, separando-os em suas devidas quantidades.…— Senhorita Evans? — Desperto do meu sonho acordado e me dou conta de que parei no tempo.— Ah, o que?— O vinho? — Thomas aponta para a carta nas minhas mãos.— Ah, é… eu escolho um… White Foot Spur.— Certo, Senhori… — Magdalena para de falar quando o Duque faz um gesto de mão e o seu olhar perspicaz me acara duramente.— Por quê?— Ah, ele é… fresco e frutado, apropriado para acomp
Thomas— Bom dia, sua graça! — Flora diz assim que desço o último degrau da escadaria, alcançando a ampla sala de estar.— Bom dia, Flora! E as minhas irmãs?— Elas estão aguardando para o dejejum em sua companhia, sua graça.— Ótimo! — ralho, me dirigido imediatamente para a sala onde fazemos as refeições, encontrando as cinco garotas amontoadas sobre uma página de um jornal. Pigarreio um tanto para chamar a atenção delas para mim. — O que estão fazendo? — inquiro, me acomodando a mesa. Contudo, recebo sorrisos estravagantes e olhares especuladores como resposta.— Qual é o nome dela? — Josephine indaga, lançando-me um par de olhos brilhantes-radiantes.— O nome de quem? — Sirvo-me uma xícara de café com fingido descaso. Contudo, ela erg
ThomasPortanto, com meu jeito prepotente de ser abro a porta e fito rigidamente a linda mulher usando um vestido simples, porém, elegante e com um cumprimento um pouco acima dos seus joelhos. Os saltos altos lhe dão alguns centímetros a mais e devo admitir que Judith Evans tem uma elegância ímpar também. Nossos olhos se encontram e é como se eles me desafiassem, exigindo de mim algo que não posso lhe dar. No entanto, me mexo do meu lugar e faço o meu teatro valer a pena.— Senhorita Evans! — A cumprimento, deixando um beijo cálido nas costas de sua mão.— Sua graça!Eu sei que exigi isso, mas não essa noite, Senhorita Evans.— Me chame apenas de Thomas — peço diretamente, mas Judith me lança um olhar confuso. — Em breve você se tornará a minha noiva e essa noite estaremos na companhia das
JudithNo dia seguinte…— E então, como o foi o jantar na casa dos Birmingham? — Ellen pergunta assim que me acomodo em uma cadeira da pequena mesa no jardim da sua casa. Em resposta, solto um suspiro baixo, enquanto me sirvo de uma xícara de chá.— Foi tão perfeito, Ellen! — sibilo meio sonhadora, abrindo um meio sorriso pequeno, porém, feliz nos meus lábios.— E as irmãs dele, como são? — Meu sorriso parece se ampliar para essa indagação.— Elas são uns amores — sussurro, mas não ponho emoção nas minhas palavras. — E bem curiosas. E empolgadas também.— Se foi um jantar tão perfeito e se elas são uns amores, por que esse desânimo então? — Deslizo a ponta da língua pelo meu lábio inferior, dissipando a
Judith— Ah, Senhor Hill, não precisava! — sibilo, segurando uma taça que ele me estende. Contudo, Collin me lança um par de olhos especuladores.— Você está bem?— Ah, eu estou. — Tento pôr um pouco de alegria em minhas palavras.— Você parece um pouco preocupada. Está tudo bem mesmo?— Sim. Ah, deve essa tensão de me tornar a sua vice-presidente, Barão de Luxemburgo. — Forço um sorriso. Contudo, Collin continua me avaliando.— É, deve ser isso. — O alívio percorre o meu corpo. — Então, um brinde a minha mais nova sócia! — Ele sugere, erguendo a sua taça no ar.Respiro fundo.— Eu não entendo por que você está fazendo isso por mim, Senhor Hill — contesto e é verdade. Eu não tenho capital para ser v