PROMESSA VERMELHA.Capítulo 45. Um caso frioAinara sentiu um calafrio. Não podia ser. Aquelas pessoas realmente tinham estado em seu encalço há tanto tempo, o suficiente para tentar sabotar os negócios de Mauro.—Mas não entendo, por quê? Por que negar a licitação? O que isso tinha a ver com...? —No entanto a moça se deteve com expressão atenta, porque a resposta, por mais que a surpreendesse, só podia ser uma—. Para me fazer aparecer —disse olhando para Mauro—. Você me mantinha "escondida", lembra?Mauro apertou os lábios com um gesto de impotência porque sabia que isso era verdade. Aquela mulher ou seu marido, não sabia qual dos dois, tinham acreditado que tirar Ainara do caminho os faria chegar à menina com mais facilidade, mas tudo tinha parado no momento em que Mauro havia entrado em sua vida.—Sabiam que você ia aparecer, que teria que pedir ajuda ao Rosso e que assim te encontrariam... —murmurou Mauro—. Fizeram isso para te encontrar através de mim.E embora nenhum dos do
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 46. Uma escolhaEra uma boa pergunta. Era uma excelente pergunta, mas era mais que evidente que muitas coisas se desenvolveriam independentemente das intenções de Mauro, porque não tinham se passado nem vinte e quatro horas quando soube de que lado estava a maior lealdade do detetive que investigava o suposto acidente.Mauro ainda estava avaliando suas opções, mas Rosso já estava tentando falar com Ainara, e Mauro saiu de uma de suas reuniões de negócios para encontrá-lo bufando irritado em uma das salas de reunião.—Espera aqui, deixa que ele cuide disso... —tentou deter Loan sua nora, mas Ainara tinha visto Mauro sair furioso e não era do tipo que ficava com a curiosidade.Caminhou até a sala de reunião e embora não tenha empurrado a porta, sabia que seu marido irritado costumava levantar a voz, então só ficou ali, em silêncio, enquanto aquelas duas feras estavam prestes a se matar lá dentro.—Que história é essa de não me deixarem ver a Ainara, Kell
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 47. Uma besteiraA voz da mulher era tão cortante que, se não a amasse como amava, Mauro provavelmente teria sentido medo.—Ainara, não seja infantil! —reclamou Rosso—. Quem está fazendo isso sabe... sabe coisas. Sobre nós, sobre você! Maldição, sabe coisas sobre você que nem eu sabia!Ainara olhou para seu pai como se fosse um completo estranho e seu último gesto foi dar um passo para o lado para deixar livre o caminho até a porta.—Não me importa nem um pouco o que saibam sobre mim. Eu não sou quem tem algo a esconder. Agora faça o favor de ir embora, se eu tiver que repetir vou chamar a segurança.Rosso passou por ela com um grunhido de impotência, porque se tinha esperado qualquer tipo de ajuda por parte dos Keller era evidente que tinha se enganado, mas assim que a porta se fechou atrás dele, Mauro alcançou Ainara e a moça escondeu o rosto em seu peito.—Sinto muito, sinto muito mesmo, amor, não te contei porque não queria... não queria te machuc
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 48. Causa provávelDizer "besteira" era um eufemismo. Mauro estava disposto a dar uma surra memorável em Lugh depois de ver qual era essa informação que ele tinha sobre Ainara, então era melhor ir acompanhado. Deixou sua esposa e sua filha na casa dos seus pais, enquanto sua mãe se encarregava de entretê-las dentro e a equipe de segurança vigiava lá fora.Ele e Loan subiram em um carro e percorreram meia cidade antes de chegar a uma das áreas residenciais afastadas da cidade. A noite já tinha caído completamente e o prédio de apartamentos estava estranhamente silencioso.—E aqui não tem ninguém ou o quê? —murmurou Mauro com aquele instinto disparado, parando quando as portas do elevador se abriram naquele andar.—Bem, tomei a liberdade de pedir ao seu tio Jhon que investigasse um pouco, e parece que Lugh comprou todo este andar. Parecia um bom investimento imobiliário na época, mas o aluguel dos apartamentos de luxo não deu certo como esperava.—Então
