PROMESSA VERMELHA.Capítulo 34. Perguntas importantesA definição de "mudo" era John naquele momento, mas na expressão de Mauro não havia nem surpresa, nem dúvida. Era mais que evidente que tanto Ainara quanto a pequena precisavam de proteção, mas por mais curiosidade que tivesse, ele estava certo de que nada que saísse da boca daquela mulher poderia fazê-lo duvidar.O que mais doía não era que ela tivesse tido uma filha com outro homem, o que mais doía era que isso tinha sido sua culpa, porque em suas mãos esteve a possibilidade de viver o maior e mais forte amor que um homem poderia ter e a tinha desperdiçado estupidamente.Então agora tinha duas opções: podia se negar e deixar Ainara e June à própria sorte, ou podia lutar com todas as suas forças por essa oportunidade que tinha perdido, e que só Deus sabia por quê, em sua infinita misericórdia, tinha voltado a colocar ao seu alcance.—Quanto tempo demora para preparar os papéis? —perguntou virando-se para John e Ainara arregalo
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 35. Uma família malucaNão era fácil. Ninguém em sã consciência diria que aquilo era fácil, mas embora Ainara tivesse passado os últimos dez anos enterrando todos os bons sentimentos que tinha por Mauro, não era tão imatura a ponto de fingir que ele não era capaz de trazê-los à superfície quando queria, ainda mais se tratando de proteger sua filha.—Muitas coisas podem ser ditas dos Keller —disse uma voz risonha às suas costas e Ainara se virou para ver a senhora Andrea entrar carregando aquele cabide coberto, e não precisou abrir o zíper para adivinhar que dentro vinha um lindo vestido que a mulher teria conseguido de última hora.—Como assim...? —murmurou Ainara e Andrea sorriu chegando junto dela.—Essa expressão no seu rosto significa que você está ficando louca pensando se tomou a decisão certa —sentenciou—. Então termino o que vim dizer: muitas coisas podem ser ditas dos Keller, que são teimosos, brutos, um pouco insensíveis, atrapalhados... e tud
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 36. O urgente e o importante—Precisa haver uma explicação plausível para dizer à June que eu sou o pai dela —resmungou Mauro com as mãos na cintura enquanto na sua frente Ainara parecia pronta para a guerra.—E precisa haver uma explicação plausível para dizer à sua mãe, às suas tias, à sua prima maluca e toda a família de malucos do namorado da sua prima maluca que eu não posso ter uma despedida de solteira que saia nas notícias escandalosas de amanhã de manhã! —replicou ela e Mauro levantou um dedo acusador em sua direção.—OK! Mas primeiro o meu que é mais importante! —exclamou ele—. E se dissermos que eu estive em coma, como uma novela? Ou você disse que eu tinha morrido?—Mauro! O meu é mais urgente! Que sua mãe quer me trazer um dançarino hoje à noite, e a família do noivo da Adriana quer me trazer um dançarino mas dentro de uma jaula! Sabe o que é isso?!Mauro bufou, afastando as mechas de cabelo da testa.—O seu eu resolvo com uma venda nos o
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 37. Diga que sim!—Joooooohn! A espingarda! —gritou Mauro assim que um daqueles garotos atrevidos dirigiu à sua futura esposa o primeiro sorriso, e em questão de segundos todos os homens da família estavam ali para arruinar a festa de suas mulheres.—Senhor, senhor, por favor! —disse um dos oficiais—. Nós somos profissionais. Então se o senhor tem uma espingarda nesta casa, recomendo que vá pegando também sua licença para porte de armas para que eu a revise. Entendido?Mauro arregalou os olhos porque o homem na sua frente parecia completamente sério.—Vocês chamaram mesmo a polícia, bando de loucas? —escandalizou olhando para sua mãe e suas tias, mas a voz do oficial de maior patente se ouviu em seguida.—Vamos, rapazes! Mostrem a eles que esta noite os únicos que podem estar aaaarmados somos nós!—Ai Jesus! —gritou Mauro no mesmo momento em que o policial mais próximo dele arrancou o uniforme falso de uma vez e Ainara quase morreu de rir vendo-o pula
