PROMESSA VERMELHA.Capítulo 38. NadaO coração de Ainara deu um salto sem que pudesse evitar.—Como... como teste de paternidade, Mauro...? Quer dizer...? —balbuciou atordoada.—Quer dizer que não importa quantas vezes façam os testes ou onde, o resultado sempre vai ser o mesmo. Sempre vai dizer que eu sou o pai biológico da June, porque há pessoas nesta família que se encarregarão disso. Tudo bem?Ainara assentiu devagar porque compreendia o que significava.—Então... se o pai da June tentar entrar com um processo...—As vias legais estão fechadas para ele, seja quem for —garantiu Mauro—. Não importa quantos advogados tenha, nenhum juiz irá contra um teste de paternidade, então isso fecha qualquer possibilidade legal de que possa tirar June de nós.Ainara respirou fundo e tentou espantar aquelas lágrimas traiçoeiras que tentavam sair de seus olhos.—É que nem sei por que ele a quereria agora... —murmurou—. Reconhecer uma filha ilegítima arruinaria sua carreira política, não é
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 39. Um estilo clássico—Como assim nada? O que quer dizer?Mauro puxou seu tio até um dos escritórios da casa e fechou a porta atrás dele, certificando-se primeiro de que ninguém vinha interrompê-los.—Exatamente como você ouve. Nada. Os únicos dois homens envolvidos com ela de alguma maneira são o Senador Rosso, que já sabemos que não é dela, obviamente, e Lugh, que também não é o pai da menina porque os tipos sanguíneos são incompatíveis com uma relação pai – filha.—Sim, além disso não é tão poderoso para que Ainara tenha medo dele, na verdade —garantiu Mauro pensativo—. Então... nem uma pista?—Nem uma. Além disso não há registro das duas em nenhum hospital, como se o nascimento de June tivesse sido em casa ou algo assim. Então o que quer que seja que Ainara esteja escondendo de você, não deve ser agradável —advertiu seu tio John.—Bom... a verdade é que ela não está escondendo, foi me dizer ontem à noite, muito voluntariamente...—Mas...? —inter
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 40. PendenteEra doce, preciosa, risonha... e quando tinha fome era como um gremlin molhado. Mauro se enterneceu quando viu aquela carinha do seu lado da cama e de repente percebeu que eram apenas seis horas.—June...? Querida, o que está fazendo acordada tão cedo? Teve um pesadelo?—Não, papai, estou com fome! —reclamou a menina esfregando os olhinhos e Mauro sentiu uma ternura que não tinha experimentado nunca em sua vida.Podia se virar na cama e acordar Ainara, mas a verdade era que queria aquele momento só para ele. Então pulou da cama e levantou June nos braços para levá-la à cozinha.Sentou-a no balcão do café da manhã e esfregou as mãos como se estivesse se preparando para a mãe de todas as batalhas. June o olhou com curiosidade enquanto fazia quatro agachamentos, três flexões, e dava dois tapas no peito como Tarzan.—Bem! Agora sim! O que uma menina de cinco anos toma no café da manhã?! —Abriu a geladeira, mas depois se virou para pegar seu c
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 41. Um homem equivocadoAinara estava iludida, não podia negar. Com o senador Rosso trabalhava no que podia, ou no que Lugh dizia que dava mais dinheiro e não se incomodava em reclamar porque sendo honesta não era como se o dinheiro sobrasse, mas não podia negar que estava mais que feliz de poder se dedicar a algo que realmente preenchia seu coração.E Mauro parecia mais que disposto a encarregá-la daqueles projetos, no entanto quando chegaram ao escritório, sua secretária se via notavelmente nervosa.—Senhor, que bom que chegou! Estive tentando contactá-lo desde cedo mas... bem... não conseguia pegar o telefone!A moça sabia que era de mau gosto culpar seus chefes, mas a verdade era que não tinha sido sua responsabilidade que o CEO da companhia tivesse o telefone desligado enquanto alguém tão importante o esperava.—Aconteceu algo?—Tem uma visita importante. Sem hora marcada... ou melhor dizendo, daqueles que não pedem hora —respondeu a moça e Mauro
