—O que eu quero fazer? — perguntou Anja sem entender.—Ver se você quer ficar aqui na Suíça, ou ir embora, ou... ir morar em outro lugar... — naquele momento ele também parecia ansioso por todas as possibilidades que tinham diante deles.—Não vou te afastar do Niko — assegurou Anja.—Você não poderia nem se quisesse — riu Milo nervosamente, e os dois ficaram em silêncio por alguns instantes.—E você? Digo... você quer alguma coisa? Já pensou em alguma coisa?Milo apertou os lábios e coçou a nuca como fazia toda vez que estava preocupado.—Eu vou te dar todas as desculpas possíveis para você ficar — sentenciou por fim, fazendo Anja engolir em seco. — Já te disse que gosto de você e isso não foi brincadeira. E também não estava brincando quando te disse que você e o Niko eram o mais importante para mim. Sei que agora você tem o direito de levá-lo, mas eu realmente gostaria que você ficasse, que vocês dois ficassem, que a gente tentasse...—Continuar assim — completou ela.—Desculpa?—Con
Anja estava ansiosa enquanto esperava Niko voltar da creche. Todas as dúvidas já tinham desaparecido, mas o relógio parecia avançar lentamente e cada minuto que passava se sentia como uma eternidade. Finalmente Milo abriu a porta e o colocou no chão, e imediatamente o menino saiu correndo em sua direção, com sua pequena mochila balançando nas costas.—Meu amor! —exclamou Anja com um sorriso radiante enquanto o abraçava—. Como foi seu dia, minha vida? Tudo bem?Ele apenas sorriu e Anja sentiu seu coração derreter.—Senti tanto a sua falta, meu amor! Sabe o que papai e eu fizemos hoje? Fomos saber de uma notícia! Que eu sou sua mãe, meu anjinho! Eu sou sua mãe!Ela realmente não queria chorar, mas não conseguia evitar que seus olhos ficassem marejados porque finalmente tinha seu bebê nos braços, não o tinha perdido e Deus estava lhe dando uma nova chance de tê-lo de volta.Niko olhou para Anja com seus olhos cheios de curiosidade. Embora fosse pequeno demais para entender completamente o
—Wafe, mamãe! Muuuuito wafe! —repetiu Niko e Milo não pôde evitar começar a aplaudir enquanto Anja fazia biquinho.—Claro que sim, meu amor! Waffles! Mamãe vai fazer waffles agora mesmo! Vamos! —exclamou ela saindo da cama empolgada.—E papai não está convidado? —fingiu protestar Milo.—Papai está super convidado! —replicou ela se inclinando para dar um beijo em seus lábios—. Papai leva o menino! Vamos, meu anjo!Os três pularam da cama e Milo levou Niko nas costas até a cozinha. Sorriu pensando o quanto ele tinha crescido em pouco tempo e na mudança tão grande que tinha acontecido desde que o encontrou até aquele dia. No entanto, não se atreveu a mencionar isso para não entristecer Anja. Em vez disso, fez uma pergunta que há muito tempo queria fazer.—Amor, em duas semanas temos a inauguração da instituição —disse ele enquanto colocava algumas fatias de pão na torradeira para fazer torradas para Niko.—Sim, isso está me deixando ansiosa. Mal posso esperar pelo evento! Tenho certeza qu
Anja e Milo passaram quase toda a manhã em busca do serviço de buffet perfeito para o evento. Não queriam que fosse algo extremamente refinado, mas também não tão simples. Tinham visitado várias empresas, provado diferentes cardápios e avaliado a qualidade do serviço. Algumas opções os tinham impressionado, mas ainda não tinham encontrado a escolha definitiva.Decidiram visitar uma última empresa de buffet recomendada pela assistente de Milo, que sempre estava ajudando nessas coisas na empresa. Ao entrar, foram recebidos por uma moça sorridente que os convidou a sentar e lhes ofereceu um folder com informações sobre os serviços disponíveis.Anja folheava o folder enquanto Milo observava o lugar com atenção, sentindo o ambiente estranhamente familiar. De repente, uma voz que acreditava ter esquecido se elevou às suas costas e uma sensação de reconhecimento o invadiu.—Milo Keller! —exclamou uma mulher alta e elegante enquanto se aproximava—. Não posso acreditar que é você!"Alina", pens