JANEIROSEATTLE— Como você foi capaz de fazer isso?! — O rugido furioso de Zack Keller deteve sua namorada na porta de casa assim que a viu chegar.Giselle viu um papel em sua mão e nem sabia do que ele estava falando, mas nunca o tinha visto tão alterado como naquele momento.— Não sei do que você está falando...— Claro que sabe! Você abortou meu filho! Você o perdeu de propósito! — ele a acusou com raiva. — Você ao menos tinha a maldita intenção de me contar alguma coisa?!A mulher à sua frente ficou pálida.— Como... como você sabe...?Zack jogou aquele papel na direção dela e a olhou com decepção.— Você esquece que está no plano de saúde da minha empresa? — ele cuspiu, aproximando-se dela. — Assim que seu sobrenome apareceu nos registros de pagamento, me avisaram. Imagine minha alegria quando soube que o seguro tinha pago por um teste de gravidez e depois por uma ultrassonografia!Giselle se afastou dele com o rosto vermelho de vergonha, mas Zack não era do tipo que da
NOVEMBROVANCOUVER— Andrea! Na minha sala! Agora!O grito de seu chefe, um gerente médio na empresa SportUnike, a fez pular na cadeira, angustiada, porque sabia que ele estava de muito mau-humor naquele dia.— Isso é uma maldita piada? — rosnou, jogando uma pasta de documentos em seu rosto. — Eu disse claramente que precisava dos relatórios de orçamento da divisão de esportes aquáticos do mês passado!Andrea arregalou os olhos.— Mas... senhor Trembley... tenho certeza de que o senhor me disse que queria os deste mês...— Não discuta comigo, sua inútil! — vociferou o chefe. Aos cinquenta anos, Peter Trembley era tão desagradável quanto sua barriga inchada, mas Andrea tinha que suportá-lo porque mal tinha conseguido um emprego como sua assistente e disso dependiam ela e sua filha para viver. — Você não percebe o que está acontecendo? A SportUnike desapareceu! Um suíço filho da mãe a comprou e agora seremos apenas uma filial da empresa dele! Sabe o que isso significa?Andrea sab
Mas se Zack achava que algo naquela empresa estava errado, seu instinto disparou quando desceu ao estacionamento e viu Andrea encostada em uma das paredes. Ela tentava trocar os sapatos de salto por tênis baixos, mas suas mãos tremiam.Ele ficou tentado a ir falar com ela, mas algo nele ainda resistia a se envolver nos problemas alheios. Tinha uma nova empresa para dirigir, e se queria que Andrea se sentisse melhor, só precisava consertar sua empresa, não a vida pessoal dela.Por fim, viu ela ajustar o casaco e sair para o frio da rua.Observou-a de longe e percebeu que ela não pegava um táxi nem um ônibus, então provavelmente morava perto. Mas Zack não fazia ideia de quão errado estava, porque Andrea não morava nem remotamente perto; simplesmente não podia se dar ao luxo de pagar nenhum tipo de transporte.Durante quarenta minutos, a moça caminhou no frio de um inverno canadense, e quando finalmente chegou ao seu prédio, já estava quase escurecendo.— Boa tarde, senhora Wilson —
O rosto de Trembley ficou visivelmente vermelho e a dureza em seus olhos permaneceu.— Esperando Andrea? — rosnou. — Você está brincando ou acabou de chegar e não sabe que relacionamentos interpessoais são proibidos nesta empresa?— Bom, sou de aprendizado lento, mas tendo a imitar — replicou Zack com sarcasmo. — Talvez eu tenha me confundido quando vi o senhor se agarrando a ela como uma iguana com falta de sol.O velho cerrou os dentes e soltou Andrea bruscamente antes de caminhar até ele.— Não se meta no meu caminho, moleque. Você é só um recém-chegado e eu posso...— O quê? Me demitir? — interrompeu Zack com voz gélida. — Bem... pode tentar, mas verá que meu trabalho aqui não depende do senhor. Faço parte da equipe dos sonhos desta companhia e só ele pode me demitir. Tenho certeza de que não veria com bons olhos o gerente de plantão tentando me demitir sem justa causa.Trembley cerrou os punhos e o encarou com uma expressão maldosa e desafiadora.— Talvez seu emprego esteja