PROMESSA VERMELHA.Capítulo 43. Por quê?Os lábios dela tremiam sem que pudesse evitar. Ainara sabia que Mauro tinha todo o direito de reclamar, de exigir uma explicação, de fazer um escândalo pelo que o idiota do Rolf Weber acabara de lhe dizer, mas para surpresa da moça, ele estava tão calmo como se não tivesse acabado de quebrar a cara de um Senador naquele mesmo escritório.Sentiu os braços dele ao seu redor e escondeu o rosto em seu peito com um suspiro nervoso.—A mãe dela se chamava Luzia —murmurou devagar sem levantar a cabeça—. Ela tinha um... caso com Weber, ainda que não sei se pode chamar assim, porque entendo como deve ser difícil dizer não a um homem com poder quando ele se encanta por você...—Você viveu isso na pele, não é? —suspirou Mauro com o arrependimento transbordando.—Não —respondeu ela com segurança, levantando a cabeça e olhando nos olhos dele porque sabia que cada palavra que saía de sua boca era verdadeira—. Nem nos seus piores momentos eu fui um capri
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 44. ConexãoA resposta não estava clara, mas pelo menos Mauro sabia por onde tinha que começar a investigar e de quem precisava se proteger mais. Podia ver nos olhos de Ainara aquela dúvida, e tratou de dissipá-la em um segundo.—Não. A resposta é não. Pouco me importa que June não seja sua filha biológica. Ela é nossa e ponto final —disse ele e viu a moça respirar profundamente.—É nossa —murmurou abraçando-o e terminou de contar como haviam sido os últimos anos desde o nascimento de June e por que a tinha escondido de todos, ao ponto de que seu pai ou Lugh jamais souberam dela.Ao meio-dia Mauro parecia um homem diferente, mais tranquilo agora que sabia toda a verdade.—Eles vão voltar por ela. Não é? —perguntou Ainara com o coração apertado pela preocupação, mas o Keller que se levantou diante dela estava a um sorriso malvado de se transformar de um cachorrinho sedutor em um lobo assassino.—Sim, vão voltar, mas não vamos perder a June —garantiu Ma
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 45. Um caso frioAinara sentiu um calafrio. Não podia ser. Aquelas pessoas realmente tinham estado em seu encalço há tanto tempo, o suficiente para tentar sabotar os negócios de Mauro.—Mas não entendo, por quê? Por que negar a licitação? O que isso tinha a ver com...? —No entanto a moça se deteve com expressão atenta, porque a resposta, por mais que a surpreendesse, só podia ser uma—. Para me fazer aparecer —disse olhando para Mauro—. Você me mantinha "escondida", lembra?Mauro apertou os lábios com um gesto de impotência porque sabia que isso era verdade. Aquela mulher ou seu marido, não sabia qual dos dois, tinham acreditado que tirar Ainara do caminho os faria chegar à menina com mais facilidade, mas tudo tinha parado no momento em que Mauro havia entrado em sua vida.—Sabiam que você ia aparecer, que teria que pedir ajuda ao Rosso e que assim te encontrariam... —murmurou Mauro—. Fizeram isso para te encontrar através de mim.E embora nenhum dos do
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 46. Uma escolhaEra uma boa pergunta. Era uma excelente pergunta, mas era mais que evidente que muitas coisas se desenvolveriam independentemente das intenções de Mauro, porque não tinham se passado nem vinte e quatro horas quando soube de que lado estava a maior lealdade do detetive que investigava o suposto acidente.Mauro ainda estava avaliando suas opções, mas Rosso já estava tentando falar com Ainara, e Mauro saiu de uma de suas reuniões de negócios para encontrá-lo bufando irritado em uma das salas de reunião.—Espera aqui, deixa que ele cuide disso... —tentou deter Loan sua nora, mas Ainara tinha visto Mauro sair furioso e não era do tipo que ficava com a curiosidade.Caminhou até a sala de reunião e embora não tenha empurrado a porta, sabia que seu marido irritado costumava levantar a voz, então só ficou ali, em silêncio, enquanto aquelas duas feras estavam prestes a se matar lá dentro.—Que história é essa de não me deixarem ver a Ainara, Kell
