PRINCESA... DE DIA. CAPÍTULO 89. Uma amiga—Vamos ver, vamos ver, o pai da noiva sou eu e portanto... —começou a protestar John, mas um segundo depois o lorde, conde ou o que quer que fosse colocava um dedo acusador diante de seu rosto.—Nem pense nisso, senhor Hopkins. Já o casamento com toda a pompa o senhor paga e à noiva o senhor entrega com toda a cerimônia e parafernália que quiser, mas neste a Dandara quem entrega sou eu, já que é a mim que a mulher está deixando plantado! —sibilou e ninguém pensou em discutir com ele porque dificilmente havia homens com tão boa vontade como Leon Rothschild, embora de momento ninguém conseguisse entender que tipo de relação estranha ele tinha com Dandara.Assim, ofereceu seu braço à emocionada noiva e caminhou dois passos com ela em direção a Cameron com um sorriso cheio de sinceridade. Entregou-a com tanta formalidade como se tivesse sido seu próprio pai e, é claro, não pôde faltar a advertência para Cameron de não estragar tudo.Aquele era ape
PRINCESA... DE DIA. CAPÍTULO 90. Uma surpresa especial—Feche os olhos! Não faça trapaça! —repreendeu-o Dandara enquanto dirigia em alta velocidade, mas Cameron parecia prestes a pular como um coelho naquele banco traseiro—. Não me faça te amarrar porque você sabe que eu vou fazer.—E quem disse que eu vou me opor a isso? —replicou Cameron com um sorriso descarado—. Além disso, não importa se não posso ver para onde você está me levando, tenho muitas, mas muitas outras formas de arrancar informações de você sem abrir os olhos.Dandara mordeu o lábio inferior, pronta para o desafio, mas nem imaginava a boa memória que seu querido marido tinha.—Ah é? Como quais? —desafiou-o e um segundo depois o viu inclinar-se para frente e rodear-lhe o peito com as mãos—. Ei, esses são meus peitos! —exclamou morrendo de rir, um riso que desapareceu no mesmo segundo em que sentiu seu hálito quente no ouvido.—Não me diga... Estou com os olhos fechados, então não posso ter muita certeza... deixe-me veri
PRINCESA... DE DIA. Uma princesa em tempo integralSEIS MESES DEPOIS.—Me diga por favor que você não vai fazer nenhuma besteira —disse Chiara Keller levando dois dedos à ponte do nariz.—Claro que não, meu amor. Já sei que as besteiras são comigo mesmo, mas desta vez não é assim —sentenciou John com um sorriso de orelha a orelha.—Então o rifle de assalto é para quê? —exigiu sua esposa.—É por uma boa causa!—E por que não acredito nisso?—Mas afinal, você quer ser avó ou não? —resmungou John.—Claro que sim, mas com o rifle você não vai conseguir que aconteça mais rápido! O que você vai fazer?! Assustar os nadadores do pobre Cameron para que nadem rio acima com mais desespero? —repreendeu-o Chiara—. Veja só se não vai acabar tendo um neto medroso.John ficou emburrado como se fosse uma criança pequena, mas é desnecessário dizer que esperou até que sua querida e sobretudo muito respeitada esposa não estivesse olhando para deslizar aquele rifle no porta-malas de sua caminhonete, assim
PEQUENA AMADA MINHA. PREFÁCIOSINOPSENão era simples ser um Keller, mas definitivamente Niko fazia isso com perfeição. De seu pai havia herdado a melhor genética e de sua mãe a ousadia e a coragem; e tudo isso havia canalizado para se tornar um dos investidores tecnológicos mais importantes da Suíça. O problema era que depois de perder o amor uma vez, tinha fama de ser implacável em todos os sentidos.O respeito que inspirava era mais parecido com temor do que qualquer outra coisa, e definitivamente cada um de seus funcionários preferia evitá-lo, porque costumava demiti-los com demasiada facilidade... até que ela chegou.Gigi era a criatura mais desajeitada que uma mulher humana poderia ter trazido ao mundo! Parecia que a cada momento estava engolindo a língua ou se desculpando, e a tinham oferecido a ele como carne para canhão como sua nova secretária.O problema não é a pouca tolerância que ele tem com a garota, o problema é que Gigi carrega um segredo que nenhum dos dois pode imagi
