PROMESSA VERMELHA.Capítulo 31. TomaraJá era de madrugada, a temperatura estava baixando lá fora e Mauro sabia que Ainara estava angustiada. Nem sequer tinham conseguido trazer suas malas, porque tinham saído correndo no carro de Mauro, então foi buscar algumas coisas em um dos quartos e voltou com uma pequena muda de roupa como para June.—E isso? —perguntou ela franzindo a testa com curiosidade.—Isso é mais velho que Matusalém —riu ele em um sussurro—. Passei quase toda minha infância nesta casa, e minha mãe tem uma resistência especial em jogar fora qualquer coisa minha, então no armário do meu quarto você pode encontrar algumas roupas que podem servir para June, pelo menos por enquanto. Amanhã vou sair para comprar mais roupas para vocês.Ainara não queria incomodar, mas naquele momento estava nervosa demais para se fazer de difícil.—Está bem... agradeço —murmurou e viu que Mauro colocava outra muda maior.—Pijamas para você. Meus. Para que você não esqueça meu cheirinho
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 32. Quando isso acabarEstava com medo e era natural, mas quando Ainara acordou no meio daquele silêncio foi como se tivessem dado um soco em seu estômago, devia ter amanhecido faz tempo, porque o sol estava forte, e era estranho que June não acordasse assim que amanhecesse.Desceu da cama com o coração na boca e foi até o quarto de Mauro para ver a caminha desarrumada. Por sorte o alívio a invadiu quando leu aquele bilhete sobre a ilha da cozinha:"Fomos buscar café da manhã porque o Senhor Pompita está com fome. Só siga a trilha até o final".Correu para colocar roupa de rua e jogou um casaco grande por cima antes de sair da casa e ver que de fato se desenhava uma trilha perfeita de cascalho entre a terra do bosque. Seguiu-a apressada e viu que mais abaixo na colina se delineava uma propriedade enorme e clássica, de pedras antigas e aspecto senhorial.O caminho levava a uma entrada traseira da casa e muito logo as risadas de June assaltaram seus ouvi
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 33. O que forAinara esfregou os olhos com frustração, tentando manter a calma, mas sabia que seria impossível.—Você não está me colocando em nenhuma posição vulnerável, Mauro, pelo menos não em relação a você — sussurrou, exausta, enquanto se sentava em um dos sofás. Ele acendeu a lareira no meio da sala para aquecê-los. — Os dois sabemos o que aconteceu dez anos atrás, e eu... não te culpo por isso, você simplesmente escolheu em quem acreditar...—E eu deveria ter acreditado em você! Deveria ter confiado em você!—Eu sei, mas você não fez — respondeu ela, dando de ombros. — Você não fez, as coisas acabaram entre nós, e eu segui minha vida, minha filha... meus planos. Adianta agora você ficar nostálgico e fazer um show de arrependimento? Isso não vai mudar o que aconteceu.Mauro levou as mãos à cabeça, frustrado, porque infelizmente era verdade. Se quisesse reatar com Ainara, não poderia partir do passado e do arrependimento, mas da ação, do agora.
