PROMESSA VERMELHA.Capítulo 51. EstratégiaMauro podia jurar que estava prestes a engolir a língua de surpresa, e o detetive na frente deles não estava muito melhor. Sabia que Ainara era uma mulher forte e sagaz, mas também estava convencido de que ela era perfeitamente capaz de cumprir aquela ameaça e sabia que o faria para tirá-lo da cadeia.—Senhora Keller, a senhora não pode... —começou a dizer o policial e ela mostrou um sorriso sarcástico.—Por favor, neste país a Liberdade de expressão já faz muito tempo que foi incluída na Constituição, então por favor, não se dê ao trabalho de me dizer o que posso e o que não posso fazer. O senador Rosso é um suspeito e...—Mas não é o único —sentenciou Mauro em voz baixa e Ainara o olhou. Não, não era o único, e talvez esse fosse o problema, que qualquer um de seus inimigos era poderoso o suficiente na política para que a polícia temesse mexer com eles.—Podemos falar em particular? —pediu ao detetive e apertou a mão de Mauro com suavid
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 52. Outra pessoaO rosto do senador Rosso se transformou visivelmente. A surpresa durou só uma fração de segundo, suficiente para que Ainara compreendesse que algo daquilo era novo para ele, ou a morte de Lugh ou sua acusação.—Morto? Como assim Lugh está morto?! —disparou levantando a voz porque no meio daquele lugar vazio e de madrugada, não se importava em gritar.—Morto, assassinado! —replicou Ainara com determinação.—Não... não pode ser...—Pois é exatamente como você está ouvindo. Acabei de ver as fotos e acredite, não são nada agradáveis de se ver. E não me ocorre mais ninguém que pudesse querer matá-lo, porque sejamos honestos, ele só estava chantageando você.O senador Rosso deu dois passos para trás com expressão de impotência, mas Ainara não parecia disposta a ceder terreno.—Cala a boca, não diga isso nem...!—E por que não?! Na minha frente você não precisa dissimular, pai! —cuspiu com sarcasmo—. Você não se importa com nada além da su
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 53. Uma famíliaO coração batia em seu peito como um enorme sino de catedral enquanto pronunciava aquelas palavras:"Vou te dar o que você quer. Vou te dar a June... mas primeiro se encontre comigo".Ela nem tinha certeza se quem estava por trás da morte de Lugh estava usando aquele telefone, se eram quem ela imaginava ou se simplesmente responderiam a ela, mas tinha aquele pressentimento, aquele sexto sentido que a fazia tomar decisões no último minuto.Sentiu a porta ao seu lado se abrir e viu John subir no banco do passageiro em completo silêncio enquanto um de seus homens sentava atrás com um pequeno computador. Todos estavam atentos à resposta, prendendo a respiração.Durante um longo instante fez-se um silêncio sepulcral e uma voz de mulher foi ouvida na linha:"Por quê?"—Por quê o quê? —replicou Ainara."Por que você me daria sua filha?" repetiu a voz e Ainara soube que era hora de arriscar tudo ou nada.—Desculpe, acho que não estou faland
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 54. Uma dúvidaNinguém podia discutir com a determinação de um Keller quando o amor de sua vida estava em perigo, e não era preciso ser especialmente inteligente para perceber que Ainara era o amor da vida dele.O detetive respirou fundo enquanto tentava controlar aquela ansiedade, mas finalmente fez um gesto para que todos saíssem e apontou para seu escritório, onde acabaram entrando Ainara, Mauro, Loan, Jhon e os dois oficiais de maior confiança no caso.—Se vamos fazer isso, vocês precisam saber duas coisas: a primeira é que não posso colocar a vida de um menor em risco para capturar um assassino, e a segunda, é que se vocês vão se meter na boca desse lobo em particular... —O detetive fez uma pausa—. Honestamente, não tenho certeza se podemos protegê-los como deveríamos, quer dizer... se essa gente matou nossa vítima... o que fizeram com ela...—Eles estavam procurando algo importante, detetive, algo que poderia colocar nas mãos deles o que querem —s