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 42. Aconteça o que acontecerRolf Weber esperava qualquer reação por parte do sujeito que tinha se casado com a mulher que estava criando sua filha, mas sem dúvida que o mandasse ao chão com um soco não era uma delas.—Mas... você ficou maluco!? —gritou tocando o nariz, do qual saía um filete de sangue.—Pelo contrário, e que fique registrado, estou tão lúcido que controlei minha força o suficiente para não quebrá-lo, porque imagino que seria muito vergonhoso dar um dos seus famosos discursos com o rosto roxo. Não é verdade? —sussurrou Mauro—. Mas se você faltar com respeito à minha esposa de novo, garanto que farei muito mais que isso. Ficou claro?Rolf Weber se levantou apressado, olhando com ódio para ele e para Ainara, que tinha se levantado de sua cadeira surpresa e assustada.—Você é um imbecil! Como pode deixar que uma mulher governe suas ações?! —rosnou furioso—. Eu só vim te oferecer um bom acordo, tirar a menina do seu caminho... Só quero lev
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 43. Por quê?Os lábios dela tremiam sem que pudesse evitar. Ainara sabia que Mauro tinha todo o direito de reclamar, de exigir uma explicação, de fazer um escândalo pelo que o idiota do Rolf Weber acabara de lhe dizer, mas para surpresa da moça, ele estava tão calmo como se não tivesse acabado de quebrar a cara de um Senador naquele mesmo escritório.Sentiu os braços dele ao seu redor e escondeu o rosto em seu peito com um suspiro nervoso.—A mãe dela se chamava Luzia —murmurou devagar sem levantar a cabeça—. Ela tinha um... caso com Weber, ainda que não sei se pode chamar assim, porque entendo como deve ser difícil dizer não a um homem com poder quando ele se encanta por você...—Você viveu isso na pele, não é? —suspirou Mauro com o arrependimento transbordando.—Não —respondeu ela com segurança, levantando a cabeça e olhando nos olhos dele porque sabia que cada palavra que saía de sua boca era verdadeira—. Nem nos seus piores momentos eu fui um capri
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 44. ConexãoA resposta não estava clara, mas pelo menos Mauro sabia por onde tinha que começar a investigar e de quem precisava se proteger mais. Podia ver nos olhos de Ainara aquela dúvida, e tratou de dissipá-la em um segundo.—Não. A resposta é não. Pouco me importa que June não seja sua filha biológica. Ela é nossa e ponto final —disse ele e viu a moça respirar profundamente.—É nossa —murmurou abraçando-o e terminou de contar como haviam sido os últimos anos desde o nascimento de June e por que a tinha escondido de todos, ao ponto de que seu pai ou Lugh jamais souberam dela.Ao meio-dia Mauro parecia um homem diferente, mais tranquilo agora que sabia toda a verdade.—Eles vão voltar por ela. Não é? —perguntou Ainara com o coração apertado pela preocupação, mas o Keller que se levantou diante dela estava a um sorriso malvado de se transformar de um cachorrinho sedutor em um lobo assassino.—Sim, vão voltar, mas não vamos perder a June —garantiu Ma
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 45. Um caso frioAinara sentiu um calafrio. Não podia ser. Aquelas pessoas realmente tinham estado em seu encalço há tanto tempo, o suficiente para tentar sabotar os negócios de Mauro.—Mas não entendo, por quê? Por que negar a licitação? O que isso tinha a ver com...? —No entanto a moça se deteve com expressão atenta, porque a resposta, por mais que a surpreendesse, só podia ser uma—. Para me fazer aparecer —disse olhando para Mauro—. Você me mantinha "escondida", lembra?Mauro apertou os lábios com um gesto de impotência porque sabia que isso era verdade. Aquela mulher ou seu marido, não sabia qual dos dois, tinham acreditado que tirar Ainara do caminho os faria chegar à menina com mais facilidade, mas tudo tinha parado no momento em que Mauro havia entrado em sua vida.—Sabiam que você ia aparecer, que teria que pedir ajuda ao Rosso e que assim te encontrariam... —murmurou Mauro—. Fizeram isso para te encontrar através de mim.E embora nenhum dos do