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 49. Você tem esposa agora, lembra?Para Ainara, bastou que June ficasse completamente rendida em um dos quartos de hóspedes de seus novos avós, para que ela pudesse dar vazão a toda essa preocupação que não queria mostrar na frente de sua filha.—Onde eles estão? O que está acontecendo, Danna? E não me diga que nada porque já vi você cochichando nesse telefone três vezes e tenho certeza que não está falando de moda.Sua sogra a olhou com inquietação, mas embora tivesse plena confiança em seu marido, não podia negar que ela também estava morrendo de preocupação.—O advogado da família me ligou —murmurou Danna—. Loan e Mauro estão na delegacia, não sei bem o que aconteceu mas...—Eles estão presos? —questionou Ainara sem poder acreditar.—Parece que sim, mas o Loan vai resolver isso, te garanto que ele vai resol... Ainara! Filha, onde você vai? —tentou detê-la Danna mas àquela altura a moça já pegava seu casaco do cabide da porta.Parou no umbral e viu
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 50. Um segredoE não, o detetive estava certo de que não tinha tanta sorte, mas a questão era que não podia deixar passar nenhuma pista ou oportunidade.—Bem, não sou uma santa, mas embora não possa dar a confissão que você está esperando, talvez possa lançar alguma luz sobre seu caso de assassinato —respondeu Ainara e Mauro negou com preocupação.—Amor, essa não é uma boa ideia, por favor.—Está tudo bem, meu lindo —sorriu ela para tranquilizá-lo—. Não tem problema, você precisa entender que Lugh não tinha nada contra mim, não importa o que ele tenha dito, não tinha absolutamente nada. Jamais roubei nada em toda minha vida, não cometi nenhum delito, não era stripper nem prostituta e jamais me meti nos negócios sujos das campanhas, sempre fiquei fora de tudo isso, então não importa o que ele tenha dito, te garanto que não tinha nada contra mim que pudesse sustentar uma extorsão.—Extorsão? —O detetive puxou a cadeira na frente deles e apontou as outras
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 51. EstratégiaMauro podia jurar que estava prestes a engolir a língua de surpresa, e o detetive na frente deles não estava muito melhor. Sabia que Ainara era uma mulher forte e sagaz, mas também estava convencido de que ela era perfeitamente capaz de cumprir aquela ameaça e sabia que o faria para tirá-lo da cadeia.—Senhora Keller, a senhora não pode... —começou a dizer o policial e ela mostrou um sorriso sarcástico.—Por favor, neste país a Liberdade de expressão já faz muito tempo que foi incluída na Constituição, então por favor, não se dê ao trabalho de me dizer o que posso e o que não posso fazer. O senador Rosso é um suspeito e...—Mas não é o único —sentenciou Mauro em voz baixa e Ainara o olhou. Não, não era o único, e talvez esse fosse o problema, que qualquer um de seus inimigos era poderoso o suficiente na política para que a polícia temesse mexer com eles.—Podemos falar em particular? —pediu ao detetive e apertou a mão de Mauro com suavid
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 52. Outra pessoaO rosto do senador Rosso se transformou visivelmente. A surpresa durou só uma fração de segundo, suficiente para que Ainara compreendesse que algo daquilo era novo para ele, ou a morte de Lugh ou sua acusação.—Morto? Como assim Lugh está morto?! —disparou levantando a voz porque no meio daquele lugar vazio e de madrugada, não se importava em gritar.—Morto, assassinado! —replicou Ainara com determinação.—Não... não pode ser...—Pois é exatamente como você está ouvindo. Acabei de ver as fotos e acredite, não são nada agradáveis de se ver. E não me ocorre mais ninguém que pudesse querer matá-lo, porque sejamos honestos, ele só estava chantageando você.O senador Rosso deu dois passos para trás com expressão de impotência, mas Ainara não parecia disposta a ceder terreno.—Cala a boca, não diga isso nem...!—E por que não?! Na minha frente você não precisa dissimular, pai! —cuspiu com sarcasmo—. Você não se importa com nada além da su