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 55. Um sinalO rosto de Khloe Nikaz era como um livro de terror e Ainara tinha certeza de que acabara de cutucar a ferida até o fundo.A pergunta era legítima, não fazia sentido algum que fosse ela a autora de tudo aquilo, ainda mais quando Ainara sabia muito bem que Weber tinha se cansado de traí-la.—Não diga nada! —rosnou o senador em sua direção, mas era evidente que sua mulher não o respeitava o suficiente para manter a boca fechada.—E por que não? —rosnou Mauro se aproximando—. Minha esposa tem razão, além disso sabemos que a mãe biológica de June não foi a única com quem você a traiu, por que diabos você quer a filha dela?—Khloe! —rosnou Weber e sua mulher o olhou com raiva.—O quê?! Você tem vergonha de dizer a essa altura? —sibilou com irritação e era evidente que sua obsessão pela menina tinha transcendido o amor que alguma vez sentira pelo marido—. Não consegue dizer em voz alta que não posso ter filhos?Mauro e Ainara se olharam durante
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 65. Uma promessaAinara sentiu seu coração parar enquanto ouvia aquele grunhido. Por cima do ombro de Mauro, ela podia ver aquela cena se desenrolar tão rapidamente que quase dava medo. Só tinha visto o Senador Weber cair como um saco de carne, com a cabeça perfurada pela segunda bala da polícia... porque a primeira, infelizmente, não tinha saído de nenhuma arma da polícia.Na sua frente, Khloe gritava a plenos pulmões enquanto tentava alcançar a arma que tinha caído da mão de seu marido morto, mas por sorte os policiais estavam a dominando e algemando antes que pudesse alcançá-la.Ainara sentiu seus olhos se encherem de lágrimas enquanto Mauro a abraçava com força e sentia aquela umidade quente contra seu lado.—Não pode ser, não pode ser...! —murmurou à beira do soluço, mas quando abriu a boca novamente foi para pedir ajuda porque nem precisava olhar para saber que Mauro estava sangrando.—Jhooooon! Jhon! Socorro! —gritou enquanto o sentia cambalear
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 66. Isso não acabou—O que foi que você disseeeee?! —a expressão de Mauro era atônita enquanto o resto das vozes naquele quartinho se levantavam para repreendê-lo.—Como é que você diz isso pro rapaz?!—Não vê que ele pode ter um infarto e aí sim não vai funcionar mais nada?—Não assusta meu marido!E entre todas aquelas reclamações Mauro sorriu com um suspiro porque Ainara dizendo "meu marido" era a coisa mais sexy que alguém já tinha dito pra ele.—Calma amor, você só precisa de terapia pra andar bem, só isso... —murmurou Ainara se inclinando para dar um beijo delicado e Jhon deu um tapinha em seu ombro.—Isso, fisioterapia, senão vai fazer os próximos rebentos no ritmo da "La cucaracha" —zombou—. ♫♪ La cucaracha... ♫♪ Um, dois, três... porque tô manco... ♫♪—Jhon!—Tá bom, tá bom, minha missão aqui está cumprida —sorriu Jhon—. E não reclamem que esse aí me interrompeu muitas tentativas de fazer rebentos com a Chiara com seu "Tio, vamo pro Hockey
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 67. Um veredictoAinara prendeu a respiração, isso sim era algo que não tinha esperado, talvez porque estivesse acostumada com o Senador Rosso sempre fazendo até o impossível pra ocultar qualquer rastro de sua existência ou de seu relacionamento; então ela não se surpreendia nem um pouco que ele tivesse pago um detetive pra parar a investigação. No entanto, ao resto do departamento de polícia que tinha ficado exposto com aquele vídeo parecia importar sim.—Acha que ele vai tentar algo contra nós? —perguntou Ainara apertando os dentes.—Não sabemos, o que é certo é que ele enfrenta acusações criminais, e que vai perder seu cargo no Senado. Pessoas em situações desesperadas são capazes de fazer qualquer besteira —suspirou o detetive—. Acho que acabamos de comprovar isso.Mauro fez um leve gesto de confirmação, porque sabia que seu tio Jhon estava preparado pra mobilizar quem fosse necessário pra protegê-los, e o detetive se despediu, deixando-os sozinhos.