PEQUENA AMADA MINHA. CAPÍTULO 1. A nova secretária18 ANOS DEPOIS.—N...Niko... você não pode...—Des-cul-pe?! —A voz do homem ressoou tão baixa e rouca como um tapa.—Perdão, senhor Keller... eu queria dizer... eu não preciso... —A mulher à sua frente tentava se desculpar de todas as formas possíveis, mas o dono e gerente daquela empresa de investimentos era conhecido por ser implacável, e não seria diferente com sua secretária.—É um cheque de cem mil francos e uma carta de recomendação brilhante que vai conseguir o mesmo cargo para você em qualquer outra empresa —sentenciou Niko assinando um monte de papéis que tinha à sua frente sem se incomodar em olhá-la—. Você pode ir embora com o dinheiro e a oportunidade ou pode ir embora de mãos vazias, mas o certo é que você vai embora, porque eu não me relaciono com a mesma mulher duas vezes, e você já sabia disso.—Ma-mas... me demitir? —Os olhos de sua secretária se umedeceram em um segundo.—Então você não quer o cheque? —perguntou ele p
PEQUENA AMADA MINHA. CAPÍTULO 2. Sem pudores tolosGigi não tinha pulado de alegria ao conseguir aquele trabalho, primeiro porque doía não ser capaz de aspirar a mais do que ser a garota das cópias, porque não tinha dinheiro para continuar seus estudos; e segundo porque desde criança tinha aprendido muito bem a guardar seus sentimentos, bons e ruins.Então quando o senhor Hommver lhe disse que por alguns dias seria a secretária do dono da empresa, nem sequer tinha entendido o que acontecia. Simplesmente tinha ido ao escritório dele e, é claro, aquela cadeia de acontecimentos desafortunados que sempre a perseguia não demorou a aparecer; principalmente porque os sapatos que usava tinham sido "herdados" da sua mãe e eram dois números maiores.Assim, quando, para completar sua desgraça, aquela cafeteira caiu em cima dela, fazendo-a sufocar um gemido de dor, já parecia um animalzinho encurralado no chão contra um dos móveis, e o que parecia ser o dono rugia como um leão faminto.—Não fale b
PEQUENA AMADA MINHA. CAPÍTULO 3. Uma garota bonitaOs dedos de Niko pararam instantaneamente, como se uma pequena corrente elétrica o tivesse paralisado. Ao longo de sua vida, e com trinta e seis anos e muita experiência nas costas, tinha escutado a falsa modéstia das mulheres muitas vezes; talvez por isso pudesse colocar suas mãos no fogo (ou no café fervente), apostando que aquele não era o caso.A garota de verdade não acreditava que fosse bonita; e ele teve aquela estranha necessidade de querer comprovar isso.Seus dedos pressionaram um pouco mais sobre a pele dela, arrancando-lhe uma leve e silenciosa careta: tinha a boca pequena e triste, ou talvez fosse apenas a dor. Seus olhos eram grandes e castanhos, nariz arrebitado e traços finos, cabelo longo, acinzentado e sem brilho, preso em um rabo de cavalo na altura da nuca.Seus dedos seguiram mais abaixo, sobre a borda do sutiã, que enquadrava um seio cheinho e firme, que mal lhe encheria a palma da mão. Não podia ver o resto do co
PEQUENA AMADA MINHA. CAPÍTULO 4. SobrevivendoOs lábios de Gigi se abriam e se fechavam, mas nenhum som saía deles. Era evidente que estava um pouco atordoada, mas essa era uma condição que sua mãe havia encorajado particularmente ao longo de sua curta vida.—Querida, nós duas sabemos que você precisa seguir seu próprio caminho. Já te trouxe até aqui e você sabe tudo o que sacrifiquei por você, mas já é hora de me deixar ser feliz. Você não quer que a mamãe seja feliz? —perguntou-lhe, e isso era exatamente como dizer que ela não deveria agradecer pelas roupas velhas que lhe dava e que obviamente o corpo da garota, ainda sem qualquer curva voluptuosa, era incapaz de preencher.—Mãe... esta noite não tenho para onde ir. Se você me desse até amanhã...—Amanhã, amanhã...! Gigi, pelo amor de Deus, você não pode viver agarrada às minhas saias a vida toda! —exclamou sua mãe com impaciência, mas evidentemente não esperava que uma voz muito diferente lhe respondesse.—O que você está fazendo? —