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 34. Perguntas importantesA definição de "mudo" era John naquele momento, mas na expressão de Mauro não havia nem surpresa, nem dúvida. Era mais que evidente que tanto Ainara quanto a pequena precisavam de proteção, mas por mais curiosidade que tivesse, ele estava certo de que nada que saísse da boca daquela mulher poderia fazê-lo duvidar.O que mais doía não era que ela tivesse tido uma filha com outro homem, o que mais doía era que isso tinha sido sua culpa, porque em suas mãos esteve a possibilidade de viver o maior e mais forte amor que um homem poderia ter e a tinha desperdiçado estupidamente.Então agora tinha duas opções: podia se negar e deixar Ainara e June à própria sorte, ou podia lutar com todas as suas forças por essa oportunidade que tinha perdido, e que só Deus sabia por quê, em sua infinita misericórdia, tinha voltado a colocar ao seu alcance.—Quanto tempo demora para preparar os papéis? —perguntou virando-se para John e Ainara arregalo
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 35. Uma família malucaNão era fácil. Ninguém em sã consciência diria que aquilo era fácil, mas embora Ainara tivesse passado os últimos dez anos enterrando todos os bons sentimentos que tinha por Mauro, não era tão imatura a ponto de fingir que ele não era capaz de trazê-los à superfície quando queria, ainda mais se tratando de proteger sua filha.—Muitas coisas podem ser ditas dos Keller —disse uma voz risonha às suas costas e Ainara se virou para ver a senhora Andrea entrar carregando aquele cabide coberto, e não precisou abrir o zíper para adivinhar que dentro vinha um lindo vestido que a mulher teria conseguido de última hora.—Como assim...? —murmurou Ainara e Andrea sorriu chegando junto dela.—Essa expressão no seu rosto significa que você está ficando louca pensando se tomou a decisão certa —sentenciou—. Então termino o que vim dizer: muitas coisas podem ser ditas dos Keller, que são teimosos, brutos, um pouco insensíveis, atrapalhados... e tud
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 36. O urgente e o importante—Precisa haver uma explicação plausível para dizer à June que eu sou o pai dela —resmungou Mauro com as mãos na cintura enquanto na sua frente Ainara parecia pronta para a guerra.—E precisa haver uma explicação plausível para dizer à sua mãe, às suas tias, à sua prima maluca e toda a família de malucos do namorado da sua prima maluca que eu não posso ter uma despedida de solteira que saia nas notícias escandalosas de amanhã de manhã! —replicou ela e Mauro levantou um dedo acusador em sua direção.—OK! Mas primeiro o meu que é mais importante! —exclamou ele—. E se dissermos que eu estive em coma, como uma novela? Ou você disse que eu tinha morrido?—Mauro! O meu é mais urgente! Que sua mãe quer me trazer um dançarino hoje à noite, e a família do noivo da Adriana quer me trazer um dançarino mas dentro de uma jaula! Sabe o que é isso?!Mauro bufou, afastando as mechas de cabelo da testa.—O seu eu resolvo com uma venda nos o
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 37. Diga que sim!—Joooooohn! A espingarda! —gritou Mauro assim que um daqueles garotos atrevidos dirigiu à sua futura esposa o primeiro sorriso, e em questão de segundos todos os homens da família estavam ali para arruinar a festa de suas mulheres.—Senhor, senhor, por favor! —disse um dos oficiais—. Nós somos profissionais. Então se o senhor tem uma espingarda nesta casa, recomendo que vá pegando também sua licença para porte de armas para que eu a revise. Entendido?Mauro arregalou os olhos porque o homem na sua frente parecia completamente sério.—Vocês chamaram mesmo a polícia, bando de loucas? —escandalizou olhando para sua mãe e suas tias, mas a voz do oficial de maior patente se ouviu em seguida.—Vamos, rapazes! Mostrem a eles que esta noite os únicos que podem estar aaaarmados somos nós!—Ai Jesus! —gritou Mauro no mesmo momento em que o policial mais próximo dele arrancou o uniforme falso de uma vez e Ainara quase morreu de rir vendo-o pula
JANEIROSEATTLE— Como você foi capaz de fazer isso?! — O rugido furioso de Zack Keller deteve sua namorada na porta de casa assim que a viu chegar.Giselle viu um papel em sua mão e nem sabia do que ele estava falando, mas nunca o tinha visto tão alterado como naquele momento.— Não sei do que você está falando...— Claro que sabe! Você abortou meu filho! Você o perdeu de propósito! — ele a acusou com raiva. — Você ao menos tinha a maldita intenção de me contar alguma coisa?!A mulher à sua frente ficou pálida.— Como... como você sabe...?Zack jogou aquele papel na direção dela e a olhou com decepção.— Você esquece que está no plano de saúde da minha empresa? — ele cuspiu, aproximando-se dela. — Assim que seu sobrenome apareceu nos registros de pagamento, me avisaram. Imagine minha alegria quando soube que o seguro tinha pago por um teste de gravidez e depois por uma ultrassonografia!Giselle se afastou dele com o rosto vermelho de vergonha, mas Zack não era do tipo que da