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 47. Uma besteiraA voz da mulher era tão cortante que, se não a amasse como amava, Mauro provavelmente teria sentido medo.—Ainara, não seja infantil! —reclamou Rosso—. Quem está fazendo isso sabe... sabe coisas. Sobre nós, sobre você! Maldição, sabe coisas sobre você que nem eu sabia!Ainara olhou para seu pai como se fosse um completo estranho e seu último gesto foi dar um passo para o lado para deixar livre o caminho até a porta.—Não me importa nem um pouco o que saibam sobre mim. Eu não sou quem tem algo a esconder. Agora faça o favor de ir embora, se eu tiver que repetir vou chamar a segurança.Rosso passou por ela com um grunhido de impotência, porque se tinha esperado qualquer tipo de ajuda por parte dos Keller era evidente que tinha se enganado, mas assim que a porta se fechou atrás dele, Mauro alcançou Ainara e a moça escondeu o rosto em seu peito.—Sinto muito, sinto muito mesmo, amor, não te contei porque não queria... não queria te machuc
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 48. Causa provávelDizer "besteira" era um eufemismo. Mauro estava disposto a dar uma surra memorável em Lugh depois de ver qual era essa informação que ele tinha sobre Ainara, então era melhor ir acompanhado. Deixou sua esposa e sua filha na casa dos seus pais, enquanto sua mãe se encarregava de entretê-las dentro e a equipe de segurança vigiava lá fora.Ele e Loan subiram em um carro e percorreram meia cidade antes de chegar a uma das áreas residenciais afastadas da cidade. A noite já tinha caído completamente e o prédio de apartamentos estava estranhamente silencioso.—E aqui não tem ninguém ou o quê? —murmurou Mauro com aquele instinto disparado, parando quando as portas do elevador se abriram naquele andar.—Bem, tomei a liberdade de pedir ao seu tio Jhon que investigasse um pouco, e parece que Lugh comprou todo este andar. Parecia um bom investimento imobiliário na época, mas o aluguel dos apartamentos de luxo não deu certo como esperava.—Então
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 49. Você tem esposa agora, lembra?Para Ainara, bastou que June ficasse completamente rendida em um dos quartos de hóspedes de seus novos avós, para que ela pudesse dar vazão a toda essa preocupação que não queria mostrar na frente de sua filha.—Onde eles estão? O que está acontecendo, Danna? E não me diga que nada porque já vi você cochichando nesse telefone três vezes e tenho certeza que não está falando de moda.Sua sogra a olhou com inquietação, mas embora tivesse plena confiança em seu marido, não podia negar que ela também estava morrendo de preocupação.—O advogado da família me ligou —murmurou Danna—. Loan e Mauro estão na delegacia, não sei bem o que aconteceu mas...—Eles estão presos? —questionou Ainara sem poder acreditar.—Parece que sim, mas o Loan vai resolver isso, te garanto que ele vai resol... Ainara! Filha, onde você vai? —tentou detê-la Danna mas àquela altura a moça já pegava seu casaco do cabide da porta.Parou no umbral e viu
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 50. Um segredoE não, o detetive estava certo de que não tinha tanta sorte, mas a questão era que não podia deixar passar nenhuma pista ou oportunidade.—Bem, não sou uma santa, mas embora não possa dar a confissão que você está esperando, talvez possa lançar alguma luz sobre seu caso de assassinato —respondeu Ainara e Mauro negou com preocupação.—Amor, essa não é uma boa ideia, por favor.—Está tudo bem, meu lindo —sorriu ela para tranquilizá-lo—. Não tem problema, você precisa entender que Lugh não tinha nada contra mim, não importa o que ele tenha dito, não tinha absolutamente nada. Jamais roubei nada em toda minha vida, não cometi nenhum delito, não era stripper nem prostituta e jamais me meti nos negócios sujos das campanhas, sempre fiquei fora de tudo isso, então não importa o que ele tenha dito, te garanto que não tinha nada contra mim que pudesse sustentar uma extorsão.—Extorsão? —O detetive puxou a cadeira na frente deles e apontou as outras