—Você fez isso por Niko —lembrou.—Exato, fiz por ele —admitiu Milo e depois se aproximou dela com um movimento suave—. Mas você sabe que é verdade que não vou fazer de novo, e isso sim é por você.—Porque você não é mais solteiro —murmurou Anja.—Não, não sou mais. Sou um homem fisgado com f de fó você pra mim.—Só é com s.—Você me entendeu! Ou preciso te colocar nesse capô e demonstrar publicamente?Anja soltou uma gargalhada satisfeita.—Não. Não precisa, eu acredito em você —respondeu—. Mas vamos embora daqui, porque essa especificamente não é uma empresa que eu pretendo trabalhar.—Entendi, amor —sorriu ele dando um beijo leve e entrando no carro.Se afastaram dali rapidamente e Milo tratou de ocupar a conversa com qualquer outro assunto mais agradável.—Querida, tenho algumas coisas pra resolver com o CEO Cage, não posso descuidar da empresa por muitos dias e você vê que estamos absortos com o projeto —disse ele—. Tudo bem se eu ficar no escritório e você levar o carro pra busca
—Anja!Milo vestiu a primeira calça que encontrou e correu atrás dela, tentando alcançá-la antes que saísse de casa. Não fazia ideia do que diabos estava acontecendo, e muito menos por que Alina estava em sua casa e em sua cama. E certamente ele não tinha nada a ver com isso!—Anja, espera! Não é o que você está pensando! —gritou e depois resmungou pra si mesmo—. Que frase mais clichê. Anja!O coração de Milo batia disparado enquanto descia as escadas e via Anja parada na porta principal, prestes a ir embora. Seus olhos estavam cheios de dor e traição, e Milo podia ver o quanto aquilo a estava afetando. Mas ela não se movia, nem saía nem entrava.—Anja, por favor, espera! —gritou desesperadamente—. Você precisa me ouvir, isso não é o que parece!Anja fechou os punhos com um gesto de impotência. Estava tremendo e os olhos brilhavam pelas lágrimas contidas, mas por mais que quisesse sair dali naquele mesmo instante, não estava disposta a fazer isso sem seu filho, e o menino não tinha que
—Desculpe, eu não queria deixar ela entrar mas ela... Ela me disse que era sua convidada especial, e... bem... como já veio outras vezes na casa —gaguejou confusa.Milo revirou os olhos e a interrompeu com um tom autoritário.—Quando? Quando foi a última vez que ela veio nesta casa?A moça quase começou a tremer e se Anja não estivesse tão concentrada em seus próprios sentimentos, até teria sentido pena.—Faz... mais de um ano, senhor.—E eu te disse que tinha convidado ela de novo? Te disse que podia deixar ela entrar como se fosse dona da casa!? —exigiu furioso, mas a voz irritada e orgulhosa vinda da escada o fez virar a cabeça.—Já chega, Milo, não precisa brigar com a moça —resmungou Alina, descendo completamente vestida e arrumada—. Ela só fez o que já tinha feito muitas outras vezes, abrir a porta e me deixar subir até seu quarto. Ou já esqueceu que isso era normal há um tempo atrás?—Há um tempo atrás eu te convidava! —replicou Milo—. Agora você invadiu minha casa, meu quarto,
Milo se virou para Anja com o olhar cheio de arrependimento e preocupação. Aproximou-se dela e acariciou seus ombros nervosamente enquanto falava num tom suave. Em seu olhar havia uma mistura de confusão e raiva impossível de conter.—Sinto muito mesmo, Anja. Juro pela minha vida que nem sabia que ela estava aqui, isso era a última coisa que eu queria... —se interrompeu irritado e olhou para a empregada—. E você, está demitida, junte suas coisas.A moça sufocou um gemido de surpresa e antes que começasse a chorar Anja negou.—Não está demitida, só... nos deixe sozinhos, por favor —disse ela.—Sim, está! —rosnou ele.—Não, não está, Milo, você não pode sair por aí demitindo pessoas que talvez precisem muito do trabalho, só porque cometeram um erro —sentenciou Anja e ele cruzou os braços.—Bom, depende das consequências do erro, ou você acha que não percebo o quanto vai me custar este e nem é minha culpa?Anja suspirou cansada. Era evidente que a mulher tinha entrado sem permissão e esta